"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 05 de Março de 2017
1.º
Domingo da Quaresma
O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, insuflou em suas
narinas um sopro de vida e o homem tornou-se um ser vivo.
Depois o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, a oriente, e nele colocou o
homem que tinha formado.
Fez nascer na terra toda a espécie de árvores de frutos (tipo de
árvores) agradáveis à vista e bons para comer, entre as quais a árvore da Vida
(figueira; árvore da Vida e do Bem. Quando estamos no Bem, tempos favoráveis,
não temos noção disso porque não temos noção do oposto. Temos um pensamento
que nos diz que “só damos valor ao que temos depois de o perdemos”; enquanto
o temos, tratamos como se estivesse garantido para sempre; usufruímos sem
atribuir valor), no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal
(ou do conhecimento do bem e do Mal, depende da tradução, mas o significado é
o mesmo. O fruto desta árvore, proibido, porque no Éden só pode existir a
Vida, o Bem, colocou no coração do homem o ressentimento, levando-o à
prática do mal e assim perdendo-se do Éden e a prática do Mal foi em
crescendo até ao que se sabe de uso de seres celestes para destruir tudo e
todos, achando-se omnipotente para julgar e decidir sobre a vida de todos,
excepto a dele porque se considera acima de Deus e isento de julgamento e
condenação com carta branca para o fazer livremente; só que todos, queiram ou
não, estão sujeitos à Lei Universal “Faz aos outros o que queres para ti,
pois é isso que recebes” e ele colocou-se no bem e no mal, na proporção adequada
a si, e paga tudo como todos nas alturas adequadas das colheitas até ao
momento final da destruição ou passagem.)
Ora a serpente era o mais astucioso de todos os animais dos campos que o
Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: «É verdade que Deus vos disse:
‘Não podeis comer o fruto de nenhuma árvore do jardim’?».
A mulher respondeu: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim;
mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus avisou-nos:
‘Não podeis comer dele nem lhe tocar, senão morrereis’».
A serpente replicou à mulher: «De maneira nenhuma! Não morrereis.
Mas Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e
sereis como deuses, ficando a conhecer
o bem e o mal».
A mulher viu então que o fruto da árvore era bom para comer e agradável à
vista e precioso para esclarecer a inteligência. Colheu fruto da árvore e
comeu; depois deu-o ao marido que comeu juntamente com ela.
Abriram-se então os seus olhos e compreenderam que estavam despidos. Por
isso, entrelaçaram folhas de figueira e cingiram os rins com elas.
Livro de Salmos
51(50),3-4.5-6a.12-13.14.17.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa
grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.
Porque eu reconheço os meus pecados e tenho sempre diante de mim as minhas
culpas.
Pequei contra Vós, só contra Vós e fiz o mal diante dos vossos olhos.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um
espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso
espírito de santidade.
Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito
generoso.
Abri, Senhor, os meus lábios e a minha boca cantará o vosso louvor.
Carta aos Romanos 5,12-19.
Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e
pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens porque
todos pecaram.
De facto, até à Lei, existia o pecado no mundo. Mas o pecado não é levado em
conta, se não houver lei.
Entretanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo para aqueles que não
tinham pecado por uma transgressão à semelhança de Adão, que é figura
d’Aquele que havia de vir.
Mas o dom gratuito não é como a falta. Se pelo pecado de um só todos
pereceram, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na graça de um
só homem, Jesus Cristo, se
concedeu com abundância a todos os homens.
E esse dom não é como o pecado de um só: o julgamento que resultou desse
único pecado levou à condenação, ao passo que o dom gratuito, que veio depois
de muitas faltas, leva à justificação.
Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles
que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por
meio de um só, Jesus Cristo.
Porque, assim como, pelo pecado de um só, veio para todos os homens a
condenação assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a
justificação que dá a vida.
De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores
assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.
Evangelho segundo S.
Mateus 4,1-11.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi conduzido pelo Espírito ao
deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo.
Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.
O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, diz a estas pedras
que se transformem em pães».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem, mas
de toda a palavra que sai da boca de Deus’».
Então o Diabo conduziu-O à cidade santa, levou-O ao pináculo do templo
e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo, pois está escrito:
‘Deus mandará aos seus Anjos que te recebam nas suas mãos para que não
tropeces em alguma pedra’».
