"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 29 de Outubro de 2017
30.º
Domingo do Tempo Comum
Eis o que diz o Senhor: «Não prejudicarás o estrangeiro nem o
oprimirás porque vós próprios fostes estrangeiros na terra do Egipto.
Não maltratarás a viúva nem o órfão.
Se lhes fizeres algum mal e eles clamarem por Mim, escutarei o seu clamor;
inflamar-se-á a minha indignação e matar-vos-ei ao fio da espada. As vossas
mulheres ficarão viúvas e órfãos os vossos filhos.
Se emprestares dinheiro a alguém do
meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não procederás com ele como um
usurário, sobrecarregando-o com juros.
Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao
pôr do sol,
pois é tudo o que ele tem para se cobrir, é o vestuário com que cobre o seu
corpo. Com que dormiria ele? Se ele Me invocar, escutá-lo-ei porque sou
misericordioso».
Livro de Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.47.51a-51b.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador.
Senhor Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
sois meu protector, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor – louvado seja Ele –
e fiquei salvo dos meus inimigos.
Viva o Senhor, bendito seja o meu protector;
exaltado seja Deus, meu salvador.
O Senhor dá ao Rei grandes vitórias
e usa de bondade para com o seu Ungido.
1.ª Carta aos Tessalonicenses 1,5c-10.
Irmãos: Vós sabeis como procedemos no meio de vós, para vosso
bem.
Tornastes-vos imitadores nossos e do Senhor, recebendo a palavra no meio de
muitas tribulações, com a alegria do Espírito Santo
e assim vos tornastes exemplo para todos os crentes da Macedónia e da Acaia.
Porque, partindo de vós, a palavra de Deus ressoou não só na Macedónia e na
Acaia, mas em toda a parte se divulgou a vossa fé em Deus, de modo que não
precisamos de falar sobre ela.
De facto, são eles próprios que relatam o acolhimento que tivemos junto de vós e como dos ídolos vos
convertestes a Deus, para servir
ao Deus vivo e verdadeiro
e esperar dos Céus o seu Filho, a
quem ressuscitou dos mortos: Jesus Cristo que nos livrará da ira que há-de
vir.
Evangelho segundo São Mateus 22,34-40.
Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus Cristo tinha
feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo
e um doutor da Lei perguntou a Jesus Cristo, para O experimentar:
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?».
Jesus Cristo respondeu: «‘Amarás o
Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o
teu espírito’.
Este é o maior e o primeiro mandamento.
O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás
o teu próximo como a ti mesmo’.
Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge,
bispo, doutor da Igreja
Carta 112, dirigida a Hugo, prisioneiro
«Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas»
Como reinar nos
céus mais não é do que aderir a Deus e a todos os santos, pelo amor, numa
única vontade, de tal forma que todos exercem em conjunto um único e mesmo
poder, ama a Deus mais do que ti próprio e verás que começas a ter o que
desejas possuir de forma perfeita no céu. Concerta-te com Deus e com os
homens – desde que estes não se separem de Deus – e começarás a reinar com
Deus e com os seus santos porque, na justa medida em que agora te concertares
com a vontade de Deus e com a dos homens, Deus e todos os santos
concertar-se-ão com a tua vontade. Portanto, se queres ser rei nos céus, ama
a Deus e aos homens como deves, e merecerás ser o que desejas.
Mas não poderás possuir este amor na perfeição se não esvaziares o coração de
todos os outros amores [...]. É por isso que aqueles que enchem o coração com
o amor a Deus e ao próximo têm apenas o querer de Deus, ou o de outro homem,
na condição de que este não seja contrário a Deus. São, pois, fiéis à oração e a esta maneira de viver,
lembrando-se sempre dos céus; porque lhes é agradável desejar a Deus e falar
acerca desse que amam, ouvir falar dele e pensar nele. É por isso também que
rejubilam com todos os que estão em graça, que choram com os que estão em
dificuldades (Rom 12,15), que têm compaixão pelos infelizes e que dão aos
pobres – porque amam os outros homens como a si mesmos. [...] É assim que, de
facto, nestes dois mandamentos do amor «se resumem toda a Lei e os Profetas».
Segunda-feira,
dia 30 de Outubro de 2017
Segunda-feira da 30.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Já não somos devedores à carne para vivermos segundo a
carne.
Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo Espírito fizerdes
morrer as obras da carne, vivereis.
Porque todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o
Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai».
O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de
que somos filhos de Deus.
Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Jesus
Cristo; Se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.
Livro de Salmos 68(67),2.4.6-7ab.20-21.
Levanta-Se Deus, dispersam-se os inimigos
e fogem diante d’Ele os que O odeiam.
Os justos, porém, alegram-se
e exultam na presença de Deus
e transbordam de alegria.
Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.
Bendito seja o Senhor, dia após dia:
preocupa-Se connosco o Deus, nosso Salvador.
O nosso Deus é um Deus que salva,
da morte nos livra o Senhor.
Evangelho segundo São Lucas 13,10-17.
Naquele tempo, estava Jesus Cristo a ensinar ao sábado numa
sinagoga.
Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito
anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se.
Ao vê-la, Jesus Cristo chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua
enfermidade»;
e impôs-lhe as mãos. Ela endireitou-se logo e começou a dar glória a Deus.
Mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus Cristo ter feito uma cura ao
sábado, tomou a palavra e disse à multidão: «Há seis dias para trabalhar.
Portanto, vinde curar-vos nesses dias e não no dia de sábado».
O Senhor respondeu: «Hipócritas! Não solta cada um de vós do estábulo o seu
boi ou o seu jumento ao sábado, para o levar a beber?
E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não
devia libertar-se desse jugo no dia de sábado?».
Enquanto Jesus Cristo assim falava, todos os seus adversários ficaram
envergonhados e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele
realizava.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604),
papa, doutor da Igreja
Homílias sobre o Evangelho, n.° 31
«Mulher, estás livre da tua enfermidade»
«Naquele
tempo, estava Jesus Cristo a ensinar ao sábado numa sinagoga. Apareceu lá
uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito anos; andava
curvada e não podia de modo algum endireitar-se.» [...] O pecador,
preocupado com as coisas da terra e não procurando as do Céu, torna-se
incapaz de olhar para o alto: ao seguir os desejos que o conduzem para
baixo, a sua alma, perdendo a rectidão, curva-se e apenas vê aquilo em que
pensa incessantemente. Voltai-vos para dentro do vosso coração, irmãos
muito estimados, e examinai continuamente os pensamentos que não cessam de
agitar o vosso espírito. Um pensa nas honras, outro no dinheiro, outro
ainda em aumentar as suas propriedades. Todas essas coisas são inferiores
e, quando o espírito investe nisso, altera-se, perdendo a sua rectidão. E
porque não se engrandece para desejar os bens do alto, está como esta
mulher curvada que não consegue de modo nenhum olhar para cima. [...]
Efectivamente, o salmista descreveu bem a nossa curvatura quando disse de
si próprio, como símbolo de todo o género humano: «Ando cabisbaixo e
profundamente abatido» (Sl 37,7). Considerava que o homem, tendo sido
criado para contemplar a luz do alto, fora expulso do paraíso devido aos
seus pecados e que, consequentemente, as trevas reinavam na sua alma,
fazendo-o perder o apetite das coisas do alto e arrastando toda a sua
atenção para as inferiores. [...] Se o homem que perdeu de vista as coisas
do Céu pensasse apenas nas necessidades deste mundo, andaria sem dúvida
curvado e humilhado, mas não «em excesso». Ora como não é só a necessidade
que faz descer os seus pensamentos [...], mas também o prazer proibido que
o esmaga, não anda somente curvado, mas curvado em excesso.
Terça-feira,
dia 31 de Outubro de 2017
Terça-feira da 30.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm
comparação com a glória que se há-de manifestar em nós.
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de
Deus.
Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por
vontade d’Aquele que as submeteu,
com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da
corrupção que escraviza para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de
Deus.
Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da
maternidade.
E não só ela, mas também nós que possuímos as primícias do Espírito,
gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso
corpo.
É em esperança que estamos salvos, pois ver o que se espera não é
esperança: quem espera o que já vê?
Mas esperar o que não vemos é esperá-lo com perseverança.
Livro de Salmos 126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.
À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.
Evangelho segundo São Lucas 13,18-21.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo: «A que é semelhante o
reino de Deus, a que hei-de compará-lo?
É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua
horta. Cresceu, tornou-se árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos
seus ramos».
