sábado, 27 de maio de 2017

Cristianismo 209 até 27-05-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 21 de Maio de 2017

6.º Domingo da Páscoa

Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias (= o Filho) àquela gente.
As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia.
De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos e numerosos paralíticos e coxos foram curados.
E houve muita alegria naquela cidade.
Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João.
Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos, para que recebessem o Espírito Santo
que ainda não tinha descido sobre eles: só estavam baptizados em nome do Senhor Jesus.
Então impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo.

Livro de Salmos 66(65),1-3a.4-5.6-7a.16.20.
Aclamai a Deus, Terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores,
dizei a Deus: «Maravilhosas são as vossas obras».

«A Terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua acção pelos homens.

Mudou o mar em terra firme,
atravessaram o rio a pé enxuto.
Alegremo-nos n’Ele:
domina eternamente com o seu poder.

Todos os que adorais a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece
nem me retirou a sua misericórdia.

1.ª Carta de S. Pedro 3,15-18.
Caríssimos: Venerai Jesus Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder, a quem quer que seja, sobre a razão da vossa esperança.
Mas seja com brandura e respeito, conservando uma boa consciência, para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados, sejam confundidos os que dizem mal do vosso bom procedimento em Jesus Cristo.
Mais vale padecer por fazer o bem, se for essa a vontade de Deus, do que por fazer o mal.
Na verdade, Jesus Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito.

Evangelho segundo S. João 14,15-21.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai que vos dará outro Paráclito (= Defensor), para estar sempre convosco:
Ele é o Espírito da Verdade que o mundo não pode receber porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis porque habita convosco e está em vós.
Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.
Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis (quando se vê o divino de olhos abertos, acordados, é APARIÇÃO; quando adormecidos, se vê o divino é VISÃO) porque Eu vivo e vós vivereis.
Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós.
Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Liturgia latina
Sequência do Espírito Santo
«Ele vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco»
Vinde, ó Espírito Santo,
vinde, amor ardente,
acendei na Terra
vossa luz fulgente.

Vinde, pai dos pobres,
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.

Benfeitor supremo,
em todo o momento
habitando em nós
sois o nosso alento.

Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.

Luz de santidade,
que no céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.

Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.

Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.

Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.

Vossos sete dons
concedei à alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural)
do que em Vós confia:

virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.


Segunda-feira, dia 22 de Maio de 2017

Segunda-feira da 6.ª semana da Páscoa

Naqueles dias, deixámos Tróade e navegámos directamente para Samotrácia. No dia seguinte, fomos para Neápoles
e de lá para Filipos, cidade principal daquela região da Macedónia e colónia romana. Estivemos nesta cidade durante alguns dias.
No sábado, saímos pelas portas da cidade, em direcção à margem do rio, onde julgávamos que havia um lugar de oração. Sentámo-nos e começámos a falar às mulheres ali reunidas.
Uma delas, chamada Lídia, escutava-nos com atenção; era negociante de púrpura, natural da cidade de Tiatira e adorava o verdadeiro Deus. O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia.
Quando recebeu o Baptismo, juntamente com toda a sua família, fez-nos este pedido: «Se me considerais fiel ao Senhor, vinde hospedar-vos em minha casa». E obrigou-nos a aceitar.

Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,

rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara

porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;

em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.

Evangelho segundo S. João 15,26-27.16,1-4a.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando vier o Paráclito que Eu vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da Verdade que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim.
E vós também dareis testemunho porque estais comigo desde o princípio.
Disse-vos estas palavras para não sucumbirdes.
Hão-de expulsar-vos das sinagogas e mais ainda, aproxima-se a hora em que todo aquele que vos matar julgará que presta culto a Deus.
Procederão assim por não terem conhecido o Pai nem Me terem conhecido a Mim.
Mas Eu disse-vos isto para que, ao chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo tinha dito».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para o Domingo e para as festas dos santos
«O Espírito da Verdade [...] dará testemunho de Mim»
O Espírito Santo é «um rio de fogo» (Dn 7,10), um fogo divino. Tal como o fogo actua sobre o ferro também este fogo divino actua nos corações maculados, frios e duros. Em contacto com tal fogo, a alma perde, pouco a pouco, a sua negrura, a frieza e a dureza, transformando-se por completo à semelhança do fogo que a inflama. Porque se o Espírito é dado ao homem, se lhe é insuflado, é para o transformar à sua semelhança, tanto quanto for possível. Sob a acção do fogo divino, o homem purifica-se, inflama-se, liquefaz-se, alcança o amor de Deus, como diz o apóstolo Paulo : «o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom 5,5).