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu
Deus’».
De novo o Diabo O levou consigo a um monte muito alto, mostrou-Lhe todos os
reinos do mundo e a sua glória
e disse-Lhe: «Tudo isto Te darei se, prostrado, me adorares».
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Vai-te, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás
o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto’».
Então o Diabo deixou-O e aproximaram-se os Anjos e serviram-n'O.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge
perto de Mossul
Discursos ascéticos, 1.ª série, n.º 85
«Então o diabo deixou-O.»
Tal como os
olhos sãos desejam a luz assim o jejum efectuado com discernimento suscita o
desejo da oração. Quando um homem começa a jejuar, deseja comunicar com Deus
nos pensamentos do seu espírito. Com efeito, o corpo que jejua não suporta
dormir toda a noite no seu leito. Quando o jejum sela a boca do homem, este medita em estado de contrição, o
seu coração reza, o seu rosto está sério, os maus pensamentos deixam-no; é
inimigo das cobiças e das conversas vãs. Nunca se viu um homem jejuar com
discernimento e ser assaltado por maus desejos. O jejum feito com
discernimento é uma grande casa que protege muito bem…
Porque o jejum é a ordem que foi dada desde o início à nossa natureza, para
não comer o fruto da árvore (Gn 2,17) e é daí que vem aquilo que nos engana…
Foi também por aí que o Salvador começou, quando se revelou ao mundo no
Jordão. Com efeito, depois do baptismo, o Espírito levou-o ao deserto, onde
jejuou quarenta dias e quarenta noites.
Todos os que partem para o seguir fazem doravante o mesmo: é sobre este
fundamento que põem o início do seu combate porque tal arma foi forjada por
Deus… E quando agora o diabo vê essa arma na mão de um homem, este adversário
e tirano tem medo. Ele pensa imediatamente na derrota que o Salvador lhe
infligiu no deserto, recorda-se e a sua força é quebrada. Consome-se assim
que vê a arma que nos deu aquele que nos conduz ao combate. Que arma pode ser
mais poderosa e reanimar tanto o coração na sua luta contra os espíritos do
mal?
Segunda-feira,
dia 06 de Março de 2017
Segunda-feira da 1.ª
semana da Quaresma
O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos
porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não furtareis, não direis mentiras nem cometereis fraudes uns com os
outros.
Não prestarás juramento falso, invocando o meu nome, pois profanarias o
nome do teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não oprimirás nem expropriarás o teu próximo. Não ficará contigo até ao dia
seguinte o salário do jornaleiro.
Não insultarás um surdo nem colocarás tropeços diante de um cego, mas adorarás
o teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não cometerás injustiças nos teus julgamentos: não favorecerás
indevidamente um pobre nem darás preferência ao poderoso; julgarás o teu
próximo segundo a justiça.
Não caluniarás os teus parentes nem conspirarás contra a vida do teu
próximo. Eu sou o Senhor.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu
próximo para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Eu sou o Senhor».
Livro de Salmos
19(18),8.9.10.15.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma.
As ordens do Senhor são firmes
e dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração.
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O amor do Senhor é puro
e permanece eternamente.
Os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.
Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando
o Filho (do homem) vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á
no seu trono glorioso.
Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros,
como o pastor separa as ovelhas dos cabritos
e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu
Pai; recebei como herança o reino (para os seres humanos) que vos está
preparado desde a criação do mundo.
Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era
peregrino e Me recolhestes;
não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava
na prisão e fostes ver-Me’.
Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te
demos de comer ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos ou sem roupa e Te vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’.
E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a
um dos meus irmãos mais pequeninos (não só em estatura, mas também em
importância, estatuto), a Mim o fizestes’.
Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos,
para o fogo eterno (lava, no interior da Terra; a superfície do sol
material), preparado para o diabo e os seus anjos.
Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de
beber;
era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes;
estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’.
Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com
fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão e não Te
prestámos assistência?’.
E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais
pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’.
Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c.
949-1022), monge grego
Capítulos teológicos, gnósticos e práticos, § 92 ss.
«A Mim o fizestes.»
