domingo, 13 de novembro de 2016

Cristianismo 182 até 12-11-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 06 de Novembro de 2016

32.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Festa da Igreja : Trigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum (semana IV do saltério)Todos os Santos (no Brasil)
Santo do dia : S. Nuno de Santa Maria (Santo Condestável), guerreiro, religioso, +1431, S. Leonardo de Noblac, eremita, +559

2.º Livro de Macabeus 7,1-2.9-14.
Naqueles dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe e o rei da Síria quis obrigá-los, à força de golpes de azorrague e de nervos de boi, a comer carne de porco proibida pela lei judaica.
Um deles tomou a palavra em nome de todos e falou assim ao rei: «Que pretendes perguntar e saber de nós? Estamos prontos para morrer, antes do que violar a lei de nossos pais».
Prestes a soltar o último suspiro, o segundo irmão disse: «Tu, malvado, pretendes arrancar-nos a vida presente, mas o Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna, se morrermos fiéis às suas leis».
Depois deste, começaram a torturar o terceiro. Intimado a pôr fora a língua, apresentou-a sem demora e estendeu as mãos resolutamente,
dizendo com nobre coragem: «Do Céu recebi estes membros e é por causa das suas leis que os desprezo, pois do Céu espero recebê-los de novo».
O próprio rei e quantos o acompanhavam estavam admirados com a força de ânimo do jovem que não fazia nenhum caso das torturas.
Depois de executado este último, sujeitaram o quarto ao mesmo suplício.
Quando estava para morrer, falou assim: «Vale a pena morrermos às mãos dos homens quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida».
Livro de Salmos 17(16),1.5-6.8.15.
Ouvi, Senhor, uma causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração,
feita com sinceridade.

Firmai os meus passos nas vossas veredas
para que não vacilem os meus pés.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras.

Guardai-me como a menina dos olhos,
protegei-me à sombra das vossas asas.
Senhor, mereça eu estar na vossa presença
e, ao despertar, saciar-me com a vossa bondade.

2.ª Carta aos Tessalonicenses 2,16-17.3,1-5.
Irmãos: Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, eterna consolação e feliz esperança,
confortem os vossos corações e os tornem firmes em toda a espécie de boas obras e palavras.
Entretanto, irmãos, orai por nós para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e seja glorificada, como acontece no meio de vós.
Orai também para que sejamos livres dos homens perversos e maus, pois nem todos têm fé.
Mas o Senhor é fiel: Ele vos dará firmeza e vos guardará do Maligno.
Quanto a vós, confiamos inteiramente no Senhor que cumpris e cumprireis o que vos mandamos.
O Senhor dirija os vossos corações para que amem a Deus e aguardem a Jesus Cristo com perseverança.
Evangelho segundo S. Lucas 20,27-38.
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus Cristo alguns saduceus – que negam a ressurreição –
e fizeram-Lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão que deixe esposa, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva para dar descendência a seu irmão’.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos.
O segundo
e depois o terceiro desposaram a viúva e o mesmo sucedeu aos sete que morreram e não deixaram filhos.
Por fim, morreu também a mulher.
De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por esposa?».
Disse-lhes Jesus Cristo: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento.
Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos nem se casam nem se dão em casamento (as pessoas celestes).
Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’.
Não é um Deus de mortos, mas de vivos porque para Ele todos estão vivos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário à Epístola aos Romanos 4,7; PG 14, 985
«Sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus»
No último dia, a morte será vencida. Depois do suplício da cruz, a ressurreição de Jesus Cristo contém misteriosamente a ressurreição de todo o Corpo de Jesus Cristo e assim como este foi crucificado, posto no túmulo e de seguida ressuscitado, assim também todo o Corpo dos santos de Jesus Cristo foi crucificado com Ele e já não vive em si próprio.
Desse modo, quando sobrevier a ressurreição do verdadeiro Corpo de Jesus Cristo, do seu Corpo total, então os membros de Jesus Cristo que são actualmente ossos ressequidos (?), reunir-se-ão juntura por juntura (Ez 37,1s), encontrando cada um o seu lugar próprio, «até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho (de Deus), ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Jesus Cristo» (Ef 4,13). Então a multidão dos membros constituirá um só Corpo porque todos pertencem ao mesmo Corpo (Rom 12,4).

