sábado, 16 de janeiro de 2016

Cristianismo 141 até 16-01-2016

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana 
Quarta-feira, 6 de Janeiro de 2016

 As palavras do profeta Isaías, dirigidas à cidade santa de Jerusalém, convidam a levantar-nos, a sair – a sair dos nossos fechamentos, a sair de nós mesmos – para reconhecermos a luz esplendorosa que ilumina a nossa existência: «Levanta-te e resplandece, Jerusalém, que está a chegar a tua luz! A glória do Senhor amanhece sobre ti!» (60, 1). A «tua luz» é a glória do Senhor. A Igreja não pode iludir-se de brilhar com luz própria; não pode! Lembra-o Santo Ambrósio com uma bela expressão em que usa a lua como metáfora da Igreja: «Verdadeiramente como a lua é a Igreja (...) brilha, não com luz própria, mas com a de Cristo. Recebe o seu próprio esplendor do Sol de Justiça, podendo assim dizer: “Já não sou eu que vivo, é Cristo vive em mim”» (Exameron, IV, 8, 32). Cristo é a luz verdadeira que ilumina e a Igreja, na medida em que permanece ancorada n’Ele, na medida em que se deixa iluminar por Ele, consegue iluminar a vida das pessoas e dos povos. Por isso, os Santos Padres reconheciam, na Igreja, o «mysterium lunae».
Temos necessidade desta luz que vem do Alto para corresponder coerentemente à vocação que recebemos. Anunciar o Evangelho de Jesus Cristo não é uma opção que podemos fazer de entre muitas nem é uma profissão. Para a Igreja ser missionária não significa fazer proselitismo; para a Igreja ser missionária equivale a exprimir a sua própria natureza: ser iluminada por Deus e reflectir a sua luz. Este é o seu serviço. Não há outra estrada. A missão é a sua vocação: fazer resplandecer a luz de Cristo é o seu serviço. Quantas pessoas esperam de nós este serviço missionário porque precisam de Jesus Cristo, precisam de conhecer o rosto do Pai!
Os Magos, de que nos fala o Evangelho de Mateus, são um testemunho vivo de como estão presentes por todo o lado as sementes da verdade, pois são dom do Criador que a todos chama a reconhecê-Lo como Pai bom e fiel. Os Magos representam as pessoas, dos quatro cantos da Terra, que são acolhidas na casa de Deus. Na presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino, toda a humanidade encontra a sua unidade. E a Igreja tem o dever de reconhecer e fazer surgir, de forma cada vez mais clara, o desejo de Deus que cada um traz dentro de si. Este é o serviço da Igreja com a luz que ela reflecte: fazer surgir o desejo de Deus que cada um traz dentro de si. Como os Magos, ainda hoje, há muitas pessoas que vivem com o «coração inquieto», continuando a questionar-se sem encontrar respostas certas (a inquietação nasce do Espírito Santo que se move nos corações). Também elas andam à procura da luz que indica a estrada para Belém.
Quantas estrelas existem no céu! E todavia os Magos seguiram uma diferente, uma nova, que – segundo eles – brilhava muito mais. Longamente perscrutaram o grande livro do céu para encontrar uma resposta às suas questões (sentiam o coração inquieto) e finalmente a luz aparecera. Aquela luz mudou-os. Fez-lhes esquecer as ocupações diárias e puseram-se imediatamente a caminho. Deram ouvidos a uma voz que, no íntimo, os impelia a seguir aquela luz – é a voz do Espírito Santo que actua em todas as pessoas – e a luz guiou-os até encontrarem o rei dos judeus numa pobre casa de Belém.
Tudo isto é uma lição para nós. Hoje far-nos-á bem repetir a pergunta dos Magos: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo» (Mt 2, 2). Somos chamados, sobretudo num tempo como o nosso, a procurar os sinais que Deus oferece, cientes de que se requer o nosso esforço para os decifrar e assim compreender a vontade divina. Somos desafiados a ir a Belém encontrar o Filho e sua Mãe. Sigamos a luz que Deus nos oferece! É uma luz pequenina; o hino do Breviário diz-nos poeticamente que os Magos «lumen requirunt lumine». Aquela luz pequenina é a luz que irradia do rosto de Jesus Cristo, cheio de misericórdia e fidelidade. E quando chegarmos junto d’Ele, adoremo-Lo com todo o coração e ofereçamos-Lhe de presente a nossa liberdade, a nossa inteligência, o nosso amor. A verdadeira sabedoria esconde-se no rosto deste Menino. É aqui, na simplicidade de Belém, que a vida da Igreja encontra a sua síntese. Aqui está a fonte daquela luz que atrai a si toda a pessoa no mundo e orienta o caminho dos povos pela senda da paz.