Se alguém der
um óbulo a noventa e nove pobres e, em seguida, injuriar, agredir ou
despedir um só que seja de mãos
vazias, sobre quem cai semelhante tratamento, senão sobre Aquele que disse,
que não deixa de dizer, e que dirá um dia: «Quantas vezes o fizestes a um
dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes»? […] Ele está efectivamente
em todos estes pobres, Aquele que é alimentado por nós em cada um deles. Da
mesma maneira, se hoje alguém dá tudo o que é necessário a todos e amanhã,
podendo continuar a fazê-lo, esquece os irmãos e os deixa morrer à fome, à
sede e ao frio, é como se tivesse desprezado e deixado morrer Aquele que
disse: «Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a
Mim o fizestes». […]
Se Jesus Cristo Se dignou assumir o rosto dos pobres, se Se identificou com
todos os pobres, foi para que nenhum dos que nele crêem se eleve acima do
seu irmão […], antes o acolha como a Jesus Cristo, respeitando-o e
aplicando ao seu serviço todos os recursos de que dispõe, como Jesus Cristo
derramou todo o seu sangue pela nossa salvação. […] Talvez isto pareça
penoso a muitos que considerem razoável pensar: «Ninguém pode alimentar e
cuidar de todos os necessitados, sem esquecer nenhum!» Esses devem ouvir o
que diz S. Paulo: «O amor de Jesus Cristo nos constrange, persuadidos de
que, se um só morreu por todos, então todos estão mortos» (2Cor 5,14).
Terça-feira,
dia 07 de Março de 2017
Terça-feira da 1.ª
semana da Quaresma
Assim fala o Senhor. «A chuva e a neve que descem do céu não
voltam para lá sem terem regado a terra, sem a haverem fecundado e feito
produzir para que dê a semente ao semeador e o pão para comer
assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu
efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua
missão».
Livro de Salmos
34(33),4-5.6-7.16-17.18-19.
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os ouvidos atentos aos seus rogos.
A presença do Senhor volta-se contra os que fazem o mal
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.
O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos:
«Quando orardes, não digais muitas palavras como os pagãos porque pensam
que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes
de vós Lho pedirdes.
Orai assim: ‘Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso
nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na Terra como
no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido;
não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’
Porque se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai
celeste vos perdoará.
Mas se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as
vossas faltas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João-Maria Vianney
(1786-1859), presbítero, Cura de Ars
Pensamentos escolhidos do Santo Cura de Ars
O perdão é a lei
Deus só perdoará àqueles que tiverem perdoado - é essa a lei. Os
santos não têm em si o menor vestígio de ódio ou de fel: perdoam tudo e
consideram sempre que mereciam muito mais, pelas ofensas que eles
próprios fizeram a Deus. Quando alguém odeia o seu próximo, Deus
devolve-lhe esse ódio: é um golpe que se volta contra nós. Dizia eu certo
dia a uma pessoa: «Mas não quer ir para o Céu? Lá vai ver esse homem!»
«Oh sim», respondeu-me, «mas trataremos de estar bem longe um do outro,
de não nos vermos.» Não vale a pena incomodarem-se com isso porque a
porta do Céu está fechada ao ódio.
No Céu não existe rancor. Assim os corações bons e humildes que recebem
as injúrias e as calúnias com alegria ou indiferença dão início ao seu
paraíso já neste mundo e aqueles que guardam rancor são infelizes. A
forma de afastar o demónio quando ele nos suscita pensamentos de ódio
contra aqueles que nos maltratam é rezar imediatamente por eles. Desse
modo, vencemos o mal com o bem. Foi assim que fizeram os santos.
Quarta-feira,
dia 08 de Março de 2017
Quarta-feira da
1.ª semana da Quaresma
A palavra do Senhor
foi dirigida a Jonas nos seguintes termos:
«Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem
que Eu te direi».
Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive
era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar.
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a
quarenta dias, Nínive será destruída».
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e
revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno.
Logo que a notícia chegou ao rei de Nínive, ele ergueu-se do trono e
tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Depois foi proclamado em Nínive um decreto do rei e dos seus ministros,
que dizia: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas, não provem
alimento, não pastem nem bebam água.
Os homens e os animais revistam-se de saco e clamem a Deus com vigor; afaste-se
cada um do seu mau caminho e das violências que tenha praticado.
