"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 17 de Janeiro de 2016
Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei
repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação
não resplandecer como facho ardente.
Os povos hão-de ver a tua justiça e todos os reis a tua glória. Receberás um
nome novo que a boca do Senhor designará.
Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do Senhor
Deus.
Não mais te chamarão «Abandonada» nem à tua terra «Deserta», mas hão-de
chamar-te «Predilecta» e à tua terra «Desposada» porque serás a predilecta do
Senhor e a tua terra terá um esposo.
Tal como o jovem desposa uma jovem, o teu Construtor te desposará e como a
esposa é a alegria do marido, tu serás a alegria do Senhor Deus.
Livro de Salmos 96(95),1-2a.2b-3.7-8a.9-10ac.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
esteja diante d'Ele a Terra inteira;
dizei entre as nações: «O Senhor é rei»,
governa os povos com equidade.
1ª Carta aos Coríntios 12,4-11.
Irmãos: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o
mesmo (o Senhor Deus).
Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum.
A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria,
a outro a mensagem da ciência,
segundo o mesmo Espírito.
É um só e o mesmo Espírito que dá a um o dom da fé, a outro o poder de
curar;
a um dá o poder de fazer milagres,
a outro o de falar em nome de
Deus; a um dá o discernimento dos
espíritos, a outro o de falar diversas
línguas, a outro o dom de as interpretar.
Mas é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada
um conforme Lhe agrada.
Evangelho segundo S.
João 2,1-11.
Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e
estava lá a Mãe de Jesus Cristo.
Jesus Cristo e os seus discípulos foram também convidados para o casamento.
A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm
vinho».
Jesus Cristo respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou
a minha hora».
Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser».
Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando
cada uma de duas a três medidas.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até
acima.
Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram.
Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho __ ele não sabia
de onde viera, pois só os serventes que tinham tirado a água, sabiam __
chamou o noivo
e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os
convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom
até agora».
Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus Cristo deu início aos seus
milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Máximo de Turim (?-c. 420),
bispo
CC Sermão 65
A água transformada em
vinho
Ao transformar em vinho a água que enchia as talhas, o Salvador
fez duas coisas: forneceu uma bebida aos convidados do casamento e quis dizer
que, pelo baptismo, os homens ficariam cheios do Espírito Santo. Aliás o
próprio Senhor o declarou noutra altura ao dizer: «Deita-se o vinho novo em odres novos» (Mt 9,17). Os odres novos
significam, com efeito, a pureza do baptismo e o vinho, a graça do Espírito
Santo.
Catecúmenos, prestai especial atenção. O vosso espírito que ignora ainda a
Trindade, assemelha-se à água fria. É preciso aquecê-la ao calor do
sacramento do baptismo, como um vinho para transformar esse líquido pobre e
sem valor em graça preciosa e rica. Tal como o vinho, adquiramos bom paladar
e aroma doce; então poderemos dizer, com o apóstolo Paulo, que somos para
Deus o «bom odor de Jesus Cristo» (2Cor 2,15). Antes do seu baptismo, o
catecúmeno assemelha-se à água imóvel, fria, sem cor […], inútil, incapaz de
restabelecer as forças. Conservada durante muito tempo, a água altera-se,
fica estagnada, torna-se fétida. […] O Senhor disse: «Quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino
de Deus» (Jo 3,5).
O fiel baptizado é semelhante ao vinho vigoroso e rubro. Todas as coisas da
criação se estragam com o tempo, só o vinho melhora ao envelhecer. Ele perde
todos os dias a sua aspereza e adquire um «bouquet» macio com um sabor rico.
De igual modo, o cristão, à medida que o tempo passa, perde a aspereza da sua
vida pecadora, adquirindo a sabedoria e a benevolência da Trindade divina.
Segunda-feira,
dia 18 de Janeiro de 2016
Segunda-feira da 2ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias, o profeta Samuel disse a Saul: «Deixa-me
dizer-te o que o Senhor me revelou esta noite». Saul respondeu-lhe: «Fala».