Segunda-feira, dia 07 de Novembro de 2016

Segunda-feira da 32.ª semana do Tempo Comum

Paulo, servo de Deus, Apóstolo de Jesus Cristo, para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade conforme à piedade,
na esperança da vida eterna. Antes dos tempos antigos, Deus, que não mente,
prometeu esta vida eterna e no tempo determinado manifestou a sua palavra, através da mensagem que me foi confiada por ordem de Deus, nosso Salvador.
A Tito, meu verdadeiro filho segundo a nossa fé comum, a graça e a paz de Deus nosso Pai e de Jesus Cristo, nosso Salvador!
Eu deixei-te em Creta para acabares de organizar o que faltava e estabeleceres anciãos em cada cidade, segundo as minhas instruções.
O ancião deve ser irrepreensível, casado uma só vez e os seus filhos sejam fiéis, sem fama de maus costumes ou insubordinação.
O dirigente da comunidade, como administrador da casa de Deus, tem de ser irrepreensível; não pode ser arrogante nem colérico nem amigo do vinho nem conflituoso nem ávido de lucros desonestos.
Pelo contrário, deve ser hospitaleiro, amigo do bem, ponderado, justo, piedoso, disciplinado.
Deve ser de tal modo fiel na exposição da palavra, conforme ao ensino recebido; que seja capaz, não só de exortar na sã doutrina, mas também de refutar os que a contradizem.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.

Evangelho segundo S. Lucas 17,1-6.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os provoca.
Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem ao mar, do que ser ocasião de pecado para um só destes pequeninos.
Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o e se ele se arrepender, perdoa-lhe.
Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’, tu lhe perdoarás».
Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé».
O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’ e ela vos obedeceria».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os Salmos, Sl 60,9; CCL 39,771
Pedir perdão e perdoar aos outros
«Todos os caminhos do Senhor são graça e verdade para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos» (Sl 24,10). O que este salmo diz acerca do amor e da verdade é da maior importância. […] Fala do amor porque Deus não olha aos nossos méritos, mas à sua bondade, a fim de nos perdoar os nossos pecados e de nos prometer a vida eterna. E fala igualmente da verdade porque Deus nunca falta às suas promessas. Reconheçamos este modelo divino e imitemos a Deus que nos manifestou o seu amor e a sua verdade. […] Tal como Ele, realizemos, neste mundo, obras cheias de amor e de verdade. Sejamos bons para com os fracos, os pobres e mesmo para com os nossos inimigos.
Vivamos na verdade, evitando fazer o mal. Não multipliquemos pecados porque aquele que presume da bondade de Deus está a permitir que nele se introduza a vontade de tornar Deus injusto. Imagina esse que, mesmo que se obstine nos seus pecados e se recuse a arrepender-se deles, Deus lhe há-de conceder um lugar entre os seus fiéis servidores. Mas seria justo Deus colocar-te no mesmo lugar que aqueles que renunciaram aos seus pecados, quando tu perseveras nos teus? […] Porque pretendes então dobrá-lo à tua vontade? Sê tu a submeter-te à sua.
A este propósito diz justamente o salmista: «Quem procurará a misericórdia e a verdade do Senhor junto dele?» (Sl 60,8). […] E por que dirá «junto dele»? Porque são muitos os que procuram instruir-se acerca do amor do Senhor e da sua verdade nos livros sagrados. Porém, uma vez aí chegados, vivem para si próprios e não para Ele. Procuram os seus próprios interesses e não os interesses de Jesus Cristo. Apregoam o amor e a verdade, mas não os praticam. Já aquele que ama a Deus e a Jesus Cristo, quando prega a verdade e o amor divinos, é para Deus que os procura e não no seu próprio interesse. Não prega para daí retirar vantagens materiais, mas para o bem dos membros de Jesus Cristo, ou seja, dos seus fiéis. Distribui-lhes aquilo que aprendeu em espírito de verdade, de tal maneira que «os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou» (2Cor 5,15). «Quem procurará a misericórdia e a verdade do Senhor?»