Quem sabe? Talvez Deus reconsidere e desista, acalmando o ardor da sua
ira, de modo que não pereçamos».
Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho,
desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.
Livro de Salmos
51(50),3-4.12-13.18-19.
Compadecei-Vos de
mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai
os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade (= não-equidade) e purificai-me de todas
as faltas.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um
espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso
espírito de santidade.
Não é do sacrifício que Vos agradais
e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis.
Sacrifício agradável a Deus é um espírito arrependido: não desprezeis,
Senhor, um espírito humilhado e contrito.
Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele tempo,
aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus Cristo e Ele começou
a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas
nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas.
Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive assim o será
também o Filho (do homem) para esta geração.
No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta
geração e há-de condená-los porque veio dos confins da terra para ouvir
a sabedoria de Salomão e aqui está quem é maior do que Salomão.
No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e
hão-de condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de
Jonas e aqui está quem é maior do que Jonas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João-Maria Vianney
(1786-1859), presbítero, Cura de Ars
Sermão para o 3.º Domingo depois do Pentecostes
«Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de
Nínive assim o será também o Filho (do homem) para esta geração»
Meus
irmãos, ao percorrermos as diferentes épocas do mundo, vemos a Terra
coberta das misericórdias do Senhor e os homens rodeados pelos seus
benefícios. Não, meus irmãos, não é o pecador que retorna a Deus para
Lhe pedir perdão; é o próprio Deus que corre atrás do pecador e o faz
voltar para Ele. [...] Deus espera pelos pecadores na penitência e
convida-os através dos movimentos interiores da sua graça e pela voz
dos seus ministros.
Vede como se comporta para com Nínive, esta grande cidade pecadora.
Antes de punir os seus habitantes, manda o profeta Jonas anunciar-lhes
que, dentro de quarenta dias, os irá punir. Jonas, em vez de ir a
Nínive, refugia-se noutro lado e faz menção de atravessar o mar. Mas,
longe de deixar os ninivitas sem aviso antes de os punir, Deus faz um
milagre, conservando o seu profeta, durante três dias e três noites, no
seio de uma baleia que, ao fim desses dias, o lança para terra. Então o
Senhor diz a Jonas: «Vai anunciar à grande cidade que dentro de
quarenta dias perecerá» sem lhes impor qualquer condição. E o profeta,
tendo partido, anunciou a Nínive que dentro de quarenta dias iria
perecer.
Com esta notícia, todos se entregaram à penitência e às lágrimas, desde o camponês até ao rei. «Quem
sabe», diz-lhes o rei, «se o Senhor não terá ainda piedade de nós?» O
Senhor, vendo-os recorrer à penitência, pareceu congratular-Se com o
prazer de os perdoar (da sua conversão do mal). Jonas, vendo chegar o
prazo do castigo, retira-se para fora da cidade, para esperar que o fogo
do céu caísse sobre ela. Vendo que não caía: «Ah! Senhor» grita-Lhe
Jonas «vais-me fazer passar por falso profeta? Prefiro morrer. Ah! Sei
bem que és demasiado misericordioso, que não desejas senão perdoar» –
«O quê! Jonas», disse-lhe o Senhor, «queres que faça perecer tanta gente que se humilhou perante
mim? Oh! não, não, Jonas, não teria coragem; pelo contrário,
amá-los-ei e conservar-lhes-ei a vida.»
Quinta-feira, dia 09 de Março de 2017
Quinta-feira
da 1.ª da Quaresma
Naqueles dias, a
rainha Ester, tomada de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor
e fez esta súplica ao Senhor, Deus de Israel: «Meu Senhor, nosso
único Rei, vinde socorrer-me porque estou só e não tenho outro
auxílio senão Vós
e corre perigo a minha vida.
Desde criança, ouvi dizer na minha tribo paterna que Vós, Senhor,
escolhestes Israel entre todos os povos e os nossos pais entre os
seus antepassados para serem a vossa herança perpétua e cumpristes
tudo o que lhes tínheis prometido.
Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa
tribulação. Fortalecei-me, Rei Supremo e Senhor dos poderosos.