Samuel continuou: «Embora te sintas pequeno a teus próprios olhos, não és o
chefe das tribos de Israel? O Senhor sagrou-te rei de Israel,
lançou-te nesta campanha e disse-te: ‘Vai e entrega à perdição esses
malfeitores amalecitas; faz-lhes guerra até que sejam exterminados’.
Porque não obedeceste à voz do Senhor? Porque te precipitaste sobre os
despojos e praticaste o que desagrada a seus olhos?».
Saul respondeu a Samuel: «Mas eu obedeci à voz do Senhor. Fiz a campanha a
que Ele me enviou, trouxe Agag, rei de Amalec, e entreguei à perdição os
amalecitas.
O povo tirou de entre as ovelhas e bois dos despojos o melhor do que era
destinado à perdição para o oferecer em sacrifício ao Senhor Deus, em
Gálgala».
Disse-lhe Samuel: «Porventura agradam tanto ao Senhor os holocaustos e
sacrifícios como a obediência à sua voz? A obediência vale mais do que os
sacrifícios e a docilidade vale mais do que a gordura dos carneiros.
A rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como o crime da
idolatria. Porque rejeitaste a palavra do Senhor, também Ele te rejeitou
como rei».
Livro de Salmos
50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacrifícios que Eu te
repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.
Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?
Considerai isto, vós, que esqueceis a Deus,
não aconteça que vos extermine,
sem haver quem vos salve.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto
darei a salvação.
Evangelho segundo S. Marcos 2,18-22.
Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o
jejum. Vieram perguntar a Jesus Cristo: «Por que motivo jejuam os
discípulos de João e os fariseus e os teus discípulos não jejuam?».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Podem os companheiros do noivo jejuar,
enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem
jejuar.
Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho porque o remendo novo
arranca parte do velho e o rasgão fica maior.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos porque o vinho acaba por romper
os odres e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Rupert de Deutz (c. 1075-1130),
monge beneditino
A Santíssima Trindade e as suas obras, livro 42, sobre Isaías, 2, 26
«O esposo está com
eles»
«Com grande alegria rejubilo no Senhor e o meu coração exulta
no Senhor Deus.» (Is 61,10). [...] A vinda, a presença do Senhor de que
fala o profeta neste versículo é o beijo que deseja a esposa do Cântico dos
Cânticos quando diz: «Ah! Beija-me com ósculos da tua boca!» (Cant 1,2). E
esta esposa fiel é a Igreja: nasceu dos patriarcas, noivou em Moisés e nos
profetas e, com o desejo ardente do seu coração, suspira pela vinda do seu
Bem-Amado. [...] Cheia de alegria, agora que recebeu este beijo, exclama na
sua felicidade: «Exulto de alegria no Senhor!»
Participando nesta alegria, João Baptista, o ilustre «amigo do Esposo», o
confidente dos segredos do Esposo e da esposa, o testemunho do seu amor
mútuo, declara: «Quem tem a esposa é o esposo (Jesus Cristo) e o amigo do
esposo (João Baptista), que o acompanha e escuta, alegra-se sobremaneira,
ouvindo a voz do esposo. Essa é a minha alegria que agora é completa» (Jo
3,29). Aquele que foi o precursor do Esposo no seu nascimento e que o foi
também da sua Paixão, quando desceu aos infernos, anunciou a Boa Nova à
Igreja que se encontrava à espera. [...]
Por conseguinte, este versículo ajusta-se completamente à Igreja jubilosa
que, na mansão dos mortos, se apressa a ir ao encontro do Esposo: «Com
grande alegria rejubilei no Senhor e o meu coração exulta no Senhor Deus.»
E qual é a causa da minha alegria? Qual é o motivo do meu júbilo? «Porque
me revestiu com a roupagem da salvação e me cobriu com o manto da justiça»
(Is 61,10). Em Adão, tinha sido despida, tinha tido de juntar folhas de
figueira para esconder a minha nudez; miseravelmente coberta de túnicas de
pele, fui expulsa do paraíso (Gn 3,7.21). Mas hoje, o Senhor Deus converteu
as folhas na roupagem da salvação. Pela sua Paixão, ele revestiu-me com uma
primeira roupa, a do baptismo e da remissão dos pecados e, no lugar da
túnica de peles da mortalidade, envolveu-me numa segunda roupa, a da
ressurreição e da imortalidade.
