"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
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Domingo,
dia 25 de Fevereiro de 2018
2.º
Domingo da Quaresma
Festa da Igreja : Segundo
Domingo da Quaresma (semana II do saltério)
Santo do dia : São
Luis Versiglia, bispo, mártir, +1930, São
Calisto Caravário, presbítero, mártir, +1930, São
Sebastião de Aparício, leigo, confessor, +1600
Livro de Génesis 22,1-2.9a.10-13.15-18.
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!»
Ele respondeu: «Aqui estou».
Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac e
vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu
te indicar».
Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e
colocou a lenha sobre ele.
Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho.
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!». «Aqui
estou, Senhor», respondeu ele.
O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças nenhum
mal. Agora sei que na verdade adoras a Deus, uma vez que não Me recusaste o
teu filho, o teu filho único».
Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num
silvado. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho.
O Anjo do Senhor chamou Abraão, do Céu, pela segunda vez,
e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro __ oráculo do Senhor __ já que assim
procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único,
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e
como a areia que está nas praias do mar e a tua descendência conquistará as
portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas todas as
nações da Terra».
Livro de Salmos 116(115),10.15.16-17.18-19.
Confiei no Senhor, mesmo quando disse: «Sou um homem de todo
infeliz».
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém.
Carta aos Romanos 8,31b-34.
Irmãos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós?
Deus, que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou à morte por todos
nós, como não havia de nos dar, com Ele, todas as coisas?
Quem acusará os eleitos de Deus, se Deus os justifica?
E quem os condenará, se Cristo Jesus morreu e, mais ainda, ressuscitou, está
à direita de Deus e intercede por nós?
Evangelho segundo São Marcos 9,2-10.
Naquele tempo, Jesus Cristo tomou consigo Pedro, Tiago e João e
subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se
diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum
lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus Cristo.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus Cristo: «Mestre, como é bom estarmos
aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam deslumbrados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma
voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus Cristo,
sozinho com eles.
Ao descerem do monte, Jesus Cristo ordenou-lhes que não contassem a ninguém o
que tinham visto, enquanto o Filho (do homem) não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria
ressuscitar dos mortos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420),
presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Homilias sobre Marcos, n.º 6, SC 494
Jesus Cristo, anunciado pelos profetas, único salvador do género
humano
«Pedro tomou a
palavra e disse a Jesus Cristo: "Mestre, como é bom estarmos
aqui!"» Também eu, quando leio as Escrituras e compreendo
espiritualmente um ensinamento sublime, não quero descer daí, não quero
descer a realidades mais humildes: quero fazer uma tenda para Jesus Cristo, a
Lei e os profetas no meu coração. Mas Jesus Cristo que veio salvar o que
estava perdido, que não veio salvar os santos, mas os que se portam mal, sabe
que, se permanecer no alto da montanha, se não descer à terra, o género
humano não será salvo.
«De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém». Quando leio o
evangelho e vejo nele testemunhos da Lei e dos profetas, apenas considero a Jesus
Cristo: não vi Moisés, não vi os profetas, senão para compreender que eles
falavam de Jesus Cristo. Quando, por fim, chego ao esplendor de Cristo e
recebo, por assim dizer, a luz esplendorosa do sol brilhante, não sou capaz
de ver a luz de uma lamparina. Uma lamparina acesa a meio do dia nada
ilumina: quando o sol brilha, a luz de uma lamparina torna-se invisível;
assim também, na presença de Cristo, a Lei e os profetas são, por comparação,
totalmente invisíveis. Não estou a criticar a Lei e os profetas, pelo
contrário, estou a louvá-los porque anunciam Jesus Cristo; mas leio a Lei e
os profetas sem querer fechar-me neles, antes para através deles chegar a Jesus
Cristo. A Ele, com o Pai e o Espírito Santo, glória e majestade pela
infinitude dos séculos dos séculos. Amén.
Segunda-feira,
dia 26 de Fevereiro de 2018
Segunda-feira da 2.ª
semana da Quaresma
Senhor, Deus grande e poderoso, que sois fiel à aliança e à
misericórdia para com os que Vos amam e observam os vossos mandamentos!
Nós pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes,
afastando-nos dos vossos mandamentos e preceitos.
Não escutámos os profetas, vossos servidores que em vosso nome falavam aos
nossos reis, aos nossos chefes e antepassados e a todo o povo da nação.