Terça-feira, dia 08 de Novembro de 2016

Terça-feira da 32.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Deodato, papa, +618, Beata Isabel da Trindade, religiosa, +1906

Carta a Tito 2,1-8.11-14.
Caríssimo: Ensina o que é conforme à sã doutrina.
Os homens idosos devem ser sóbrios, dignos, ponderados, fortes na fé, na caridade e na perseverança.
De maneira semelhante, as mulheres idosas devem ter um procedimento digno de pessoas santas: Não devem ser maldizentes nem dadas ao vinho; pelo contrário, sejam capazes de dar bons conselhos,
ensinando as jovens a amar os seus maridos e filhos
e a serem prudentes e honestas, bondosas, dóceis aos maridos, para que a palavra de Deus não seja desacreditada.
Aconselha igualmente os jovens a serem ponderados em tudo.
E apresenta-te a ti mesmo como exemplo de boas obras, na pureza de doutrina, dignidade,
linguagem sã e irrepreensível, para que os nossos adversários fiquem confundidos, não tendo nenhum mal a dizer de vós.
Na verdade, manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.
Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade,
aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Salvador, Jesus Cristo,
que Se entregou por nós, para nos resgatar de toda a iniquidade (= não-equidade) e preparar para Si mesmo um povo purificado, zeloso das boas obras.
Livro de Salmos 37(36),3-4.18.23.27.29.
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a Terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.

O Senhor conhece os dias dos bons
e a herança deles será eterna.
O Senhor consolida os passos do homem
e aprova os seus caminhos.

Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre.
Os justos possuirão a Terra
e nela habitarão para sempre.

Evangelho segundo S. Lucas 17,7-10.
Naquele tempo, disse o Senhor: «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele volta do campo: ‘Vem depressa sentar-te à mesa’?
Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu’.
Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou?
Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’» (eis a questão; Deus deu-nos o livre arbítrio e, por isso, ser bom servo não serve; é preciso ser homem livre e ter iniciativas e decidir…; assim estará pronto para a jornada. Os das trevas são servos; os de Deus são servidores, de livre vontade e escolhendo).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a 2013
Encíclica «Deus caritas est», § 35 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
«Somos servos inúteis»
Este modo justo de servir torna humilde o agente. Este não assume uma posição de superioridade face ao outro, por mais miserável que possa ser de momento a sua situação. Jesus Cristo ocupou o último lugar no mundo — a cruz — e, precisamente com esta humildade radical, redimiu-nos e ajuda-nos sem cessar. Quem se acha em condições de ajudar há-de reconhecer que, precisamente deste modo, é também ele próprio ajudado; não é mérito seu nem título de glória o facto de poder ajudar. Esta tarefa é graça.
Quanto mais alguém trabalhar pelos outros, tanto melhor compreenderá e assumirá como própria esta palavra de Jesus Cristo: «Somos servos inúteis» (Lc 17,10). Na realidade, essa pessoa reconhece que não age em virtude de uma superioridade ou de uma maior eficiência pessoal, mas porque o Senhor lhe concedeu este dom. Às vezes, a excessiva vastidão das necessidades e as limitações do próprio agir poderão expô-lo à tentação do desânimo. Mas é precisamente então que lhe serve de ajuda saber que, em última instância, não passa de um instrumento nas mãos do Senhor; libertar-se-á assim da presunção de ter de realizar, pessoalmente e sozinho, o necessário melhoramento do mundo. Com humildade, fará o que lhe for possível realizar e, com humildade, confiará o resto ao Senhor. É Deus quem governa o mundo, não nós.  

Quarta-feira, dia 09 de Novembro de 2016

Dedicação da Basílica de Latrão – Festa

Festa da Igreja : Dedicação da Basílica de Latrão
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Ezequiel 47,1-2.8-9.12.
Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água em direcção ao Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar.
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora, até à porta exterior que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito.
O Anjo disse-me: «Esta água (viva) corre para a região oriental, desce para Arabá e entra no mar, para que as suas águas se tornem salubres.
Todo o ser vivo que se move na água onde chegar esta torrente terá novo alento e o peixe será mais abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.
À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a espécie de árvores de fruto; a sua folhagem não murchará nem acabarão os seus frutos. Todos os meses darão frutos novos porque as águas vêm do santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».
Livro de Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9.
Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.

Os braços de um rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.

O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na Terra.