Terça-feira,
dia 19 de Janeiro de 2016
Terça-feira da 2ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Beatos Tiago Sales, presbítero, e Guilherme
Saultemouche, religioso, mártires da Eucaristia, +1593, Beatos José
Imbert, João-Nicolau Cordier,Tiago Bonnaud e companheiros, mártires da
Revolução Francesa (séc. XVIII), S.
Canuto, rei, m., +1086, Santos
Mário, Marta e filhos, mm., +270
Livro de 1º Samuel 16,1-13.
Naqueles dias, O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás
por Saul, tendo-o Eu rejeitado para que não reine mais sobre Israel?
Enche a âmbula de óleo e parte. Vou enviar-te a Jessé de Belém porque
escolhi um rei entre os seus filhos».
Samuel respondeu: «Como poderei ir? Se Saul o souber, mandará matar-me».
O Senhor disse-lhe: «Levarás contigo uma novilha e dirás: ‘Vim oferecer
um sacrifício ao Senhor’.
Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te mostrarei o que hás-de fazer:
ungir-Me-ás aquele que Eu te indicar».
Samuel fez o que o Senhor lhe tinha dito e tomou o caminho de Belém. Os
anciãos da cidade saíram alvoroçados ao seu encontro e perguntaram-lhe:
«Vidente, é por bem a tua vinda?».
Ele respondeu: «Sim, é por bem. Vim oferecer um sacrifício ao Senhor.
Purificai-vos e vinde comigo ao sacrifício». Samuel purificou Jessé e os
seus filhos e convidou-os para o sacrifício.
Quando eles chegaram, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é
este o ungido do Senhor».
Mas o Senhor disse a Samuel: «Não te impressiones com o seu belo aspecto
nem com a sua elevada estatura porque não foi esse que Eu escolhi. Deus
não vê como o homem: o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração».
Jessé chamou Aminabad e conduziu-o à presença de Samuel. Mas Samuel
disse: «Também não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé trouxe Samá e Samuel disse: «Ainda não foi este que o Senhor
escolheu».
Jessé fez assim passar os sete filhos diante de Samuel, mas Samuel
declarou-lhe: «O Senhor não escolheu nenhum destes».
E perguntou a Jessé: «Estão aqui todos os teus filhos?». Jessé
respondeu-lhe: «Falta ainda o mais novo que anda a guardar o rebanho».
Samuel ordenou: «Manda-o chamar porque não nos sentaremos à mesa,
enquanto ele não chegar».
Então Jessé mandou-o chamar: era ruivo, de belos olhos e agradável
presença. O Senhor disse a Samuel: «Levanta-te e unge-o porque é ele mesmo».
Samuel pegou na âmbula do óleo e ungiu-o na presença dos irmãos. Daquele
dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David. Então Samuel
pôs-se a caminho e regressou a Ramá.
Livro de Salmos
89(88),20.21-22.27-28.
Falastes outrora
aos vossos fiéis
e numa visão lhes dissestes:
«Impus uma coroa a um herói,
exaltei um eleito de entre o meu povo.
Encontrei a David, meu servo,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito,
o mais alto entre os reis da Terra.
Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.
Passava Jesus Cristo através das searas num dia de sábado e
os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é
permitido».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Nunca lestes o que fez David quando teve
necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos
pães da proposição que só os sacerdotes podiam comer e também os deu aos
companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o
sábado.
Por isso, o Filho (do homem) é também Senhor do sábado».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Exortação apostólica Sacramentum caritatis, 74 (trad © Libreria Editrice
Vaticana)
«O sábado foi
feito para o homem e não o homem para o sábado»
É particularmente urgente no nosso
tempo lembrar que o dia do Senhor
é também o dia de repouso do
trabalho. Desejamos vivamente que isto mesmo seja reconhecido também
pela sociedade civil, de modo que se possa ficar livre das obrigações
laborais sem ser penalizado por isso. De facto, os cristãos — não sem
relação com o significado do sábado na tradição hebraica — viram no dia
do Senhor também o dia de repouso da fadiga quotidiana. Isto possui um
significado bem preciso, ou seja, constitui uma relativização do trabalho
que tem por finalidade o homem: o trabalho é para o homem e não o homem
para o trabalho.