Em Vós, Senhor, está a justiça; em nós recai a vergonha que sentimos no
rosto, como sucede neste dia aos homens de Judá, aos habitantes de
Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em
todos os países para onde os dispersastes por causa das infidelidades que
contra Vós cometeram.
Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, sobre os nossos
reis, chefes e antepassados porque pecámos contra Vós.
No Senhor, nosso Deus, está a misericórdia e o perdão porque nos revoltámos
contra Ele
e não escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, seguindo as leis que nos dava
por meio dos profetas, seu servidores.
Livro de Salmos 79(78),8.9.11.13.
Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia
porque somos tão miseráveis.
Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados
para glória do vosso nome.
Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte.
E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória.
Evangelho segundo São Lucas 6,36-38.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Sede
misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso.
Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados.
Perdoai e sereis perdoados.
Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada,
sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada
também convosco».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa de Calcutá
(1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«Não há amor maior»
«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso»
Sinto que a
Paixão de Jesus Cristo está incessantemente a acontecer de novo por toda a
parte. Estamos dispostos a participar nesta Paixão? Estamos dispostos a
partilhar os sofrimentos dos outros, não apenas onde a pobreza reina, mas
em qualquer parte do mundo? Parece-me que a grande miséria e o sofrimento
são mais difíceis de resolver no Ocidente. Quando encontro uma pessoa
esfomeada na rua, oferecendo-lhe uma tigela de arroz ou uma fatia de pão,
posso apaziguar-lhe a fome. Mas aquele que foi pisado, que não se sente
desejado, amado, que vive com medo, que se sente rejeitado pela sociedade,
esse experimenta uma forma de pobreza bem mais profunda e dolorosa. E é
muito mais difícil encontrar remédio para ela.
As pessoas têm fome de Deus. As
pessoas estão ávidas de amor.
Temos consciência disso? Sabemos disso? Vemos isso? Temos olhos para ver?
Muitas vezes, o nosso olhar vagueia sem se fixar. Como se andássemos a
pairar neste mundo. Temos de abrir os olhos e ver.
Terça-feira,
dia 27 de Fevereiro de 2018
Terça-feira da 2.ª
semana da Quaresma
Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos ao
ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra:
Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas
acções, deixai de praticar o mal
e aprendei a fazer o bem.
Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão,
defendei a causa da viúva».
Vinde então para discutirmos as nossas razões, — diz o Senhor - Ainda que
os vossos pecados sejam como o escarlate, ficarão brancos como a neve;
ainda que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã.
Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra.
Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados pela espada». Assim
falou a boca do Senhor.
Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacrifícios que Eu te
repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.
Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?
Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu.
Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em
rosto.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício
de louvor, (perdoar, usar de misericórdia, não praticar o mal,…)
a quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.
Evangelho segundo São Mateus 23,1-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo falou à multidão e aos
discípulos, dizendo:
«Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus.
Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras
porque eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o
dedo os querem mover.
Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios
e ampliam as borlas;
gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas
sinagogas,
das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós,
porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’,
porque um só é o vosso Mestre (Jesus Cristo) e vós sois todos irmãos.
Na Terra, não chameis a ninguém vosso ‘Pai’ porque um só é o vosso pai, o
Pai celeste.
Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’ porque um só é o vosso doutor
(médico; o que cura), o Messias.
Aquele que for o maior entre vós será o vosso servidor.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII),
monge perto de Mossul
Discursos ascéticos, I série, n.º 49
«Quem se humilha será exaltado»
A
providência de Deus, que dá a cada um o que mais lhe convém, tudo dispôs
para nos conduzir à humildade. De facto, se te orgulhas com as graças da
providência, esta abandona-te e voltas a cair. [...] Recorda, pois que
não é por ti nem pela tua virtude que resistes às más tendências, mas que
que é a graça que te sustenta,
para que não temas. [...] Geme, chora, recorda os teus pecados no tempo
da prova, a fim de seres libertado do orgulho e de adquirires a
humildade. Mas não desesperes. Pede humildemente a Deus que te perdoe os
teus pecados.
A humildade, também nas obras, apaga muitos pecados. Pelo contrário, sem
ela, as obras de nada servem, chegando mesmo a atrair males sobre nós.
Obtém, pois, pela humildade, o perdão das tuas injustiças. A humildade
está para a virtude como o sal para os alimentos; a humildade destrói a
força dos muitos pecados. [...] Se a possuirmos, fará de nós filhos de Deus, conduzindo-nos a
Deus mesmo sem o socorro das boas obras. É por isso que, sem ela, todas
as obras são vãs, como vãs são todas as virtudes e todas as dores.