Terça-feira, dia 23 de Maio de 2017

Terça-feira da 6.ª semana da Páscoa

Naqueles dias, a multidão dos habitantes de Filipos amotinou-se contra Paulo e Silas e os magistrados mandaram que lhes arrancassem as vestes e os açoitassem.
Depois de lhes terem dado muitas vergastadas, meteram-nos na cadeia e ordenaram ao carcereiro que os guardasse cuidadosamente.
Ao receber semelhante ordem, o carcereiro lançou-os no calaboiço interior e prendeu-lhes os pés no cepo.
Por volta da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus e os outros presos escutavam-nos.
De repente, sentiu-se um tremor de terra tão grande que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e soltaram-se as cadeias de todos os presos.
O carcereiro acordou e, ao ver abertas as portas da prisão, puxou da espada e queria suicidar-se, julgando que os presos se tinham evadido.
Mas Paulo bradou com voz forte: «Não faças nenhum mal a ti mesmo, pois nós estamos todos aqui».
O carcereiro pediu uma luz, correu para dentro e lançou-se, a tremer, aos pés de Paulo e Silas.
Depois trouxe-os para fora e perguntou-lhes: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?»
Eles responderam-lhe: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua família».
E anunciaram-lhe a palavra do Senhor, bem como a todos os que viviam em sua casa.
O carcereiro, àquela hora da noite, tomou-os consigo, lavou-lhes as feridas e logo recebeu o Baptismo, juntamente com todos os seus.
Depois mandou-os subir para sua casa, pôs-lhes a mesa e alegrou-se com toda a sua família por ter acreditado em Deus.

Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.7c-8.
De todo o coração, Senhor, eu Vos agradeço
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.

A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.

Evangelho segundo S. João 16,5-11.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Agora vou para Aquele que Me enviou e nenhum de vós Me pergunta: ‘Para onde vais?’.
Mas por Eu vos ter dito estas coisas, o vosso coração encheu-se de tristeza.
No entanto, Eu digo-vos a verdade: É do vosso interesse que Eu vá. Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, Eu vo-l’O enviarei.
Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do julgamento:
do pecado porque não acreditam em Mim;
da justiça porque vou para o Pai e não Me vereis mais;
do julgamento porque o príncipe deste mundo já está condenado» (porque condenou um inocente).

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese baptismal n.° 16 (trad. breviário)
«É o Espírito que vivifica» (2Cor 3,6)
«A água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (Jo 4,14). É uma água completamente nova, viva que jorra para aqueles que são dignos dela. Por que razão é o dom do Espírito apelidado de «água»? Porque a água está na base de tudo; porque a água produz a vegetação e a vida; porque a água desce do céu sob a forma de chuva; porque, caindo sob uma única forma, ela actua de maneira multiforme. [...] Ela é uma coisa na palmeira e outra na vinha, mas dá-se inteiramente a todos. Tem apenas uma maneira de ser e não é diferente de si mesma. A chuva não se transforma quando cai aqui ou ali, mas, ao adaptar-se à constituição dos seres que a recebem, produz em cada um deles aquilo que lhe convém.
O Espírito Santo actua assim: apesar de ser único, simples e indivisível, «Ele distribui os seus dons a cada um conforme entende» (1Cor 1211). Da mesma maneira que a lenha seca, associada à água, produz rebentos, a alma que vivia no pecado, mas que a penitência torna capaz de receber o Espírito Santo, produz frutos de justiça. Embora o Espírito seja simples, é Ele que, por ordem de Deus e em nome de Jesus Cristo, anima numerosas virtudes.
Ele utiliza a língua deste ao serviço da sabedoria; ilumina pela profecia a alma daquele; dá a um terceiro o poder de expulsar os demónios; dá a outro ainda o de interpretar as divinas Escrituras. Fortifica a castidade de um, ensina a outro a arte da esmola, ensina àqueloutro o jejum e a ascese, a um quarto ensina a desprezar os interesses do corpo, prepara outro ainda para o martírio. Diferente nos diferentes homens, Ele não é diferente de Si mesmo, tal como está escrito: «Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum» (1Cor 12,7).