Ponde em meus lábios palavras harmoniosas, quando estiver na presença
do leão e mudai o seu coração, para que deteste o nosso inimigo e o
arruíne com todos os seus cúmplices.
Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono porque
não tenho ninguém senão Vós, Senhor».
Livro de
Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.7c-8.
De todo o
coração, Senhor, eu Vos agradeço
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.
Evangelho segundo S. Mateus 7,7-12.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Pedi e dar-se-vos-á,
procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a quem
bate à porta abrir-se-á.
Qual de vós dará uma pedra a um filho que lhe pede pão
ou uma serpente se lhe pedir peixe?
Ora se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
quanto mais o vosso Pai que está nos Céus as dará àqueles que Lhas
pedem!
Tudo quanto quiserdes que os
homens vos façam, fazei-o também
a eles, pois nisto consiste a Lei e os Profetas.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Bento (480-547),
monge, copadroeiro da Europa
Regra de S. Bento, XX
Eficácia da oração
Se,
quando temos um pedido para apresentar aos poderosos deste mundo, os
abordamos com humildade e respeito, com muito maior razão temos de
suplicar ao Senhor Deus do universo com grande humildade e pureza de
devoção. Tenhamos presente que não é a abundância de palavras,
mas a sinceridade do coração e as lágrimas de compunção
que nos tornam dignos de sermos ouvidos. A oração deve, pois ser breve e pura, a menos que
a graça da inspiração divina nos incline a prolongá-la.
Sexta-feira, dia 10 de Março de 2017
Sexta-feira
da 1.ª semana da Quaresma
Assim fala o
Senhor Deus: «Se o pecador se
arrepender de todas as
faltas que cometeu, se observar
todos os meus mandamentos e praticar o direito e a justiça, certamente viverá e não
morrerá.
Não lhe serão lembrados os pecados que cometeu e viverá por causa
da justiça que praticou.
Será porventura a morte do pecador que Me agrada? — diz o Senhor
Deus — Não é antes que se
converta do seu mau proceder e viva?
Mas se o justo se desviar da justiça e praticar o mal, imitando as
abominações dos pecadores, porventura viverá? Não mais será
recordada a justiça que praticou; por causa da prevaricação em que
caiu e do pecado que cometeu, ele morrerá.
E vós dizeis: ‘O modo de proceder do Senhor não é justo’. Escutai,
casa de Israel: Será o meu modo de proceder que não é justo? Não
será antes o vosso modo de proceder que é injusto?
Se o justo se afasta da sua justiça para praticar o mal e morre por
causa disto, é por causa do mal que praticou que ele morrerá.
Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar
o direito e a justiça, salvará a sua vida.
Se abrir os olhos e renunciar às faltas que tiver cometido,
certamente viverá e não morrerá».
Livro de
Salmos 130(129),1-2.3-4ab.4c-6.7-8.
Do profundo
abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência.
Eu confio no Senhor,
a minha alma espera na sua palavra.
Eu confio no Senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor,
mais do que as sentinelas pela aurora.
Porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.
Evangelho segundo S. Mateus 5,20-26.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se a vossa justiça não
superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus.
Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será
submetido a julgamento’.
Eu, porém digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será
submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será
submetido ao Sinédrio e quem lhe chamar louco será submetido à
geena de fogo.
Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te
recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te (o agressor) com o teu irmão (a
vítima) e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a
caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, (a vítima entregue
o agressor ao Juiz) o juiz ao guarda e sejas metido na prisão (na
prisão celeste, de certeza).
Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último
centavo.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c.
200-258), bispo de Cartago e mártir
A oração do Senhor
«Se te recordares que o teu irmão
tem alguma coisa contra ti, [...] vai primeiro reconciliar-te com o
teu irmão».
«A
medida com que medirdes servirá para vos medir» (Mt 7,2). O
servidor a quem o senhor tinha perdoado todas as dívidas, mas que
não quis agir de igual forma para com um dos seus companheiros foi
lançado na prisão: não querendo perdoar ao seu companheiro, perdeu
o perdão que já tinha alcançado do seu senhor (Mt 18,23s). Nos seus
preceitos, Jesus Cristo ensina esta verdade com um vigor severo:
«Quando vos levantardes para orar, se tiverdes alguma coisa contra
alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai que está no céu
vos perdoe também as vossas ofensas» (Mc 11,25).
