quarta-feira, 29 de março de 2017

Cristianismo 200 até 25-03-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 19 de Março de 2017

3.º Domingo da Quaresma

Santo do dia : S. José, esposo da Virgem Maria

Livro de Êxodo 17,3-7.
Naqueles dias, o povo israelita, atormentado pela sede, começou a altercar com Moisés, dizendo: «Porque nos tiraste do Egipto? Para nos deixares morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e aos nossos rebanhos?».
Então Moisés clamou ao Senhor, dizendo: «Que hei-de fazer a este povo? Pouco falta para me apedrejarem».
O Senhor respondeu a Moisés: «Passa para a frente do povo e leva contigo alguns anciãos de Israel. Toma na mão a vara com que fustigaste o Rio e põe-te a caminho.
Eu estarei diante de ti, sobre o rochedo, no monte Horeb. Baterás no rochedo e dele sairá água; então o povo poderá beber». Moisés assim fez à vista dos anciãos de Israel.
E chamou àquele lugar Massa e Meriba, por causa da altercação dos filhos de Israel e por terem tentado o Senhor, ao dizerem: «O Senhor está ou não no meio de nós?».
Livro de Salmos 95(94),1-2.6-7.8-9.
Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos a Deus, nosso salvador.
Vamos à sua presença e agradeçamos, ao som de cânticos aclamemos o Senhor.
Vinde, prostremo-nos em terra, adoremos o Senhor que nos criou.
Pois Ele é o nosso Deus e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Quem dera ouvísseis hoje a sua voz: «Não endureçais os vossos corações como em Meriba, como no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram, apesar de terem visto as minhas obras.

Carta aos Romanos 5,1-2.5-8.
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.
Ora a esperança não engana porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Quando ainda éramos fracos, Jesus Cristo morreu pelos ímpios (= ateus, desumanos) no tempo determinado.
Dificilmente alguém morre por um justo; por um homem bom, talvez alguém tivesse a coragem de morrer.
Mas Deus prova assim o seu amor para connosco: Jesus Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores.
Evangelho segundo S. João 4,5-42.
Naquele tempo, chegou Jesus Cristo a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, junto da propriedade que Jacob tinha dado a seu filho José,
onde estava o poço de Jacob. Jesus Cristo, cansado da caminhada, sentou-Se à beira do poço. Era por volta do meio-dia.
Veio uma mulher da Samaria para tirar água. Disse-lhe Jesus Cristo: «Dá-Me de beber».
Os discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos.
Respondeu-Lhe a samaritana: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber, sendo eu samaritana?». De facto, os judeus não se dão com os samaritanos.
Disse-lhe Jesus Cristo: «Se conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz: ‘Dá-Me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva».
Respondeu-Lhe a mulher: «Senhor, Tu nem sequer tens um balde e o poço é fundo: donde Te vem a água viva?
Serás Tu maior do que o nosso pai Jacob que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, com os seus filhos e os seus rebanhos?».
Disse-Lhe Jesus Cristo: «Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede.
Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente que jorra para a vida eterna».
«Senhor, – suplicou a mulher – dá-me dessa água para que eu não sinta mais sede e não tenha de vir aqui buscá-la».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Vai chamar o teu marido e volta aqui».
Respondeu-lhe a mulher: «Não tenho marido». Jesus Cristo replicou: «Disseste bem que não tens marido,
pois tiveste cinco e aquele que tens agora não é teu marido. Neste ponto falaste verdade».
Disse-lhe a mulher: «Senhor, vejo que és profeta.
Os nossos antepassados adoraram neste monte e vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Mulher, acredita em Mim: Vai chegar a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos porque a salvação vem dos Judeus.
Mas vai chegar a hora – e já chegou – em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são esses os adoradores que o Pai deseja.
Deus é espírito e os seus adoradores devem adorá-l’O em espírito e verdade».
Disse-Lhe a mulher: «Eu sei que há-de vir o Messias, isto é, Aquele que chamam Cristo. Quando vier, há-de anunciar-nos todas as coisas».
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Sou Eu que estou a falar contigo».
Nisto, chegaram os discípulos e ficaram admirados por Ele estar a falar com aquela mulher, mas nenhum deles Lhe perguntou: «Que pretendes?» ou então: «Porque falas com ela?».
A mulher deixou a bilha, correu à cidade e falou a todos:
«Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Não será Ele o Messias?».
Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus Cristo.
Entretanto, os discípulos insistiam com Ele, dizendo: «Mestre, come».
Mas Ele respondeu-lhes: «Eu tenho um alimento para comer que vós não conheceis».
Os discípulos perguntavam uns aos outros: «Porventura alguém Lhe trouxe de comer?».
Disse-lhes Jesus Cristo: «O meu alimento é fazer a vontade d’Aquele que Me enviou e realizar a sua obra.
Não dizeis vós que dentro de quatro meses chegará o tempo da colheita? Pois bem, Eu digo-vos: Erguei os olhos e vede os campos que já estão loiros para a ceifa.
Já o ceifeiro recebe o salário e recolhe o fruto para a vida eterna e, deste modo, se alegra o semeador juntamente com o ceifeiro.
Nisto se verifica o ditado: ‘Um é o que semeia e outro o que ceifa’.
Eu mandei-vos ceifar o que não trabalhastes. Outros trabalharam e vós aproveitais-vos do seu trabalho».
Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus Cristo, por causa da palavra da mulher que testemunhava: «Ele disse-me tudo o que eu fiz».
Por isso os samaritanos, quando vieram ao encontro de Jesus Cristo, pediram-Lhe que ficasse com eles. E ficou lá dois dias.
Ao ouvi-l’O, muitos acreditaram
e diziam à mulher: «Já não é por causa das tuas palavras que acreditamos. Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo».