 

Quarta-feira, dia 24 de Maio de 2017

Quarta-feira da 6.ª semana da Páscoa

Santo do dia : Santa Joana Antida Thouret, virgem, +1826

Livro dos Actos dos Apóstolos 17,15.22-34.18,1.
Naqueles dias, os que acompanhavam Paulo levaram-no a Atenas e voltaram em seguida, encarregados de transmitirem a Silas e a Timóteo a ordem de irem ter com Paulo o mais depressa possível.
Um dia, Paulo, de pé no meio do Areópago, disse: «Atenienses, vejo que sois em tudo extremamente religiosos.
Na verdade, quando eu andava percorrendo a vossa cidade e observando os vossos monumentos sagrados, encontrei até um altar com a inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’. Pois bem: Aquele que venerais sem O conhecer, é esse que eu vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe é o Senhor do céu e da Terra. Não habita em templos feitos por mãos humanas
nem é servido pelas mãos dos homens, como se tivesse necessidade de alguma coisa. É Ele que a todos dá a vida, a respiração e tudo o mais.
Criou de um só homem todo o género humano para habitar sobre a superfície da Terra e fixou períodos determinados e os limites da sua habitação,
para que os homens procurassem a Deus e se esforçassem realmente para O atingir e encontrar. Na verdade, Ele não está longe de cada um de nós.
É n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dos vossos poetas: ‘Somos da raça de Deus’.
Se nós somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem.
Sem olhar a estes tempos de ignorância, Deus fez saber agora aos homens que todos e em toda a parte se devem arrepender;
pois Ele fixou um dia em que há-de julgar o universo com justiça por meio de um homem que escolheu e deu a todos motivo de crédito, ressuscitando-O de entre os mortos».
Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos (dos vivos, digo eu; só se dá a ressurreição para a alma, pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural que durante aqueles três dias e, após o julgamento não lhes foi encontrado actos de morte, destruição, … e por isso não são destruídos; permanecem vivos e ressuscitam para os lugares que lhes são adequados), alguns zombavam, mas outros disseram: «Havemos de te ouvir falar disto ainda outra vez».
Foi assim que Paulo saiu do meio deles.
No entanto, alguns homens juntaram-se a Paulo e abraçaram a fé: entre eles, Dionísio, o Areopagita, e também uma mulher chamada Dâmaris, e outros com eles.
Depois disto, Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto.

Livro de Salmos 148(147),1-2.11-12ab.12c-14a.14bcd.
Louvai o Senhor do alto dos céus,
louvai-O nas alturas,
Todos os seus anjos louvai-O,
exércitos celestes louvai-O,
sol e lua louvai-O,
estrelas luminosas louvai-O.

Reis e povos do mundo,
príncipes e todos os juízes da Terra,
jovens e donzelas,
velhos e crianças
e as crianças! 
Louvem todos o nome do Senhor

porque o seu nome é sublime,
a sua majestade está acima do céu e da Terra.
Exaltou a força do seu povo:
louvem-n’O todos os seus fiéis,
os filhos de Israel,
seu povo eleito.

