"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 04 de Setembro de 2016
23.º
Domingo do Tempo Comum - Ano C
Pois que homem poderia conhecer a vontade de Deus? Quem poderá
imaginar o que pretende o Senhor?
Os pensamentos dos mortais são hesitantes e incertas as nossas reflexões
porque o corpo corruptível é um peso para a alma/ pessoa celeste e esta tenda
terrena (= pessoa natural) oprime a mente cheia de cuidados.
Mal podemos entender o que há sobre a Terra e o que está ao nosso alcance
dificilmente o descobrimos; quem poderá, pois penetrar o que há no céu?
E quem conhecerá a tua vontade, se não lhe deres a sabedoria e não enviares o teu santo espírito lá do céu?
Assim se endireitaram as veredas dos que vivem na Terra, os homens aprenderam
o que é do teu agrado e pela sabedoria se salvaram.»
Livro de Salmos
90(89),3-4.5-6.12-13.14-17.
Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos
são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite.
Vós os arrebatais como um sonho,
como a erva que de manhã reverdece;
de manhã floresce e viceja,
de tarde ela murcha e seca.
Ensinai-nos a contar os nossos dias
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servidores.
Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Compensai em alegria os dias de aflição,
os anos em que sentimos a desgraça.
Manifestai o vosso poder aos vossos servidores
e aos seus filhos a vossa majestade.
Desça sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.
Carta a Filémon 1,9-10.12-17.
Caríssimo: Eu, Paulo, um ancião e agora até prisioneiro por causa
de Cristo Jesus.
Peço-te pelo meu filho (na fé) que gerei na prisão: Onésimo,
É ele que eu te envio: ele, isto é, o meu próprio coração.
Eu bem desejava mantê-lo junto de mim para, em vez de ti, se colocar ao meu
serviço nas prisões que sofro por causa do evangelho.
Porém nada quero fazer sem o teu consentimento para que o bem que fazes não
seja por obrigação, mas de livre vontade.
É que afinal talvez tenha sido por isto que ele foi afastado por breve tempo:
para que o recebas para sempre,
não já como escravo, mas muito mais do que um escravo: como irmão querido;
isto especialmente para mim, quanto mais para ti que com ele estás
relacionado tanto humanamente como no Senhor.
Se, pois me consideras em comunhão contigo, recebe-o como a mim próprio.
Evangelho segundo S.
Lucas 14,25-33.
Naquele tempo, seguia Jesus Cristo uma grande multidão. Jesus
Cristo voltou-Se e disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos
filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu
discípulo.
Quem não toma a sua cruz (= os sofrimentos que vão surgindo na sua vida sem
se revoltar) para Me seguir, não pode ser meu discípulo.
Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular
a despesa para ver se tem com que terminá-la?
Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a
concluir e todos os que olharem, comecem a fazer troça, dizendo:
‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’.
E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta
primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que
vem contra ele com vinte mil?
Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as
condições de paz.
Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu
discípulo».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Josemaría Escrivá de Balaguer
(1902-1975), presbítero, fundador
«Amigos de Deus», §§ 65-66
Construir uma torre
Gostava de
subir a uma torre [da catedral de Burgos, com os seus filhos mais jovens]
para que vissem de perto a pedra trabalhada das cumeeiras, um autêntico
rendilhado de pedra, fruto de um trabalho paciente e custoso. Nessas
conversas, fazia-lhes notar que aquela maravilha não se via de baixo. E […]
comentava: isto é o trabalho de Deus, a obra de Deus: acabar a tarefa pessoal
com perfeição, com beleza, com o primor destas delicadas rendas de pedra.
Compreendiam, perante essa realidade que entrava pelos olhos, que tudo isso
era oração, um formoso diálogo com o Senhor. Aqueles que tinham gastado as
suas energias nessa tarefa sabiam perfeitamente que, das ruas da cidade,
ninguém veria nem apreciaria o resultado do seu esforço: era só para Deus.