Tradução litúrgica da Bíblia

(Acredito que este episódio se passou realmente. Os discípulos tiveram oportunidade depois de se informar junto da mulher. Na verdade, junto dos poços há sempre árvore(s) por causa da água. Apesar de estar bastante calor, Jesus Cristo deve ter aproveitado a sombra para descansar e recuperar forças. Quando havia pouco para comer, Ele dava preferência aos seus discípulos. Acreditava que a sua força anímica o ajudaria a aguentar mais do que os discípulos, mas tudo tem limites. Ele estava realmente cansado e sem energia para continuar até à cidade, senão não os faria voltar atrás; ele respeitava-os muito. Depois Ele acreditou que aquele cansaço e falta de energia deveria ser um sinal de Deus e do Pai; afinal aquela terra era de Jacob, do seu filho José, dos seus descendentes e, portanto, aquele poço. Era um sinal! E apareceu aquela mulher, numa altura pouco provável, mas descuidou-se e ficou sem água para fazer o almoço e com uma história de vida muito singular - cinco maridos – os pais devem-na ter casado bem cedo para ganharem algum dinheiro e ela foi ganhando a esperteza da luta pela sobrevivência e foi conseguindo. Nesta altura, já devia de ser de certa idade, talvez à volta dos cinquenta porque os seus conterrâneos lhe deram crédito, também já devia ter algum estatuto social. Tudo convergia para um bom tempo de catequese e de conversão de muitos. Jesus Cristo estava contente porque tinha atendido os sinais. Os discípulos chegaram a tempo de se encontrar com ela para depois se informarem e transmitirem este episódio. A vida é assim: ou agarramos as boas oportunidades que nos surgem ou perdemos.)   

