sábado, 17 de setembro de 2016

Cristianismo 174 até 17-09-2016


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 11 de Setembro de 2016

24.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Santo do dia : São João Gabriel Perboyre, presbítero, mártir, +1840

Livro de Êxodo 32,7-11.13-14.
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se.
Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, que te fez sair da terra do Egipto’».
O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz.
Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação».
Então Moisés procurou aplacar o Senhor, seu Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há-de inflamar a vossa indignação contra o vosso povo que libertastes da terra do Egipto com tão grande força e mão tão poderosa?
Lembrai-Vos dos vossos servidores Abraão, Isaac e Israel, a quem jurastes pelo vosso nome, dizendo: ‘Farei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para sempre em herança toda a terra que vos prometi’».
Então o Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo.
Livro de Salmos 51(50),3-4.12-13.17.19.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade (= não-equidade) e purificai-me de todas as faltas.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.
Abri, Senhor, os meus lábios e a minha boca anunciará o vosso louvor.
Sacrifício agradável a Deus é um espírito arrependido: não desprezeis, Senhor, um espírito humilhado e contrito.

1.ª Carta a Timóteo 1,12-17.
Caríssimo: Agradeço Àquele que me deu força, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço,
a mim que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia porque agi por ignorância, quando ainda era descrente.
A graça de Nosso Senhor superabundou em mim com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus.
É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e eu sou o primeiro deles.
Mas alcancei misericórdia para que, em mim primeiramente, Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que hão-de acreditar n’Ele, para a vida eterna.
Ao Rei dos séculos, Deus imortal, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amen.
Evangelho segundo S. Lucas 15,1-32.
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus Cristo, para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus Cristo disse-lhes então a seguinte parábola:
«Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, (não é no prado verdejante) para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar?
Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros
e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo porque encontrei a minha ovelha perdida’.
Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.
Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar?
Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo porque encontrei a dracma perdida’.
Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa (= não volte a praticar o mal)».
Jesus Cristo disse-lhes ainda: «Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. (os bens que o pai tem, são do pai e não dos filhos. Os filhos usufruem os bens do pai, mas enquanto ele viver, os seus bens são dele e só dele.)
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía numa vida dissoluta.
Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 5 sobre o filho pródigo; PL 52,197
«Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha»
O filho regressa a casa do pai e exclama : «Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores.» [...] Mas o pai acorreu e acorreu de longe. «Quando ainda éramos pecadores, Jesus Cristo morreu por nós» (Rom 5, 8). O Pai acorreu [...] na pessoa do Filho, quando por Ele desceu do Céu à Terra. «O Pai que Me enviou está comigo», diz Ele no evangelho (Jo 16,32). E lançou-se-lhe ao pescoço: lançou-Se a nós quando, por Jesus Cristo, toda a sua divindade desceu do Céu e Se instalou na nossa carne. E cobriu-o de beijos. Quando? Quando «se encontraram a compaixão e a verdade, se abraçaram a justiça e a paz» (Sl 84,11).
Mandou trazer-lhe a melhor túnica, a túnica que Adão tinha perdido, a glória eterna da imortalidade. Pôs-lhe um anel no dedo: o anel da honra, o título de liberdade, o especial penhor do espírito, o sinal da fé, a caução das núpcias celestes. Ouve o que diz o apóstolo Paulo: «Desposei-vos com um único esposo, como virgem pura oferecida a Cristo» (2Cor 11,2). E calçou-lhe umas sandálias: para termos os pés calçados quando anunciamos a boa nova do evangelho, a fim de que sejam «os pés daqueles que anunciam a boa nova da paz» (Is 52,7; Rom 10,15).
Por ele mandou matar o vitelo gordo. [...] O vitelo foi morto por ordem do pai porque Jesus Cristo, o Filho (de Deus), não podia ser morto contra a vontade do Pai. Ouve novamente o apóstolo Paulo: «Ele não poupou o seu próprio Filho, mas entregou-O por todos nós» (Rom 8,32).

