"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 07 de Maio de 2017
4.º
Domingo da Páscoa
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos,
ergueu a voz e falou ao povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em
Jerusalém, compreendei o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras:
«Saiba com absoluta certeza toda a Casa de Israel que Deus fez Senhor e
Messias esse Jesus que vós crucificastes».
Ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntaram a Pedro e
aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?».
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome
de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom
do Espírito Santo
porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para quantos,
de longe, ouvirem o apelo do Senhor, nosso Deus».
E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo: «Salvai-vos
desta geração perversa».
Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o Baptismo, e naquele dia
juntaram-se aos discípulos cerca de três
mil pessoas.
Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa,
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
1ª Carta de S. Pedro 2,20-25.
Carissímos: Se vós, fazendo o bem, sofreis com paciência, isso é
uma coisa meritória diante de Deus.
Para isto é que fostes chamados porque Jesus Cristo sofreu também por vós,
deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos.
Ele não cometeu pecado algum e na sua boca não se encontrou mentira.
Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não respondia com ameaças;
mas entregava-Se Àquele que julga com justiça.
Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, sobre o madeiro da cruz, a fim
de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos
curados.
Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e
guarda das vossas almas (pessoas celestes, pessoas espirituais, pessoas
naturais).
Evangelho segundo S. João 10,1-10.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo: «Em verdade, em verdade vos
digo: Aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas entra por
outro lado, é ladrão e salteador.
Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
O porteiro abre-lhe a porta e as ovelhas conhecem a sua voz. Ele chama cada
uma delas pelo seu nome e leva-as para fora.
Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente e
as ovelhas seguem-no porque conhecem a sua voz.
Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele porque não conhecem a voz
dos estranhos».
Jesus Cristo apresentou-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o
que queria dizer.
Jesus Cristo continuou: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das
ovelhas.
Aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não
os escutaram.
Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo: é como a ovelha que entra e
sai do aprisco e encontra pastagem.
O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que as
minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa
de 1963 a 1978
Mensagem do Papa Paulo VI para o 8.º Dia Mundial das
Vocações
«Ele chama cada uma delas pelo seu nome»
Quando Jesus Cristo
Se apresentava como o Bom Pastor, relacionava-Se com uma longa tradição
bíblica, já familiar aos seus discípulos e aos outros ouvintes. Com efeito, o
Deus de Israel tinha-Se manifestado sempre como o Bom Pastor do seu povo:
tinha ouvido os seus lamentos (cf Ex 3,7); tinha-o libertado da terra da
escravidão (cf Dt 5,6); «o Senhor é quem dirige as batalhas» (Ex 15,3)
durante o fatigante caminho no deserto para a pátria prometida (cf Sl 78,
52s). [...] Século após século, o Senhor tinha continuado a guiá-lo, ou
melhor, a levá-lo nos braços, como o pastor leva os cordeiros (cf Is 40,11).
Tinha-o levado mesmo depois da punição do exílio, chamando novamente e
reunindo as ovelhas dispersas para as reconduzir à terra dos seus pais (cf Is
49,8s).
Era por este motivo que os antigos crentes se dirigiam filialmente a Deus
chamando-Lhe o seu Pastor: «O Senhor é o meu pastor, nada me falta; em verdes
prados me apascenta; conduz-me junto das águas refrescantes para repousar;
reconforta a minha alma e guia-me pelos caminhos rectos» (Sl 23,1s). Eles
sabiam que o Senhor era um Pastor bom, paciente, às vezes severo, mas sempre
misericordioso com o seu povo, ou melhor, com todos os homens. [...]
Quando, na plenitude dos tempos, chegou Jesus Cristo, encontrou o seu povo
«como ovelhas sem pastor» (Mt 9,36) e encheu-Se de compaixão. Nele, as
profecias realizavam-se e terminavam os tempos da expectativa. Com as mesmas
palavras da tradição bíblica (cf Ez 34,11-16), Jesus Cristo apresentou-Se
como o Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, as chama pelo nome e dá a vida
por elas (cf Jo 10,11s). E assim «haverá um só rebanho e um só Pastor» (Jo
10,16).
Segunda-feira,
dia 08 de Maio de 2017
Segunda-feira da 4.ª
semana da Páscoa
Naqueles dias, os Apóstolos e os irmãos da Judeia ouviram dizer
que os gentios também tinham recebido a palavra de Deus.
E quando Pedro subiu a Jerusalém, os que tinham vindo da circuncisão
começaram a discutir com ele,
dizendo: «Tu entraste em casa dos incircuncisos e comeste com eles».