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o evangelho de S. João, n.º 15, 6-7
Ele deu tudo por ti
Jesus Cristo, cansado do caminho, sentou-Se à beira do poço. Era cerca da hora sexta. Aí começam os mistérios. Não é sem razão que Jesus Cristo está cansado, Ele que é a força de Deus. [...] Foi por ti que Jesus Cristo Se cansou no caminho. Encontramos um Jesus Cristo que é a própria força; encontramos um Jesus que é fraco; um Jesus forte e fraco. Forte porque «no princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus». [...] Queres ver a força de Deus? «Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada foi feito» (Jo 1,1-2) e tudo fez sem esforço. Quem há mais forte do que Aquele que fez todo o universo sem esforço? Queres conhecer a sua fraqueza? «O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós» (Jo 1,14).
A força de Jesus Cristo criou-te; a fraqueza de Jesus Cristo recriou-te. A força de Cristo deu existência ao que não era; a fraqueza de Cristo fez com que aquilo que era não perecesse. Ele criou-nos pela sua força e recuperou-nos pela sua fraqueza. É através da sua fraqueza que alimenta os que estão fracos como a galinha alimenta os pintainhos: «Quantas vezes», diz Ele a Jerusalém, «quis reunir os teus filhos como a galinha recolhe os pintainhos debaixo das asas e tu não o quiseste?» (Lc 13,34)
Esta é a imagem da fraqueza de Jesus Cristo cansado do caminho. O seu caminho é a carne que tomou para nós. Que outro caminho havia de tomar Aquele que está presente em toda a parte? Aonde vai e de onde vem, senão a habitar entre nós, pois para isso incarnou? Com efeito, Ele dignou-Se vir até nós para Se manifestar na forma de servidor e o caminho que escolheu foi o de tomar a nossa carne. Daí que a «fadiga do caminho» mais não seja do que a fraqueza da carne. Jesus é fraco na sua carne, mas tu não deves deixar-te enfraquecer. Permanece forte na sua fraqueza, pois «o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens» ( 1Cor 1,25). A fraqueza de Jesus Cristo é a nossa força.

Segunda-feira, dia 20 de Março de 2017

S. JOSÉ, esposo da Virgem Santa Maria, padroeiro da Igreja universal - Solenidade

Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servidor David: Assim fala o Senhor:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um Pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».
Livro de Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servidor:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável.

Carta aos Romanos 4,13.16-18.22.
Irmãos: Não foi por meio da Lei, mas pela justiça da fé, que se fez a Abraão ou à sua descendência a promessa de que receberia o mundo como herança.
Portanto a herança vem pela fé, para que seja dom gratuito de Deus e a promessa seja válida para toda a descendência, não só para a descendência segundo a Lei, mas também para a descendência segundo a fé de Abraão. Ele é o pai de todos nós,
como está escrito: «Fiz de ti o pai de muitos povos». Ele é o nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não existe.
Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou, tornando-se pai de muitos povos, como lhe tinha sido dito: «Assim será a tua descendência».
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».
Evangelho segundo S. Mateus 1,16.18-21.24a.
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor.


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Redemptoris Custos, n.º 4
«Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor»
Ao iniciar a sua peregrinação, a fé de Maria encontra-se com a fé de José. Se Isabel disse da Mãe do Redentor: «Feliz daquela que acreditou», esta bem-aventurança pode, em certo sentido, ser referida também a José porque, de modo análogo, ele respondeu afirmativamente à Palavra de Deus, quando esta lhe foi transmitida naquele momento decisivo. A bem da verdade, José não respondeu ao «anúncio» do anjo como Maria; mas «fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor» e recebeu a sua esposa. Isto que ele fez é puríssima «obediência da fé» (cf Rom 1,5; 16,26; 2Cor 10,5-6).
Pode-se dizer que aquilo que José fez o uniu, de uma maneira absolutamente especial, à fé de Maria: ele aceitou como verdade proveniente de Deus o que ela já tinha aceitado na anunciação. O Concílio ensina: «A Deus que revela é devida a "obediência da fé" [...]; pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus, prestando-Lhe "o obséquio pleno da inteligência e da vontade" e dando voluntário assentimento à sua revelação.» A frase acabada de citar, que diz respeito à própria essência da fé, aplica-se perfeitamente a José de Nazaré.
Ele tornou-se, portanto, um depositário singular do mistério «escondido desde todos os séculos em Deus» (cf Ef 3,9), como se tornara Maria, naquele momento decisivo que é chamado pelo Apóstolo «plenitude dos tempos», quando «Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher [...] para resgatar os que se encontravam sob o jugo da lei e para que recebêssemos a adopção de filhos» (Gal 4,4-5).
Deste mistério divino, juntamente com Maria, José é o primeiro depositário. [...] Tendo diante dos olhos os textos de ambos os evangelistas, S. Mateus e S. Lucas, pode-se também dizer que José foi o primeiro a participar na mesma fé da Mãe de Jesus e que, procedendo deste modo, dá apoio à sua esposa na fé na anunciação divina. Ele foi o primeiro a ser posto por Deus no caminho da «peregrinação da fé» de Maria. [...] A caminhada própria de José, a sua peregrinação da fé terminaria antes. [...] E, contudo, a caminhada da fé de José seguiu a mesma direcção.