Quarta-feira,
dia 28 de Fevereiro de 2018
Quarta-feira da
2.ª semana da Quaresma
Os inimigos de
Jeremias disseram entre si: «Vamos fazer uma conspiração contra
Jeremias, pois não nos faltará a instrução de um sacerdote nem o
conselho de um sábio nem o oráculo de um profeta. Vamos feri-lo com a
difamação, sem fazermos caso do que ele disser».
«Ajudai-me, Senhor, escutai a voz dos meus adversários.
Porventura assim se paga o bem com o mal? Eles abrem uma cova para me
tirar a vida. Lembrai-Vos que me apresentei diante de Vós, para Vos
falar em seu favor, para deles afastar a vossa ira».
Livro de Salmos 31(30),5-6.14.15-16.
Livrai-me da
armadilha que me prepararam
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Porque eu ouvia os gritos da multidão:
«Terror por toda a parte!»,
quando se coligaram contra mim
e decidiram tirar-me a vida.
Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Evangelho segundo São Mateus 20,17-28.
Naquele tempo,
enquanto Jesus Cristo subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e
durante o caminho disse-lhes:
«Vamos subir a Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos
príncipes dos sacerdotes e aos escribas que O condenarão à morte
e O entregarão aos gentios, para ser por eles escarnecido, açoitado e
crucificado. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitará».
Então a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus Cristo com os
filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido.
Jesus Cristo perguntou-lhe: «Que queres?». Ela disse-Lhe: «Ordena que
estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro
à tua esquerda».
Jesus Cristo respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber
o cálice que Eu hei-de beber?». Eles disseram: «Podemos».
Então Jesus Cristo declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice. Mas
sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim
concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou».
Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos.
Mas Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das
nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas
o seu poder.
Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande
seja vosso servidor
e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo.
Será como o filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela
redenção dos homens».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Confissões, XIII, 9
«Vamos subir a Jerusalém»
Dá-Te a
mim, meu Deus, dá-Te sempre a mim. [...] Descansamos no dom do teu
Espírito; aí Te gozamos, aí está o nosso bem e o nosso repouso. Aí, o amor educa-nos e o teu
Espírito, que é bom, exalta a nossa baixeza, arrancando-a às portas da
morte (Sl 9,14). Na vontade boa, encontramos a paz.
Um corpo, pelo seu peso, tende para o seu lugar próprio; o peso não
significa necessariamente ir para baixo, mas para o lugar próprio de
cada coisa. O fogo tende para cima, a pedra para baixo [...], cada
coisa para o seu lugar próprio; o óleo sobe para cima da água, a água
desce para baixo do óleo. Se uma coisa não está no seu lugar, não está
em repouso; mas, quando encontra o seu lugar, fica em repouso.
O meu peso é o meu amor: é ele que me leva, para onde quer que me leve.
O teu dom inflama-nos e leva-nos para cima; ele abrasa-nos e nós vamos.
[...] O teu fogo, o teu fogo bom, faz-nos arder e nós vamos, subimos
para a paz da Jerusalém celeste – porque encontrei a minha alegria
quando me disseram: «Vamos para a casa do Senhor!» (Sl 121,1) É para aí
que a vontade boa nos conduz porque esse é o nosso lugar; aí, onde nada
mais desejaremos do que permanecer assim para toda a eternidade.
Quinta-feira, dia 01 de Março de 2018
Quinta-feira
da 2.ª da Quaresma
Assim fala o
Senhor: «Maldito o homem que confia no homem e põe na carne a sua
esperança, afastando o seu coração do Senhor.
Será como o cardo na estepe que nem percebe quando chega a
felicidade; habitará na aridez do deserto, terra salobre e inóspita.
Bendito o homem que confia no Senhor e põe no Senhor a sua esperança.
É como a árvore plantada à beira da água, que estende as raízes para
a corrente: nada tem a temer quando vem o calor e a sua folhagem
mantém-se sempre verde; em ano de estiagem não se inquieta e não
deixa de produzir os seus frutos.
O coração é o que há de mais astucioso e incorrigível. Quem o pode
entender?
Posso Eu que sou o Senhor: penetro os corações, sondo os mais íntimos
sentimentos para retribuir a cada um segundo o seu caminho, conforme
o fruto das suas obras».
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que
não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.
Evangelho segundo São Lucas 16,19-31.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos fariseus: «Havia um homem rico que se vestia
de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os
dias.