[…]
Convencidos de que Deus Se encontra em toda a parte, nós cultivamos os campos,
louvando o Senhor, sulcamos os mares e trabalhamos em todas as outras
profissões cantando as suas misericórdias. Desta maneira, estamos unidos a
Deus a todo o momento. […] Não esqueçais, contudo de que estais também na
presença dos homens e de que estes esperam de vós – de ti! – um testemunho cristão.
Por isso, na nossa ocupação profissional, temos de actuar de tal maneira, do
ponto de vista humano, que não fiquemos envergonhados nem façamos corar quem
nos conhece e nos ama; […] e não vos acontecerá como àquele homem da parábola
que se propôs edificar uma torre: depois de lançar os alicerces, não podendo
concluí-la, começaram todos os que a viram a zombar dele, dizendo: «Esse
homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir.» Garanto-vos que, se
não perderdes a visão sobrenatural, poreis o coroamento na vossa tarefa,
acabareis a vossa catedral.
Segunda-feira,
dia 05 de Setembro de 2016
Segunda-feira da 23.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Ouve-se dizer por toda a parte que existe entre vós um
caso de imoralidade e uma imoralidade como não se encontra nem mesmo entre
os pagãos: um de vós vive com a mulher de seu pai.
E continuais cheios de orgulho, em vez de andardes de luto, a fim de que
seja retirado do meio de vós o autor de tal acção.
Quanto a mim, ausente de corpo, mas presente em espírito, já julguei, como
se estivesse presente, aquele que assim procedeu:
em nome do Senhor Jesus e com o seu poder, por ocasião de uma assembleia
onde eu estarei presente em espírito, que
tal homem seja entregue a Satanás para mortificação da sua carne, a fim de
que o seu espírito seja salvo no Dia do Senhor.
Não é digno o vosso motivo de orgulho! Não sabeis que um pouco de fermento
faz levedar toda a massa?
Purificai-vos do velho fermento para serdes uma nova massa, já que sois
pães ázimos. Pois Jesus Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.
Celebremos, pois a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da
malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade.
Livro de Salmos
5,5-6.7.12.
Vós não sois um Deus que se agrade do mal,
o perverso não tem aceitação junto de Vós
nem os ímpios suportam o vosso olhar.
Vós detestais todos os malfeitores
e exterminais os que dizem mentiras:
o Senhor abomina os sanguinários e fraudulentos.
Mas alegrem-se e rejubilem para sempre
os que em Vós confiam.
Vós protegeis e alegrais os que amam o vosso nome.
Evangelho segundo S. Lucas 6,6-11.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou numa sinagoga a um sábado e
começou a ensinar. Estava lá um homem com a mão direita paralítica.
Os escribas e fariseus observavam Jesus Cristo, para verem se Ele ia curar
ao sábado e encontrarem assim um pretexto para O acusarem.
Mas Jesus Cristo, conhecendo os seus pensamentos, disse ao homem que tinha
a mão paralítica: «Levanta-te e põe-te de pé, aí no meio». O homem
levantou-se e ficou de pé.
Depois Jesus Cristo disse-lhes: «Eu pergunto-vos se é permitido ao sábado
fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la».
Então olhou para todos à sua volta e disse ao homem: «Estende a mão». Ele
assim fez e a mão ficou curada.
Os escribas e fariseus ficaram furiosos e começaram a falar entre si do que
haviam de fazer a Jesus Cristo.
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Aelredo de Rievaulx
(1110-1167), monge cisterciense
«Espelho da Caridade», III, 3-6
Entrar na verdadeira paz do sábado
Quando,
afastando-se do ruído exterior, o homem se recolhe no segredo do seu
coração e fecha a porta à multidão barulhenta das vaidades, quando nada
mais tem em si que seja agitado e desordenado, nada que o importune, nada
que o atormente, dá-se a feliz celebração de um primeiro sábado. Mas também
pode abandonar este refúgio intimo, este albergue do coração, para entrar
no alegre e aprazível repouso da doçura do amor fraterno. Dá-se então um
segundo sábado, o sábado da caridade fraterna.