Jesus Cristo disse ainda: «A que hei-de comparar o reino de Deus?
É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas
de farinha até ficar tudo levedado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c.
949-1022), monge grego
Hino 17
O reino de Deus
Vou
mostrar-te claramente que é cá em
baixo que tens de acolher o Reino dos céus, todo inteiro, se nele
quiseres entrar, após a tua morte. Escuta Deus que te fala em parábolas:
«A que é semelhante o reino de Deus, a que hei-de compará-lo? É
semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua horta.
Cresceu, tornou-se árvore». Esse grão é o Reino dos céus, é a graça do
Espírito divino e a horta é o coração de cada homem, o sítio onde quem O
recebeu esconde o Espírito no fundo de si mesmo, nas pregas das suas
entranhas para que ninguém O possa ver. E guarda-O com todo o cuidado
para que germine, para que Se torne uma árvore e Se eleve até ao céu.
Portanto, se disseres: «Não é cá em baixo, mas só após a morte que
acederão ao Reino todos os que o tiverem desejado com fervor», estás a
alterar o sentido das parábolas do Salvador, nosso Deus. E se não tomares
o grão, esse grão de mostarda, como Ele te disse, se não o lançares na
tua horta, ficarás totalmente estéril. Pois é cá que recebes a semente.
«Cá em baixo, recebe o penhor», diz o Mestre; «cá em baixo, recebe o
selo. Já aqui, acende a tua lâmpada. Se fores sensato, é cá em baixo que
Me tornarei para ti a pérola (Mt 13,45), é cá em baixo que serei o teu
trigo e o teu grão de mostarda. É cá em baixo que serei fermento e farei
levedar a massa. É cá que serei para ti como água e Me tornarei fogo
abrasador. É cá que Me tornarei a tua veste e o teu alimento e toda a tua
bebida, se o desejares». Eis o que diz o Mestre: «Assim, pois, se já aqui
em baixo Me reconheceres como tal, também no céu Me possuirás
inefavelmente e Eu tornar-Me-ei tudo para ti».
Quarta-feira,
dia 01 de Novembro de 2017
Todos os santos
– solenidade
Festa da Igreja
: Todos-os-Santos
Calendário da Igreja disponível este dia
Livro do Apocalipse 7,2-4.9-14.
Eu, João, vi um
Anjo que subia do Nascente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele clamou em
alta voz aos quatro Anjos a quem foi dado o poder de causar dano à
terra e ao mar:
«Não causeis dano à terra nem ao mar nem às árvores até que tenhamos
marcado na fronte os servidores do nosso Deus».
E ouvi o número dos que foram marcados: cento e quarenta e quatro mil,
de todas as tribos dos filhos de Israel.
Depois disto, vi uma multidão imensa que ninguém podia contar, de todas
as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na
presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão.
E clamavam em alta voz: «A salvação ao nosso Deus que está sentado no
trono e ao Cordeiro».
Todos os Anjos formavam círculo em volta do trono, dos Anciãos e dos
quatro Seres Vivos. Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra e
adoraram a Deus,
dizendo: «Ámen! A bênção e a glória, a sabedoria e a acção de graças, a
honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos.
Ámen!».
Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me: «Esses que estão vestidos de
túnicas brancas, quem são e de onde vieram?».
Eu respondi-lhe: «Meu Senhor, vós é que o sabeis». Ele disse-me: «São
os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as
branquearam no sangue do Cordeiro».
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a Terra
e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.
1.ª Carta de São João 3,1-3.
Caríssimos: Vede
que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E
somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a
Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que
havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar,
seremos semelhantes a Deus porque O veremos como Ele é.
Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para
ser puro, como Ele é puro.
Evangelho segundo São Mateus 5,1-12a.
Naquele tempo, ao
ver as multidões, Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O
os discípulos,
e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.
Bem-aventurados os humildes porque possuirão a Terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão
saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração porque estarão na presença de Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados filhos de
Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça porque
deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos
perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c.
540-604), papa, doutor da Igreja
Homilia 14 sobre o Evangelho
«Deles é o reino dos Céus.»
