domingo, 23 de outubro de 2016

Cristianismo 179 até 22-10-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 16 de Outubro de 2016

29.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol
e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.
Livro de Salmos 121(120),1-2.3-4.5-6.7-8.
Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor
que fez o céu e a Terra.

Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há-de dormir nem adormecer
Aquele que guarda Israel.

O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia
nem a lua durante a noite.

O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.

2.ª Carta a Timóteo 3,14-17.4,1-2.
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça.
Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.
Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo que há-de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.
Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade, vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo, ele não quis atendê-la, mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho (do homem), encontrará fé sobre a Terra?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love»
Rezar sempre sem desfalecer
Gostar de rezar. Sente muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração dilata o coração a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus que é Ele próprio. Pede, procura e o teu coração alargar-se-á a ponto de O receber, de O guardar como teu bem.
Desejamos tanto rezar bem e depois não conseguimos; então perdemos a coragem e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Jesus Cristo, que é oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros com as nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemos que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.

Segunda-feira, dia 17 de Outubro de 2016

Segunda-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Inácio de Antioquia, bispo, mártir, séc. II

Carta aos Efésios 2,1-10.
Irmãos: Vós estáveis mortos pelas faltas e pecados
em que vivestes outrora, segundo o modo de ser deste mundo e obedecendo ao príncipe do mal que impera nos ares, esse espírito que actua nos homens rebeldes.
Todos nós, que também éramos como eles, vivíamos antigamente submetidos aos desejos da nossa carne, satisfazendo os caprichos dos instintos e da imaginação e sendo por natureza filhos da ira, como os outros.
Mas Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós,
que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Jesus Cristo – é pela graça que fostes salvos –
e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo.
De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. (que é preciso querer e fazer caminho para lá chegar)
Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.
Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,

Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,

glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus Cristo: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». (novamente o mesmo problema de sempre; quem deve obedecer, dá ordens ao Senhor)
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo de um homem rico tinha produzido excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 34 sobre o Salmo 149
«Ser rico aos olhos de Deus»
Irmãos, examinai com atenção a vossa morada interior, abri os olhos e apreciai o vosso capital de amor e, depois aumentai a soma que tiverdes encontrado em vós. E guardai esse tesouro, a fim de serdes ricos interiormente. Chamam-se caros os bens que têm um preço elevado e com razão. […] Mas que coisa há mais cara do que o amor, meus irmãos? Em vossa opinião, que preço tem ele? E como pagá-lo? O preço de uma terra, o preço do trigo, é a prata; o preço de uma pérola é o ouro; mas o preço do amor és tu mesmo. Se queres comprar um campo, uma jóia, um animal, procuras em teu redor os fundos necessários para isso. Mas se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de encontrar.
Que receias ao dar-te? Receias perder-te? Pelo contrário, é recusando-te a dar-te que te perdes. O próprio Amor exprime-se pela boca da Sabedoria e apazigua com uma palavra a desordem que em ti lançava a expressão: «Dá-te a ti mesmo!» Se alguém quisesse vender-te um terreno, dir-te-ia: «Dá-me prata» ou, se quisesse vender-te outra coisa qualquer: «Dá-me dinheiro». Pois escuta o que diz o Amor, pela boca da Sabedoria: «Meu filho, dá-me o teu coração» (Prov 23, 26). O teu coração sofria quando estava em ti; eras presa de futilidades ou mesmo de más paixões. Afasta-te delas! Para onde hás-de levá-lo? A quem o hás-de oferecer? “«Meu filho, dá-me o teu coração», diz a Sabedoria. Se ele for meu, já não te perderás. […]
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma (também pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural; são diferentes cada) e com todo o teu entendimento» (Mt 22,37). […] Quem te criou quer-te todo para Si.

Terça-feira, dia 18 de Outubro de 2016

S. Lucas, Evangelista – Festa

Santo do dia : S. Lucas, Evangelista

2.ª Carta a Timóteo 4,10-17b.
Caríssimo: Demas abandonou-me. Preferiu o mundo presente e foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia e Tito para a Dalmácia.
Apenas Lucas está comigo. Traz contigo Marcos, pois me será de grande ajuda no ministério.
Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso.
Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.
Alexandre, o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. O Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras.
Toma tu também cuidado com ele, pois muito se tem oposto ao nosso ensinamento.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem e eu fui libertado da boca do leão.
Livro de Salmos 145(144),10-11.12-13ab.17-18.
Agradeçam-Vos, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos;
para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
 a glória e o esplendor do vosso reino.

O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.

Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
São Lucas, evangelista, «servidor da Palavra» (Lc 1,2)
É boa toda a palavra de Jesus Cristo que tem uma missão e uma finalidade, que não cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais pronunciado palavras efémeras, Ele que [...] exprimiu os conselhos profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Jesus Cristo é boa. Mesmo que os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas comuns, podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado – sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos ou opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de persuasão ou de condenação – nada tem uma significação puramente acidental, um alcance limitado ou parcial [...].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Jesus Cristo, mesmo quando nos surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim imediato - o que torna mais difícil distinguir o que há nelas de momentâneo e de contingente - mesmo assim, nada perdem da sua força, a cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar para sempre nos céus (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade. Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma tão íntima no nosso tempo como quando pela primeira vez foram pronunciadas.
Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos ter sido obra humana a recolha destas migalhas da mesa de Jesus Cristo. Mas temos uma certeza muito maior porque não as recebemos dos homens, mas de Deus (1Tess 2,13). O Espírito Santo, que veio glorificar Jesus Cristo e dar aos evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril. Louvado seja por ter escolhido e salvado para nós as palavras que seriam mais úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja para a fé, para a moral e para a disciplina. Não uma lei escrita em tábuas de pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito e não de letra (Rom 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).

Quarta-feira, dia 19 de Outubro de 2016

Quarta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor:
por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Jesus Cristo, como já o apresentei sumariamente.
Assim podeis compreender o conhecimento que tenho do mistério de Jesus Cristo.
Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas:
os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Deste Evangelho me tornei ministro, pelo dom da graça que Deus me concedeu pela força do seu poder.
A mim, o último de todos os santos, foi concedida a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Jesus Cristo
e de manifestar a todos como se realiza o mistério escondido, desde toda a eternidade, em Deus, criador de todas as coisas.
E agora é por meio da Igreja que se dá a conhecer aos principados e potestades celestes a multiforme sabedoria de Deus,
realizada, conforme o seu eterno desígnio, em Jesus Cristo, nosso Senhor.
Assim é pela fé em Jesus Cristo que podemos aproximar-nos de Deus com toda a confiança.
Livro de Isaías 12,2-3.4bcd.5-6.
Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água, com alegria, das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome,
Anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria e exultai, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa.
Estai vós também preparados porque na hora em que não pensais virá o Filho (do homem)».
Disse Pedro a Jesus Cristo: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola ou também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo?
Feliz o servidor a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas.
Aquele, porém que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo no Norte de África
Sermão 1; CCL 91A, 889
«Servidores de Jesus Cristo e administradores dos mistérios de Deus» (1Cor 4,1)
Para bem precisar o papel dos servidores que colocou à frente do seu povo, o Senhor diz estas palavras que o Evangelho narra: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.» Quem é este senhor, irmãos? Sem dúvida alguma é Jesus Cristo que disse aos discípulos: «Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou» (Jo 13,13). E quem é o pessoal da casa de tal senhor? É evidentemente aquele que o próprio Senhor resgatou das mãos do inimigo e tornou seu. Esse pessoal é a Igreja santa e universal que com maravilhosa fecundidade se propaga por todo o mundo e se glorifica por ter sido resgatada pelo preço do sangue do Senhor [...].
Mas quem é o administrador fiel e prudente? O apóstolo Paulo no-lo mostra, ao falar de si próprio e dos seus companheiros nestes termos: «Considerem-nos, pois servidores de Jesus Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora o que se requer dos administradores é que se sejam fiéis» (1Cor 4,1-2). E para que nenhum nós pense que apenas os apóstolos se tornaram administradores e para que nenhum servo, preguiçoso e infiel, abandone o combate espiritual ou se ponha a dormir, o santo apóstolo refere-se claramente aos próprios bispos como administradores: «É preciso que o bispo, como administrador de Deus, seja irrepreensível», diz-nos (Tit 1,7). Somos, pois os servos do Pai de família, os administradores do Senhor e dele recebemos a ração de trigo que distribuiremos por vós.

Quinta-feira, dia 20 de Outubro de 2016

Quinta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Iria, mártir, +653, Santa Maria Bertilla Boscardin, religiosa, enfermeira, +1922, Beato Contardo Ferrini, profissional católico, +1902

Carta aos Efésios 3,14-21.
Irmãos: Eu dobro os joelhos diante do Pai,
de quem recebe o nome toda a paternidade nos céus e na Terra
para que Se digne, segundo as riquezas da sua glória, armar-vos poderosamente pelo seu Espírito, para que se fortifique em vós o homem interior
e Jesus Cristo habite pela fé em vossos corações. Assim, profundamente enraizados na caridade,
podereis compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade
do amor de Jesus Cristo que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais totalmente saciados na plenitude de Deus.
Àquele que, pela sua virtude que actua em nós, pode fazer infinitamente mais do que possamos pedir ou imaginar,
a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos. Ámen.
Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.11-12.18-19.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,

cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.

Ele ama a justiça e a rectidão:
a Terra está cheia da bondade do Senhor.
O plano do Senhor permanece eternamente

e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O adoram,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas (e outras pessoas)
e os alimentar no tempo da fome.

Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à Terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Lucas, 7, 134
«Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, esposa, filhos ou terras por causa do meu nome receberá cem vezes mais» (Mt 19,29)
«Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.» Em quase todas as passagens do Evangelho o sentido espiritual joga um papel importante; mas sobretudo nesta passagem, para que não seja rejeitada pela dureza de uma interpretação simplista, é preciso procurar na trama do sentido a profundidade espiritual. [...] Como é que Ele próprio disse: «Dou-vos a minha paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), se veio separar os pais dos filhos, os filhos dos pais, rompendo os laços que os unem? Como pode ser chamado «maldito o que trata com desprezo seu pai ou sua mãe» (Dt 27,16) e fervoroso o que os abandona?
Se compreendermos que a religião vem em primeiro lugar e a piedade filial em segundo, esta questão fica esclarecida; com efeito, o humano tem de vir depois do divino. Porque, se temos deveres para com os pais, quanto mais para com o Pai dos pais, a quem devemos estar reconhecidos pelos nossos pais! [...] Ele não diz, portanto, que é preciso renunciar aos que amamos, mas que há que preferir Deus a todos. Aliás, encontramos noutro livro: «Quem amar pai ou mãe mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Não te é interdito amares os teus pais, mas preferi-los a Deus. Porque as relações naturais são benefícios do Senhor e ninguém deve amar os benefícios recebidos mais do que a Deus que preserva os benefícios que dá.

Sexta-feira, dia 21 de Outubro de 2016

Sexta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade;
empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a Terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.

Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo, dizia Jesus Cristo à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’ e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’ e assim sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da Terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica Novo millenio ineunte, 6/01/2001, § 55-56 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
Saber julgar os sinais dos tempos
O diálogo inter religioso deve continuar. Na condição de um pluralismo cultural e religioso mais acentuado, como se prevê na sociedade do novo milénio, isso é importante até para criar uma segura premissa de paz e afastar o espectro funesto das guerras de religião que já cobriram de sangue muitos períodos na história da humanidade. O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz.
Mas o diálogo não pode ser fundado sobre o indiferentismo religioso e nós, cristãos, temos a obrigação de realizá-lo, dando testemunho completo da esperança que há em nós (cf 1Ped 3,15). [...] Por outro lado, o dever missionário não nos impede de entrar no diálogo intimamente dispostos a ouvir. Com efeito, sabemos que a própria Igreja, diante do mistério da graça infinitamente rico de dimensões e consequências para a vida e a história do homem, jamais cessará de indagar, podendo contar com a ajuda do Paráclito, o Espírito da Verdade (cf Jo 14,17), ao qual compete precisamente a missão de guiá-la para a «verdade total» (Jo 16,13).
Este princípio está na base, quer do inexaurível aprofundamento teológico da verdade cristã quer do diálogo cristão com as filosofias, as culturas, as religiões. Não é raro o Espírito de Deus, que «sopra onde quer» (Jo 3,8), suscitar na experiência humana universal, não obstante as suas múltiplas contradições, sinais da sua presença que ajudam os próprios discípulos de Jesus Cristo a compreender mais profundamente a mensagem de que são portadores. Não foi porventura com esta abertura humilde e confiante que o Concílio Vaticano II se empenhou a ler «os sinais dos tempos» (Gaudium et spes, §4)? Apesar de ter efectuado um discernimento diligente e cuidadoso para identificar os «verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus» (§11), a Igreja reconhece que não se limitou a dar, mas também «recebeu da história e evolução do género humano» (§44). Esta atitude, feita simultaneamente de abertura e de atento discernimento, iniciou-a o Concílio também com as outras religiões. Compete-nos a nós seguir fielmente o seu ensinamento pelo sulco aberto.

Sábado, dia 22 de Outubro de 2016

Sábado da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: A cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o dom de Jesus Cristo.
Por isso diz a Escritura: «Subiu às alturas, sujeitou um grupo de cativos, concedeu dons aos homens».
Que quer dizer «subiu», senão que também desceu às regiões inferiores da Terra?
Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher o universo.
Foi Ele também que a uns constituiu apóstolos, a outros evangelistas e a outros pastores e mestres,
para o aperfeiçoamento dos cristãos em ordem ao trabalho do ministério e à edificação do Corpo de Jesus Cristo,
até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho (de Deus), ao estado de homem perfeito, à medida de Jesus Cristo na sua plenitude.
Assim, já não somos crianças inconstantes, levados ao sabor de todas as correntes de doutrina, à mercê da maldade dos homens, da astúcia com que induzem ao erro.
Pelo contrário, praticando a verdade na caridade, cresceremos em tudo para Jesus Cristo que é a Cabeça.
É por Ele que o corpo inteiro, coordenado e unido por meio de todas as junturas, opera o seu crescimento orgânico, segundo a actividade de cada uma das partes, a fim de se edificar na caridade.
Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.

Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.
Naquele tempo, vieram contar a Jesus Cristo que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. (não de maneira igual, mas todos morrerão porque vivem na morte e não na vida; não se converteram à Vida e ao Bem, praticam a morte e o mal porque são/ estão das/ nas trevas)
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante.
Jesus Cristo disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la». (frutos = boas obras; dar-lhe mais um tempo para que se converta à vida)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Didaké (c. 60-120), catequese judaico-cristã
§§ 1-6
«Escolhe a vida» (Dt 30,19)
Há dois caminhos, um de vida e outro de morte, mas há uma grande diferença entre os dois. Ora o caminho da vida é o seguinte: primeiro que tudo, amarás a Deus que te criou; em segundo lugar, amarás o teu próximo como a ti mesmo e aquilo que não queres que alguém te faça não o faças tu a outrem. Eis o ensinamento contido nestas palavras: Bendizei aqueles que vos maldizem, rezai pelos vossos inimigos, jejuai pelos que vos perseguem. Com efeito, que mérito tendes em amar os que vos amam? Não o fazem também os pagãos? Quanto a vós, amai os que vos odeiam e não tereis inimigos. Abstende-vos dos desejos carnais e corporais. [...]
Segundo mandamento da doutrina: não matarás, não cometerás adultério, não seduzirás rapazes, não cometerás fornicação nem roubo nem magia nem envenenamento; não matarás nenhuma criança, por aborto ou depois do nascimento; não desejarás os bens do teu próximo. Não cometerás perjúrio, não levantarás falsos testemunhos, não terás intenções de maledicência e não guardarás rancor. Não terás duas maneiras de pensar nem duas palavras: porque a duplicidade de linguagem é uma armadilha de morte. A tua palavra não será mentirosa nem vã, mas plena de sentido. Não serás avarento nem ganancioso nem hipócrita nem maldoso nem orgulhoso; não terás má vontade com o teu próximo. Não deves odiar ninguém: deves corrigir uns e rezar por eles e amar os outros como a própria vida.
Meu filho, foge de tudo o que é mal e de tudo o que te parece mal. [...] Vigia para que ninguém te desvie da doutrina porque esse estará a guiar-te para longe de Deus. Se puderes suportar todo o jugo do Senhor, serás perfeito; se não, faz ao menos o que te for possível.
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domingo, 16 de outubro de 2016

Cristianismo 178 até 15-10-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 09 de Outubro de 2016

28.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Naqueles dias, o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí mergulhou sete vezes, como lhe mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carne tornou-se tenra como a de uma criança e ficou purificado da lepra.
Naamã foi ter novamente com o homem de Deus, acompanhado de toda a sua comitiva. Ao chegar diante dele, exclamou: «Agora reconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de Israel. Peço-te que aceites um presente deste teu servo».
Eliseu respondeu-lhe: «Pela vida do Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E apesar das insistências, ele recusou.
Disse então Naamã: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a este teu servo uma porção de terra para um altar, tanto quanto possa carregar uma parelha de mulas porque o teu servo nunca mais há-de oferecer holocausto ou sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».
Livro de Salmos 98(97),1.2-3.3-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade,
em favor da casa de Israel.

Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade,
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

2.ª Carta a Timóteo 2,8-13.
Caríssimo: Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David, ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho,
pelo qual eu sofro, até ao ponto de estar preso a estas cadeias como um malfeitor. Mas a palavra de Deus não está encadeada.
Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com a glória eterna.
É digna de fé esta palavra: Se morremos com Jesus Cristo, também com Ele viveremos;
se sofremos com Jesus Cristo, também com Ele viveremos; se O negarmos, também Ele nos negará;
se Lhe formos infiéis, Ele permanece fiel porque não pode negar-Se a Si mesmo.
Evangelho segundo S. Lucas 17,11-19.
Naquele tempo, indo Jesus Cristo a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia.
Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância,
disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós».
Ao vê-los, Jesus Cristo disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra.
Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz,
e prostrou-se de rosto em terra aos pés de Jesus Cristo, para Lhe agradecer. Era um samaritano.
Jesus Cristo, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove?
Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?».
E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou». (uma perspectiva: os outros nove ficaram salvos da lepra? Não, porque eles não se converteram; agiram com astúcia palerma com Jesus Cristo. Pediram a cura e uma vez curados, ficaram a rir-se dele na sua ignomínia, permanecendo nos mesmos erros; permanecendo nas trevas. Então o que é que acontece? Voltarão a ter a lepra/ outros males porque não reconheceram a graça de Deus nem a grande bênção, a Vida, que Jesus Cristo lhes deu. Julgaram-se espertos! Permaneceram na destruição, no mal. O samaritano ficou salvo porque foi grato e crente. Era um homem de fé! Ficou salvo do mal. Morrerá? Claro que sim, mas em paz.)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Bruno de Segni (c. 1045-1123), bispo
Comentário sobre o Evangelho de Lucas, 2, 40; PL 165, 426-428
A fé que purifica
Que representam os dez leprosos, senão o conjunto dos pecadores? [...] Quando Jesus Cristo Nosso Senhor veio, todos os homens sofriam de lepra (sem Vida espiritual) da alma, mesmo que nem todos estivessem fisicamente doentes. [...] Ora a lepra da alma é bem pior que a do corpo.
Mas vejamos a continuação: « Conservando-se a distância, disseram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!"» Esses homens mantinham-se à distância porque não ousavam, tendo em conta o seu estado, avançar para mais perto dele. O mesmo se passa connosco: enquanto permanecemos nos nossos pecados, mantemo-nos afastados. Portanto, para recuperarmos a saúde e nos curarmos da lepra dos nossos pecados, supliquemos com voz forte e digamos: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!» Esta súplica, no entanto, não deve vir da boca, mas do coração porque o coração fala mais alto. A oração do coração penetra os céus e eleva-se até ao trono de Deus.