Segunda-feira, dia 12 de Setembro de 2016

Segunda-feira da 24.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Guido de Anderlecht, peregrino, +1012, Beata Maria Vitória Fornari, viúva, religiosa, fundadora, +1617

1.ª Carta aos Coríntios 11,17-26.33.
Irmãos: Ao dar-vos as minhas instruções, não posso louvar as vossas assembleias que, em vez de serem proveitosas, se tornam prejudiciais.
Em primeiro lugar, ouço dizer que há entre vós divisões, quando vos reunis em assembleia e, em parte, acredito nisso.
Na verdade, é preciso que haja divisões entre vós, para se manifestarem aqueles que resistem a esta prova.
Quando vos reunis em comum, já não é para comer a ceia do Senhor,
pois cada um se adianta a comer a sua própria ceia e, enquanto um passa fome, outro fica embriagado.
Será que não tendes as vossas casas para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e envergonhais aqueles que são pobres? Que vos direi? Devo louvar-vos? Nisto não vos louvo.
Porque eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão
e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim».
Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim».
Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha.
Portanto, irmãos, quando vos reunis para comer a ceia do Senhor, esperai uns pelos outros.
Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.17.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamarei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Alegrem-se e exultem em Vós
todos os que Vos procuram.

Digam sempre: «Grande é o Senhor»
os que desejam a vossa salvação.
Evangelho segundo S. Lucas 7,1-10.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo acabou de falar ao povo, entrou em Cafarnaum.
Um centurião tinha um servo a quem estimava muito e que estava doente, quase a morrer.
Tendo ouvido falar de Jesus Cristo, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus para Lhe pedir que fosse salvar aquele servo.
Quando chegaram à presença de Jesus Cristo, os anciãos suplicaram-Lhe insistentemente: «Ele é digno de que lho concedas,
pois estima a nossa gente e foi ele que nos construiu a sinagoga».
Jesus Cristo acompanhou-os. Já não estava longe da casa, quando o centurião Lhe mandou dizer por uns amigos: «Não Te incomodes, Senhor, pois não mereço que entres em minha casa
nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma palavra e o meu servo será curado.
Porque também eu, que sou um subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens. Digo a um ‘Vai’ e ele vai e a outro ‘Vem’ e ele vem e ao meu servo ‘Faz isto’ e ele faz».
Ao ouvir estas palavras, Jesus Cristo sentiu admiração por ele e, voltando-se para a multidão que O seguia, exclamou: «Digo-vos que nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé».
Ao regressarem a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Basílio de Selêucia (?-c. 468), bispo
Homilia sobre o centurião
«Diz uma palavra»
«Senhor, o meu servo está de cama, paralisado e sofre muito. Embora seja um escravo, o que foi atingido por este mal não é por isso menos homem. Não olhes, pois para a pequenez do escravo, mas para a grandeza do mal.» Assim falava o centurião. E que lhe diz a Bondade suprema? «Eu irei contigo e curá-lo-ei. Eu que, em atenção aos homens, Me fiz homem, Eu que vim para todos, não desprezarei ninguém. Irei e curá-lo-ei.» Com a rapidez da sua promessa, Jesus Cristo aguça a fé do centurião: «Senhor, eu não mereço que entres em minha casa.» Estás a ver como o Senhor, qual caçador, fez sair a fé escondida no segredo do coração? «Mas diz uma palavra e o meu servo ficará curado do seu mal, liberto da servidão da sua doença. Porque eu, que estou sujeito a superiores, também tenho soldados às minhas ordens e digo a um 'Vai' e ele vai, e a outro 'Vem' e ele vem. Foi deste modo que conheci a força do teu poder: a partir do que eu próprio tenho, reconheci aquele que me ultrapassa. Vejo os exércitos das curas, vejo os milagres como uma tropa à espera das tuas ordens. Envia-os contra a doença, envia-os tal como eu envio os meus soldados.»    
Jesus Cristo encheu-Se de admiração e disse: «Nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé. Este homem, que era estranho à vocação, que não fazia parte do povo da aliança, que não participou nos milagres de Moisés, que não foi iniciado nas suas leis, que não conheceu as palavras dos profetas, este ultrapassou os outros pela sua

Terça-feira, dia 13 de Setembro de 2016

Terça-feira da 24.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. João Crisóstomo, bispo, Doutor da Igreja, +407

1.ª Carta aos Coríntios 12,12-14.27-31a.
Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim sucede também em Jesus Cristo.
Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito.
De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos.
Vós sois o corpo de Jesus Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte.
Assim Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos, em segundo profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas.
Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres?
Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar?
Aspirai com ardor aos dons mais elevados.
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,

Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,

glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

Evangelho segundo S. Lucas 7,11-17.
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus Cristo para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão.
Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade.
Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores».
Jesus Cristo aproximou-Se e tocou no caixão e os que o transportavam, pararam. Disse Jesus Cristo: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te».
O morto sentou-se e começou a falar e Jesus Cristo entregou-o à sua mãe.
Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo».
E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 98
«Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!»
No evangelho encontramos três mortos ressuscitados pelo Senhor de forma visível e milhares ressuscitados de forma invisível. […] A filha do chefe da sinagoga (Mc 5,22ss), o filho da viúva de Naim e Lázaro (Jo 11) […] são símbolos dos três tipos de pecadores ainda hoje ressuscitados pelo Senhor. A menina ainda se encontrava em casa de seu pai […], o filho da viúva já não estava em casa de sua mãe, mas também ainda não estava no túmulo […] e Lázaro já estava sepultado. […]
Assim, há pessoas com o pecado dentro do coração, mas que ainda não o cometeram. […] Tendo consentido no pecado, ele habita-lhes a alma como morto, mas não saiu ainda para fora. Ora acontece amiúde […] aos homens esta experiência interior: depois de terem escutado a palavra de Deus, parece-lhes que o Senhor lhes diz: «Levanta-te!» E condenando o consentimento que dantes haviam dado ao mal, retomam fôlego para viver na salvação e na justiça. […] Outros, após aquele consentimento, partem para os actos, transportando assim o morto que traziam escondido no fundo do coração para o expor diante de todos. Deveremos desesperar deles? Não, disse o Salvador ao jovem de Naim: «Eu te ordeno: Levanta-te!»? Não o devolveu a sua mãe? O mesmo acontece a quem actua desse modo: tocado e comovido pela Palavra da Verdade, ressuscita à voz de Jesus Cristo e volta à vida. É certo que deu mais um passo na via do pecado, mas não pereceu para sempre.
Já aqueles que se embrenharam nos maus hábitos, a ponto de perderem a noção do próprio mal que cometem, procuram defender os seus actos maus e enfurecem-se quando alguém lhos censura. […] A esses, esmagados pelo peso do hábito de pecar, albergam as mortalhas e os túmulos […] e cada pedra colocada sobre o seu sepulcro mais não é do que a força tirânica do hábito que lhes oprime a alma e os impede de se levantarem para respirar. […]
Por isso, irmãos caríssimos, façamos de tal modo que, quem vive, viva e quem está morto, volte à vida […] e faça penitência. […] Os que vivem, conservem a vida e os que estão mortos, apressem-se a ressuscitar.

Quarta-feira, dia 14 de Setembro de 2016

Exaltação da Santa Cruz – Festa

Festa da Igreja : Exaltação da Santa Cruz
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Números 21,4b-9.
Naqueles dias, o povo de Israel impacientou-se
e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável».
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel.
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor, para que afaste de nós as serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado».
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.
Livro de Salmos 78(77),1-2.34-35.36-37.38.
Escuta, meu povo, a minha instrução,
presta ouvidos às palavras da minha boca.
Vou falar em forma de provérbio,

vou revelar os mistérios dos tempos antigos.
Quando Deus castigava os antigos, eles O procuravam,
tornavam a voltar-se para Ele
e recordavam-se de que Deus era o seu protector,

o Altíssimo, o seu redentor.
Eles, porém enganavam-n’O com a boca
e mentiam-Lhe com a língua;

o seu coração não era sincero
nem eram fiéis à sua aliança.
Mas Deus, compadecido, perdoava o pecado

e não os exterminava.
Muitas vezes reprimia a sua cólera
e não executava toda a sua ira.

Evangelho segundo S. João 3,13-17.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Ninguém subiu ao Céu senão Aquele que desceu do Céu: o Filho (do homem).
Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho (do homem) será elevado,
para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Teodoro Estudita (759-826), monge de Constantinopla
Homilia para a adoração da cruz
A cruz, árvore de vida
Como é bela a imagem da cruz! A sua beleza não oferece mistura de mal e de bem, como outrora a árvore do jardim do Éden. Toda ela é admirável, «uma delícia para os olhos e desejável» (Gn 3,6). É uma árvore que dá a vida e não a morte; a luz e não a cegueira. Que leva a entrar no Éden e não a sair dele. Esta árvore, à qual Jesus Cristo subiu como um rei para o seu carro de triunfo, derrotou o diabo que tinha o poder da morte e libertou o género humano da escravidão do tirano. Foi sobre esta árvore que o Senhor, qual guerreiro de eleição, ferido nas mãos, nos pés e no seu divino peito, curou as cicatrizes do pecado, quero dizer, a nossa natureza ferida por Satanás.
Depois de termos sido mortos pelo madeiro, encontrámos a vida pelo madeiro; depois de termos sido enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente enganadora. Que permutas surpreendentes! A vida em vez da morte, a imortalidade em vez da corrupção, a glória em vez da ignomínia. Por este motivo, o apóstolo Paulo exclamou: «Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Gal 6,14). […] Mais do que qualquer sabedoria, esta sabedoria que floresceu na cruz tornou ignóbeis as pretensões da sabedoria do mundo (1 Cor 1,17s). […]
Foi pela cruz que a morte foi morta e Adão restituído à vida. Foi pela cruz que todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados, todos os santos santificados. Foi pela cruz que fomos reconduzidos como ovelhas de Jesus Cristo e reunidos no redil do alto.