Evangelho segundo S. João 2,13-22.
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus Cristo subiu a Jerusalém.
«Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens por Ele amados».
Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas
e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa».
Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?».
Jesus Cristo, porém, falava do templo que era o seu Corpo.
Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus Cristo.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão 5 para a Dedicação
Festa da dedicação de uma igreja, festa do povo de Deus
Hoje, meus irmãos, celebramos uma grande festa; é a festa da casa do Senhor, do templo de Deus, da cidade do Rei eterno, da Esposa de Jesus Cristo. [...] Perguntemo-nos, pois o que é a casa de Deus, o seu templo, a sua cidade, a sua Esposa. Digo-o com temor e respeito: somos nós. Sim, nós somos tudo isso, mas no coração de Deus. Somo-lo pela sua graça e não pelos nossos méritos. [...] A humilde confissão das nossas penas provoca a sua compaixão. Esta confissão dispõe Deus a vir em socorro da nossa fome como um pai de família e a fazer-nos encontrar junto dele pão em abundância. Somos, portanto, a sua casa, onde nunca falta o alimento da vida. [...]
«Sede santos», está escrito, «porque Eu, o vosso Senhor, sou santo» (Lv 11,44). E o apóstolo Paulo diz-nos: «Não sabeis que os vossos corpos são o templo do Espírito Santo e que o Espírito Santo tem em vós a sua morada?» Mas bastará a própria santidade? Segundo o apóstolo, é necessário também a paz: «Procurai viver em paz com toda a gente e também a santidade, sem a qual ninguém verá a Deus» (Heb 12,14). É esta paz que nos faz viver juntos, unidos como irmãos, é ela que constrói para o nosso Rei uma cidade toda nova chamada Jerusalém, que quer dizer: visão da paz. [...]
Por fim, é o próprio Deus quem nos diz: «Desposei-te na fé, desposei-te no julgamento e na justiça [a dele, não a nossa], desposei-te na ternura e na misericórdia» (Os 2,22.21). Não é verdade que Ele Se comportou como um esposo? Que vos amou como um esposo, com o ciúme de um esposo? Então como poderíeis não vos considerar sua esposa? Assim, meus irmãos, uma vez que temos a prova de que somos a casa do Pai de família por causa da abundância dos bens que recebemos, o templo de Deus por causa da nossa santificação, a cidade do grande Rei por causa da nossa comunhão de vida, a esposa do Esposo imortal por causa do amor, parece-me que posso afirmar sem receio: esta festa é a nossa festa!

Quinta-feira, dia 10 de Novembro de 2016

Quinta-feira da 32.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Leão I Magno, papa, Doutor da Igreja, +461

Carta a Filémon 1,7-20.
Caríssimo: Tive grande alegria e consolação por causa da tua caridade, pois graças a ti, os cristãos sentem-se reconfortados.
Por isso, embora tenha a liberdade em Jesus Cristo para te ordenar o que deves fazer,
prefiro, em nome da caridade, fazer-te um pedido. Eu, Paulo, já ancião e agora prisioneiro por amor de Cristo Jesus,
rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na prisão.
Em tempos, ele era inútil para ti, mas agora é útil para ti e para mim.
Mando-o de volta para ti como se fosse o meu próprio coração.
Quisera conservá-lo junto de mim para que me servisse, em teu lugar, enquanto estou preso por causa do Evangelho.
Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer, para que a tua boa acção não parecesse forçada, mas feita de livre vontade.
Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo, a fim de o recuperares para sempre,
não já como escravo, mas muito melhor do que escravo: como irmão muito querido. É isto que ele é para mim e muito mais para ti, não só pela natureza, mas também aos olhos do Senhor.
Portanto, se me consideras teu amigo, recebe-o como a mim próprio.
Se ele te deu algum prejuízo ou te deve alguma coisa, põe-no na minha conta.
Eu, Paulo, escrevo com a minha mão: eu pagarei; para não dizer que tu mesmo estás em dívida para comigo.
Sim, irmão, dá-me esta alegria no Senhor; dá sossego ao meu coração por amor de Jesus Cristo. (Este tempo de Jesus Cristo nascido entre nós foi um tempo de transição entre dois sistemas: o Esclavagista e o Medieval; por isso foi o fim de um mundo em completa ruptura para dar lugar a um mundo novo. Como todos os tempos de transição são tempos muito difíceis.)
Livro de Salmos 146(145),7.8-9a.9bc-10.
O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos.
O Senhor ilumina os olhos dos cegos,

o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos.
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva

e entrava o caminho aos pecadores.
O Senhor reina eternamente;
o teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações.