É fácil intuir a tutela que isto oferece ao próprio homem, ficando assim
emancipado duma possível forma de escravidão. Como já tive ocasião de
afirmar, o trabalho reveste uma importância primária para a realização do
homem e o progresso da sociedade; por isso torna-se necessário que aquele
seja sempre organizado e realizado no pleno respeito da dignidade humana
e ao serviço do bem comum. Ao mesmo tempo, é indispensável que o homem
não se deixe escravizar pelo trabalho, que não o idolatre, pretendendo
achar nele o sentido último e definitivo da vida. É no dia consagrado a
Deus que o homem compreende o
sentido da sua existência e também do trabalho.
Quarta-feira,
dia 20 de Janeiro de 2016
Quarta-feira da
2ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime
por causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu».
Mas Saul respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o
combateres porque não passas de um rapazinho, ao passo que ele é homem
de guerra desde a sua juventude».
David respondeu a Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e
do urso, me livrará das mãos desse filisteu». Então Saul disse a David:
«Vai e que o Senhor esteja contigo».
David tomou o seu cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras
bem lisas e meteu-as no seu surrão de pastor. Depois, com a funda na
mão, avançou contra o filisteu.
O filisteu foi-se aproximando pouco a pouco de David, levando à frente
o seu escudeiro.
Quando olhou e viu David, desprezou-o porque era um rapaz novo; era
loiro e de bela aparência.
Disse então a David: «Sou porventura algum cão para vires contra mim de
pau na mão?» E amaldiçoou David em nome dos seus deuses.
E acrescentou: «Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do
céu e aos animais do campo».
Mas David respondeu ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada,
lança e azagaia e eu vou contra ti em nome do Senhor do Universo, o
Deus dos exércitos de Israel, que tu desafiaste.
O Senhor vai entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te
cortarei a cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos
filisteus às aves do céu e aos animais selvagens. Então saberá toda a Terra
que há um Deus em Israel
e toda a gente há-de ver que não é pela espada ou pela lança que o
Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é do Senhor e Ele vos
entregará em nossas mãos».
Quando o filisteu avançou e veio ao encontro de David também este
correu velozmente contra o filisteu.
Meteu a mão no surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e
atingiu o filisteu na fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu
de bruços no chão.
Foi assim, com uma funda e uma pedra, que David triunfou do filisteu e
o feriu mortalmente sem ter uma espada na mão.
David correu para o filisteu e parou junto dele, tirou-lhe a espada da
bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Ao verem morto o seu
herói, os filisteus puseram-se em fuga.
Livro de Salmos
144(143),1.2.9-10.
Bendito seja o
Senhor, o meu refúgio,
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate.
O Senhor é meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador.
O Senhor é meu escudo e meu abrigo:
Ele submete os povos ao meu poder.
Vou cantar-Vos, Senhor Deus, um cântico novo,
vou celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servo.
Evangelho segundo S. Marcos 3,1-6.
Jesus Cristo entrou
de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus Cristo para verem se Ele ia curá-lo ao
sábado e poderem assim acusá-l’O.
Jesus Cristo disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e
vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer
mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus
corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou
curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos
para deliberarem como haviam de acabar com Ele.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367),
bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Tratado sobre o salmo 91,3,4-5,7
«Será permitido
ao sábado fazer bem [...], salvar a vida?»
O Senhor trabalha no dia de sábado?
Com certeza, de outra forma o céu desaparecia, a luz do sol apagava-se,
a terra perdia consistência, todos os frutos perdiam a seiva e a vida
do homem perecia se, por causa do sábado, a força construtiva do
universo deixasse de agir. Mas, de facto, não há qualquer interrupção;
durante o sábado, tal como nos seis outros dias, os elementos do
universo continuam a cumprir a sua função. Através deles, o Pai
trabalha, pois todo o tempo, actuando através do Filho que nasceu dele
e por quem tudo isto é obra sua. [...] Pelo Filho, a acção do Pai
prossegue no dia de sábado. Por consequência não há repouso em Deus,
pois que nenhum dia vê cessar a obra de Deus.