Quinta-feira, dia 15 de Setembro de 2016

Nossa Senhora das Dores – Memória Obrigatória

Festa da Igreja : Nossa Senhora das Dores
Santo do dia :
Santa Catarina de Génova, viúva, +1510

Carta aos Hebreus 5,7-9.
Nos dias da sua vida mortal, Jesus Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento
e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.
Livro de Salmos 31(30),2-3a.3bc-4.5-6.15-16.20.
Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Inclinai para mim os vossos ouvidos,
apressai-vos em me libertar.

Sede a rocha do meu refúgio
porque Vós sois a minha força
e o meu refúgio, por amor do vosso nome,
guiai-me e conduzi-me.
Livrai-me da armadilha que me prepararam

porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Eu, porém confio no Senhor:

Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.

Como é grande, Senhor, a vossa bondade
que tendes reservada para os que Vos adoram:
na Vossa presença, Vós a concedeis
àqueles que em Vós confiam.

Evangelho segundo S. João 19,25-27.
Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus Cristo, sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, esposa de Cléofas, e Maria de Magdala (Madalena, isto é, de Magdala).
Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus Cristo disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho».
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 25, Maria na cruz
«Uma espada trespassará a tua alma»
Ovelha contemplando o seu cordeiro levado ao matadouro (Is 53,7), consumida de dor, Maria segue com as outras mulheres, chorando: «Para onde vais, meu Filho? Por que percorres assim depressa o teu caminho? (Sl 18,6) Há outra boda em Caná e é para lá que Te diriges tão depressa, para transformar a água em vinho? Posso acompanhar-Te, meu Filho, ou será melhor esperar por Ti? Diz-me uma palavra que seja, Tu que és o Verbo, não passes diante de mim em silêncio […], Tu, que és o meu Filho e o meu Deus. […]
»Encaminhas-Te para uma morte injusta e ninguém partilha o teu sofrimento. Não Te acompanha Pedro que dizia: "Mesmo que tenha de morrer contigo, não Te negarei" (Mt 26,35). Abandonou-Te Tomé que exclamara: "Vamos nós também para morrermos com Ele" (Jo 11,16). E os outros, os íntimos, aqueles que hão-de julgar as doze tribos (Mt 19,28), onde estão eles? Não está cá nenhum; mas Tu, sozinho, meu Filho, Tu morres por todos. É o salário que recebes por teres salvado todos os homens, por os teres servido, meu Filho e meu Deus.»
Voltando-Se para Maria, Aquele que saiu dela exclama: «Porque choras, Mãe? […] Eu, não sofrer, não morrer? Como salvaria Adão? Não habitar o túmulo? Como devolveria à vida aqueles que moram na mansão dos mortos? Porque choras? Exclama antes: "Sofre voluntariamente, o meu Filho e meu Deus." Virgem prudente, não te tornes semelhante às insensatas (Mt 25,1ss.): tu estás no banquete de núpcias, não ajas como se tivesses ficado de fora. […] Não chores, pois, diz antes: "Tem piedade de Adão, sê misericordioso com Eva, meu Filho e meu Deus."
»Descansa, Mãe, serás tu a primeira a ver-Me sair do túmulo. Virei mostrar-te de que males resgatei Adão, que suores derramei por ele. Revelarei aos meus amigos as marcas que trarei nas mãos. Então verás Eva viva como foi outrora e exclamarás cheia de alegria: "Ele salvou os meus pais, o meu Filho e meu Deus!"»