Terça-feira, dia 21 de Março de 2017

Terça-feira da 3.ª semana da Quaresma

Santo do dia : S. Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487, S. Bento (Trânsito)

Livro de Daniel 3,25.34-43.
Naqueles dias, levantando-se no meio da fornalha ardente, Azarias fez a seguinte oração:
«Por amor do vosso nome, Senhor, não nos abandoneis para sempre e não anuleis a vossa aliança.
Não nos retireis a vossa misericórdia, por amor de Abraão vosso amigo, de Isaac vosso servidor e de Israel vosso santo,
aos quais prometestes multiplicar a sua descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar.
Mas agora, Senhor, tornámo-nos o mais pequeno de todos os povos e somos hoje humilhados em toda a terra, por causa dos nossos pecados.
Não temos chefe nem guia nem profeta, nem holocausto nem sacrifício, nem oblação nem incenso, nem lugar onde apresentar-Vos as primícias para alcançar misericórdia (a troca, o negócio; deve-se dar porque se ama, porque sentimo-nos bem ao dar).
Mas de coração arrependido e espírito humilhado sejamos por Vós recebidos como se viéssemos com um holocausto de touros e carneiros
e milhares de gordos cordeiros. Seja hoje este nosso sacrifício agradável na vossa presença porque jamais serão confundidos aqueles que em Vós esperam
E agora Vos seguimos de todo o coração, Vos adoramos e buscamos a vossa presença.
Não nos deixeis ficar envergonhados, mas tratai-nos segundo a vossa bondade e segundo a abundância da vossa misericórdia.
Livrai-nos pelo vosso admirável poder e dai glória, Senhor, ao vosso nome».
Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35.
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus Cristo e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?».
Jesus Cristo respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos (moeda da época).
Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a esposa, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida.
Então o servidor prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servidor deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. ( um servo não tem dívidas ao seu senhor; nem a vida lhe pertence…)
Ao sair, o servidor encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender até que pagasse tudo quanto devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servidor mau, perdoei-te, porque me pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’.
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos espirituais, 1.ª série, n.º 58
«Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?»
A compaixão, por um lado, e o juízo de simples equidade, por outro, se coexistem na mesma alma, são como um homem que adora Deus e os ídolos na mesma casa. A compaixão é o contrário do juízo de simples justiça. O juízo estritamente equitativo implica a igual repartição por todos de uma medida semelhante: dá a cada um o que ele merece, não mais; não se inclina nem para um lado nem para o outro, não discerne na retribuição. Mas a compaixão é suscitada pela graça, inclina-se sobre todos com a mesma afeição, evita a simples retribuição àqueles que são dignos de castigo e cumula para lá de qualquer medida os que são dignos do bem.
A compaixão está, pois, do lado da justiça, enquanto o juízo apenas equitativo está do lado do mal. […] Assim como um grão de areia não pesa tanto como muito ouro, assim também a justiça equitativa de Deus não pesa tanto como a sua compaixão. Qual punhado de areia caindo no grande oceano, assim são as faltas de todas as criaturas em comparação com a providência e a piedade de Deus. E da mesma forma que uma nascente que corre com abundância não pode ser bloqueada por um punhado de pó, também a compaixão do Criador não pode ser vencida pela malícia das criaturas. Aquele que guarda ressentimento quando reza é como um homem que semeia no mar e espera colher.