Jesus Cristo
disse no Evangelho: «As minhas ovelhas escutam a minha voz, Eu
conheço-as, elas seguem-Me e Eu dou-lhes a vida eterna» (Jo 10,27). Um
pouco antes, tinha dito: «Se alguém entrar por Mim, será salvo; entrará
e sairá e encontrará pastagem» (v. 9) porque se entra pela fé, mas
sai-se da fé pela visão face a face; passando da crença à contemplação,
encontraremos pastagens para o repouso eterno.
São, pois as ovelhas do Senhor quem tem acesso às pastagens porque
aquele que sai na simplicidade de coração recebe em alimento uma erva
sempre verde. E estas pastagens das ovelhas são as alegrias profundas
de um paraíso sempre verdejante. A pastagem dos eleitos é a presença de
Deus, contemplado numa visão sem sombra; a alma sacia-se sem fim deste
alimento de vida.
Nestas pastagens, os que escaparam à rede dos desejos deste mundo são
cumulados eternamente. Ali, canta o coro dos anjos, ali são reunidos os
habitantes dos céus. Ali, há uma festa alegre para os que regressam,
depois dos seus trabalhos, de uma triste estada no estrangeiro. Ali se
encontram o coro dos profetas de olhos penetrantes, os doze apóstolos
juízes, a armada vitoriosa dos inúmeros mártires, tanto mais felizes
quanto foram cá em baixo duramente afligidos. Nesse lugar, é
recompensada a constância dos confessores da fé. Ali se encontram os
homens fiéis a quem os prazeres deste mundo não puderam amolecer a
força de alma, as santas mulheres que venceram toda a fragilidade ao
mesmo tempo que a este mundo; ali estão as crianças que pela sua
maneira de viver se elevaram acima dos seus anos, os anciãos que a
idade não pôde enfraquecer cá em baixo e que não perderam a força para
trabalhar. Irmãos bem amados, ponhamo-nos em busca dessas pastagens,
onde seremos felizes na companhia de tantos santos.
Quinta-feira, dia 02 de Novembro de 2017
Comemoração de
Todos os Fiéis Defuntos
As almas dos
justos estão na mão de Deus e nenhum tormento os atingirá.
Aos olhos dos insensatos parecem ter morrido; a sua saída deste mundo
foi considerada uma desgraça
e a sua partida do meio de nós um aniquilamento. Mas eles estão em
paz.
Aos olhos dos homens eles sofreram um castigo, mas a sua esperança
estava cheia de imortalidade.
Depois de leve pena, terão grandes benefícios porque Deus os pôs à
prova e os achou dignos de Si.
Experimentou-os como ouro no crisol e aceitou-os como sacrifício de holocausto.
No tempo da recompensa hão-de resplandecer, correndo como centelhas
através da palha.
Hão-de governar as nações e dominar os povos e o Senhor reinará sobre
eles eternamente.
Os que n’Ele confiam compreenderão a verdade e os que Lhe são fiéis
permanecerão com Ele no amor, pois a graça e a fidelidade são para os
seus santos e a sua vinda será benéfica para os seus eleitos.
Livro de Salmos 27(26),1.4.7.8.9.13-14.
O Senhor é minha
luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da bondade do Senhor
e visitar o seu santuário.
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica,
tende compaixão de mim e atendei-me.
Diz-me o coração: «Procurai a sua presença».
A vossa presença, Senhor, eu procuro.
Não escondais de mim o vosso rosto,
nem afasteis com ira o vosso servidor.
Não me rejeiteis nem me abandoneis,
Senhor Deus e meu Salvador.
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.
Carta aos Romanos 6,3-9.
Irmãos: Todos nós
que fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte.
Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte para que, assim
como Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também
nós vivamos uma vida nova.
Se, na verdade, estamos totalmente unidos a Jesus Cristo pela
semelhança da sua morte também o estaremos pela semelhança da sua
ressurreição.
Bem sabemos que o nosso homem velho foi crucificado com Jesus Cristo
para que fosse destruído o corpo do pecado e não mais fôssemos
escravos dele.
Quem morreu, está livre do pecado.
Se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele
viveremos,
sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Jesus Cristo já não
pode morrer; a morte já não tem domínio sobre Ele.
Evangelho segundo São Mateus 25,31-46.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando o Filho (do homem)
vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono
glorioso.
Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos
outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos
e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de
meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a
criação do mundo.
Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de
beber; era peregrino e Me recolhestes;
não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me;
estava na prisão e fostes ver-Me’.
Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e
Te demos de come, ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos ou sem roupa e Te
vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’.