Pedro começou então a expor-lhes tudo por ordem:
«Estava eu a orar na cidade de Jope, quando tive em êxtase uma visão: Era
um objecto semelhante a uma toalha que descia do Céu, presa pelas quatro
pontas e chegou até junto de mim.
Fitando os olhos nela, pus-me a observar e vi quadrúpedes da terra, feras,
répteis e aves do céu.
Ouvi então uma voz que me dizia: ‘Levanta-te, Pedro; mata e come’.
Mas eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor, porque na minha boca nunca entrou
nada de profano ou impuro’.
Pela segunda vez, falou a voz lá do Céu: ‘Não chames impuro ao que Deus
purificou’.
Isto sucedeu por três vezes e depois tudo foi novamente retirado para o
Céu.
Nisto, apresentaram-se três homens na casa em que estávamos, enviados de
Cesareia à minha presença.
O Espírito disse-me então que fosse com eles sem hesitar. Foram também
comigo estes seis irmãos aqui presentes e entrámos em casa daquele homem.
Ele contou-nos como tinha visto um Anjo apresentar-se em sua casa e
dizer-lhe: ‘Envia mensageiros a Jope e manda chamar Simão, que tem o
sobrenome de Pedro.
Ele te dirá palavras, pelas quais receberás a salvação, assim como toda a
tua família’.
Quando comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, como sobre nós
ao princípio.
Lembrei-me então das palavras que o Senhor dizia: ‘João baptizou com água,
mas vós sereis baptizados no Espírito Santo’.
Se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por terem acreditado no Senhor
Jesus Cristo, quem era eu para poder opor-me a Deus?»
Quando ouviram estas palavras, tranquilizaram-se e deram glória a Deus,
dizendo: «Portanto, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento que
conduz à vida».
Livro de Salmos 42(41),2-3.43(42),3.4.
Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
Quando irei estar na presença de Deus?
Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam
à vossa montanha santa e ao vosso santuário.
E eu irei ao altar de Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei, Senhor, meu Deus.
Evangelho segundo S. João 10,11-18.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo: «Eu sou o Bom Pastor. O bom
pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
O mercenário, como não é pastor nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o
lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa.
O mercenário não se preocupa com as ovelhas.
Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas
conhecem-Me,
do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas
minhas ovelhas.
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir;
elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor.
Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la.
Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e
de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, doutor da Igreja
«O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas»
O serviço do
bom pastor é a caridade. Por isso, Jesus Cristo diz que Ele «dá a vida
pelas suas ovelhas». Pois é necessário saber o que o distingue: o bom
pastor tem em vista o interesse do seu rebanho, o mau procura o seu próprio
interesse. É exatamente o que diz o provérbio. «Ai dos pastores de Israel
que se apascentam a si mesmos! Não é o seu rebanho que devem apascentar?»
(Ez 34,2). Aquele que apenas usa o rebanho no seu próprio interesse não é
bom pastor. [...] Um bom pastor, no verdadeiro sentido, sofre muito pelo
rebanho que guarda, como testemunha Jacob: «Eu era devorado de dia pelo
calor e de noite pelo frio» (Gn 31,40). [...]
Mas a salvação do rebanho espiritual importa mais do que a própria vida do
pastor; por isso, logo que o rebanho corre perigo, o seu pastor tem de se
dispor a perder a vida do seu corpo para salvação do rebanho. O Senhor
disse: «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas», a sua vida corporal
pelo exercício caridoso da autoridade. [...] Jesus Cristo deu-nos o
exemplo: «Ele deu a vida por nós. Também nós devemos dar a nossa vida pelos
irmãos» (1Jo 3,16).
Terça-feira,
dia 09 de Maio de 2017
Terça-feira da 4.ª
semana da Páscoa
Santo do dia : Santa
Maria Domingas Mazzarello, religiosa, fundadora, +1881, Santa
Catarina de Bolonha, virgem, mística, +1463, Santo
Isaías, profeta
Livro dos Actos dos Apóstolos 11,19-26.
Naqueles dias, os irmãos que se tinham dispersado, devido à
perseguição desencadeada pelo caso de Estêvão, caminharam até à Fenícia,
Chipre e Antioquia. Mas anunciavam a palavra apenas aos judeus.
Houve, contudo, entre eles alguns homens de Chipre e de Cirene que, ao
chegarem a Antioquia, começaram a falar também aos gregos,
anunciando-lhes o Senhor Jesus.