Segunda-feira, dia 10 de Outubro de 2016

Segunda-feira da 28.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Daniel Comboni, presbítero, fundador, +1881, S. Tomás de Vilanova, bispo, +1555

Carta aos Gálatas 4,22-24.26-27.31.5,1.
Irmãos: Como está escrito, Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da mulher livre (pessoa natural).
O da escrava nasceu segundo a natureza e o da mulher livre em virtude da promessa.
Há nisto uma alegoria. As mulheres representam as duas alianças. A primeira, concluída no monte Sinai, gera para a escravidão: é Agar.
Mas a Jerusalém do alto é livre e esta é a nossa mãe.
Porque está escrito: «Alegra-te, ó estéril, que não davas à luz; rejubila e canta de alegria, tu que não conheceste as dores da maternidade porque os filhos da abandonada são mais numerosos que os daquela que tem marido».
Por isso, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da mulher livre.
Foi para a verdadeira liberdade que Jesus Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão.
Livro de Salmos 113(112),1-2.3-4.5a.6-7.
Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre.
Desde o nascer ao pôr do sol, seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor domina sobre todos os povos, a sua glória está acima dos céus.

Quem se compara ao Senhor nosso Deus,
que Se inclina lá do alto a olhar o céu e a Terra?
Levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria.

Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus Cristo e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas.
Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive assim o será também o Filho (do homem) para esta geração.
No juízo final, a rainha do Sul levantar-se-á com os homens desta geração e há-de condená-los porque veio dos confins da Terra para ouvir a sabedoria de Salomão e aqui está quem é maior do que Salomão.
No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas e aqui está quem é maior do que Jonas».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Homilia sobre o Cântico dos Cânticos (a partir da trad. de Migne 1992, p.40 rev.)
«Aqui está quem é maior do que Salomão!»
O texto do Cântico dos Cânticos de Salomão apresenta a alma/pessoa celeste como uma noiva, preparada para uma união incorpórea, espiritual e sem mancha com Deus. Aquele que «deseja que todos os homens se salvem e conheçam a verdade» (1Tim 2,4) expõe assim o meio mais completo, o feliz meio para alcançar a salvação, a saber, aquele que passa pelo Amor. Há quem encontre a salvação no temor, evitando fazer o mal pela consideração dos castigos que nos ameaçam na geena. Há também quem leve uma vida de rectidão e de virtude porque tem a esperança de receber o salário reservado àqueles que tiveram uma existência piedosa; estes agem, não por amor do Bem, mas com a esperança de serem recompensados.
Ora para avançarmos na perfeição, temos de começar por expulsar da alma/pessoa espiritual o temor; é uma atitude servil não estarmos vinculados ao Mestre apenas por amor. [...] Não amamos com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças (Mc 12,30) um dos dons com os quais somos recompensados, mas Aquele que é a própria fonte destes bens. Assim deve ser a alma segundo a palavra de Salomão. [...]
Julgas que evoco o Salomão, o filho de Bersabé, que no alto da montanha sacrificou mil bois e que, a conselho de sua esposa estrangeira, cometeu um pecado? Não. Estou a pensar noutro Salomão, naquele que também nasceu de David segundo a carne e que tem por nome «paz» [pois o nome de Salomão significa «homem de paz»]. Esse é o verdadeiro Rei de Israel, o construtor do Templo de Deus, o detentor do conhecimento universal, Aquele cuja sabedoria é incomensurável - mais ainda, que é por essência sabedoria e verdade, cujo nome e cujo pensamento são perfeitamente divinos e sublimes. Ele serviu-Se de Salomão como de um instrumento; é Ele que, através da voz de Salomão, Se dirige a nós, primeiro nos Provérbios, depois no Eclesiastes e depois no Cântico dos Cânticos, apresentando à nossa reflexão, com ordem e método, a forma de progredir com vista à perfeição.