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Domingo, dia 10 de Janeiro de 2016

BAPTISMO DO SENHOR, festa - Ano C


Santo do dia : Beato Gonçalo de Amarante, conf., +1262

Livro de Isaías 40,1-5.9-11.
Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que terminaram os seus trabalhos e está perdoada a sua culpa porque recebeu da mão do Senhor duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama: «Preparai no deserto o caminho do Senhor, abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto de um monte, arauto de Sião; grita com voz forte, arauto de Jerusalém; levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio, precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho e reunirá os animais dispersos; tomará os cordeiros em seus braços, conduzirá as ovelhas ao seu descanso».
Livro de Salmos 104(103),1b-2.3-4.24-25.27-28.29-30.
Senhor Deus, como sois grande,
revestido de esplendor e majestade!
Estendeste os céus como um véu.
Fixaste sobre as águas a tua morada,

fazes das nuvens o teu carro,
caminhas sobre as asas do vento.
Fazes dos ventos teus mensageiros,
e dos relâmpagos, teus ministros.

Como são grandes as vossas obras!
Tudo fizestes com sabedoria:
a terra está cheia das vossas criaturas.
Lá está o mar, grande e vasto,

onde se agitam inúmeros seres,
animais grandes e pequenos.
Todos de Vós esperam
que lhes deis de comer a seu tempo.

Dais-lhes o alimento e eles o recolhem,
abris a mão e enchem-se de bens.
Se deles te escondes, ficam perturbados;
se lhes tiras o alento, morrem

e voltam ao pó donde saíram.
Se mandais o vosso espírito, retomam à vida
e renovais a face da Terra.


Carta a Tito 2,11-14.3,4-7.
Caríssimo: Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.
Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade,
aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Salvador, Jesus Cristo,
que Se entregou por nós para nos resgatar de toda a iniquidade e preparar para Si mesmo um povo purificado, zeloso das boas obras.
Mas, quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens,
Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticámos, mas em virtude da sua misericórdia, pelo baptismo da regeneração e renovação do Espírito Santo.
Deus derramou abundantemente o Espírito sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador,
para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.
Evangelho segundo S. Lucas 3,15-16.21-22.
Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias.
João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais poderoso do que eu e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo».
Quando todo o povo recebeu o baptismo, Jesus Cristo também foi baptizado e, enquanto orava, o céu abriu-se
e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de João
O céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele
Jesus Cristo recebeu o Espírito enquanto homem e enquanto convinha que o homem O recebesse. E embora seja o Filho (de Deus Pai), gerado da sua substância antes da incarnação, mais ainda, antes de todos os séculos, não Se dá por ofendido que Deus (Pai) Lhe diga, depois de Se fazer homem: «Tu és meu Filho; Eu hoje Te gerei.»

O Pai declara ter gerado hoje Aquele que era o Filho, dele mesmo gerado antes de todos os séculos, para significar que nos recebia em Jesus Cristo como filhos adoptivos. Efectivamente, em Jesus Cristo, enquanto homem, está compendiada toda a natureza humana. No mesmo sentido se diz que o Pai comunica ao Filho o seu próprio Espírito a fim de que em Jesus Cristo alcancemos a participação do mesmo Espírito. Jesus Cristo não recebe o Espírito Santo para Si mesmo, mas para nós em Si, pois é por Ele que recebemos todos os bens.