A mão do Senhor estava com eles e foi grande o número dos que abraçaram a
fé e se converteram ao Senhor.
A notícia chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém e mandaram Barnabé a
Antioquia.
Quando este chegou e viu a acção da graça de Deus, encheu-se de alegria e
exortou a todos a que se conservassem fiéis ao Senhor, de coração sincero;
era realmente um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma
grande multidão aderiu ao Senhor.
Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo
e, tendo-o encontrado, trouxe-o para Antioquia. Passaram juntos nesta
Igreja um ano inteiro e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela
primeira vez, se deu aos discípulos o nome de «cristãos».
Livro de Salmos 87(86),1-3.4-5.6-7.
O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião
mais do que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus.
Contarei o Egipto e a Babilónia
entre os meus adoradores;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou».
O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».
E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti».
Evangelho segundo S. João 10,22-30.
Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação
do templo. Era inverno
e Jesus Cristo passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão.
Então os judeus rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em
suspenso? Se és o Messias, diz-nos claramente».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As
obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim.
Mas vós não acreditais porque não sois das minhas ovelhas.
As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e
elas seguem-Me.
Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as arrebatará
da minha mão.
Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada
da mão do Pai.
Eu e o Pai somos um só».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila
(1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja
As Relações, 47
«O Pai e Eu somos um»
No dia da
festa de Santo Agostinho, acabava eu de comungar, quando compreendi,
quase podia dizer que vi – não sei explicar como, sei apenas que isto se
passou no meu intelecto e que foi muito rápido – de que forma as três
Pessoas da Santíssima Trindade, que tenho gravadas na minha alma, são uma
mesma coisa. Isto foi-me mostrado por meio de uma representação
verdadeiramente extraordinária e numa luz extremamente viva. O efeito que
a minha alma experimentou foi muito diferente daquele que a visão da fé
produz em nós. A partir desse momento, não consigo pensar numa das três
Pessoas divinas, que não veja também que são três.
Perguntava a mim mesma como era possível que, constituindo a Trindade uma
unidade tão perfeita, só o Filho Se tivesse feito homem. O Senhor fez-me
compreender de que forma as três Pessoas, sendo uma mesma coisa, são,
contudo, distintas. Em presença de tais maravilhas, a alma experimenta um
novo desejo de escapar ao obstáculo do corpo que a impede de delas
usufruir. Embora pareçam inacessíveis à nossa baixeza e a sua visão
termine imediatamente, a alma retira delas mais proveito, sem comparação,
que de longos anos de meditação e sem saber como.
Quarta-feira,
dia 10 de Maio de 2017
Quarta-feira da
4.ª semana da Páscoa
Livro dos Actos
dos Apóstolos 12,24-25.13,1-5a.
Naqueles dias, a
palavra de Deus crescia e multiplicava-se.
Depois de Barnabé e Saulo cumprirem a sua missão, voltaram de
Jerusalém, trazendo consigo João que tinha o sobrenome de Marcos.
Na Igreja de Antioquia havia profetas e doutores: Barnabé, Simeão,
chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaen, irmão colaço do tetrarca
Herodes e Saulo.
Estando eles a celebrar o culto e a jejuar, disse-lhes o Espírito
Santo: «Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que os chamei».
Então, depois de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e
deixaram-nos partir.
Enviados pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e de
lá navegaram para Chipre.
Tendo chegado a Salamina, começaram a anunciar a palavra de Deus nas
sinagogas dos judeus.
Livro de Salmos 67(66),2-3.5.6.8.
Deus Se compadeça
de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz da sua presença.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.
Alegrem-se e exultem as nações
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a Terra.
Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção,
e chegue o seu louvor aos confins da Terra.
Evangelho segundo S. João 12,44-50.
Naquele tempo,
Jesus Cristo disse em alta voz: «Quem acredita em Mim não é em Mim que
acredita, mas n’Aquele que Me enviou
e quem Me vê, vê Aquele que Me enviou.
Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não
fique nas trevas.
Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou Eu que o
julgo porque não vim para julgar o mundo, mas para o salvar.
Quem Me rejeita e não acolhe as minhas palavras tem quem o julgue: a
palavra que anunciei o julgará no último dia.
Porque Eu não falei por Mim próprio: o Pai, que Me enviou, é que
determinou o que havia de dizer e anunciar.