Uma vez purificada nestas duas
formas de amor [de si mesma e do próximo], a alma/ pessoa celeste
aspira com tanto mais ardor às alegrias do amplexo divino quanto mais
segura se sente. Ardendo com um desejo extremo, passa para o outro lado do
véu da carne e, entrando no santuário (Heb 10,20), onde Cristo Jesus é
espírito diante da sua face, é totalmente absorvida por uma luz indizível e
por uma invulgar doçura. Tendo feito silêncio relativamente a tudo quanto é
corpóreo, sensível e mutável, fixa com um olhar penetrante Aquele que é,
Aquele que é sempre o que é, idêntico a Si mesmo, Aquele que é uno. Livre e
capaz de ver que o próprio Senhor é Deus (Sal 45,11), celebra sem qualquer
hesitação o sábado dos sábados, no doce amplexo da própria Caridade (= Amor
de Deus, o máximo do Afectos).
Terça-feira,
dia 06 de Setembro de 2016
Terça-feira da 23.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Quando algum de vós entra em litígio com outro, como
é que se atreve a submetê-lo ao
juízo (deve-se submeter tudo, o que nós fazemos e o que os outros nos
fazem aos decisores de Deus, a
eles cabe julgar e atribuir consequências) dos injustos e não ao dos
santos?
Ou não sabeis que os santos é que hão-de julgar o mundo? E se é por vós
que o mundo há-de ser julgado, sereis indignos de julgar questões
menores?
Não sabeis que havemos de julgar os anjos? Quanto mais, as pequenas
coisas da vida!
Quando, pois tendes questões menores, porque escolheis como juízes
aqueles que a Igreja menospreza?
Digo isto para vossa vergonha. Não haverá, entre vós, ninguém
suficientemente sábio para poder julgar entre irmãos?
No entanto, um irmão processa o seu irmão e isto diante dos não crentes!
Ora a existência de questões entre vós é já um sinal de inferioridade.
Porque não preferis antes sofrer uma injustiça? Porque não preferis ser
prejudicados?
Mas, pelo contrário, sois vós que cometeis injustiças e causais danos e
isto contra os próprios irmãos!
Ou não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não
vos iludais: nem os devassos nem os idólatras nem os adúlteros nem os
efeminados nem os pedófilos
nem os ladrões nem os avarentos nem os beberrões nem os caluniadores nem
os salteadores herdarão o Reino de Deus.
E alguns de vós eram assim. Mas vós cuidastes de vos purificar; fostes
santificados, fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo
Espírito do nosso Deus.
Livro de Salmos
149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.
Naqueles dias, Jesus Cristo subiu ao monte para rezar e
passou a noite em oração a Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem
deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e
João; Filipe e Bartolomeu,
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com
numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia,
de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus Cristo e serem curados das suas doenças. Os
que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus Cristo porque saía d’Ele uma força
que a todos sarava.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Carta a Proba sobre a oração, 9-10
«Passou a noite em oração a Deus»
Diz o
apóstolo Paulo: «Apresentai os vossos pedidos diante de Deus» (Fil 4,6);
o que não significa que os damos a conhecer a Deus que os conhecia ainda
antes de eles existirem; mas que é pela paciência e pela perseverança
diante de Deus e não pela conversa diante dos homens, que saberemos se as
nossas orações são válidas. […] Não é, pois nem proibido nem inútil rezar durante muito tempo
quando tal é possível, isto é, quando tal não impede a realização de
outras ocupações, boas e necessárias; aliás, ao realizar estas ocupações,
devemos continuar a rezar pelo desejo, como já expliquei.
Porque não é por rezarmos durante muito tempo que estamos a fazer, como
pensam alguns, uma oração de repetição (Mt 6,7). Uma coisa é falar
abundantemente, outra coisa é amar longamente. Com efeito, está escrito
que o próprio Senhor «passou a noite em oração» e que «pôs-Se a orar mais
instantemente» (Lc 22,44). Não terá querido dar-nos o exemplo, ao rezar
por nós no tempo, Ele que, na eternidade, acolhe favoravelmente as nossas
orações juntamente com o Pai?