Sexta-feira, dia 16 de Setembro de 2016

Sexta-feira da 24.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Cornélio, papa, mártir, +253, S. Cipriano, bispo, mártir, +258

1.ª Carta aos Coríntios 15,12-20.
Irmãos: Se pregamos que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, porque dizem alguns no meio de vós que não há ressurreição dos mortos?
Se não há ressurreição dos mortos, também Jesus Cristo não ressuscitou.
E se Jesus Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também é inútil a vossa fé.
E nós aparecemos como falsas testemunhas de Deus porque damos testemunho contra Deus, ao afirmar que Ele ressuscitou Jesus Cristo, quando de facto não O ressuscitou, a ser verdade que os mortos não ressuscitam.
Porque, se os mortos não ressuscitam, também Jesus Cristo não ressuscitou.
E se Jesus Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, ainda estais nos vossos pecados
e assim, os que morreram em Jesus Cristo também se perderam.
Se é só para a vida presente que temos posta em Jesus Cristo a nossa esperança, somos os mais miseráveis de todos os homens.
Mas não. Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.
Livro de Salmos 17(16),1.6-7.8b.15.
Ouvi, Senhor, uma causa justa, atendei a minha súplica. Escutai a minha oração, feita com sinceridade.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras.
Mostrai a vossa admirável misericórdia, Vós que salvais quem se acolhe à vossa direita.
protegei-me à sombra das vossas asas.
Mereça eu estar na Vossa presença e, ao despertar, saciar-me com a vossa imagem.


Evangelho segundo S. Lucas 8,1-3.
Naquele tempo, Jesus Cristo ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze
bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria de Magdala (= Madalena), de quem tinham saído sete demónios,
Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras que serviam Jesus Cristo e os discípulos com os seus bens.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 14/2/07 (© copyright Libreria Editrice Vaticana)
«Acompanhavam-No os Doze, bem como algumas mulheres»
Sabemos que, de entre os seus discípulos, Jesus Cristo escolheu doze homens como pais do novo Israel e escolheu-os para «estarem com Ele e para os enviar a pregar» (Mc 3, 14). Este facto é evidente, mas, além dos Doze, colunas da Igreja, pais do novo Povo de Deus, também há muitas mulheres que são incluídas no número dos discípulos. Posso apenas mencionar brevemente aquelas que se encontram no caminho do próprio Jesus Cristo, a começar pela profetisa Ana (Lc 2,36-38) até à Samaritana (Jo 4,1-39), à mulher síriofenícia (Mc 7,24-30), à hemorroíssa (Mt 9,20-22) e à pecadora perdoada (Lc 7,36-50). Não me referirei sequer às protagonistas de algumas eficazes parábolas, por exemplo a uma dona de casa que amassa o pão (Mt 13,33), à mulher que perde a dracma (Lc 15,8-10), à viúva que importuna o juiz (Lc 18,1-8). Mais significativas nesta nossa reflexão são aquelas mulheres que desenvolveram um papel activo no contexto da missão de Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, pensamos naturalmente na Virgem Maria que, com a sua fé e a sua obra maternal, colaborou de modo único na nossa Redenção, de tal forma que Isabel a proclamou «bendita [...] entre as mulheres» (Lc 1,42), acrescentando: «Feliz de ti que acreditaste» (Lc 1,45). Tornando-se discípula de seu Filho, Maria manifestou em Caná total confiança nele (Jo 2,5) e seguiu-O até à Cruz, onde recebeu dele uma missão maternal para com todos os seus discípulos de todos os tempos, representados por João (Jo 19,25-27).
Surgem depois várias mulheres que, a diversos títulos, gravitaram em torno da figura de Jesus Cristo, com funções de responsabilidade. São exemplo eloquente disso as mulheres que seguiam Jesus Cristo para O assistir com os seus bens e das quais Lucas nos transmite alguns nomes: Maria de Magdala, Joana, Susana e «muitas outras» (Lc 8,2-3). Depois, os Evangelhos informam-nos de que as mulheres, diversamente dos Doze, não abandonaram Jesus Cristo na hora da Paixão (Mt 27,56.61; Mc 15,40). Entre elas destaca-se, em particular, Madalena que presenciou a Paixão, mas que foi também a primeira testemunha do Ressuscitado e quem O anunciou (Jo 20,1.11-18). É precisamente para Maria de Magdala que S. Tomás de Aquino reserva a singular qualificação de «apóstola dos apóstolos», dedicando-lhe este bonito comentário: «Assim como uma mulher tinha anunciado ao primeiro homem palavras de morte assim também foi uma mulher a primeira a anunciar aos apóstolos palavras de vida».