Terça-feira, dia 11 de Outubro de 2016

Terça-feira da 28.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Foi para a verdadeira liberdade que Jesus Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão.
Sou eu, Paulo, que vos digo: Se vos fizerdes circuncidar, Jesus Cristo de nada vos servirá.
De novo asseguro a todo o homem que se faz circuncidar: fica obrigado a cumprir toda a Lei de Moisés.
Vós os que procurais a justificação por essa Lei, separastes-vos de Jesus Cristo e perdestes a graça de Deus.
Nós, porém, é pelo Espírito Santo (que nos santifica, libertando-nos dos desejos), em virtude da fé, que esperamos alcançar a justificação.
Porque em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão tem qualquer valor, mas só a , que actua pela caridade.
Livro de Salmos 119(118),41.43.44.45.47.48.
Desça sobre mim a vossa bondade,
salvai-me segundo a vossa promessa.
Não me tireis da boca a palavra da verdade
porque eu espero nos vossos juízos.

Quero cumprir fielmente a vossa lei,
agora e para sempre.
Andarei seguro no meu caminho
porque busquei os vossos preceitos.

Ponho as minhas delícias nos vossos mandamentos
porque muito Vos amo.
Estendo as mãos para os vossos mandamentos
e medito nos vossos decretos.

Evangelho segundo S. Lucas 11,37-41.
Naquele tempo, depois de Jesus Cristo ter falado, um fariseu convidou-O para comer em sua casa. Jesus Cristo entrou e tomou lugar à mesa.
O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de comer.
Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade.
Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior?
Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Balduíno de Ford (?-c. 1190), abade cisterciense, depois bispo
Homilia 6, sobre a Carta aos Hebreus
«Limpais o exterior. [...] Quem fez o interior não fez também o exterior?»
O Senhor conhece os pensamentos e as intenções do nosso coração. Ninguém duvida de que Ele os conhece de facto a todos, mas nós só conhecemos os que Ele nos torna manifestos pela graça do discernimento. Porque o espírito do homem nem sempre sabe o que há nele e mesmo quando se trata dos seus próprios pensamentos, sejam eles queridos ou não, tem deles uma ideia que nem sempre corresponde à realidade. Nem os que se apresentam com evidência aos olhos do espírito discerne com precisão, tão obscurecido está o seu olhar.
Com efeito, acontece frequentemente, por uma razão humana ou procedente do tentador, deixarmo-nos levar pelo pensamento para aquilo que é só aparência de piedade e que, aos olhos de Deus, não merece de maneira nenhuma a recompensa prometida à virtude. É que há coisas que podem apresentar o aspecto de verdadeiras virtudes, como também de vícios, e enganar os olhos do coração. Pelas suas seduções, podem perturbar a visão da nossa inteligência ao ponto de, muitas vezes, lhe fazer tomar por um bem realidades que realmente são más, e inversamente, levá-la a ver um mal onde, na verdade, não existe. É um aspecto da nossa miséria e da nossa ignorância que muito precisamos de deplorar e grandemente de temer. [...]
Quem pode verificar se os espíritos procedem de Deus (uns procedem de Deus, outros procedem das trevas, do mal) a não ser que tenha recebido de Deus o discernimento dos espíritos? [...] Este discernimento é a fonte de todas as virtudes.

Quarta-feira, dia 12 de Outubro de 2016

Quarta-feira da 28.ª semana do Tempo Comum

Festa da Igreja : Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil
Calendário da Igreja disponível este dia

Carta aos Gálatas 5,18-25.
Irmãos: Se vos deixais conduzir pelo Espírito, não estais sujeitos à Lei de Moisés.
As obras da carne (também das trevas) são bem conhecidas: luxúria, imoralidade, libertinagem,
idolatria, feitiçaria, inimizades, ciúmes, discórdias, ira, rivalidades, dissensões, facciosismos,
invejas, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas, sobre as quais vos previno, como já vos disse: os que praticam estas acções não herdarão o reino de Deus.
Pelo contrário, os frutos do Espírito (de Deus, do Bem, do Dia) são: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, temperança. Contra coisas como estas não há lei.
Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e apetites.
Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito.
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem-sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo S. Lucas 11,42-46.
Naquele tempo, disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e o amor de Deus! Devíeis praticar estas coisas, sem omitir aquelas.
Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e das saudações na praça pública!
Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados (= sois mortos caminhando; sois das trevas), sobre os quais passamos sem o saber!».
Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus Cristo: «Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós».
Jesus Cristo respondeu: «Ai de vós também, doutores da lei, porque impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios nem com um só dedo tocais nesses fardos!».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Sentenças 117, 118
«Ai de vós, doutores da lei, porque impondes aos homens fardos insuportáveis»
A sobriedade vigilante ajuda mais o homem do que as obras exteriores. [...] Não é possível que uma pessoa domine verdadeiramente os desejos corpóreos - a preguiça, a ira, a gula - e não adquira a mansidão. Exercido com discernimento o desprendimento de tudo, seguem-se a recusa do conforto corporal(? O corpo natural é templo de Deus; damos-Lhe desconforto?)  e da opinião dos outros. A pessoa que, por amor a Deus, acolhe com alegria e diligência o mal que lhe fazem é pura de coração (Mt 5,8); e, se não despreza ninguém, é verdadeiramente livre. [...]
Não alimentes o ódio contra o pecador (porque estamos a guardar em nós esse dom que é das trevas e só nos vai destruir a nós) porque todos somos culpados. Se, por amor a Deus, tiveres contra ele motivos de censura, lamenta-o. Porque lhe terias tu ódio? É o seu pecado que deves odiar e rezar por ele, se quiseres ser como Jesus Cristo que, longe de Se indignar com os pecadores, rezava por eles: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34). [...] Que razão terias, pois para odiar o pecador, tu que não passas de um homem? Seria por ele não estar à altura da tua virtude? Mas onde está a tua virtude se te falta a caridade?