E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o
fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos (= insignificantes), a
Mim o fizestes’.
Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos.
Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes
de beber;
era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me
vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’.
Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te
vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na
prisão e não Te prestámos assistência?’.
E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o
deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim
o deixastes de fazer’.
Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258),
bispo de Cartago e mártir
Sobre a morte § 20; PL 4, 596s
«Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá» (Jo
11,25)
Não
devemos chorar os nossos irmãos que a chamada do Senhor retirou deste
mundo, pois sabemos que não se perderam, mas partiram antes de nós:
deixaram-nos como viajantes, como navegantes, para nos precederem. Devemos,
portanto, invejá-los em vez de os chorar e não devemos vestir-nos, cá
em baixo, com roupas escuras enquanto, lá no Alto, eles envergam
vestes brancas. Não demos aos pagãos oportunidade de com razão nos
reprovarem por lamentarmos aqueles que declaramos vivos junto de
Deus, como se estivessem aniquilados e perdidos. É que traímos a
nossa esperança e fé se o que dizemos parece fingimento e mentira. De
nada serve afirmarmos por palavras que temos coragem e destruirmos
por actos a verdade dessa afirmação […].
Quando morremos, passamos, pela morte, à imortalidade e a vida eterna
não pode ser-nos dada se não sairmos deste mundo. Não se trata de um
ponto final, mas de uma passagem.
No termo da nossa viagem no tempo, encontra-se a nossa passagem para
a eternidade. Quem não se apressaria em direcção a um bem maior? Quem
não desejaria ser mudado e transformado à imagem de Jesus Cristo?
A nossa pátria é o céu […]. Aí nos espera um grande número de seres
queridos, somos desejados por uma multidão imensa de pais, de irmãos
e de filhos; seguros já da sua salvação, eles pensam na nossa. […]
Apressemo-nos em chegar até eles, seja nosso desejo ardente irmos
depressa para junto deles e de Jesus Cristo.
Sexta-feira, dia 03 de Novembro de 2017
Sexta-feira
da 30.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Em Jesus
Cristo digo a verdade, não minto e disso me dá testemunho a
consciência no Espírito Santo:
Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração.
Quisera eu próprio ser anátema, separado de Jesus Cristo para bem
dos meus irmãos que são do mesmo sangue que eu,
que são israelitas, a quem pertencem a adopção filial, a glória, as
alianças, a legislação, o culto e as promessas,
a quem pertencem os Patriarcas e de quem procede Jesus Cristo
segundo a carne, Ele que está acima de todas as coisas, Deus
bendito por todos os séculos. Amen.
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica,
Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.
Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.
Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.
Evangelho segundo São Lucas 14,1-6.
Naquele tempo,
Jesus Cristo entrou, num sábado, em casa de um dos principais
fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam.
Diante d’Ele encontrava-se um hidrópico.
Jesus Cristo tomou a palavra e disse aos doutores da lei e aos
fariseus: «É lícito ou não curar ao sábado?».
Mas eles ficaram calados. Então Jesus Cristo tomou o homem pela
mão, curou-o e mandou-o embora.
Depois disse-lhes: «Se um filho vosso ou um boi cair num poço, qual
de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?».
E eles não puderam replicar a estas palavras.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 345-349
O sentido do sábado
O
«Sábado» – fim da obra dos «seis dias». O texto sagrado diz que
«Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera» e que assim «se
completaram o céu e a Terra» e no sétimo dia Deus «descansou» e
santificou e abençoou este dia (Gn 2,1-3). Estas palavras
inspiradas são ricas de salutares ensinamentos:
Na criação, Deus estabeleceu uma base e leis que permanecem
estáveis, sobre as quais o crente pode apoiar-se com confiança e
que serão para ele sinal e garantia da fidelidade inquebrantável da
Aliança divina. Por seu lado, o homem deve manter-se fiel a esta
base e respeitar as leis que o Criador nela inscreveu.
A criação foi feita em vista do Sábado e, portanto, do culto e da
adoração de Deus. O culto está inscrito na ordem da criação –
«Operi Dei nihil preponatur – Nada se anteponha à obra de Deus (ao
culto divino)» – diz a Regra de São Bento, indicando assim a justa
ordem das preocupações humanas.