Um pobre, chamado Lázaro, jazia junto do seu portão, coberto de
chagas.
Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães
vinham lamber-lhe as chagas.
Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de
Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu
Abraão com Lázaro a seu lado.
Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia
Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a
língua porque estou atormentado nestas chamas’.
Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em
vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui
consolado, enquanto tu és atormentado.
Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que se
alguém quisesse passar daqui para junto de vós ou daí para junto de
nós, não poderia fazê-lo’.
O rico insistiu: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha
casa paterna
– pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não
venham também para este lugar de tormento’.
Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’.
Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com
eles, arrepender-se-ão’.
Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas,
também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gregório de Nazianzo
(330-390), bispo, doutor da Igreja
14.ª homilia sobre o amor aos pobres, 38.40
«Um pobre [...] jazia junto do seu portão»
«Felizes
os misericordiosos», diz o Senhor, «pois alcançarão misericórdia» (Mt
5,7). A misericórdia não é a menor das bem-aventuranças: «feliz o que
compreende o pobre e o fraco» (Sl 71,13) e também: «o homem bom
compadece-se e partilha» (Sl 111,5) e ainda: «sempre o justo se
compadece e empresta» (Sl 36,26). Tornemos, pois esta nossa bem-aventurança:
saibamos compreender, sejamos bons.
Nem a noite deve deter a tua misericórdia; «não digas: volta amanhã e
logo te darei» (Prov 3,28). Que não haja hesitação entre a tua
primeira reacção e a tua generosidade. [...] «Partilha o teu pão com
aquele que tem fome, recolhe em tua casa o infeliz sem abrigo» (Is
58,7) e fá-lo de boa vontade. «Aquele que exerce a misericórdia», diz
São Paulo, «que o faça com alegria» (Rom 12,8).
O teu mérito será redobrado pelo teu zelo; uma dádiva feita de má
vontade ou por obrigação não tem graça nem fulgor. É com um coração
em festa e sem lamentos que devemos fazer o bem. [...] Então a luz
jorrará como a aurora e as nossas forças não tardarão a
restabelecer-se. E haverá quem não deseje a luz e a cura? [...]
Por isso, servidores de Jesus Cristo, seus irmãos e seus co-herdeiros
(Gal 4,7), sempre que tenhamos oportunidade, visitemos Jesus Cristo,
alimentemos Jesus Cristo, agasalhemos Jesus Cristo, abriguemos Jesus Cristo,
honremos Jesus Cristo (cf Mt 25,31s). Não só sentando-O à nossa mesa,
como alguns fizeram ou cobrindo-O de perfumes, como Maria Madalena (=
de Magdala) ou participando na sua sepultura, como Nicodemos. [...]
Nem com ouro, incenso e mirra, como os magos, [...] pois o Senhor do
universo «quer a misericórdia
e não o sacrifício» (Mt 9,13), prefere a nossa compaixão a milhares
de cordeiros gordos (Miq 6,7). Apresentemos-Lhe, pois a nossa
misericórdia pela mão desses infelizes que jazem hoje por terra para
que, no dia em que partirmos daqui, eles nos «conduzam à morada
eterna» (Lc 16,9), ao próprio Jesus Cristo, nosso Senhor.
Sexta-feira, dia 02 de Março de 2018
Sexta-feira
da 2.ª semana da Quaresma
Jacob gostava
mais de José do que dos seus outros filhos porque ele era o filho
da sua velhice e mandou fazer-lhe uma túnica de mangas compridas.
Os irmãos, vendo que o pai o preferia a todos eles, começaram a
odiá-lo e não eram capazes de lhe falar com bons modos.
Um dia, foram para Siquém apascentar os rebanhos do pai.
Jacob disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em
Siquém. vem cá, pois quero mandar-te ir ter com eles».
José partiu à procura dos irmãos e encontrou-os em Dotain.
Eles viram-no de longe e, antes que chegasse perto, combinaram
entre si a sua morte.
Disseram uns aos outros: «Aí vem o homem dos sonhos.
Vamos matá-lo e atirá-lo a uma cisterna e depois diremos que um
animal feroz o devorou. Veremos então em que vão dar os seus
sonhos».
Mas Rúben ouviu isto e, querendo livrá-lo das suas mãos, disse:
«Não lhe tiremos a vida». Para o livrar das suas mãos e entregá-lo
ao pai,
Rúben disse aos irmãos: «Não derrameis sangue. Lançai-o nesta
cisterna do deserto, mas não levanteis as mãos contra ele».