É assim a acção de Deus. Mas então em que consiste o seu repouso? A
obra de Deus é a obra de Jesus Cristo. E o repouso de Deus é Deus, é
Cristo, pois tudo o que pertence a Deus está verdadeiramente em Jesus Cristo,
a tal ponto que o Pai pode descansar nele.
Quinta-feira, dia 21 de Janeiro de 2016
Quinta-feira
da 2ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
quando David regressava, depois de ter matado o filisteu, saíram as
mulheres de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul, a
cantar e a dançar alegremente ao som de sistros e tamborins.
Iam dançando e cantando em coro: «Saul matou mil, David matou dez
mil».
Saul ficou muito irritado. Levou a mal estas palavras e exclamou:
«Dão dez mil a David e a mim apenas mil. Só lhe falta ser rei».
E a partir desse dia, Saul começou a ver David com maus olhos.
Falou então a seu filho Jónatas e a todos os seus oficiais em dar
a morte a David. Mas Jónatas, filho de Saul, era muito amigo de
David
e foi preveni-lo, dizendo-lhe: «Saul, meu pai quer matar-te. Toma
cuidado; amanhã cedo procura fugir e esconde-te em lugar seguro.
Eu sairei e estarei junto de meu pai, no campo onde estiveres, e
então lhe falarei em teu favor. Verei o que se passa e depois te
avisarei».
Jónatas falou em favor de David a seu pai, dizendo-lhe: «Não queira o
rei fazer mal ao seu servo David. Ele não te fez nenhum mal; pelo
contrário, tudo o que ele fez foi muito vantajoso para ti.
Arriscou a vida e matou o filisteu e o Senhor deu assim uma grande
vitória a Israel. Tu próprio o viste e ficaste contente. Porque irias
pecar, derramando sangue inocente ao dares a morte a David sem
razão?».
Saul atendeu às palavras de Jónatas e fez este juramento: «Tão certo
como o Senhor estar vivo, David não morrerá».
Então Jónatas falou a David, referindo-lhe as palavras do rei. Depois
trouxe David para junto de Saul e David continuou ao serviço do rei
como antes.
Livro de Salmos
56(55),2-3.9-10ab.10c-11.12-13.
Compadecei-Vos
de mim, Senhor,
porque os homens me calcam aos pés
e lutam sem descanso para me oprimir.
Os meus inimigos esmagam-me sem tréguas
são tantos, ó Altíssimo, os que me fazem guerra.
Vós contastes os passos da minha vida errante
e recolhestes as minhas lágrimas.
Recuarão os meus inimigos,
no dia em que eu Vos invocar.
Bem sei que Deus está por mim
e eu enalteço a palavra de Deus,
enalteço a promessa do Senhor.
Em Deus confio e nada temo:
que poderão fazer-me os homens?
Meu Deus, hei-de cumprir as minhas promessas,
oferecer-Vos-ei sacrifícios de acção de graças.
Evangelho segundo S. Marcos 3,7-12.
Naquele tempo,
Jesus Cristo retirou-Se com os seus discípulos a caminho do mar e
acompanhou-O uma numerosa multidão que tinha vindo da Galileia.
Também da Judeia e de Jerusalém, da Idumeia e da Transjordânia e dos
arredores de Tiro e de Sidónia, veio ter com Jesus Cristo uma grande
multidão por ouvir contar tudo o que Ele fazia.
Disse então aos seus discípulos que Lhe preparassem uma barca para
que a multidão não O apertasse.
Como tinha curado muita gente, todos os que sofriam de algum
padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem.
Os espíritos impuros, quando viam Jesus Cristo, caíam a seus pés e
gritavam: «Tu és o Filho de Deus».
Ele, porém proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c.
130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Demonstração da pregação apostólica, 92-95
Acompanhou-O
uma numerosa multidão que tinha vindo da Galileia.