Dizem que os monges do Egipto fazem orações frequentes, mas muito curtas,
lançadas como setas para evitar que, prolongando-se excessivamente, a
atenção vigilante necessária a quem reza se disperse e se dissipe. […] A
oração não deve comportar muitas palavras, mas muita súplica; desse modo,
poderá prolongar-se numa atenção fervorosa. […] Rezar muito é bater durante muito tempo e com todo o coração
à porta daquele a quem rezamos (Lc 11,5ss.). Com efeito, a oração
consiste mais em gemidos e lágrimas do que em discursos e palavras.
Quarta-feira,
dia 07 de Setembro de 2016
Quarta-feira da
23.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: A respeito
de quem é solteiro, não tenho nenhum preceito do Senhor, mas dou um
conselho, como homem que, pela misericórdia do Senhor, é digno de
confiança.
Julgo, pois que essa condição é boa, por causa das angústias presentes;
sim, é bom para o homem continuar assim.
Estás comprometido com uma mulher? Não procures romper o vínculo. Não
estás comprometido? Não procures mulher.
Todavia, se te casares, não pecas e se uma virgem se casar, também não
peca. Mas estes terão de suportar as tribulações corporais e eu quisera
poupar-vos a elas.
Eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. De agora em diante, os que
têm mulher, vivam como se não a tivessem;
os que choram, como se não chorassem; os que andam alegres, como se não
andassem; os que compram, como se não possuíssem;
os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem. De
facto, o cenário deste mundo é passageiro.
Livro de Salmos
45(44),11-12.14-15.16-17.
Ouve, filha, vê e
presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.
Da tua beleza se enamora o Rei,
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.
A filha do Rei avança cheia de esplendor,
de brocados de ouro são os seus vestidos.
Com um manto multicolor é apresentada ao Rei,
seguem-na as donzelas, suas companheiras.
Cheias de alegria e entusiasmo,
entram no palácio do Rei.
Teus filhos substituirão os teus pais,
estabelecê-los-ás príncipes sobre toda a Terra.
Evangelho segundo S. Lucas 6,20-26.
Naquele tempo,
Jesus Cristo, erguendo os olhos para os discípulos, disse:
«Bem-aventurados vós, os pobres
de espírito (aqueles que não usam artes do esoterismo, seres
celestes para dominar, destruir, ser superiores aos outros) porque é
vosso o reino de Deus.
Bem-aventurados vós, que agora tendes fome porque sereis saciados.
Bem-aventurados vós, que agora chorais porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos
rejeitarem e insultarem e proscreverem o vosso nome como infame, por
causa do Filho (do homem).
Alegrai-vos e exultai nesse dia porque é grande no Céu a vossa
recompensa. Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas.
Mas ai de vós, os ricos porque já recebestes a vossa consolação.
Ai de vós, que agora estais saciados porque haveis de ter fome. Ai de
vós, que rides agora porque haveis de entristecer-vos e chorar.
Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem. Era assim que os seus
antepassados tratavam os falsos profetas». (Há textos difíceis de
compreender porque estão fora do contexto e há o problema das traduções
também. Todos nós temos ao longo da vida de cada um, tempos de
abundância e tempos de dificuldades económicas; tempos de alegria e
felicidade e tempos de dor e desespero; … que se vão alternando. Cabe a
nós, sabermos aceitar e ultrapassar o mais depressa possível sem perder
de vista, a fé, a esperança, a caridade, Deus e o mundo do Senhor Jesus
Cristo.)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c.
335-395), monge, bispo
Homilias sobre as Bem-aventuranças, 1
«Bem-aventurados vós, os pobres»
Como
quase todos os homens são naturalmente conduzidos ao orgulho, o Senhor
começa as bem-aventuranças por afastar o mal original da
autossuficiência, aconselhando-nos a imitar o verdadeiro Pobre
voluntário que é verdadeiramente feliz – de maneira a parecermo-nos com
Ele por via da pobreza voluntária, segundo as nossas capacidades, para
participarmos na sua bem-aventurança, na sua felicidade. «Tende entre
vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus: Ele, que era de
condição divina, não reivindicou o direito da sua condição divina. Mas
despojou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servidor» (Fil 2,5-7).