Quinta-feira, dia 13 de Outubro de 2016

Quinta-feira da 28.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, aos cristãos que vivem em Éfeso, fiéis em Jesus Cristo.
A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco.
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Jesus Cristo.
N’Ele (= Filho) nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença.
Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo,
para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós, por seu amado Filho.
N’Ele, pelo seu sangue, temos a redenção e a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
que Ele nos concedeu em abundância, com plena sabedoria e inteligência.
Ele deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio de benevolência n’Ele de antemão estabelecido
para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas em Jesus Cristo, tudo o que há nos Céus e na Terra.
Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Evangelho segundo S. Lucas 11,47-54.
Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os túmulos dos profetas, quando foram os vossos pais que os mataram.
Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais porque eles mataram-nos e vós levantais os monumentos.
É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos e eles hão-de matar uns e perseguir outros’.
Mas Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas que foi derramado desde a criação do mundo,
desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias que pereceu entre o altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta geração.
Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós não entrastes e impedistes os que queriam entrar!».
Quando Jesus Cristo saiu dali os escribas e os fariseus começaram a persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas coisas,
armando-Lhe ciladas para O surpreenderem nalguma palavra da sua boca.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Severino de Gabala (?-c. 408), bispo da Síria
Homilia sobre Caim e Abel
«Um sangue de aspersão que fala melhor de que o de Abel» (Heb 12, 24)
Caim e Abel pareciam honrar a Deus com culto idêntico, mas na realidade apresentavam as suas oferendas com disposições bem diferentes: as do mais velho pareciam ser apenas um dom, enquanto as do mais novo davam testemunho da sua reverência e piedade. Daí nasceram os sentimentos de inveja [...] que resultaram no assassínio de Abel (Gn 4,3s). [...]
Vejo no santo Abel a imagem de Jesus Cristo. Claro que o Salvador é o Justo por excelência [...], mas, de entre todos os homens da Antiga Aliança, o príncipe da justiça é Abel. [...] Aliás o próprio Salvador posicionou Abel à cabeça da linha dos justos quando disse aos Judeus: «Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas que foi derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias que pereceu entre o altar e o santuário.» [...]
Coisa admirável: porque foi o primeiro a combater pela justiça, Abel teve a honra de ser o primeiro a sofrer pela piedade. Ele é verdadeiramente a prefiguração de Jesus Cristo que foi condenado à morte por causa da verdade. O sangue de Abel anuncia o sangue de Jesus Cristo: ele clama à terra (Gn 4,10). O sangue do Senhor também clama, mas o sangue de Abel era suplicante, enquanto o de Jesus Cristo opera a reconciliação com o mundo. [...] O apóstolo Paulo, lembrando um e outro, declara a superioridade do sangue de Jesus Cristo quando escreve: «Vós porém aproximastes-vos do monte Sião e da cidade do Deus Vivo, da Jerusalém celeste, de míriades de anjos, da reunião festiva, da assembleia dos primogénitos inscritos nos céus, do Juiz que é o Deus de todos, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição, de Jesus Cristo, o Mediador da Nova Aliança e de um sangue de aspersão que fala melhor do que o de Abel» (Heb 12,22-24). [...] Sim, este sangue fala, suplica pelos pecadores, intercede pelo mundo. O sangue de Jesus Cristo purifica realmente o mundo; o sangue de Jesus Cristo é a redenção dos homens.

Sexta-feira, dia 14 de Outubro de 2016

Sexta-feira da 28.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Em Jesus Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade,
para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Jesus Cristo.
Foi n’Ele que vós também, depois de ouvirdes a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação, abraçastes a fé e fostes marcados pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo prometido
é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus adquiriu para louvor da sua glória.
Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.12-13.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.