Evangelho segundo S. João 16,12-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará para a verdade plena porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há-de vir.
Ele Me glorificará porque receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
Discurso 31, 5.ª teológica, 25-27; PG 36, 159
«Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará para a verdade plena»
Ao longo dos tempos, duas grandes revoluções abalaram a Terra; são elas os dois Testamentos. Com uma, os homens passaram da idolatria à Lei; com a outra, passaram da Lei ao Evangelho. Um terceiro acontecimento fora previsto: aquele que nos há-de fazer subir às alturas, onde já não haverá movimento nem agitação. Ora, aqueles dois Testamentos apresentaram o mesmo carácter [...]: não transformaram tudo de forma repentina, desde o primeiro impulso do seu movimento [...]. Assim foi para não nos violentar, mas nos persuadir. Porque o que é imposto pela força não perdura no tempo [...].
O Antigo Testamento manifestou o Pai de forma clara, de forma obscura o Filho. O Novo Testamento revelou o Filho e insinuou a divindade do Espírito. Hoje, o Espírito vive entre nós e dá-Se a conhecer mais claramente. Teria sido arriscado, num tempo em que a divindade do Pai não estava ainda reconhecida, pregar abertamente o Filho ou, enquanto a divindade do Filho não estivesse admitida, impor [...] o Santo Espírito. Pois tal como quem traz o estômago demasiado cheio ou como quem, com olhos ainda fracos, fixa de frente o sol, os crentes poderiam perder aquilo para que tinham forças. O esplendor da Trindade haveria, portanto, de resplandecer por sucessivos desenvolvimentos ou, como diz David, por graduais peregrinações (Sl 83,6) e por uma progressão de glória em glória [...].
Acrescentarei ainda esta consideração: o Salvador sabia certas coisas que estimava não poderem estar ao alcance dos discípulos, apesar de todos os ensinamentos que estes já tinham recebido. Pelas razões acima ditas, Ele mantinha essas coisas guardadas. E repetia-lhes que o Espírito, quando viesse, tudo haveria de lhes ensinar.


Quinta-feira, dia 25 de Maio de 2017

Quinta-feira da 6.ª semana da Páscoa

Naqueles dias, Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto.
Encontrou lá um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado de Itália, com Priscila, sua esposa porque o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo juntou-se a eles
e, como era da mesma profissão, fabricante de tendas, ficou em sua casa para trabalharem juntos.
Todos os sábados, Paulo falava na sinagoga, procurando convencer tanto judeus como gregos.
Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedónia, Paulo consagrou-se totalmente à pregação, afirmando aos judeus que Jesus era o Messias.
Mas perante a oposição e blasfémias deles, sacudiu as vestes e declarou-lhes: «O vosso sangue recaia sobre as vossas cabeças. Eu não sou responsável por isso. A partir de agora, vou dirigir-me aos gentios».
Saiu dali e foi para casa de Tício Justo, homem que adorava a Deus e morava junto da sinagoga.
Entretanto, Crispo, chefe da sinagoga, acreditou no Senhor, ele e a sua família, e muitos coríntios que ouviam a palavra de Paulo abraçavam também a fé e recebiam o Baptismo.

Livro de Salmos 98(97),1-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade,
em favor da casa de Israel.

Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Evangelho segundo S. João 16,16-20.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me».
Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’ e ainda: ‘Eu vou para o Pai’?».
E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não sabemos o que está a dizer».
Jesus Cristo percebeu que O queriam interrogar e disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’.
Em verdade, em verdade vos digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Conferências sobre a Justificação, n.º 9, 9
«A vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus» (Col 3,3)
Jesus Cristo que prometera tornar todos os seus discípulos um só em Deus com Ele, que prometera que estaríamos em Deus e Deus em nós, realizou essa promessa; de um modo misterioso, Ele realizou esta grande obra, este privilégio espantoso. E tê-lo-á feito subindo para o Pai: a sua ascensão corporal foi a sua descida espiritual, a sua assunção da nossa natureza até Deus foi ao mesmo tempo a descida de Deus até nós. Podemos dizer que verdadeiramente, embora em sentido escondido, Ele nos transportou até Deus e trouxe Deus até nós, segundo o ponto de vista que adoptarmos.
Assim, pois quando S. Paulo diz: «a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus» (Col 3,3), podemos perceber que quer dizer-nos que o princípio da nossa existência já não é uma origem mortal e terrena, tal como a de Adão depois da queda, mas que nós somos baptizados e escondidos de novo na glória de Deus, nessa luz pura da sua presença que tínhamos perdido a seguir à queda de Adão. Somos verdadeiramente recriados, transformados, espiritualizados, glorificados na natureza divina. Por Jesus Cristo recebemos, como por um canal, a verdadeira presença de Deus, dentro e fora de nós; somos impregnados de santidade e de imortalidade.
E é esta a nossa justificação: a nossa subida por Jesus Cristo até Deus ou a descida de Deus por Jesus Cristo até nós, podemos dizer de uma maneira ou da outra. [...] Nós estamos nele e Ele está em nós; Jesus Cristo é «o único mediador» (1Tim 2,5), «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6) que une a Terra ao Céu. E é esta a nossa verdadeira justificação – não apenas o perdão ou o favor, não apenas uma santificação interior, [...] mas a morada em nós de nosso Senhor glorificado. Tal é o grande dom de Deus.