Evangelho segundo S. Lucas 17,20-25.
Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus Cristo quando viria o reino de Deus e Ele respondeu-lhes, dizendo: «O reino de Deus não vem de maneira visível
nem se dirá: ‘Está aqui ou ali’ porque o reino de Deus está no meio de vós (era Ele próprio)».
Depois disse aos seus discípulos: «Dias virão em que desejareis ver um dia do Filho (do homem) e não o vereis.
Hão-de dizer-vos: ‘Está ali’ ou ‘Está aqui’. Não queirais ir nem os sigais.
Pois assim como o relâmpago que faísca de um lado do horizonte e brilha até ao lado oposto, assim será o Filho (do homem) no seu dia.
Mas primeiro tem de sofrer muito e ser rejeitado por esta geração» (não porque Deus assim o queria, mas porque as trevas não permitiam a sua existência, mas pelo seu sofrimento por todos ganhou esse direito; os das trevas, ao atacá-lo, destruíram-se. Ele não atacou ninguém).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Isaac, o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos, 1.ª série
«O Reino de Deus está entre vós»
Os demónios temem-no, mas Deus e os anjos desejam o homem que com fervor, dia e noite, procura a Deus no seu coração e que afasta para longe de si as ofensas do inimigo. O lugar espiritual de um homem com esta pureza de alma/ pessoa celeste está no interior de si mesmo: o sol que brilha nele é a luz da Santíssima Trindade; o ar que os seus pensamentos respiram é o Espírito Santo consolador e os santos anjos estão com ele. A sua vida, a sua alegria, o seu júbilo, são Jesus Cristo, luz da luz do Pai. Este homem rejubila a todas as horas de contemplação da sua alma/ pessoa celeste e maravilha-se com a beleza que nela vê, cem vezes mais luminosa do que o esplendor do céu.
Esta é Jerusalém. É o Reino de Deus que está em nós, segundo a palavra do Senhor. Esse país é a nuvem (meio de transporte de Deus) da glória de Deus, onde apenas os corações puros entrarão para estar na presença do seu Mestre (Mt 5,8) e o entendimento que têm do Senhor será iluminado pelos raios da sua luz.

Sexta-feira, dia 11 de Novembro de 2016

Sexta-feira da 32.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia: S. Martinho (de Tours), bispo, +397; S. Menas, soldado cristão, mártir, séc. IV

2.ª Carta da S. João 1,4-9. 
Senhora eleita de Deus: Muito me alegrei por saber que os teus filhos vivem no caminho da verdade, segundo o mandamento que recebemos do Pai.
E agora, Senhora, peço-te, não como quem escreve um mandamento novo, mas aquele que tivemos desde o princípio: amemo-nos uns aos outros.
Ora o amor consiste em viver segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento que ouvistes desde o princípio e segundo o qual deveis viver.
Apareceram no mundo muitos sedutores, os quais não professam a fé em Jesus Cristo feito homem. Este é o sedutor e o anticristo.
Tende cuidado convosco para não perderdes os frutos do nosso trabalho, mas, pelo contrário, para receberdes a plena recompensa.
Quem se afasta e não permanece na doutrina de Jesus Cristo não possui a Deus. Quem permanece na doutrina, esse possui o Pai e o Filho.

Livro de Salmos 119(118),1.2.10.11.17.18. 
Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Felizes os que observam as suas ordens
e O procuram de todo o coração.

De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.
Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós.

Fazei bem ao vosso servidor:
viverei e cumprirei a vossa palavra.
Abri, Senhor, os meus olhos
para ver as maravilhas da vossa lei.