Haverá coisa mais miserável para Deus do que tomar a condição de servo?
Haverá coisa mais ínfima para o Rei do universo do que partilhar a
nossa natureza humana? O Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Juiz do
universo, paga impostos a César (1Tim 6,17; Heb 12,23; Mc 12,17). O
Senhor da criação abraça este mundo, vem por uma gruta por não ter
lugar na estalagem, refugia-Se num estábulo, na companhia de animais.
Aquele que é puro e imaculado toma sobre Si as manchas da natureza
humana e, depois de ter partilhado toda a nossa miséria, vai ao ponto
de fazer a experiência da morte. Considera a desmesura da sua pobreza
voluntária! A Vida toma o gosto da morte, o Juiz é levado a tribunal, o
Senhor da vida de todos submete-Se a um magistrado, o Rei das potências
celestes não Se subtrai às mãos dos carrascos. É por estes exemplos,
diz o apóstolo Paulo, que podemos medir a sua humildade (Fil 2,5-7).
Quinta-feira, dia 08 de Setembro de 2016
Natividade da
Virgem Santa Maria – Festa
Calendário da
Igreja disponível este dia
Livro de Miqueias 5,1-4a.
Eis o que diz o
Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti
sairá aquele que há-de reinar sobre Israel. As suas origens remontam
aos tempos de outrora, aos dias mais antigos.
Por isso Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que
há-de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos
seus irmãos.
Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor,
pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança
porque ele será exaltado até aos confins da Terra.
Ele será a Paz».
Livro de
Salmos 13(12),6ab.6cd.
Eu confiei na vossa
bondade,
o meu coração alegra-se com a vossa salvação.
E cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez.
Evangelho segundo S. Mateus 1,1-16.18-23.
Genealogia de
Jesus Cristo, Filho de David, Filho de Abraão:
Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus
irmãos.
Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara; Farés gerou Esrom; Esrom gerou
Arão;
Arão gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;
Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou
Jessé;
Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão;
Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;
Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;
Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;
Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias;
Josias gerou Jeconias e seus irmãos, ao tempo do desterro de
Babilónia.
Depois do desterro de Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel
gerou Zorobabel;
Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim; Eliacim gerou Azor;
Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacob;
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado
Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva
de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por
virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu
repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do
Senhor que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria,
tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus porque Ele salvará o
povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio
do profeta que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho que será chamado ‘Emanuel’,
que quer dizer ‘Deus connosco’».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153),
monge cisterciense, doutor da Igreja
Louvores da Virgem Maria: homilia 2
O nascimento da nova Eva
Alegra-te,
Adão, nosso pai, e sobretudo tu, Eva, nossa mãe. Vós que fostes, ao
mesmo tempo, nossos pais e nossos assassinos; vós que nos destinastes
à morte ainda antes de nos terdes dado à luz, consolai-vos agora. Uma
das vossas filhas – e que filha! – vos consolará. [...] Vem, pois,
Eva, corre para junto de Maria. Que a mãe recorra à filha, pois a
filha responderá pela mãe e apagará a sua falta. [...] porque a raça
humana será agora elevada por uma mulher.
Que dizia Adão? «A mulher que me deste ofereceu-me o fruto da árvore
e eu comi» (Gn 3,12). Palavras vis que agravaram a sua falta em vez
de a apagarem. Mas a divina Sabedoria
triunfou sobre tanta malícia: no tesouro da sua inesgotável bondade,
Deus encontra agora aquela ocasião de perdoar que tinha tentado, em
vão, fazer nascer ao interrogar Adão. A primeira mulher é substituída
por outra, uma mulher sábia no lugar da insensata, uma mulher humilde
tanto quanto a outra era orgulhosa.