Segunda-feira, dia 11 de Janeiro de 2016

Segunda-feira da 1ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Teodósio, monge, +529, Santo Higino, papa, mártir, +140

Livro de 1º Samuel 1,1-8.
Havia em Ramataim um homem de Suf, nas montanhas de Efraim, chamado Elcana, filho de Jeroão e neto de Eliú, da família de Toú e do clã de Suf, de Efraim.
Tinha duas mulheres, uma chamada Ana e outra chamada Fenena. Fenena tinha filhos; Ana, porém não os tinha.
Esse homem costumava subir todos os anos da sua cidade até Silo para adorar o Senhor do Universo e oferecer-Lhe sacrifícios. Aí se encontravam os dois filhos de Heli, Hofni e Fineias, sacerdotes do Senhor.
Cada vez que Elcana oferecia um sacrifício, costumava dar porções da vítima a sua mulher Fenena e a todos os seus filhos e filhas.
Embora amasse muito Ana, dava-lhe apenas uma porção porque o Senhor a tinha feito estéril.
A sua rival irritava-a com humilhações porque o Senhor a tinha deixado estéril.
Assim acontecia todos os anos e, sempre que subiam à casa do Senhor, Fenena ofendia Ana. Ana chorava e não comia.
Então Elcana, seu marido, disse-lhe: «Ana, porque choras? Porque não comes? Porque estás tão triste? Não sou melhor para ti do que dez filhos?».
Livro de Salmos 116(115),12-13.14-17.18-19.
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo,
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém.


Evangelho segundo S. Marcos 1,14-20.
Depois de João ter sido preso, Jesus Cristo partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André que lançavam as redes ao mar porque eram pescadores.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus.
Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João que estavam no barco a consertar as redes
e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus Cristo.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática «Gaudium et Spes», sobre a Igreja no mundo contemporâneo, §§ 41, 45
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus.»
O homem actual está a caminho de um desenvolvimento mais pleno da própria personalidade e de uma maior descoberta e afirmação dos próprios direitos. Tendo a missão de manifestar o mistério de Deus, último fim do homem, a Igreja descobre, ao mesmo tempo, ao homem o sentido da sua existência, a verdade profunda acerca dele mesmo.

A Igreja sabe muito bem que só Deus, a Quem serve, pode responder às aspirações mais profundas do coração humano que nunca se satisfaz plenamente com os alimentos terrenos. Sabe também que o homem, solicitado pelo Espírito de Deus, nunca será totalmente indiferente ao problema religioso, como confirmam, não só a experiência dos tempos passados, mas também inúmeros testemunhos do presente.

Com efeito, o homem sempre desejará saber, ao menos confusamente, qual é o significado da sua vida, da sua actividade e da sua morte. E a própria presença da Igreja lhe traz à mente estes problemas. Mas só Deus, que criou o homem à sua imagem e o remiu, dá plena resposta a estas perguntas, pela revelação em Jesus Cristo, seu Filho, feito homem. Aquele que segue Jesus Cristo, o Homem perfeito, torna-se mais homem. [...]

Com efeito, o próprio Verbo de Deus, por Quem tudo foi feito, fez-Se homem para, Homem perfeito, a todos salvar e tudo recapitular. O Senhor é o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização, o centro do género humano, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações.

Terça-feira, dia 12 de Janeiro de 2016

Terça-feira da 1ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Bernardo de Corleone, rel., +1667, S. Bento Biscop, abade, +690

Livro de 1º Samuel 1,9-20.
Naqueles dias, depois de ter comido em Silo, Ana levantou-se e apresentou-se diante do Senhor. O sacerdote Heli estava sentado em sua cadeira, à entrada do templo do Senhor.
Com a alma cheia de amargura, Ana orou ao Senhor, derramando muitas lágrimas
e fez o seguinte voto: «Senhor do Universo! Se Vos dignardes olhar para a humilhação da vossa serva, se Vos lembrardes de mim e não esquecerdes esta vossa serva, se lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor por toda a vida e a navalha não passará pela sua cabeça».
Enquanto ela continuava a rezar diante do Senhor, Heli observou os movimentos dos seus lábios:
Ana falava em seu coração; só mexia os lábios, mas não se ouvia a sua voz. Por isso Heli pensou que estivesse embriagada
e perguntou-lhe: «Até quando estarás embriagada? Livra-te desse vinho».
Ana respondeu: «Não, meu senhor; sou apenas uma infeliz. Não bebi vinho nem outra bebida que embriague; estava apenas a desabafar diante do Senhor.
Não tomes a tua serva por uma vadia porque o excesso da minha dor e da minha aflição é que me fez falar até agora».
Então Heli disse-lhe: «Vai em paz e o Deus de Israel te conceda o que Lhe pediste».
Ana respondeu: «Queira Deus que a tua serva encontre sempre em ti acolhimento favorável». A mulher foi-se embora, comeu e já tinha outro semblante.
No outro dia, levantaram-se de manhã cedo e, depois de se terem prostrado diante do Senhor, voltaram para sua casa, em Ramá. Elcana uniu-se a sua mulher, Ana, e o Senhor lembrou-Se dela.
Ana concebeu e, decorrido o tempo, deu à luz um filho, a quem deu o nome de Samuel, dizendo: «Eu o pedi ao Senhor».
Livro de 1º Samuel 2,1.4-5.6-7.8.
Exulta o meu coração no Senhor,
no Senhor Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos
porque me alegro com a vossa salvação.
A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.

Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.

É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta.
Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra.


Evangelho segundo S. Marcos 1,21-28.
Jesus Cristo chegou a Cafarnaum e, quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar,
todos se maravilhavam com a sua doutrina porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro que começou a gritar:
«Que tens Tu a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Jesus Cristo repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem».
O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».
E logo a fama de Jesus Cristo se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de S. Marcos, 2
«Vieste para nos perder?»
«Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro». Esse espírito não podia suportar a presença do Senhor; tratava-se do espírito impuro que tinha conduzido os homens à idolatria. […] «Que acordo pode existir entre Jesus Cristo e Satanás?» (2Cor 6,15); Jesus Cristo e Satanás não podem estar associados um ao outro. «Começou a gritar: "Que tens Tu a ver connosco?"» Aquele que assim grita é um indivíduo que se exprime em nome de várias pessoas; isto prova que tem consciência de ter sido vencido, ele e os seus.
«Começou a gritar: "Que tens Tu a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus."» Em pleno tormento e apesar da intensidade do sofrimento que o faz gritar, não abandonou a hipocrisia. É forçado a dizer a verdade, o sofrimento a isso o obriga, mas a malícia impede-o de dizer toda a verdade: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus de Nazaré?» Porque não reconheces o Filho (de Deus)? Será de facto o Nazareno quem te tortura e não o Filho de Deus? […]
Moisés era um santo de Deus. E Isaías e Jeremias também o foram. […] Porque não lhes dizes: «Sei quem Tu és: o Santo de Deus»? [...] Não digas, pois: «Santo de Deus», mas «Deus Santo». Pensas que sabes, mas não sabes ou, se sabes, calas-te por duplicidade. Porque Ele não é apenas o Santo de Deus, mas o Santo.

Quarta-feira, dia 13 de Janeiro de 2016

Quarta-feira da 1ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santo Hilário, b., Doutor da Igreja, +367

Livro de 1º Samuel 3,1-10.19-20.
Naqueles dias, o jovem Samuel servia o Senhor sob a direcção do sumo sacerdote Heli. Nesse tempo, a palavra do Senhor fazia-se ouvir raras vezes e as visões não eram frequentes.
Certo dia, Heli estava deitado nos seus aposentos; os seus olhos tinham enfraquecido e mal podia ver.
A lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado e Samuel dormia no templo do Senhor, no lugar onde se encontrava a arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou».
E correndo para junto de Heli, disse: «Aqui estou porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a deitar-te». E ele foi deitar-se.
O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te».
Samuel ainda não conhecia o Senhor porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou porque me chamaste». Então Heli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem.
Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-te e se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel, Samuel!». E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
Samuel foi crescendo; o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.
E todo o Israel, de Dan até Bersabeia, reconheceu que Samuel era realmente um profeta do Senhor.
Livro de Salmos 40(39),2.5.7-8a.8b-9.10.
Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Feliz de quem pôs a sua confiança no Senhor

e não se voltou para os arrogantes,
para os que seguem a mentira.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,

mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó Senhor Deus,

a vossa lei está no meu coração».
«Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.