 

Sexta-feira, dia 26 de Maio de 2017

Sexta-feira da 6.ª semana da Páscoa

Santo do dia : S. Filipe Néri, presbítero,fundador, +1595

Livro dos Actos dos Apóstolos 18,9-18.
Quando Paulo estava em Corinto, certa noite o Senhor disse-lhe numa visão: «Não temas, continua a falar
que Eu estou contigo e ninguém porá as mãos sobre ti, para te fazer mal, pois tenho um povo numeroso nesta cidade».
Então Paulo demorou-se ali ano e meio a ensinar aos coríntios a palavra de Deus.
Quando Galião era procônsul da Acaia, os judeus levantaram-se todos contra Paulo e levaram-no ao tribunal,
dizendo: «Este homem induz as pessoas a prestarem culto a Deus à margem da lei».
Quando Paulo ia a abrir a boca, disse Galião aos judeus: «Judeus, se se tratasse de alguma injustiça ou grave delito, escutaria certamente as vossas queixas, como é meu dever.
Uma vez, porém que são questões de doutrina e de nomes da vossa própria lei, o assunto é convosco. Eu não quero ser juiz dessas coisas».
E mandou-os sair do tribunal.
Todos então se apoderaram de Sóstenes, chefe da sinagoga, e começaram a bater-lhe em frente do tribunal. Mas Galião não se importou nada com isso.
Paulo demorou-se ainda algum tempo em Corinto; depois despediu-se dos irmãos e embarcou para a Síria, em companhia de Priscila e Áquila e rapou a cabeça em Cêncreas, por causa de um voto que fizera.

Livro de Salmos 47(46),2-3.4-5.6-7.
Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria
porque o Senhor, o Altíssimo, é poderoso,
o rei soberano de toda a Terra.

Submeteu os povos à nossa obediência
e pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança,
glória de Jacob, por Ele amado.

Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso rei, cantai.

Evangelho segundo S. João 16,20-23a.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria.
A mulher, quando está para ser mãe, sente angústia porque chegou a sua hora. Mas depois que deu à luz um filho, já não se lembra do sofrimento, pela alegria de ter dado um homem ao mundo.
Também vós agora estais tristes; mas Eu hei-de ver-vos de novo e o vosso coração se alegrará e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
Nesse dia, não Me fareis nenhuma pergunta».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo
Sermão 166
«O Reino de Deus […] é justiça e paz e alegria no Espírito Santo» (Rom 14, 17)
O que é, irmãos, a verdadeira alegria, senão o Reino dos céus? E o que é o Reino dos céus, senão Jesus Cristo Nosso Senhor? Sei que todos os homens desejam possuir uma alegria verdadeira. Aquele, porém que quer alegrar-se com as colheitas sem cultivar o campo está equivocado e engana-se aquele que pretende recolher frutos sem plantar árvores. Não se possui a verdadeira alegria sem justiça e paz. […] Presentemente, respeitando a justiça e possuindo a paz, penamos durante um curto período, como que debruçados sobre uma tarefa. Em seguida, contudo, alegrar-nos-emos sem fim com o fruto desse trabalho.
Escuta o apóstolo Paulo que diz acerca de Jesus Cristo: «Ele é a nossa paz» (Ef 2, 14) [...] E o Senhor, falando aos seus discípulos, diz-lhes: «Voltarei a ver-vos e o vosso coração alegrar-se-á e ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria». Que alegria é esta que ninguém poderá tirar-nos, senão Ele próprio, o vosso Senhor, que ninguém poderá tirar-vos?
Examinai, pois a vossa consciência, irmãos; se nela reina a justiça, se quereis e desejais para todos a mesma coisa que a vós próprios, se a paz está em vós, não apenas com os vossos amigos, mas também com os vossos inimigos, sabei que o Reino dos céus, quer dizer Jesus Cristo Senhor, permanece em vós.