Em vez do fruto da árvore da morte, ela apresenta aos homens o pão da
vida, substituindo aquele alimento amargo e envenenado pela doçura de
um alimento eterno. Transforma, pois, Adão, a tua acusação injusta
numa expressão de agradecimento e diz: «Senhor, a mulher que me deste,
ofereceu-me o fruto da árvore
da Vida (= figueira). Comi dele e o seu sabor foi para mim mais
delicioso do que o mel (Sl 18,11) porque por este fruto me devolveste
a vida.» Foi por isso que o anjo foi enviado a uma virgem. Ó Virgem
admirável, digna de todas as honras! Ó mulher que temos de venerar
infinitamente entre todas as mulheres, tu reparaste a falta dos
nossos primeiros pais, tu deste vida a toda a sua descendência.
Sexta-feira, dia 09 de Setembro de 2016
Sexta-feira
da 23.ª semana do Tempo Comum
Irmãos:
Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma
obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o
Evangelho!
Se o fizesse por minha iniciativa, teria direito a recompensa. Mas
como não o faço por minha iniciativa, desempenho apenas um cargo
que me está confiado.
Em que consiste então a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente
o Evangelho, sem fazer valer os direitos que o Evangelho me
confere.
Livre como sou em relação a todos, de todos me fiz escravo, para
ganhar o maior número possível.
Com os fracos, tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me
tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo.
E tudo faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dos
seus bens.
Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um
ganha o prémio? Correi, pois assim para o alcançardes.
Os atletas impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles,
para ganhar uma coroa corruptível; nós, porém para ganhar uma coroa
incorruptível.
Assim também eu corro, mas não às cegas; dou golpes, mas não no ar.
Castigo o meu corpo e mantenho-o submisso, para que não aconteça
que, tendo pregado aos outros, venha eu próprio a ser
eliminado.
Livro de
Salmos 84(83),3.4.5-6.12.
A minha alma
suspira ansiosamente
pelos átrios do Senhor.
O meu ser e a minha carne
exultam no Deus vivo.
Até as aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa:
podem louvar-Vos continuamente.
Felizes os que em Vós encontram a sua força,
os que trazem no coração os caminhos do santuário.
Porque o Senhor é sol e é escudo;
Ele concede a graça e a glória;
o Senhor não recusa os seus favores
aos que vivem com rectidão.
Evangelho segundo S. Lucas 6,39-42.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um
cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova?
O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito
deverá ser como o seu mestre.
Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na
trave que está na tua?
Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que
tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita,
tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o
argueiro da vista do teu irmão. (o grande problema é que vemos os
outros e os seus problemas e não nos vemos e aos nossos problemas;
assim começa-se por estar sempre prontos a julgar os outros e cada
um a desculpar-se a si próprio. Há que andar sempre com um espelho
e procurarmos conhecer-nos e melhorarmos e evoluirmos… o caminho de
cada um, só ele o poderá fazer, mais ninguém. O caminho do outro,
só ele o poderá fazer; ninguém o poderá fazer por ele.)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Liturgia espanhola moçárabe
Prefácio eucarístico para o 2.º Domingo da Quaresma ; PL 85, 322
«Poderá um cego guiar outro cego?»
É
justo e bom agradecermos, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e
omnipotente, por Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor. […] Ele veio a este mundo para
proceder ao juízo, de modo que os cegos vissem e os que viam
ficassem cegos (Jo 9,39). Os que se reconheceram nas trevas do erro,
receberam a luz eterna que os libertou da escuridão das suas
faltas. E os arrogantes que pretendiam estar de posse da luz da
justiça foram lançados, com razão, nas suas próprias trevas.
Assoberbados pelo orgulho e seguros da sua justiça, não procuravam
médico que os curasse. Podiam ter tido acesso ao Pai de Jesus
Cristo que declarou ser a porta (Jo 10,7), mas, tendo-se feito
valer insolentemente dos seus méritos, mantiveram-se na sua
cegueira.
Por isso, humildemente vimos até Vós, Pai Santo, e sem presumir dos
nossos méritos, abrimos a nossa ferida diante do vosso altar.
Confessamos as trevas dos nossos erros, mostramos as sinuosidades
da nossa consciência. Possamos nós encontrar, Vos suplicamos,
remédio para a nossa ferida, a luz eterna no meio das trevas, a
pureza da inocência na nossa consciência. Queremos, com todas as
forças, estar na Vossa presença […], desejamos ver o céu […].