Quarta-feira, dia 22 de Março de 2017

Quarta-feira da 3.ª semana da Quaresma

Santo do dia : S. Zacarias, papa, +752, S. Saturnino, bispo e mártir, séc. III

Livro de Deuteronómio 4,1.5-9.
Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora escuta, Israel, as leis e os preceitos que vos dou a conhecer e ponde-os em prática para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o Senhor, Deus de vossos pais.
Ensinei-vos estas leis e preceitos, conforme o Senhor, meu Deus, me ordenara, a fim de os praticardes na terra de que ides tomar posse.
Observai-os e ponde-os em prática: eles serão a vossa sabedoria e a vossa prudência aos olhos dos povos que, ao ouvirem falar de todas estas leis, dirão: ‘Que povo tão sábio e tão prudente é esta grande nação!’.
Qual é, na verdade, a grande nação que tem a divindade tão perto de si como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos?
E qual é a grande nação que tem mandamentos e decretos tão justos como esta lei que hoje vos apresento?».
Mas tende cuidado; prestai atenção para não esquecer tudo quanto viram os vossos olhos nem o deixeis fugir do pensamento em nenhum dia da vossa vida. Ensinai-o aos vossos filhos e aos filhos dos vossos filhos».
Livro de Salmos 147,12-13.15-16.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.

Envia à Terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.
Faz cair a neve como a lã,
espalha a geada como cinza.

Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.

Evangelho segundo S. Mateus 5,17-19.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a Terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequeno que seja e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 1961-1967
«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar.»
Deus, nosso Criador e nosso Redentor, escolheu Israel como seu povo e revelou-lhe a sua Lei, preparando assim a vinda de Jesus Cristo. [...] A Lei antiga é o primeiro estádio da lei revelada. As suas prescrições morais estão compendiadas nos dez mandamentos. Os preceitos do Decálogo assentam os alicerces da vocação do homem, feito à imagem de Deus: proíbem o que é contrário ao amor de Deus e do próximo e prescrevem o que lhe é essencial. O Decálogo é uma luz oferecida à consciência de todo o homem, para lhe manifestar o apelo e os caminhos de Deus e o proteger contra o mal: Deus «escreveu nas tábuas da Lei o que os homens não liam nos seus corações» (Santo Agostinho).
Segundo a tradição cristã, a Lei santa, espiritual e boa, é ainda imperfeita (Rom 7,12s). Como um pedagogo (Gal 3,24), mostra o que se deve fazer; mas, por si, não dá a força, a graça do Espírito para ser cumprida. Por causa do pecado, que não pode anular, não deixa de ser uma lei de escravidão. [...] A Lei antiga é uma preparação para o Evangelho.
A lei nova ou lei evangélica é a perfeição, na Terra, da Lei divina, natural e revelada. É obra de Jesus Cristo e tem a sua expressão, de modo particular, no sermão da montanha. É também obra do Espírito Santo e, por Ele, torna-se a lei interior da caridade: «Estabelecerei com a casa de Israel uma aliança nova [...]. Hei-de imprimir as minhas leis no seu espírito e gravá-las no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo» (Heb 8,8-10).
A lei nova é a graça do Espírito Santo, dada aos fiéis pela fé em Jesus Cristo.  «Cumpre», apura, ultrapassa e leva à perfeição a Lei antiga. Nas bem-aventuranças (Mt 5,3s), cumpre as promessas divinas, elevando-as e ordenando-as ao «Reino dos céus». Esta lei dirige-se àqueles que estão dispostos a acolher com fé esta esperança nova: os pobres, os humildes, os aflitos, os corações puros, os perseguidos por causa de Jesus Cristo, traçando assim os surpreendentes caminhos do Reino.