E Eu sei que o seu mandamento é vida
eterna. Portanto, as palavras que Eu digo, digo-as como o Pai mas
disse a Mim».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Cardeal Charles Journet
(1891-1975), teólogo
Conferências proferidas em Genève, entre 1972 e 1974, sobre o evangelho
de S. João
«Quem acredita em Mim»
As
Pessoas divinas são transparentes umas às outras. É como um colar:
quando se puxa uma das Pessoas divinas, as outras duas vêm atrás. É
impossível pensar no Pai sem a sua referência ao Filho, pois a
paternidade é precisamente aquilo em que consiste a sua personalidade e
é impossível ser Pai sem o Filho. E depois, é impossível que o Pai e o
Filho, no seu mútuo amor, não produzam o Espírito. Os teólogos utilizam
um termo para significar este aspecto: falam da circumincessão das
Pessoas divinas; mas há uma expressão que torna a coisa mais clara para
nós: as Pessoas divinas são transparentes umas às outras. Quando nos
dirigimos a uma delas, também as outras duas ali se encontram, em
transparência, e estamos a dirigir-nos a elas; são distintas, mas
transparentes umas às outras. Assim, quando Jesus Cristo declara: «As
coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: são do Pai que
Me enviou (Jo 14,10.24), é verdade e também são suas, recebidas do Pai.
Ele vem do Céu no seu invólucro humano, para nos dizer as palavras que
se referem à sua Pessoa e à Pessoa do Pai. Ele recebeu todo o seu ser
do Pai e é o Pai que nos fala através dele, presente no meio de nós no
seu invólucro corpóreo.
Temos, portanto, a Trindade que vem a nós neste caminho da incarnação,
esta voz da ternura de Deus que vem até junto de nós para nos falar que
já não Se encontra lá longe, no alto dos Céus, mas que nos fala através
de uma voz humana, de uma língua humana, a língua de um pequeno povo, o
aramaico, uma língua que era falada na zona da Mesopotâmia e das regiões
circundantes.
Quinta-feira, dia 11 de Maio de 2017
Quinta-feira
da 4.ª semana da Páscoa
Naqueles dias,
Paulo e os seus companheiros largaram de Pafos e dirigiram-se a Perga
da Panfília. Mas João Marcos separou-se deles para voltar a
Jerusalém.
Eles prosseguiram de Perga e chegaram a Antioquia da Pisídia. A um
sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se.
Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga
mandaram-lhes dizer: «Irmãos, se tendes alguma exortação a fazer ao
povo, falai».
Paulo levantou-se, fez sinal com a mão e disse: «Homens de Israel e
vós que adorais a Deus, escutai:
O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos pais e fez deles um
grande povo, quando viviam como estrangeiros na terra do Egipto. Com
seu braço poderoso tirou-os de lá
e durante quarenta anos sustentou-os no deserto e,
depois de exterminadas sete nações na terra de Canaã, deu essas
terras como herança ao seu povo.
Tudo isto durou cerca de quatrocentos e cinquenta anos. Em seguida,
deu-lhes juízes até ao profeta Samuel.
Então o povo pediu um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da
tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos.
Depois, tendo-o rejeitado, suscitou-lhes David como rei, de quem deu
este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o
meu coração, que fará sempre a minha vontade’.
Da sua descendência, como prometera, Deus fez nascer Jesus, o
Salvador de Israel.
João tinha proclamado, antes da sua vinda, um baptismo de penitência
a todo o povo de Israel.
Prestes a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem
julgais; mas depois de mim, vai chegar Alguém, a quem eu não sou
digno de desatar as sandálias dos seus pés’.
Livro de Salmos 89(88),2-3.21-22.25.27.
Cantarei
eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.
Encontrei David, meu servidor,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.
A minha fidelidade e minha bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
Evangelho segundo S. João 13,16-20.
Naquele tempo,
quando Jesus Cristo acabou de lavar os pés aos seus discípulos,
disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O servidor não é maior
do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o
enviou.
Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática.
Não falo de todos vós: Eu conheço aqueles que escolhi; mas tem de
cumprir-se a Escritura que diz: ‘Quem come do meu pão levantou contra
Mim o calcanhar’.