1ª Carta de S. João 2,18-25.
Meus filhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que há-de vir o Anticristo. Pois bem, surgiram já muitos anticristos e por isso sabemos que é a última hora.
Eles saíram do meio de nós, mas não eram dos nossos. Se fossem dos nossos, teriam ficado connosco. Assim sucedeu para ficar bem claro que nem todos eram dos nossos.
Vós, porém tendes a unção que vem do Santo e todos possuís a ciência.
Não vos escrevo por ignorardes a verdade, mas porque a conheceis e porque nenhuma mentira provém da verdade.
Quem é então o mentiroso? Quem é, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, aquele que nega o Pai e igualmente o Filho.
Quem nega o Filho também não reconhece o Pai. Quem confessa o Filho reconhece também o Pai.
Portanto permaneça em vós a doutrina que ouvistes desde o princípio. Se permanecer em vós a doutrina que ouvistes desde o princípio, também vós permanecereis no Filho e no Pai.
E a promessa que o Filho nos fez é a vida eterna.
Evangelho segundo S. Marcos 1,29-39.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela.
Jesus Cristo aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos
e a cidade inteira ficou reunida diante da porta.
Jesus Cristo curou muitas pessoas que eram atormentadas por várias doenças e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem porque sabiam quem Ele era.
De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar.
Simão e os companheiros foram à procura d’Ele
e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram».
Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas a fim de pregar aí também porque foi para isso que Eu vim».
E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.


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Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos
De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar.
Nada torna a alma tão pura e feliz, nada a ilumina e afasta dela os maus pensamentos como as vigílias. Por isso, os nossos pais perseveraram neste trabalho das vigílias e adoptaram como regra permanecer acordados de noite durante o curso da sua vida ascética. Fizeram-no especialmente porque tinham ouvido os insistentes convites do nosso Salvador com a sua Palavra viva: «Velai, pois orando continuamente» (Lc 21,36); «Vigiai e orai para não caírdes em tentação» (Mt 26,41) e ainda: «Orai sem cessar» (1 Tes 5,17).
E não Se contentou com advertir-nos apenas por palavras. Deu-nos também o exemplo na sua pessoa, honrando a prática da oração acima de qualquer outra coisa. Por isso, isolava-Se constantemente para rezar e não o fazia de qualquer maneira, mas escolhendo por tempo a noite e por lugar o deserto a fim de que também nós, evitando as multidões e o tumulto, nos tornemos capazes de orar na solidão.
Por isso, os nossos pais receberam este elevado ensinamento a respeito da oração como se ele viesse do próprio Jesus Cristo. E escolheram vigiar na oração, seguindo a injunção do apóstolo Paulo, sobretudo a fim de poderem permanecer sem interrupções na proximidade de Deus pela oração contínua. [...] O que vinha do exterior não os atingia, nada alterava a pureza do seu intelecto, perturbando estas vigílias que os enchiam de alegria e que eram a luz da sua alma.

Quinta-feira, dia 14 de Janeiro de 2016

Quinta-feira da 1ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Beato Pedro Donders, presbítero, +1887, S. Félix de Nola, conf., +256, Beata Verónica de Milão, rel., +1497, Beato Odorico de Pordenone, viaj., +1330

Livro de 1º Samuel 4,1-11.
Naqueles dias, os filisteus reuniram-se para fazer guerra a Israel e os israelitas saíram ao seu encontro para o combate. Acamparam perto de Eben-Ezer, enquanto os filisteus tinham acampado em Afec.
Os filisteus colocaram-se em ordem de batalha contra Israel e, no terrível combate, Israel foi derrotado pelos filisteus que, em campo aberto, lhe mataram cerca de quatro mil homens.
O povo voltou para o acampamento e os anciãos de Israel disseram: «Porque é que o Senhor deixou que fôssemos hoje vencidos pelos filisteus? Vamos buscar a Silo a arca da aliança do Senhor: que ela esteja no meio de nós e nos salve das mãos dos nossos inimigos».
Então o povo mandou buscar a Silo a arca da aliança do Senhor do Universo que tem o seu trono sobre os querubins. Os dois filhos de Heli, Hofni e Fineias, acompanhavam a arca da aliança de Deus.
Quando a arca do Senhor entrou no acampamento, todos os israelitas soltaram um grande clamor que ressoou por toda a Terra.
Os filisteus ouviram o eco daquele alarido e disseram: «Que significa este grande clamor no campo dos hebreus?». Então souberam que a arca do Senhor tinha chegado ao acampamento
e diziam atemorizados: «Deus veio para o acampamento.
Ai de nós! Nunca tal coisa tinha sucedido até agora! Ai de nós! Quem nos livrará das mãos desse Deus tão poderoso? Foi Ele que feriu o Egipto com toda a espécie de pragas no deserto.
Tende coragem, filisteus, e sede valorosos para não ficardes escravos dos hebreus como eles têm sido vossos escravos. Sede valorosos e combatei».
Os filisteus começaram o combate: os israelitas foram vencidos e fugiu cada um para a sua tenda. A derrota foi grande e da infantaria de Israel caíram trinta mil homens.
A arca de Deus foi capturada e morreram os dois filhos de Heli, Hofni e Fineias.
Livro de Salmos 44(43),10-11.14-15.25-26.
Agora, Senhor, nos rejeitais e confundis
e já não saís à frente dos nossos exércitos.
Obrigais-nos a fugir diante dos nossos adversários
e os nossos inimigos podem saquear à vontade.