Sábado, dia 27 de Maio de 2017

Sábado da 6.ª semana da Páscoa

Santo do dia : Santo Agostinho de Cantuária, bispo, +605

Livro dos Actos dos Apóstolos 18,23-28.
Depois de ter passado algum tempo em Antioquia, Paulo partiu de novo e percorreu sucessivamente a Galácia e a Frígia, fortalecendo todos os discípulos na fé.
Entretanto, chegou a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente, muito versado nas Escrituras.
Fora instruído no caminho do Senhor e pregava com muito entusiasmo, ensinando com exactidão o que se referia a Jesus Cristo, embora só conhecesse o baptismo de João.
E começou a falar também com firmeza na sinagoga. Priscila e Áquila, ouvindo-o falar, tomaram-no consigo e expuseram-lhe com maior exactidão o caminho do Senhor.
Como ele queria partir para a Acaia, os irmãos encorajaram-no e escreveram aos discípulos que o recebessem. Depois de lá ter chegado, ajudava muito os fiéis com o auxílio da graça:
refutava energicamente os judeus em público, demonstrando pelas Escrituras que Jesus era o Messias.

Livro de Salmos 47(46),2-3.8-9.10.
Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria
porque o Senhor, o Altíssimo, é poderoso,
o rei soberano de toda a Terra.

Deus é rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado.

porque a Deus pertencem os poderes da Terra,
Ele está acima de todas as coisas.

Evangelho segundo S. João 16,23b-28.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará.
Até agora não pedistes nada em meu nome: pedi e recebereis, (se se pedir o bem; quem é do bem, não faz mal, mas é Justo e os seus julgam e decidem) para que a vossa alegria seja completa.
Tenho-vos dito tudo isto em parábolas, mas vai chegar a hora em que não vos falarei mais em parábolas: falar-vos-ei claramente do Pai.
Nesse dia pedireis em meu nome e não vos digo que rogarei por vós ao Pai,
pois o próprio Pai vos ama porque vós Me amastes e acreditastes que Eu saí de Deus.
Saí de Deus e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e vou para o Pai».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja
Proslogion, 26
«Para que a vossa alegria seja completa.»
Meu Senhor e meu Deus, esperança e alegria do meu coração, diz a esta minha alma se a alegria em que está é essa de que nos dizes, por teu Filho: «pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.». Encontrei, com efeito, uma alegria plena e mais do que plena porque o coração, o espírito, a alma e todo o meu ser, ao estar dela repleto, tê-la-á em abundância e sem medida. Não é ela que entrará nos que se alegram; mas serão estes que, com todo o seu ser, nela entrarão.
Fala, Senhor! Diz a este teu servidor, ao mais profundo do seu coração, se o que sinto é mesmo a alegria em que entrarão todos aqueles que hão-de provar a própria glória do seu mestre (Mt 25,21). Mas essa alegria de que os teus servidores desfrutarão é algo «que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu» (1Cor 2,9) [...]. Peço-Te, pois, meu Deus, que me concedas conhecer-Te e amar-Te, para que em Ti eu esteja em alegria.
E, se nesta vida tal não puder plenamente, faz com que caminhe sempre até nela entrar em plenitude um dia. Que, cá na Terra, aumente sempre o conhecimento que tenho de Ti, para que possa chegar à plenitude onde estás. Que o meu amor por Ti cresça, cá, para ser total nas alturas. Que agora a minha alegria seja imensa em esperança, para ser depois total em realidade. Senhor, através de teu Filho ordenas-nos que peçamos e prometes-nos que receberemos, para que a nossa alegria seja perfeita [...]. Faz aumentar a minha fome dessa alegria, para que eu nela entre!
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