Desde já vo-lo digo antes que aconteça para que, quando acontecer,
acrediteis que Eu Sou.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem recebe aquele que Eu enviar, a
Mim recebe e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São (Padre) Pio de Pietrelcina
(1887-1968), capuchinho
Cartas 3, 707; 2,70
«Quem receber aquele que Eu enviar é a Mim que recebe»
Depois
do amor a Nosso Senhor, recomendo-te o amor à Igreja, sua Esposa. Ela
é, de certo modo, a pomba que incuba e faz nascer os filhinhos do
Esposo. Agradece sempre a Deus por seres filha da Igreja, a exemplo
de um tão grande número de almas (pessoas celeste, pessoas
espirituais, pessoas naturais) que nos precederam nesta via
bem-aventurada. Tem muita compaixão pelos pastores, pregadores e
guias espirituais, espalhados por toda a superfície da Terra. [...]
Reza a Deus por eles, para que, sendo eles próprios salvos, sejam
produtivos e facilitem a salvação das almas.
Ora tanto pelas pessoas pérfidas como pelas fervorosas, ora pelo
Santo Padre, por todas as necessidades espirituais e temporais da
Igreja porque ela é nossa Mãe. Faz também uma oração especial por
todos os que trabalham para a salvação das almas, para glória do Pai.
Sexta-feira, dia 12 de Maio de 2017
Sexta-feira
da 4.ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Beata
Joana de Portugal, virgem, +1490, Santos
Nereu e Aquiles (ou Aquileu), mártires, séc. III, Beato
Alvaro del Portillo, bispo, +1994, S.
Pancrácio, mártir, +304
Livro dos Actos dos Apóstolos 13,26-33.
Naqueles dias,
disse Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia: «Irmãos,
descendentes de Abraão e todos vós que adorais a Deus, a nós foi
dirigida esta palavra da salvação.
Na verdade, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não
quiseram reconhecer Jesus Cristo, mas, condenando-O, cumpriram as
palavras dos Profetas que se lêem cada sábado.
Embora não tivessem encontrado nada que merecesse a morte, pediram
a Pilatos que O mandasse matar.
Cumprindo tudo o que estava escrito acerca d’Ele, desceram-no da
cruz e depuseram-n’O no sepulcro.
Mas Deus ressuscitou-O dos mortos
e Ele apareceu durante muitos dias àqueles que tinham subido com
Ele da Galileia a Jerusalém e são agora suas testemunhas diante do
povo.
Nós vos anunciamos a boa nova de que a promessa feita a nossos
pais,
Deus a cumpriu para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus Cristo,
como está escrito no salmo segundo: ‘Tu és meu Filho, Eu hoje Te
gerei’».
Livro de Salmos 2,6-7.8-9.10-11.
«Fui Eu quem
ungiu o meu Rei
sobre Sião, minha montanha sagrada».
Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações por herança
e os confins da terra para teu domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro,
quebrá-los como vasos de barro».
E agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que governais a Terra.
Servi o Senhor com amor,
aclamai-O com reverência.
Evangelho segundo S. João 14,1-6.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso
coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim.
Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos
teria dito que vou preparar-vos um lugar?
Quando eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar
comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também.
Para onde Eu vou, conheceis o caminho».
Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos
conhecer o caminho?».
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Eu sou o caminho, a verdade
e a vida. Ninguém vai ao
Pai senão por Mim.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§ 257-258, 260
«Ninguém vai ao Pai senão por Mim»
«Ó
luz, Trindade bendita, ó primordial Unidade!» Deus é beatitude
eterna, vida imortal, luz sem ocaso. Deus é amor: Pai, Filho e
Espírito Santo. Livremente, Deus quer comunicar a glória da sua
vida bem-aventurada. Este é o desígnio de benevolência (Ef 1,9) que
Ele concebeu desde antes da criação do mundo no seu Filho
bem-amado, predestinando-nos à adopção filial neste (Ef 1,5), isto
é, a reproduzir a imagem de seu Filho (Rom 8,29) graças ao
«espírito de adopção filial» (Rom 8,5). Esta decisão prévia é uma
«graça concedida antes de todos os séculos» (2Tim 1,9), proveniente
directamente do amor trinitário. Ele desdobra-se na obra da
criação, em toda a história da salvação após a queda, nas missões
do Filho e do Espírito, prolongadas pela missão da Igreja.
Toda a economia divina é obra comum das três Pessoas divinas. Pois,
da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma
natureza assim também não tem senão uma única e mesma operação. O
Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das
criaturas, mas um só princípio. Contudo cada pessoa divina cumpre a
obra comum segundo a sua propriedade pessoal. Assim a Igreja
confessa, na linha do Novo Testamento, um Deus e Pai, do qual são
todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo, mediante o qual são todas
as coisas, um Espírito Santo, em quem são todas as coisas. São
sobretudo as missões divinas da incarnação do Filho e do dom do
Espírito Santo que manifestam as propriedades das Pessoas divinas.