O próprio Verbo, a Palavra de
Deus, diz pela boca do Profeta Isaías que Ele tinha de Se manifestar
no meio de nós - com efeito, o Filho (de Deus) fez-Se filho de homem (o
Filho tem a imagem de homem
celeste; é o primogénito de todos os homens celestes) - e de Se
deixar conhecer por nós, que anteriormente O não conhecíamos: «Eu
estava à disposição dos que me consultavam, saía ao encontro dos que
não me buscavam. Dizia: "Eis-me aqui, eis-me aqui" a um
povo que não invocava o meu nome» (Is 65,1). [...] É também este o
sentido daquelas palavras de João Baptista: «Deus pode suscitar
destas pedras, filhos de Abraão» (Mt 3,9). De facto, depois de terem
sido arrancados pela fé ao culto das pedras, os nossos corações sentem
Deus e tornam-se filhos de Abraão que foi justificado pela fé. [...]
O Verbo de Deus incarnou e habitou entre nós como afirma São João (Jo
1,14), seu discípulo. Graças a Ele, o coração dos pagãos foi
transformado por esta nova vocação e a Igreja dá muitos frutos
naqueles que se salvam; e já não é um intercessor como Moisés nem um
mensageiro como Elias, mas o próprio Senhor que nos salva, dando à
Igreja mais filhos do que os anciãos davam à sinagoga como havia
previsto Isaías ao dizer: «Regozija-te, estéril, que não tinhas
filhos» (Is 54,1; Gal 4,27). [...] Deus tem a sua felicidade na
concessão da sua herança às nações insensatas, àquelas que não
pertencem à cidade de Deus. Agora, pois que, graças a este apelo, a
vida nos foi dada, e que em nós Deus levou à plenitude a fé de
Abraão, não podemos voltar para trás, ou seja, não podemos regressar
à primeira legislação porque recebemos o Senhor da Lei, o Filho (de
Deus), e pela fé nele aprendemos a amar a Deus de todo o coração e ao
próximo como a nós mesmos.
Sexta-feira, dia 22 de Janeiro de 2016
Sexta-feira da 2ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : S.
Vicente, diác., m., +304, S.
Vicente Pallotti, presb., fundador, +1850, Beata
Laura Vicunha, v., +1904
Livro de 1º Samuel 24,3-21.
Naqueles
dias, Saul tomou consigo três mil homens escolhidos de todo o
Israel e foi à procura de David e da sua gente, junto ao
Rochedo-dos-Cabritos-Monteses.
Chegou a uns currais de ovelhas que se encontravam à beira do
caminho e entrou numa gruta para satisfazer uma necessidade. David
e os seus homens estavam sentados ao fundo da gruta.
Os seus homens disseram-lhe: «Hoje é o dia em que o Senhor te diz:
‘Entrego-te nas mãos o teu inimigo: faz dele o que quiseres’».
David levantou-se e, sem ser pressentido, cortou um pedaço da orla
do manto de Saul.
Mas depois, David sentiu o coração a bater forte por ter cortado um
pedaço da orla do manto de Saul.
Disse então aos seus homens: «O Senhor me livre de fazer ao meu
soberano uma coisa dessas, de levantar a mão contra ele porque é o
ungido do Senhor».
Com estas palavras, David conteve os seus homens e não os deixou
atacar Saul. Saul abandonou a gruta e seguiu o seu caminho.
Então David levantou-se, saiu da gruta e gritou a Saul: «Senhor,
meu rei!». Saul olhou para trás e David inclinou a face até ao chão
e prostrou-se.
Depois David falou a Saul: «Porque dás ouvidos àqueles que te dizem:
‘David quer fazer-te mal’?
Hoje viste com os teus próprios olhos como o Senhor te entregou em
minhas mãos, dentro da gruta e como eu te poupei, recusando
matar-te. Eu disse: Não levantarei a mão contra o meu soberano
porque ele é o ungido do Senhor.
Meu pai, vê na minha mão um pedaço do teu manto. Se cortei a orla
do teu manto e não te matei, deves reconhecer que em mim não há
maldade nem traição. Enquanto atentas contra mim para me tirares a
vida, eu não pratiquei qualquer falta contra ti.
O Senhor seja nosso juiz, Ele me faça justiça contra ti; mas eu não
porei em ti as minhas mãos.
Como diz o antigo ditado: ‘Dos maus vem a maldade’; por isso não
porei em ti as minhas mãos.
Contra quem se pôs em campo o rei de Israel? Quem é que tu
persegues? Um cão morto? Uma pulga?