Deus ordenou-nos que estivéssemos em paz e em boa relação com
todos, que vivêssemos unânimes em sua casa. Ele quer que, uma vez
regenerados, mantenhamos a condição em que este segundo nascimento
nos colocou. Uma vez que somos filhos de Deus, quer que
permaneçamos na sua paz e, já que recebemos o mesmo Espírito, que
vivamos em unidade de coração e de pensamentos. É por isso que Deus
não aceita o sacrifício dos que vivem em dissensão; ordena mesmo
que nos afastemos do altar para nos reconciliarmos primeiro com os
irmãos, para que Ele possa acolher as orações apresentadas na paz.
A mais bela oferenda que podemos fazer a Deus é a nossa paz, é o
acordo fraterno, é o povo reunido por esta unidade que existe entre
o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Sábado, dia 11 de Março de 2017
Sábado da
1.ª semana da Quaresma
Santo do
dia : Beato João Baptista de Fabriano, presbítero,
+1539, S. Ramiro, abade, mártir, +555, S. Constantino, rei, mártir, +598
Livro de Deuteronómio 26,16-19.
Moisés falou
ao povo, dizendo: «O Senhor, teu Deus, ordena-te hoje que cumpras
estas leis e mandamentos. Tu os guardarás e cumprirás com todo o
teu coração e com toda a tua alma.
Hoje obtiveste a promessa do Senhor de que Ele seria o teu Deus e
tu deves seguir os seus caminhos, cumprindo os seus mandamentos,
leis e preceitos, e escutando a sua voz.
E hoje o Senhor obteve de ti a promessa de que serás o seu povo,
como Ele tinha declarado, e cumprirás os seus mandamentos.
Ele te elevará pela glória, fama e esplendor, acima de todas as
nações que formou e serás um povo consagrado ao Senhor, teu Deus,
como Ele prometeu.
Livro de
Salmos 119(118),1-2.4-5.7-8.
Felizes os
que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Felizes os que observam as suas ordens
e O procuram de todo o coração.
Promulgastes os vossos preceitos,
para se cumprirem fielmente.
Oxalá meus caminhos sejam firmes,
na observância dos vossos decretos.
Na rectidão de coração Vos agradecerei
ao aprender os vossos juízos.
Hei-de cumprir os vossos preceitos:
não me desampareis jamais.
Evangelho segundo S. Mateus 5,43-48.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Ouvistes que foi
dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles
que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz
nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem
a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de
extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c.
340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Sermão 8 sobre o salmo 118
«Ele faz nascer o sol sobre bons e
maus»
«A Terra
está cheia, Senhor, da tua misericórdia; ensina-me as tuas
vontades» (Sl 118,64). Como é que a Terra está cheia desta
misericórdia do Senhor senão pela Paixão de nosso Senhor Jesus
Cristo, cuja promessa o salmista, que a via de longe, de alguma
maneira celebra? Está cheia dela porque a remissão dos pecados
foi dada a todos. O sol tem ordem para se erguer sobre todos e é
isso que acontece diariamente. Com efeito, foi para todos que se
ergueu em sentido místico o Sol de Justiça (= Cristo) (Mal 3,20);
Ele veio para todos, sofreu por todos, por todos ressuscitou. E,
se sofreu, foi certamente para «tirar o pecado do mundo» (Jo
1,29). […]
Mas, se alguém não tem fé
em Jesus Cristo, priva-se a si mesmo deste benefício universal.
Se alguém, fechando as suas janelas, impede os raios de sol de
entrar, não se pode dizer que o sol nasceu para todos, pois essa
pessoa fugiu do seu calor, não se deixa atingir por ele e o que
tem falta de sabedoria priva-se da graça de uma luz que é
proposta a todos.
Deus faz-Se pedagogo, iluminando o espírito de cada um e
derramando nele a luz do seu conhecimento; com a condição,
todavia, de que abras a porta do teu coração (= lugar dos afectos)
e acolhas a claridade da graça celestial. Quando duvidas,
apressa-te a procurar porque «quem procura encontra e àquele que
bate abrir-se-á» (Mt 7,8).©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
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