O fim último de toda a economia divina é a entrada das criaturas na
unidade perfeita da Santíssima Trindade. Mas desde já somos
chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: «Se alguém Me
ama», diz o Senhor, «guardará a minha palavra, meu Pai o amará e
viremos a ele e faremos nele a nossa morada» (Jo 14,23).
«Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me
inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e pacífica, como se a
minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga perturbar a
minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu imutável, mas que cada
minuto me leve mais longe na profundidade do vosso mistério!
Pacificai a minha alma! Fazei dela o vosso céu, a vossa amada
morada e o lugar do vosso repouso. Que nela eu nunca vos deixe só,
mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente vigilante na
minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa acção criadora»
(Beata Isabel da Trindade).
Sábado, dia 13 de Maio de 2017
Nossa
Senhora de Fátima
Eu, João, vi
um novo céu e uma nova terra porque o primeiro céu e a primeira
terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi a cidade santa, a nova Jerusalém que descia do Céu, da
presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo.
Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com
os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o
próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá
morte nem luto, nem gemidos nem dor porque o mundo antigo
desapareceu».
Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar
todas as coisas».
Livro de Judite 13,18bcde.19-20.
«Bendita
sejas tu, filha, pelo Deus altíssimo,
mais do que todas as mulheres sobre a Terra
e bendito seja o Senhor Deus,
que criou os céus e a Terra,
Nunca mais deixarão os homens de celebrar os teus louvores e
recordarão eternamente o poder de Deus.
Deus exalte para sempre o teu nome e te recompense com os seus
bens porque não hesitaste em expor a tua vida, por causa da
humilhação do nosso povo, mas vieste afastar a nossa ruína,
procedendo com rectidão na presença do nosso Deus». E todo o povo
respondeu: «Ámen! Ámen!».
Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Naquele
tempo, enquanto Jesus Cristo estava a falar à multidão, chegaram
sua Mãe e seus irmãos. Ficaram do lado de fora e queriam
falar-Lhe.
Alguém Lhe disse: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem
falar contigo».
Mas Jesus Cristo respondeu a quem O avisou: «Quem é minha mãe e
quem são meus irmãos?».
E apontando para os discípulos, disse: «Estes são a minha mãe e
os meus irmãos:
todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
A Oração do Senhor, 2-3 (trad. DDB 1982, p. 41 rev.; cf. breviário)
Invocar o nome de Jesus ao pedir
Entre
as recomendações salutares e os preceitos divinos através dos
quais proveu à salvação do seu povo, o Senhor deu-nos ainda o
modelo de oração; Ele próprio nos ensinou o que devemos pedir nas
nossas preces. Ele, que nos dá a vida, também nos ensina a rezar,
com aquela mesma bondade que O levou a conceder-nos tantos outros
benefícios. Assim, quando falamos ao Pai através da oração que o
Senhor nos ensinou, somos mais facilmente escutados. Ele previra
que viria a hora em que: «os verdadeiros adoradores hão-de adorar
o Pai em espírito e verdade» (Jo 4,23) e cumpriu o que anunciara.
Santificados pelo Espírito e pela verdade que vêm dele, podemos
igualmente, graças ao que nos ensinou, adorar em espírito e
verdade.
Uma vez que foi por Jesus Cristo que recebemos o Espírito, que
oração poderia ser mais espiritual que aquela que Ele nos deu?
Que oração poderia ser mais verdadeira que aquela que saiu da
boca do Filho, que é a própria Verdade?
Por isso, irmãos bem-amados, rezemo-la como o Mestre no-la
ensinou. Clamar a Deus com palavras dele é súplica que Lhe é
amável e filial; é fazer-Lhe chegar aos ouvidos a oração de Jesus
Cristo. Que o Pai reconheça a voz do Filho quando Lhe dirigimos o
nosso pedido. Que Aquele que vive no nosso coração seja também a
nossa voz. Ele é nosso advogado junto do Pai: intercede pelos
nossos pecados quando nós, pecadores, Lhe pedimos perdão pelas
nossas faltas. Pronunciemos então as palavras do nosso advogado
porque é Ele quem nos diz: «Se pedirdes alguma coisa ao Pai em
meu nome, Ele vo-la dará» (Jo 16,23).©
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