O Sábado está no coração da Lei de Israel. Guardar os mandamentos é
corresponder à sabedoria e à vontade de Deus, expressas na sua obra
da criação.
O oitavo dia. Mas para nós, um dia novo surgiu: o dia da
Ressurreição de Jesus Cristo. O sétimo dia acaba a primeira
criação. O oitavo dia começa a nova criação. A obra da criação
culmina assim na obra maior da Redenção. A primeira criação
encontrou o seu sentido e cume na nova criação em Jesus Cristo,
cujo esplendor ultrapassa o da primeira.
Sábado, dia 04 de Novembro de 2017
Sábado da
30.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Eu
pergunto: Teria Deus rejeitado o seu povo? De modo nenhum. Porque
eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de
Benjamim.
Deus não rejeitou o seu povo que de antemão conheceu.
Pergunto ainda: Teria Israel tropeçado para cair definitivamente?
De modo nenhum , mas da sua queda resultou a salvação dos
gentios, para provocar a emulação de Israel.
Se a sua queda se tornou riqueza para o mundo e o seu declínio
riqueza para os gentios, que não fará a sua participação plena na
salvação?
Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério para não pensardes
que sois sábios: O endurecimento de uma parte de Israel durará
até que chegue à salvação a plenitude dos gentios.
Então todo Israel será salvo, como diz a Escritura: «De Sião virá
o Libertador que afastará as iniquidades (= não-equidades) de
Jacob.
E esta será a aliança que farei com eles quando perdoar os seus
pecados».
Quanto ao Evangelho, eles são inimigos de Deus para vossa
utilidade; mas quanto à escolha divina, são por Ele amados por
causa dos seus pais
porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.
Livro de Salmos 94(93),12-13a.14-15.17-18.
Feliz o homem
a quem Vós ensinais, Senhor, e instruís na vossa lei,
para lhe dar a paz nos dias de angústia.
O Senhor não rejeita o seu povo
nem abandona a sua herança.
Mas há-de julgar com justiça
e hão-de segui-la todos os corações rectos.
Se o Senhor não viesse em meu auxílio, em breve a minha alma
habitaria no silêncio.
Quando digo: «Os meus pés vacilam», a vossa bondade, Senhor, me
sustenta.
Evangelho segundo São Lucas 14,1.7-11.
Naquele
tempo, Jesus Cristo entrou, num sábado, em casa de um dos
principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam.
Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus
Cristo disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o
primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém
mais importante do que tu;
então, aquele que vos convidou a ambos, terá de te dizer: ‘Dá o
lugar a este’ e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar
o último lugar.
Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar e
quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para
cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Bruno de Segni (c.
1045-1123), bispo
Comentário ao evangelho de Lucas
«Quem se humilha será exaltado»
«Tu
me preparas abundante mesa em frente dos meus inimigos» (Sl
22,5). [...] Que mais podemos nós desejar? Porque havemos de
escolher os primeiros lugares? Seja qual for o lugar que
ocupemos, teremos tudo em abundância e nada nos faltará. Mas tu
que procuras ter o primeiro lugar, quem quer que sejas, vai-te
sentar no último lugar. Não permitas que o teu saber te encha de
orgulho; não te deixes exaltar pela fama. Quanto mais importante
fores, mais necessário é humilhares-te em todas as coisas e
«encontrarás graça junto de Deus» (Lc 1,30), de tal modo que, no
momento favorável, Ele te dirá: «‘"Amigo, sobe mais para
cima"; ficarás então honrado aos olhos dos outros
convidados».
Certamente tanto quanto dependia dele, Moisés ocupava o último
lugar. Quando o Senhor o quis enviar aos filhos de Israel e o
convidou a ter acesso a um estado mais elevado, ele
respondeu-Lhe: «Ah, Senhor! Eu não sou homem que facilmente use
de palavra» (Ex 4,10), «dai essa missão a outro» (Ex 4,13). É
como se tivesse dito: «Não sou digno de tão alto cargo». Saul
também se considerava um homem de condição humilde quando o
Senhor fez dele um rei. E igualmente Jeremias, receando subir ao
primeiro lugar, dizia: «Ó Senhor meu Deus, vede: não sei falar,
não passo de uma criança». É, pois, em humildade e não por
orgulho, em virtudes e não pelo dinheiro, que devemos procurar
ocupar o primeiro lugar.©
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