Quando José chegou junto dos irmãos, eles tiraram-lhe a túnica de
mangas compridas que trazia,
pegaram nele e lançaram-no dentro da cisterna, uma cisterna vazia,
sem água.
Depois sentaram-se para comer. Mas, erguendo os olhos, viram uma
caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Traziam camelos
carregados de goma de tragacanto, resina aromática e láudano que
levavam para o Egipto.
Então Judá disse aos irmãos: «Que interesse haveria em matar o
nosso irmão e esconder-lhe o sangue?
Vamos vendê-lo aos ismaelitas, mas não lhe ponhamos as mãos porque
é nosso irmão, da mesma carne que nós». Os irmãos concordaram.
Passando por ali uns negociantes de Madiã, tiraram José da cisterna
e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas que o
levaram para o Egipto.
Livro de Salmos 105(104),16-17.18-19.20-21.
Deus chamou a
fome sobre aquela terra e privou-os do pão que dá o sustento.
Adiante deles enviara um homem: José vendido como escravo.
Apertaram-lhe os pés com grilhões, lançaram-lhe ao pescoço uma
coleira de ferro
até que se cumpriu a profecia e a palavra do Senhor o mostrou
inocente.
Então o rei mandou que o soltassem, o soberano dos povos deu-lhe a
liberdade
e fê-lo senhor da sua casa e governador de todos os seus domínios.
Evangelho segundo São Mateus 21,33-43.45-46.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do
povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma
vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma
torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.
Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos
vinhateiros para receber os frutos.
Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um,
mataram outro e a outro apedrejaram-no.
Tornou ele a mandar outros servos, em maior número do que os
primeiros. E eles trataram-nos do mesmo modo.
Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Respeitarão o
meu filho’.
Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o
herdeiro; matemo-lo e ficaremos com a sua herança’.
E agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?».
Eles responderam: «Mandará matar sem piedade esses malvados e
arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entreguem os frutos
a seu tempo».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra que
os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto
veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’?
Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um
povo que produza os seus frutos».
Ao ouvirem as parábolas de Jesus Cristo, os príncipes dos
sacerdotes e os fariseus compreenderam que falava deles
e queriam prendê-l’O; mas tiveram medo do povo que O considerava
profeta.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Boaventura
(1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
A videira mística, cap. 3.º, §§ 5-10
«E agarrando-o, lançaram-no fora da
vinha e mataram-no.»
«Eu
sou a videira verdadeira», diz Jesus Cristo (Jo 15,1). […] Cavamos
trincheiras ao redor desta vinha, quer dizer, cavamos armadilhas
secretas. Ao conspirar para fazer alguém cair numa armadilha, é
como se abríssemos um buraco na sua frente. É por isso que ele se
lamenta, dizendo: «Cavaram uma cova diante de mim» (Sl 56,7). […] Eis
um exemplo dessas armadilhas: «Trouxeram uma mulher apanhada em
adultério» ao Senhor Jesus Cristo, «dizendo: “Moisés mandou-nos
apedrejar tais mulheres. E Tu, que dizes?”» (Jo 8,3ss). […] E
outro: «É lícito ou não pagar tributo a César?» (Mt 22,17) […]
Mas descobriram que estas ciladas não eram prejudiciais à videira;
pelo contrário, cavando tais covas, foram eles próprios que caíram
dentro delas (Sl 56,7). […] Então avançaram mais um passo: não só
Lhe prenderam as mãos e os pés (Sl 21,17) como Lhe perfuraram o
lado com uma lança (Jo 19,34), pondo a descoberto o interior desse
coração santíssimo que já tinha sido ferido pela lança do amor. No
seu cântico de amor, o Esposo diz: «Feriste-me o coração, irmã,
minha esposa» (Cant 4,9 Vulg). Senhor Jesus Cristo, o teu coração
foi ferido de amor pela tua esposa, tua amiga, tua irmã. Era
necessário que fosses ainda ferido pelos teus inimigos? O que
fazeis vós, inimigos? […] Não sabeis que esse coração do Senhor
Jesus Cristo já está morto, já foi aberto, já não pode ser sofrer
mais? O coração do Esposo, do Senhor Jesus Cristo já recebeu a
ferida do amor, a morte do amor. Que outra morte poderia ele
sofrer? […] Os mártires também se riem quando são ameaçados,
alegram-se quando são atingidos, triunfam quando são mortos.