Vinde até nós, Jesus, em cujo templo oramos e curai-nos neste dia,
Vós que, para operar prodígios, ignorastes o sabbat […]. Vós, que
do nada nos fizestes, preparai um unguento e aplicai-no-lo nos
olhos do coração. […] Escutai a nossa oração e retirai a cegueira
dos nossos pecados para que possamos ver a glória do vosso rosto na
paz da bem-aventurança eterna.
Sábado, dia 10 de Setembro de 2016
Sábado da
23.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Fugi
da idolatria.
Falo-vos como a pessoas sensatas; julgai vós mesmos o que digo.
O cálice de bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de
Jesus Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Jesus
Cristo?
Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só
corpo porque todos participamos desse único pão.
Vede o Israel segundo a carne: os que comem as vítimas não estão
em comunhão com o altar?
Que vos hei-de dizer, pois? Que a carne imolada aos ídolos tem
algum valor ou que o próprio ídolo é alguma coisa?
Não! Mas aquilo que os pagãos sacrificam, sacrificam-no aos
demónios e não a Deus. E eu não quero que estejais em comunhão
com os demónios.
Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demónios; não
podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demónios.
Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do
que Ele?
Livro de
Salmos 116(115),12-13.17-18.
Como
agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.
Evangelho segundo S. Lucas 6,43-49.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Não há árvore boa
que dê mau fruto nem árvore má que dê bom fruto.
Cada árvore conhece-se
pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros nem se
apanham uvas das sarças.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem e o homem mau, da sua
maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do
coração».
Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos
digo?
Vou mostrar-vos a quem se assemelha todo aquele que vem ter
comigo, ouve as minhas palavras e as põe em prática.
É semelhante a um homem que, para construir a casa, escavou,
aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Quando veio uma
cheia, a torrente irrompeu contra aquela casa, mas não a pôde
abalar porque estava bem construída.
Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem que
construiu a casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente
irrompeu contra aquela casa que imediatamente desabou e foi
grande a sua ruína».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 179
Construir sobre a rocha
Irmãos,
o apóstolo S. Tiago dirige-se a ouvintes assíduos da palavra de
Deus, dizendo: «Não vos contenteis em escutar a palavra; ponde-a
em prática; senão, enganar-vos-íeis a vós mesmos» (Tgo 1,22). Não
seria o Autor da palavra quem vós enganaríeis nem sequer aquele
que vo-la anuncia; mas a vós mesmos. [...] E o pregador também
anunciaria inutilmente a palavra de Deus se a não escutasse primeiro
dentro de si mesmo para a pôr em prática. [...]
Quem é aquele que pratica interiormente a palavra? O que se
guarda dos maus desejos. Quem é aquele que a observa
exteriormente? O que «partilha o pão quem tem fome» (Is 58,7). O
nosso próximo pode ver o que fazemos, mas da razão por que o
fazemos só Deus é testemunha. Ponde, pois a palavra em prática;
não vos contenteis em escutá-la, pois enganar-vos-íeis a vós
mesmos; não enganaríeis a Deus nem ao seu ministro. Eu não posso
ler no vosso coração; mas Deus, que sonda os corações, vê o que
os homens não podem ver. Ele vê o vosso zelo em escutar, os
vossos pensamentos, as vossas resoluções, os progressos que
fazeis com a sua graça, a assiduidade da vossa oração, os pedidos
que Lhe dirigis para obter o que vos falta e as vossas acções de
graças pelos seus benefícios. [...]
Pensai bem, irmãos! Se é louvável escutar a palavra, quanto mais
não será pô-la em prática! Se não a escutais, viveis na
negligência e não construís nada. Se a escutais sem a praticar,
só construís ruínas. A este respeito, o Senhor deu-nos uma
comparação muito justa: aquele que escuta as suas palavras e as
põe em prática é semelhante a um homem prudente que construiu a
sua casa sobre a rocha. Escutar e pôr em prática é construir
sobre a rocha […]; escutar sem praticar é construir sobre a
areia; recusar-se sequer a escutar é não construir nada.©
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D. Rodrigo
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