Seja o Senhor o juiz e decida entre nós; Ele examine e defenda a
minha causa, me faça justiça e me livre das tuas mãos».
Quando David acabou de dizer estas palavras, Saul perguntou: «És
realmente tu que estás a falar, meu filho David?». E em altos
brados, começou a chorar.
Depois disse a David: «Tu és mais justo do que eu porque me tens feito bem e eu tenho-te
feito mal.
Hoje mostraste a tua bondade para comigo, pois o Senhor entregou-me
nas tuas mãos e tu não me quiseste matar.
Quando um homem encontra o seu inimigo, porventura o deixa seguir
em paz o seu caminho? O Senhor te recompense pelo bem que hoje me
fizeste.
Agora sei que certamente serás rei e que o poder real em Israel
ficará consolidado em tuas mãos».
Livro de
Salmos 57(56),2.3-4.6.11.
Tende piedade
de mim, ó Deus, tende piedade
porque em Vós eu procuro refúgio
e me abrigo à sombra das vossas asas
até que passe a tormenta.
Clamo ao Deus Altíssimo,
a Deus que me enche de benefícios.
Do Céu me enviará a salvação,
Deus me enviará a sua bondade e fidelidade.
Senhor Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza
e sobre a Terra fazei brilhar a vossa glória
porque aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade.
Evangelho segundo S. Marcos 3,13-19.
Naquele
tempo, Jesus Cristo subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles
que entendeu e eles aproximaram-se.
Escolheu doze para andarem com Ele e para os enviar a pregar
com poder de expulsar demónios.
Escolheu estes doze: Simão,
a quem pôs o nome de Pedro;
Tiago, filho de Zebedeu,
e João, irmão de Tiago,
aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»;
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu,
Simão o Cananeu
e Judas Iscariotes que depois O traiu.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Carta a Diogneto (c.
200)
XI
«Para os
enviar a pregar»
Não
digo nada de estranho, não procuro o paradoxo, mas, dócil ao ensino
dos apóstolos, quero também eu ensinar as nações. Quero transmitir
exactamente a tradição aos que quiserem também tornar-se discípulos
da Verdade. Quem [...] não se apressaria a aprender tudo o que o
Verbo de Deus claramente ensinou aos seus discípulos? Porque, ao
manifestar-Se, esse Verbo que não foi compreendido pelos que não
acreditaram nele, manifestou a verdade aos seus discípulos;
exprimindo-Se abertamente, disse tudo aos seus discípulos.
Reconheceu-os como seus fiéis e eles receberam o conhecimento dos
mistérios do Pai.
Foi para isso que o Verbo foi enviado ao mundo. E para ser
manifestado ao mundo inteiro [...], foi proclamado pelos apóstolos
para que as nações acreditassem nele. Ele que era desde o princípio
(Jo 1,1), manifestou-Se na novidade e os discípulos reconheceram-No
pela antiguidade. Ele renasce sempre jovem no coração dos santos.
[...] Por Ele, a Igreja é cumulada de riquezas; a graça desabrocha,
multiplicando-se nos santos, conferindo a inteligência da fé,
revelando os mistérios do Pai, fazendo compreender os tempos. [...]
Ela oferece-se aos que a procuram, respeitando as regras da fé e
guardando fielmente a tradição dos Padres da Igreja.
Eis que o temor da Lei é cantado; eis que a graça dos profetas é
reconhecida, a fé dos Evangelhos reforçada, a tradição dos
apóstolos conservada; a graça da Igreja exulta de alegria. Não
contristeis esta graça; assim conhecereis os segredos que o Verbo
de Deus revela por quem quer, quando Lhe apraz. Aproximai-vos,
escutai e sabereis tudo o que Deus confia aos que O amam de
verdade.
Sábado, dia 23 de Janeiro de 2016
Sábado da 2ª semana do Tempo Comum
Naqueles
dias, David, ao voltar da vitória sobre os amalecitas, ficou dois
dias em Siclag.
Ao terceiro dia, chegou um homem que vinha do acampamento de
Saul: trazia as vestes rasgadas e a cabeça coberta de poeira. Ao
chegar à presença de David, prostrou-se por terra em profunda
reverência.