Porquê? Porque já estão mortos de amor em seu coração, «mortos para
o pecado» (Rom 6,2) e para o mundo. […]
O coração de Jesus Cristo foi, portanto, ferido e morto por nós
[…]; a morte física triunfou por momentos, mas para ser vencida
para sempre. Foi destruída quando Jesus Cristo ressuscitou dos
mortos porque «a morte já não tem domínio sobre Ele» (Rom 6,9).
Sábado, dia 03 de Março de 2018
Sábado da
2.ª semana da Quaresma
Apascentai o
vosso povo com a vossa vara, o rebanho da vossa herança que vive
isolado na selva, no meio de uma terra frutífera, para que volte
a apascentar-se em Basã e Galaad, como nos dias de outrora.
Mostrai-nos prodígios, como nos dias em que saístes da terra do
Egipto.
Qual é o deus semelhante a Vós que perdoa o pecado e absolve a
culpa deste resto da vossa herança? Não guarda para sempre a sua
ira porque prefere a misericórdia.
Ele voltará a ter piedade de nós, pisará aos pés as nossas
faltas, lançará para o fundo do mar todos os nossos pecados.
Mostrai a Jacob a vossa fidelidade
e a Abraão a vossa misericórdia, como jurastes aos nossos pais,
desde os tempos antigos.
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.9-10.11-12.
Bendiz, ó
minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.
Não está sempre a repreender
nem guarda ressentimento.
Não nos tratou segundo os nossos pecados
nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Como a distância da Terra aos céus,
assim é grande a sua misericórdia para os que O adoram.
Como o Oriente dista do Ocidente
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
Evangelho segundo São Lucas 15,1-3.11-32.
Naquele
tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus
Cristo para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este
homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus Cristo disse-lhes então a seguinte parábola:
e Jesus disse-lhes ainda: «Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me
toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus
haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto
possuía, numa vida dissoluta.
Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região e ele
começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra que o
mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos
comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm
pão em abundância e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei
contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos
teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe,
quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a
lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não
mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e
vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava
perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao
aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar
o vitelo gordo porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá
fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem
nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para
fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho que consumiu os teus bens
com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é
meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos porque este teu
irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi
reencontrado’».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac da Estrela (?-c.
1171), monge cisterciense
2.º Sermão para a Festa de Todos os Santos §§
13-20
«Então caindo em si, disse: [...]
eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai»
«Felizes
os que choram porque serão consolados» (Mt 5,4). Com estas palavras,
o Senhor quer fazer-nos compreender que o caminho da alegria são
as lágrimas. Pela desolação chega-se à consolação; é perdendo a
vida que a encontramos, rejeitando-a que a possuímos, odiando-a
que a amamos, desprezando-a que a salvamos (cf Lc 9,23s). Se
queres conhecer-te a ti mesmo e superar-te, entra dentro de ti e
não te procures fora de ti. [...] Cai em ti, pecador, cai onde
existes verdadeiramente: no teu coração. Exteriormente, és um
animal, à imagem do mundo [...]; interiormente, és um homem, à
imagem de Deus (Gn 1,26) e por isso capaz de ser deificado.
Será por isso, irmãos, que o homem que cai em si se sente
distante, como o filho pródigo, numa região diferente, numa terra
estrangeira, onde é maltratado e chora ao lembrar-se de seu pai e
da sua pátria? [...] «Adão, onde estás?» (Gn 3,9) Talvez ainda na
sombra para não te veres a ti mesmo: cosendo as folhas da vaidade
umas às outras para cobrires a tua vergonha (Gn 3,7), olhando o
que está em teu redor e o que é teu porque os teus olhos são
grandes aberturas para tais coisas. Mas olha para dentro de ti,
olha para ti: é aí que se encontra o teu maior motivo de
vergonha. [...]
É evidente, irmãos: em parte vivemos exteriormente a nós. [...] É
por isso que a Sabedoria tem sempre no coração o convite para a
casa do luto antes de o fazer para a casa do banquete (Eccl 7,3);
ou seja, chama para dentro de si mesmo o homem que estava fora de
si próprio, dizendo: «Felizes os que choram» e também: «Ai de
vós, os que agora rides» (Lc 6,25). [...] Meus irmãos, choremos
na presença do Senhor: que a sua bondade O leve a perdoar-nos.
[...] Felizes os que choram, não porque choram, mas porque serão
consolados. As lágrimas são o caminho; a consolação é a
bem-aventurança.©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
D. Rodrigo
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