Quinta-feira, dia 23 de Março de 2017

Quinta-feira da 3.ª da Quaresma

Assim fala o Senhor: «Foi isto que ordenei ao meu povo: ‘Escutai a minha voz e Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo. Segui sempre o caminho que vou indicar-vos e sereis felizes’.
Mas eles não ouviram nem prestaram atenção: seguiram as más inclinações do seu coração obstinado, voltaram-Me as costas, em vez de caminharem para Mim.
Desde o dia em que os seus pais saíram da terra do Egipto até hoje, enviei-lhes todos os profetas, meus servidores, dia após dia, incansavelmente.
Mas eles não Me ouviram nem Me prestaram atenção: endureceram a sua cerviz, fizeram pior do que seus pais.
Se lhes disseres tudo isto, não te escutarão; se chamares por eles, não te responderão.
Por isso lhes dirás: Esta é a nação que não ouviu a voz do Senhor seu Deus e não quis aceitar os seus ensinamentos. Perdeu-se a fidelidade, foi eliminada da sua boca».
Livro de Salmos 95(94),1-2.6-7.8-9.
Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos a Deus, nosso salvador.
Vamos à sua presença e agradeçamos, ao som de cânticos aclamemos o Senhor.
Vinde, prostremo-nos em terra, adoremos o Senhor que nos criou.
Pois Ele é o nosso Deus e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Quem dera ouvísseis hoje a sua voz: «Não endureçais os vossos corações, como em Meriba, como no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram, apesar de terem visto as minhas obras.
Evangelho segundo S. Lucas 11,14-23.
Naquele tempo, Jesus Cristo estava a expulsar um demónio que era mudo. Logo que o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada.
Mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios».
Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu.
Mas Jesus Cristo, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa.
Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Ora se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança.
Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 547-550
«O Reino de Deus chegou até vós»
Jesus Cristo acompanha as suas palavras com numerosos «milagres, prodígios e sinais» (At 2,22), os quais manifestam que o Reino está presente nele e comprovam que Ele é o Messias anunciado. Os sinais realizados por Jesus Cristo testemunham que o Pai O enviou e convidam a crer  nele. Aos que se Lhe dirigem com fé, concede-lhes o que pedem. Assim os milagres fortificam a fé naquele que faz as obras de seu Pai: testemunham que Ele é o Filho (de Deus). Mas também podem ser «ocasião de queda» (Mt 11,6). Eles não pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos. Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus Cristo é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos demónios.
Ao libertar certos homens dos seus males terrenos – da fome, da injustiça, da doença e da morte – Jesus Cristo realizou sinais messiânicos; no entanto, Ele não veio para abolir todos os males deste mundo, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões - a do pecado (= do egoísmo) - que os impede de realizar a sua vocação de filhos de Deus e é causa de todas as servidões humanas.
A vinda do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então é porque o Reino de Deus chegou até vós» (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus Cristo libertam os homens do poder dos demónios e antecipam a grande vitória de Jesus Cristo sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12,31). É pela cruz de Jesus Cristo que o Reino de Deus vai ser definitivamente estabelecido: «Regnavit a ligno Deus – Deus reinou desde o madeiro» (V. Fortunato).

Sexta-feira, dia 24 de Março de 2017

Sexta-feira da 3.ª semana da Quaresma

Assim fala o Senhor: «Israel, converte-te ao Senhor, teu Deus, porque foram os teus pecados que te fizeram cair.
Vinde com palavras de súplica, voltai para o Senhor e dizei-Lhe: “Perdoai todas as nossas faltas e aceitai o dom que Vos oferecemos, a homenagem dos nossos lábios.
Não é a Assíria que nos pode salvar; não montaremos mais a cavalo nem chamaremos ‘Nosso Deus’ à obra das nossas mãos porque só em Vós o órfão encontra piedade”.
Curarei a sua infidelidade, amá-los-ei generosamente, pois a minha ira afastou-se deles.
Serei como orvalho para Israel que florirá como o lírio e lançará raízes como o cedro do Líbano.
Os seus ramos estender-se-ão ao longe, a sua opulência será como a da oliveira e a sua fragrância como a do Líbano.
Voltarão a sentar-se à minha sombra, farão reviver o trigo; florescerão como a vinha, criarão fama como o vinho do Líbano.
Que terá ainda Efraim de comum com os ídolos? Sou Eu que o atendo e olho por ele. Sou como o cipreste verdejante: graças a Mim darás muito fruto».
Quem for sábio entenderá estas palavras, quem for inteligente poderá compreendê-las. Porque são rectos os caminhos do Senhor: por eles caminham os justos e neles tropeçam os pecadores.
Livro de Salmos 81(80),6c-8a.8bc-9.10-11ab.14.17.
Oiço uma língua desconhecida:
«Aliviei os teus ombros do fardo e soltei as tuas mãos dos cestos;
gritaste na angústia e Eu te libertei.
Do meio do trovão te respondi;

pus-te à prova junto das águas de Meriba.
Escuta, meu povo, a minha advertência,
assim, Israel, Me prestes ouvidos:
«Não terás contigo um deus alheio

nem adorarás divindades estranhas.
Eu, o Senhor, sou o teu Deus,
que te fiz sair da terra do Egipto».
Oh se o meu povo Me escutasse,

se Israel seguisse os meus caminhos,
Alimentaria o meu povo com a flor da farinha
e saciá-lo-ia com o mel dos rochedos.


Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus Cristo um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».
Jesus Cristo respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’.
O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior do que estes».
Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele.
Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus Cristo disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo
Sermão 22; SC 243
Amor de Deus, amor do próximo
Escreve o apóstolo Paulo: «O objectivo desta recomendação é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera» (1Tim 1,5). [...] De facto, irmãos caríssimos, não há coisa mais doce do que o amor, que a caridade. Aqueles que não o conhecem, provem e vejam. E o que têm eles de provar para saborearem a doçura da caridade? «Provai e vede como o Senhor é bom» (Sl 33,9) porque «Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele» (1Jo 4,16). [...]
Se tiveres amor, possuirás Deus e, se possuíres Deus, que te faltará? Que possui o rico, se não tiver amor? Que falta ao pobre, se tiver amor? Pensas talvez que é rico aquele que tem o cofre cheio de ouro? [...] Não tens razão porque verdadeiramente rico é aquele em quem Deus Se digna habitar. Que poderás tu ignorar acerca das Escrituras a partir do momento em que o amor, quer dizer, Deus, começou a possuir-te? Que boa acção estarás impedido de fazer se fores digno de guardar no teu coração a fonte de todos os benefícios? Que adversário temerás, se mereceres ter Deus em ti como rei? [...]
Mantende, pois, irmãos bem-amados, o elo suave e salutar da caridade (cf Col 3,14). Antes de mais, contudo, mantende o verdadeiro amor que não é aquele que se promete com palavras sem se observar no coração (1Jo 3,18), mas aquele que se exprime em palavras porque permanece sempre no nosso coração. [...] Pois a raiz de todos os bens é a caridade, assim como «a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro» (1Tim 6,10).

Sábado, dia 25 de Março de 2017

Anunciação do senhor, solenidade

Santo do dia : S. Tarásio, patriarca de Constantinopla, séc. VIII

Livro de Isaías 7,10-14.8,10b.
Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede um sinal ao Senhor teu Deus, quer nas profundezas do abismo quer lá em cima nas alturas».
Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova».
Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a molestar os homens, para quererdes também molestar o meu Deus?
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel
porque Deus está connosco».
Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa bondade e fidelidade».

Carta aos Hebreus 10,4-10.
Irmãos: É impossível que o sangue de touros e cabritos perdoe os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Jesus Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo.
Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado.
Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’».
Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E, no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei.
Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo.
É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Clara (1193-1252), monja franciscana
3.ª carta a Inês de Praga, 18-26
Morada de Deus
Agarra-te a esta doce Mãe que trouxe ao mundo o Filho que os céus não tinham capacidade para conter; mas Ela conteve-O no pequeno claustro do seu ventre e trouxe-O no seu seio virginal.
Quem deixaria de se afastar com horror do inimigo do género humano e de todas as suas ciladas? Ele agita diante dos nossos olhos o prestígio de glórias efémeras e enganosas, esforçando-se por reduzir a nada aquilo que é maior do que o céu. Porque a alma de um fiel, que é a mais digna de todas as criaturas, torna-se evidentemente, pela graça de Deus, maior do que o céu: pois só ela se torna morada desse Criador que os céus imensos e todas as outras criaturas não são capazes de conter. Para tal, basta que possua aquilo que os ímpios recusam: a caridade. Dá testemunho disso mesmo Aquele que é a própria verdade: «Quem Me tiver amor será amado por meu Pai e Eu o amarei [...] e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,21.23).
Assim, pois, como a gloriosa Virgem das virgens O trouxe materialmente no seu seio, assim também tu O podes trazer sempre, de forma espiritual no teu corpo casto e virginal, se seguires as suas pegadas, em especial a sua humildade e a sua pobreza; poderás conter em ti o céu que te contém, a ti e a todo o universo; possuí-Lo-ás de forma bem mais real e mais concreta do que poderias possuir os bens perecíveis deste mundo.
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2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
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