Evangelho segundo S. Lucas 17,26-37. 
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé assim será também nos dias do Filho (do homem):
Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio que os fez perecer a todos.
Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam.
Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre que os fez perecer a todos.
Assim será no dia em que Se manifestar o Filho (do homem).
Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar e quem estiver no campo não volte atrás.
Lembrai-vos da mulher de Lot.
Quem procurar salvar a vida (natural) há-de perdê-la e quem a perder há-de salvá-la (a vida divina).
Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado;
estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada.
Dois homens estarão no campo: um será tomado e outro será deixado».
Então os discípulos perguntaram a Jesus Cristo: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos  
«Como nos dias de Noé»
«Como nos dias de Noé»
O sábio Noé [...] embarcou na arca por ordem de Deus, com os seus filhos e as esposas destes, ao todo somente oito almas. Sem parar de gemer, este servidor rezava assim: «Não me faças perecer com os pecadores, meu Salvador, pois vejo já o caos apoderar-se da criação e os elementos estão agitados pelo medo. [...] As nuvens estão preparadas, o céu está tumultuoso, os anjos acorrem à frente da tua cólera.» Ao ouvir estas palavras, Deus cerrou a arca e selou-a, enquanto o seu fiel gritava: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!» 
Do alto do céu, o juiz dá uma ordem; de imediato se abriram as comportas, precipitando as chuvas, torrentes de água e saraiva de um lado do mundo ao outro e o medo fez brotar as fontes do abismo, inundando a terra em todo o lado. [...] Foi este o efeito da cólera de Deus porque os homens haviam perseverado no seu endurecimento e não se tinham apressado a gritar-Lhe com fé: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!» [...] 
Em seguida, o coro dos anjos, vendo os homens carnais destruídos, gritou: «Agora que os justos possuam toda a extensão da terra!» Porque o Criador gosta de ver aqueles que fez à sua imagem (Gn 1,26); foi por isso que pôs os seus santos de parte para os salvar. Noé [...] solta a pomba e ela regressa ao fim do dia, trazendo no bico um ramo de oliveira que anunciava simbolicamente a misericórdia de Deus. Então Noé sai da arca, como que do túmulo, segundo a ordem que recebera [...], não como outrora Adão, que comera de uma árvore que dá a morte, pois Noé produzira um fruto de penitência ao dizer: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!» 
Mortas estão a corrupção e a iniquidade; o homem de coração recto triunfa pela sua fé, pois encontrou graça [...]. Então o justo (Gn 6,9) ofereceu ao Senhor um sacrifício sem mancha [...]; o Criador aspirou o seu agradável perfume e [...] declarou: «Jamais o universo voltará a perecer num dilúvio, mesmo que todos os homens levem uma vida má. Hoje estabeleço uma aliança irrevogável com eles. Mostro o meu arco a todos os habitantes da Terra para lhes servir de sinal, para que todos Me invoquem assim: 'Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, redentor do universo!'»

Sábado, dia 12 de Novembro de 2016

Sábado da 32.a semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Josafá Kuncevicz, monge, bispo, mártir, +1623

3.ª Carta de S. João 1,5-8.
Caríssimo Gaio: Tu procedes fielmente em tudo o que fazes pelos irmãos, apesar de serem estrangeiros.
Eles deram testemunho da tua caridade perante a Igreja. Farás bem, provendo-os do necessário para a viagem, de maneira digna aos olhos de Deus.
Foi pelo nome do Senhor que eles se puseram a caminho, sem nada receberem dos pagãos.
Devemos, portanto, ajudar esses homens para sermos cooperadores da verdade.
Livro de Salmos 112(111),1-2.3-4.5-6.
Feliz o homem que adora o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a Terra,
será abençoada a geração dos justos.

Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha aos homens rectos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.

Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado;
o justo deixará memória eterna.

Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos que por Ele clamam dia e noite e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho (do homem), encontrará fé sobre a Terra?»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 5
«Jesus Cristo disse [...] uma parábola sobre a necessidade de orar sempre»
Não podemos limitar a oração a pedidos em palavras. Com efeito, Deus não precisa apenas que Lhe façam discursos; mesmo que nada Lhe peçamos, sabe aquilo de que precisamos. O que dizer? A oração não consiste em fórmulas; antes abarca a vida toda. «Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus»(a tudo o que oferecemos a Deus e ao Senhor Jesus Cristo, … devemos sempre acrescentar também ‘para Glória de Deus’), diz o apóstolo Paulo (1Cor 10,31). Estás à mesa? Reza: ao pegar no pão, agradece Àquele que to concede; ao beber o vinho, lembra-te daquele que te proporcionou este dom para te alegrar o coração e te consolar das tristezas. Terminada a refeição, não te esqueças de te recordar do teu benfeitor. Quanto vestes a túnica, agradece Àquele que ta deu; quanto vestes a capa, testemunha o teu afecto a Deus que nos proporciona vestes adequadas ao inverno e ao verão, para nos proteger a vida.
Terminado o dia, agradece Àquele que te deu o sol para os trabalhos da jornada e o fogo para te iluminar o escuro e prover às tuas necessidades. A noite dá-te motivos de acção de graças; olhando o céu e contemplando a beleza das estrelas, reza ao Senhor do universo que fez todas as coisas com tal sabedoria. Quando vês a natureza adormecida, adora Aquele que, por meio do sono, nos reconforta de todas as fadigas e nos devolve, através do repouso, o vigor das forças.
Deste modo, rezarás sem descanso, se a tua oração não se limitar a fórmulas, mas pelo contrário te mantiveres unido a Deus no decurso de toda a tua existência, de maneira a fazeres da tua vida uma oração incessante.
©

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