Sábado, dia 17 de Setembro de 2016

Sábado da 24ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Roberto Belarmino, bispo, Doutor da Igreja, +1621, Santa Hildegarda, monja, +1179

1.ª Carta aos Coríntios 15,35-37.42-49.
Irmãos: Alguém poderia perguntar: «Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles?».
Insensato! O que tu semeias, não volta à vida sem morrer.
E o que semeias não é a planta que há-de nascer, mas um simples grão, de trigo, por exemplo, ou de qualquer outra espécie.
Assim é também a ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; (= isto é, nós somos habitados por muitos seres para estarmos completos. Se nenhum foi condenado à morte, todos regressam aos seus mundos depois de julgados até aos momentos finais da existência terrena de cada um: inclusive a pessoa natural. A questão é que há poucas pessoas naturais que não são condenadas à morte. As mais conhecidas são Elias e Jesus Cristo. Em Jesus Cristo, nada foi condenado à morte: nem a sua Pessoa Celeste, o Filho, nem a pessoa natural e todos os outros.)
semeado desprezível, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força;
semeado como corpo natural, ressuscita como corpo espiritual. Se há um corpo natural, também há um corpo espiritual.
Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi criado como um ser vivo; o último Adão tornou-se um espírito que dá vida.
O primeiro não foi o espiritual, mas o natural; depois é que veio o espiritual.
O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo homem veio do Céu.
O homem que veio da terra é o modelo dos homens terrenos; o homem que veio do Céu, o Filho, é o modelo dos homens celestes.
E assim como trouxemos em nós a imagem do homem terreno, trazemos também em nós a imagem do homem/ mulher celeste.
Livro de Salmos 56(55),10.11-12.13-14.
Então os meus inimigos retrocederão
no dia em que eu clamar;
bem sei que o Senhor está por mim.
Enalteço a palavra do Senhor,
enalteço a promessa do Senhor.

Em Deus confio e nada temo:
que poderão fazer-me os homens?
Oferecer-Vos-ei sacrifícios de acção de graças
porque salvastes a minha vida da morte;
preservastes os meus pés da queda
para andar na vossa presença, à luz da vida.

Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15.
Naquele tempo, reuniu-se uma grande multidão que vinha ter com Jesus Cristo de todas as cidades e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola:
«O semeador saiu para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho: foi calcada e as aves do céu comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso: depois de ter nascido, secou por falta de humidade.
Outra parte caiu entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e sufocaram-na.
Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um». Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Os discípulos perguntaram a Jesus Cristo o que significava aquela parábola
e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas, para que, ao olharem, não vejam e, ao ouvirem, não entendam.
É este o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas depois vem o diabo (= o senhor das trevas) tirar-lhes a palavra do coração, para que não acreditem e se salvem.
Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se quando chega a provação (= as dificuldades).
A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer.
A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Breviloquium, Prólogo, 2-5
«A semente é a palavra de Deus»
A origem da Escritura não se situa na investigação humana, mas na Revelação divina que provém do «Pai das Luzes», «a quem toda a paternidade no céu e na Terra vai buscar o nome» (Tim 1,17; Ef 3,15). Dele, por seu Filho, Jesus Cristo, se derrama em nós o Espírito Santo. Pelo Espírito Santo que distribui os seus dons a cada um de nós segundo a sua vontade (Heb 2,4), é-nos dada a fé e «pela fé, Jesus Cristo habita nos nossos corações» (Ef 3,17). Deste conhecimento de Jesus Cristo deriva, como de uma fonte, a solidez e a inteligência de toda a Sagrada Escritura. É, pois impossível entrar no conhecimento da Escritura sem possuir, em primeiro lugar, a fé infusa em Jesus Cristo que é a luz, a porta e o alicerce de toda a Escritura. [...]
O resultado ou o fruto da Sagrada Escritura [...] é a plenitude da felicidade eterna. Porque a Escritura encerra «as palavras de vida eterna» (Jo 6,68); portanto ela não foi escrita só para que acreditemos, mas também para que possuamos a vida eterna na qual veremos e amaremos e, onde os nossos desejos serão inteiramente satisfeitos. Então, com os desejos satisfeitos, conheceremos verdadeiramente «o amor que ultrapassa todo o conhecimento» e assim ficaremos «cheios da plenitude de Deus» (Ef 3,19). É nesta plenitude que a divina Escritura se esforça por nos introduzir; é em vista deste fim, é com esta intenção que a Sagrada Escritura deve ser estudada, ensinada e entendida.
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