Fazeis de nós o opróbrio dos nossos vizinhos,
a irrisão e o desprezo dos povos que nos cercam.
Fazeis de nós ocasião de escárnio para os pagãos
e motivo para os povos zombarem de nós.

Despertai, Senhor. Porque dormis?
Levantai-Vos. Não nos rejeiteis para sempre.
Porque escondeis a vossa face?
Esqueceis Vós a nossa miséria e tribulação?


Evangelho segundo S. Marcos 1,40-45.
Naquele tempo, veio ter com Jesus Cristo um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me».
Jesus Cristo, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo».
No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo.
Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem:
«Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou para lhes servir de testemunho».
Ele, porém logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera e assim Jesus Cristo já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte.


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Comentário do dia:
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Carta às suas colaboradoras de 10/04/1974
Jesus Cristo, compadecido, estendeu a mão e tocou-lhe
Os pobres têm sede de água, mas também de paz, de verdade e de justiça. Os pobres estão nus e têm necessidade de roupas, mas também de dignidade humana e de compaixão para com os pecadores. Os pobres estão sem abrigo e têm necessidade de um abrigo feito de tijolos, mas também de um coração alegre, compassivo e cheio de amor. Eles estão doentes e têm necessidade de cuidados médicos, mas também de uma mão amiga e de um sorriso acolhedor.
Os excluídos, os que são rejeitados, os que não são amados, os prisioneiros, os alcoólicos, os moribundos, os que estão sós e abandonados, os marginalizados, os intocáveis e os leprosos [...], os que estão na dúvida e confusos, os que não foram tocados pela luz de Cristo, os que têm fome da palavra e da paz de Deus, as almas tristes e angustiadas [...], os que são um fardo para a sociedade, os que perderam toda a esperança e a fé na vida, os que se esqueceram como se sorri e os que já não sabem o que é receber um pouco de calor humano, um gesto de amor e de amizade – todos eles se voltam para nós para serem reconfortados. Se lhes viramos as costas, viramos as costas a Jesus Cristo.

Sexta-feira, dia 15 de Janeiro de 2016

Sexta-feira da 1a semana do Tempo Comum


Santo do dia : Beato Luis Variara, presbítero, +1923, Santo Amaro ou Mauro, rel., +584, Santo Arnaldo Janssen, presbítero, fundador, +1909, S. Paulo, eremita, conf., +342, S. Franc. Fernandes de Capillas, presb., m., +1648, S. Plácido, religioso, mártir, +546