A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a Terra está cheia da bondade do Senhor.

Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do Céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.

Evangelho segundo S. Lucas 12,1-7.
Naquele tempo, a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos outros. E Jesus Cristo começou a dizer, em primeiro lugar para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se nem há nada oculto que não venha a conhecer-se.
Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores, será proclamado sobre os telhados.
Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer.
Vou mostrar-vos a quem deveis temer: Temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar na Geena (= no calor infernal, na lava). Sim, Eu vos digo, a Esse é que deveis temer.
Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum deles é esquecido diante de Deus.
Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos Espirituais, 1.ª série, n.º 36
«Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
É preciso não desejar nem procurar estouvadamente sinais visíveis, uma vez que o Senhor está sempre pronto a socorrer os seus santos. Ele não manifesta o seu poder numa obra ou num sinal sensível sem necessidade, para não esbater a ajuda que dele recebemos nem nos prejudicar. É desta forma que providencia junto dos seus santos: quer mostrar-lhes que a atenção secreta que lhes presta não os abandona um instante, mas que, em tudo, os deixa travar o combate segundo a medida das suas forças e esforçar-se por rezar.
Porém se alguma dificuldade os abate, quando estão doentes ou desencorajados porque a sua natureza é fraca, então Ele próprio faz, como é preciso e como Ele sabe, tudo o que está no seu poder para que sejam socorridos. Confirma-os secretamente tanto quanto pode, para que tenham força para suportar as dificuldades. Porque, na confiança que lhes dá, frustra essas dificuldades e, pela visão da fé, desperta-os para o louvor. [...] Contudo se for preciso que esta ajuda secreta seja explicitada, Ele o faz, mas por necessidade. Os seus caminhos são de grande sabedoria: prolongam-se quando é preciso e necessário, mas nunca de qualquer maneira.

Sábado, dia 15 de Outubro de 2016

Sábado da 28.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Teresa de Ávila, virgem, doutora da Igreja, +1582

Carta aos Efésios 1,15-23.
Irmãos, tendo ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus Cristo e da vossa caridade para com todos os cristãos,
não cesso de agradecer por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações.
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente.
Ele ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos
e a incomensurável grandeza do seu poder para nós, os crentes.
Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Jesus Cristo que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus,
acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir.
Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja,
que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
Livro de Salmos 8,2-3a.4-5.6-7.
Como é admirável, Senhor, o vosso nome em toda a Terra!
A vossa majestade está acima dos céus.
Da boca das crianças e meninos de peito
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,

a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino,

de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.

Evangelho segundo S. Lucas 12,8-12.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «A todo aquele que Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho (do homem) o reconhecerá diante dos Anjos de Deus.
Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus.
E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho (do homem) será perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não será perdoado.
Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem com o que haveis de dizer em vossa defesa.
O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Carta da Igreja de Esmirna sobre o martírio de São Policarpo (69-155), bispo
(cf. SC 10)
«Quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus»
O mais admirável dos mártires foi o bispo Policarpo. Primeiro, quando soube de tudo o que se passara, não se perturbou, pelo contrário, quis permanecer na cidade. Perante a insistência da maioria, acabou por se afastar. Retirou-se para uma pequena propriedade situada perto do centro e aí permaneceu com alguns companheiros. Noite e dia, nada mais fazia do que rezar por todos os homens e pelas Igrejas do mundo inteiro, como era seu costume. [...]
Os guardas, a pé e a cavalo, puseram-se a caminho, armados como se fossem no encalço de um bandido. Noite dentro, chegaram à casa onde se encontrava Policarpo. Este estava deitado num quarto do andar de cima; daí ainda poderia ter ido para outra propriedade. Não quis fazê-lo. Limitou-se a dizer: «Seja feita a vontade de Deus». Ouvindo as vozes dos guardas, desceu e pôs-se a conversar com eles. A sua idade avançada e a sua calma encheram-nos de admiração: não percebiam porque se tinham dado a tantos trabalhos para prender tal ancião. Apesar da hora tardia, Policarpo foi solícito em servir-lhes de comer e de beber, tanto quanto desejaram. Pediu-lhes apenas que lhe concedessem uma hora para orar livremente. Eles consentiram. Era um homem cheio da graça de Deus e pôs-se a rezar de pé. Sem conseguir parar, assim continuou a rezar em voz alta durante duas horas. Os que o ouviam estavam estupefactos e muitos arrependiam-se de terem marchado contra um ancião tão santo.
Quando terminou a oração, na qual fizera memória de todos aqueles que tinha conhecido do decurso da sua longa vida – grandes e pequenos, pessoas ilustres ou obscuras – e de toda a Igreja difundida pelo mundo inteiro, chegou a hora da partida. Fizeram-no montar um asno e conduziram-no para o centro de Esmirna. Era o grande dia de sábado.
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