David perguntou-lhe: «De onde vens?». Ele respondeu: «Escapei-me
do acampamento de Israel».
Disse David: «Que aconteceu? Conta-me tudo». O homem respondeu:
«O exército fugiu do campo de batalha, muitos homens tombaram e o
próprio Saul e seu filho Jónatas também pereceram».
Então David agarrou as suas vestes e rasgou-as e o mesmo fizeram
todos os que estavam com ele.
Depois lamentaram-se, choraram e jejuaram até à tarde por Saul e
seu filho Jónatas, pelo povo do Senhor e pela casa de Israel
porque tinham sucumbido ao fio da espada.
E David exclamou: «Como pereceram nos altos montes os que eram o
teu esplendor, Israel! Como sucumbiram os heróis!
Saul e Jónatas, tão amados e queridos, nem na vida nem na morte
foram separados. Eram mais velozes do que as águias, mais
valentes do que os leões.
Filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestiu de púrpura e
linho e enfeitava de ouro os vossos vestidos.
Como sucumbiram os heróis no combate! Como pereceu Jónatas nos
altos montes!
Choro por ti, Jónatas, meu irmão. Eras o meu melhor amigo e para
mim a tua amizade era mais maravilhosa que o amor de uma mulher.
Como sucumbiram os heróis, como pereceram estes valentes
guerreiros!».
Livro de Salmos 80(79),2-3.5-7.
Pastor de
Israel, escutai,
Vós que conduzis José como um rebanho.
Vós que estais sobre os Querubins, aparecei
à frente de Efraim, Benjamim e Manassés.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.
Senhor, Deus do universo, até quando ardereis em cólera,
apesar da oração do vosso povo?
Destes-nos a comer o pão das lágrimas
e a beber copioso pranto.
Fizestes de nós objecto de contenda entre vizinhos
e os inimigos zombam de nós.
Evangelho segundo S. Marcos 3,20-21.
Naquele
tempo, Jesus Cristo chegou a casa (a sua casa) com os seus
discípulos. E de novo acorreu tanta gente que eles nem sequer
podiam comer.
Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para
O deter, pois diziam: «Está fora de Si».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino
(1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Opúsculo para a festa do Corpo de Cristo
Jesus
dá-Se inteiramente; Ele dá-Se a Si próprio a comer
O
Filho primogénito de Deus, querendo fazer-nos participar da sua
divindade, tomou a nossa natureza a fim de divinizar os homens,
Ele que Se fez homem. Por outro lado, o que tomou de nós,
deu-no-lo inteiramente para a nossa salvação. Com efeito, sobre o
altar da cruz, ofereceu o seu corpo em sacrifício a Deus Pai a
fim de nos reconciliar com Ele e derramou o seu sangue para ser,
ao mesmo tempo, nosso resgate e nosso baptismo: resgatados de uma
lamentável escravidão, seríamos assim purificados de todos os
nossos pecados.
E para que guardemos sempre a memória de tão grande benefício,
deixou aos fiéis o seu corpo a comer e o seu sangue a beber, sob
o aspecto externo de pão e de vinho. [...] Haverá coisa mais
preciosa do que este banquete, onde já não se nos propõe, como na
antiga Lei, que comamos a carne dos veados e dos cabritos, mas o próprio
Jesus Cristo por antítese com a prática anterior? Haverá coisa
mais admirável do que este sacramento? [...] Ninguém é capaz de
exprimir as delícias deste sacramento, dado que nele se prova a
doçura espiritual na sua fonte e nele se celebra a memória deste
amor inultrapassável que Jesus Cristo demonstrou na sua Paixão.
Ele queria que a imensidão deste amor se gravasse profundamente
no coração dos fiéis. Foi por isso que na última Ceia, depois de
ter celebrado a Páscoa com os seus discípulos, quando ia passar
deste mundo para o Pai, instituiu este sacramento como memorial
perpétuo da sua Paixão, cumprimento das antigas prefigurações e
maior de todos os seus milagres, deixando este sacramento como
incomparável conforto àqueles a quem a sua ausência encheria de
tristeza.©
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D. Rodrigo
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2.º – O Cemitério de Lagos
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