Livro de 1º Samuel 8,4-7.10-22a.
Naqueles dias, reuniram-se todos os anciãos de Israel e foram ter com Samuel a Ramá.
E disseram a Samuel: «Tu já estás velho e os teus filhos não seguem o teu exemplo. Por isso, dá-nos um rei que nos governe como acontece com os outros povos».
Desagradou a Samuel que eles tivessem dito: «Dá-nos um rei que nos governe». Samuel orou ao Senhor
e o Senhor respondeu-lhe: «Atende à voz do povo em tudo o que ele te pedir porque não foi a ti que rejeitaram, mas a Mim: não querem que Eu reine sobre eles».
Samuel comunicou todas as palavras do Senhor ao povo que lhe pedia um rei
e acrescentou: «Serão estes os direitos do rei que vai reinar sobre vós: Requisitará os vossos filhos para cuidarem dos seus carros e dos seus cavalos e os fará correr à frente do seu carro.
Ele os utilizará como chefes de mil homens e chefes de cinquenta. Mandará que lavrem os seus campos e ceifem as suas colheitas, que fabriquem as suas armas de guerra e as peças dos seus carros.
Requisitará também as vossas filhas para trabalharem como perfumistas, cozinheiras e padeiras.
Tomará os vossos melhores campos, vinhas e olivais para os dar aos seus servos.
Cobrará o dízimo das vossas sementeiras e das vossas vinhas para o dar aos seus cortesãos e ministros.
Ficará com os vossos melhores servos e servas, com os vossos melhores bois e jumentos para os empregar no seu serviço.
Cobrará o dízimo dos vossos rebanhos e vós mesmos sereis seus escravos.
Nesse dia, reclamareis contra o rei que escolhestes, mas então o Senhor não vos responderá».
O povo não fez caso das palavras de Samuel e disse: «Não importa. Queremos um rei
e assim seremos como todos os outros povos: o nosso rei é que há-de governar-nos e marchará à nossa frente para comandar os nossos combates».
Samuel ouviu tudo o que o povo disse e comunicou-o ao Senhor.
O Senhor respondeu-lhe: «Faz o que eles querem e dá-lhes um rei».
Livro de Salmos 89(88),16-17.18-19.
Feliz do povo que sabe aclamar-Vos
e caminha, Senhor, à luz da vossa presença.
Todos os dias aclama o vosso nome
e se gloria com a vossa justiça.

Vós sois a sua força,
com o vosso favor se exalta a nossa valentia.
Do Senhor é o nosso escudo
e do Santo de Israel o nosso rei.


Evangelho segundo S. Marcos 2,1-12.
Quando Jesus Cristo entrou de novo em Cafarnaum e se soube que Ele estava em casa (sua casa, de Maria de Magdala),
juntaram-se tantas pessoas que já não cabiam sequer em frente da porta e Jesus Cristo começou a pregar-lhes a palavra.
Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens
e, como não podiam levá-lo até junto d’Ele, devido à multidão, descobriram o tecto, por cima do lugar onde Ele Se encontrava e, feita assim uma abertura, desceram a enxerga em que jazia o paralítico.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus Cristo disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados».
Estavam ali sentados alguns escribas que assim discorriam em seus corações:
«Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?».
Jesus Cristo, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes: «Porque pensais assim nos vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou dizer ‘Levanta-te, toma a tua enxerga e anda’?
Pois bem. Para saberdes que o Filho (do homem) tem na Terra o poder de perdoar os pecados, ‘Eu te ordeno – disse Ele ao paralítico –
levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa’».
O homem levantou-se, tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente, de modo que todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre S. Mateus, 29, 1-3
«Não é só Deus que pode perdoar os pecados?»
«Trouxeram-Lhe um paralítico.» Os evangelistas contam que, depois de terem furado o tecto, aqueles homens desceram o doente e o depuseram diante de Jesus Cristo, sem nada pedir, deixando Jesus Cristo fazer o que quisesse. No início do seu ministério pela Judeia, era Ele quem dava os primeiros passos e não exigia uma fé tão grande; aqui, são os outros que vêm ter com Ele e tiveram de ter uma fé corajosa e viva: «Ao ver a fé daquela gente», diz o evangelho - isto é, a fé dos que tinham transportado o paralítico. [...] E o doente também teria uma grande fé porque não se teria deixado transportar se não tivesse confiança em Jesus.
Perante tanta fé, Jesus Cristo mostra o seu poder e, com autoridade divina, perdoa os pecados ao doente, dando assim prova da sua igualdade com o Pai. Tinha já mostrado essa igualdade quando curou o leproso dizendo: «Quero, fica curado»; quando acalmou a tempestade no mar e, quando expulsou os demónios que nele reconheceram o seu soberano e o seu juiz. [...] Aqui, mostra-a primeiro sem espaventos, não Se apressando a curar exteriormente aquele que Lhe apresentaram. Começa por um milagre invisível: primeiro, cura a alma do homem, perdoando-lhe os pecados. É certo que esta cura era infinitamente mais vantajosa para aquele homem, mas trazia pouca glória a Jesus Cristo. Então alguns, levados pela malvadez, quiseram pô-Lo em causa; mas foram eles que, contra a sua própria vontade, tornaram o milagre mais deslumbrante.

Sábado, dia 16 de Janeiro de 2016

Sábado da 1a semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Berardo, presb., e comp., mm., +1220, S. Marcelo I, papa mártir ,+309

Livro de 1º Samuel 9,1-4.17-19.10,1a.
Havia um homem da tribo de Benjamim chamado Quis, filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afiá. Era pessoa importante e
tinha um filho chamado Saul, jovem e belo. Entre os israelitas, ninguém se podia comparar com ele e os mais altos do povo só lhe davam pelos ombros.
Tinham-se perdido umas jumentas de Quis, pai de Saul, e ele disse a Saul, seu filho: «Leva contigo um dos servos e põe-te a caminho para procurares as jumentas».
Atravessaram os montes de Efraim e passaram pela região de Salisá, mas não as encontraram. Percorreram depois a região de Salim, mas sem resultado. Atravessaram a terra de Benjamim, mas nem aí encontraram as jumentas.
Entretanto o profeta Samuel avistou Saul e o Senhor disse-lhe: «Aí está o homem de quem te falei: é ele que dirigirá o meu povo».
Saul aproximou-se de Samuel, no meio da porta, e disse-lhe: «Por favor, onde é a casa do vidente?».
Samuel respondeu: «Sou eu o vidente. Sobe à minha frente para a sala de cima. Comereis hoje comigo e amanhã de manhã te direi tudo o que tens no coração».
No dia seguinte, Samuel tomou um vaso de óleo e derramou-o sobre a cabeça de Saul. Depois abraçou-o e disse-lhe: «Foi o Senhor que te ungiu como chefe de Israel, seu povo. Tu governarás o povo do Senhor e o salvarás das mãos dos inimigos que o rodeiam».
Livro de Salmos 21(20),2-3.4-5.6-7.
Senhor, o rei alegra-se com o vosso poder
e exulta de contente com o vosso auxílio.
Satisfizestes os anseios do seu coração,
não rejeitastes o pedido de seus lábios.

Vós o cumulastes de bênçãos preciosas,
cingistes sua fronte com uma coroa de ouro fino.
Pediu-vos a vida e Vós lha concedestes,
uma vida longa para muitos anos.

Graças à vossa protecção, é grande a sua glória,
Vós o revestistes de esplendor e majestade.
Para sempre o abençoastes
e enchestes de alegria na vossa presença.


Evangelho segundo S. Marcos 2,13-17.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu de novo para a beira-mar. A multidão veio ao seu encontro e Ele começou a ensinar a todos.
Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança e disse-lhe: «Segue-me». Ele levantou-se e seguiu Jesus Cristo.
Encontrando-Se Jesus Cristo à mesa em casa de Levi, muitos publicanos e pecadores estavam também à mesa com Jesus Cristo e os seus discípulos, pois eram muitos os que O seguiam.
Os escribas do partido dos fariseus, ao verem-n’O comer com os pecadores e os publicanos, diziam aos discípulos: «Por que motivo é que Ele come com publicanos e pecadores?».
Jesus Cristo ouviu e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Dos comentários sobre os Salmos
«Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes.»
Há homens poderosos [...] que põem a sua confiança na sua própria justiça. De facto, pretendem ser justos por si mesmos e, tendo-se por pessoas superiores, recusaram o remédio e mataram o próprio médico. Não são esses homens poderosos os que o Senhor veio chamar, mas os fracos. [...]
Ai de vós, os poderosos, que não tendes necessidade de médico! Essa força não vem da vossa saúde mas da vossa insensatez. [...] O Mestre da humildade que partilhou da nossa fraqueza e nos tornou participantes da sua divindade, desceu do céu para nos mostrar o caminho e ser Ele próprio o nosso caminho. Quis sobretudo dar-nos o exemplo da sua humildade [...] para nos ensinar a confessar os nossos pecados, a ser humildes para nos tornarmos fortes e a fazer nossa aquela palavra do apóstolo Paulo: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2Cor 12, 10). [...]

Pelo contrário, aqueles que se julgam poderosos e que pretendem ser justos pela sua própria virtude, «tropeçaram na pedra de tropeço» (Rom 9,32). [...] Foram estes homens poderosos que atacaram Jesus Cristo, ufanando-se da sua justiça. [...] Eles colocavam-se acima da multidão dos fracos que acorriam ao médico. E porquê? Pela simples razão de que se consideravam poderosos. [...] Mataram o médico de todos os homens, mas Ele, na sua morte, preparou para todos os doentes um remédio com o seu sangue.
©



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