Domingo, dia 27 de Dezembro de 2015
SAGRADA FAMÍLIA DE
JESUS, MARIA E JOSÉ - Festa - Ano C
Naqueles dias, Ana concebeu e, passado o seu tempo, deu à luz um
filho, ao qual pôs o nome de Samuel porque dizia: «Eu o pedi ao Senhor.»
Elcana, seu marido, foi ao santuário com toda a sua família, oferecer ao
Senhor o sacrifício anual e cumprir o seu voto.
Ana não foi, mas disse ao marido: «Só irei quando o menino estiver desmamado;
então o levarei para o apresentar ao Senhor e lá ficará para sempre».
Depois de o ter desmamado, tomou-o consigo e, levando um novilho de três
anos, três medidas de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do
Senhor, em Silo. O menino era muito pequeno.
Imolaram o touro e apresentaram o menino a Heli.
Ana disse-lhe: «Ouve, meu senhor. Por tua vida, eu sou aquela mulher que
esteve aqui orando ao Senhor na tua presença.
Eis o menino por quem orei: o Senhor ouviu a minha súplica.
Por isso também eu o ofereço para que seja consagrado ao Senhor todos os dias
da sua vida». E adoraram o Senhor.
Livro de Salmos
84(83),2-3.5-6.9-10.
Como é agradável a vossa morada,
Senhor dos Exércitos!
A minha alma suspira ansiosamente
pelos átrios do Senhor.
O meu coração e a minha carne exultam no Deus vivo.
Felizes os que moram na vossa casa:
podem louvar-Vos continuamente.
Felizes os que em Vós encontram a sua coragem,
os que trazem no coração os caminhos do santuário.
Senhor, Deus dos Exércitos, ouvi a minha prece,
prestai-me ouvidos, ó Deus de Jacob.
Contemplai, ó Deus, nosso protector,
ponde os olhos no rosto do vosso Ungido.
1ª Carta de S. João 3,1-2.21-24.
Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos
chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é
porque não O conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que
havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos
semelhantes a Deus porque O veremos como Ele é.
Caríssimos, se o coração não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus
e receberemos d'Ele tudo o que Lhe pedirmos porque cumprimos todos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável.
É este o seu mandamento: acreditar no
nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos
uns aos outros como Ele nos mandou.
Quem observa os seus mandamentos permanece
em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos
concedeu.
Evangelho segundo S.
Lucas 2,41-52.
Os pais de Jesus Cristo iam todos os anos a Jerusalém, pela festa
da Páscoa.
Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa.
Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em
Jerusalém sem que seus pais o soubessem.
Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a
procurá-l’O entre os parentes e conhecidos.
Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura.
Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores,
a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas.
Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as
suas respostas.
Quando viram Jesus Cristo, seus pais ficaram admirados e sua Mãe disse-Lhe:
«Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à
tua procura».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia
estar na casa de meu Pai?».
Mas eles não entenderam as palavras que Jesus Cristo lhes disse.
Jesus Cristo desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe
guardava todos estes acontecimentos em seu coração.
E Jesus Cristo ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de
Deus e dos homens.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005),
papa
Mensagem de Natal, 25 de Dezembro de 1994
A Sagrada Família e as
nossas famílias
Este ano, a
minha mensagem de Natal dirige-se sobretudo às famílias. No fim deste ano que lhes é particularmente
consagrado, o nosso pensamento volta-se para o mistério da Sagrada Família.
[...] Jesus Cristo reza ao Pai dos céus para que todos sejam um: esta oração
veio-Lhe aos lábios na véspera da sua Paixão, mas tem-na no seu coração desde
o dia em que nasceu: «Pai, faz com "que eles sejam um como nós somos
um" (Jo 17, 11).» Não estaria a rezar, nesse momento, pela unidade das
famílias humanas?
É certo que, em primeiro lugar, rezava pela unidade da Igreja; mas a família,
apoiada num sacramento específico, é uma célula vital da Igreja e é, em si
mesma, uma pequena Igreja doméstica. Desta forma, Jesus Cristo rezou, mal
veio ao mundo, para que os que acreditam nele exprimam a sua comunhão a partir da
unidade profunda das suas famílias; uma unidade que aliás fazia parte
«desde o princípio» (Mt 19, 4) do desígnio de Deus para o amor conjugal que
está na origem da família. [...] Ele que fez um «dom desinteressado de Si
mesmo» ao vir a este mundo, rezou para que todos os homens, ao fundarem
uma família, façam para seu bem o dom recíproco e desinteressado de si
mesmos: maridos e mulheres, pais e filhos e todas as gerações que compõem a
família, cada um contribuindo com o seu dom particular.
Família, Sagrada Família, Família tão estreitamente unida ao mistério que
contemplamos no dia do Nascimento do Senhor, guia com o teu exemplo as
famílias de todo o mundo! [...] Filho
de Deus, vindo até nós no calor de uma família, concede a todas as famílias
que cresçam no amor e contribuam para o bem de toda a humanidade. [...]
Ensina-as assim a renunciar ao egoísmo, à mentira, à procura desenfreada do
lucro pessoal. Ajuda-as a desenvolver os recursos imensos do coração e da
inteligência que crescem quando Tu os inspiras.
Segunda-feira,
dia 28 de Dezembro de 2015
SANTOS INOCENTES,
mártires - Festa
Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos
anunciamos: Deus é luz e n’Ele não há
trevas.
Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos
e não praticamos a verdade.
Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com
os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purifica-nos de todo o
pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não
está em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os
nossos pecados e nos purificar de toda a maldade.
Se dissermos que não pecamos, fazemos d’Ele um mentiroso e a sua palavra não
está em nós.
Meus filhos, escrevo-vos isto para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós
temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai.
Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados e não só pelos nossos, mas
também pelos do mundo inteiro.
Livro de Salmos
124(123),2-3.4-5.7b-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.
As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.
Quebrou-se a armadilha e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor
que fez o céu e a terra.
Evangelho segundo S. Mateus 2,13-18.
Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos
a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para
o Egipto; fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para
O matar».
José levantou-se de noite, tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o
Egipto
e ficou lá até à morte de Herodes para se cumprir o que o Senhor anunciara
pelo profeta: «Do Egipto chamei o meu filho».
Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos, encheu-se de grande
furor e mandou matar em Belém e no seu território todos os meninos
de dois anos ou menos, conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado.
Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer:
«Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim: Raquel chora seus
filhos e não quer ser consolada porque eles já não existem».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman
(1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «The Mind of Little Children»; PPS II, 6
«Mártires incapazes de
confessar o nome do teu Filho e todavia glorificados pelo seu nascimento»
(Postcommunio)
É de toda a justiça
que celebremos a morte destes Santos Inocentes porque ela é
santa. Quando os acontecimentos nos aproximam de Jesus Cristo, quando
sofremos por Jesus Cristo, esse é seguramente um privilégio imenso – qualquer
que seja o sofrimento, mesmo que naquele momento não estejamos conscientes de
estar a sofrer por Ele. As crianças que Jesus Cristo tomou nos braços também
não podiam compreender, nesse momento, de que condescendência admirável
estavam a ser objecto; mas a bênção do Senhor era um privilégio real.
Paralelamente este massacre das crianças de Belém tem para elas lugar de
sacramento: era a caução do amor do Filho (de Deus) para com aqueles que
experimentaram esse sofrimento. Todos os que se aproximaram dele sofreram
mais ou menos, pelo simples facto desse contacto como se emanasse dele uma
força secreta que purifica e santifica as almas através das penas deste
mundo. Foi o caso dos Santos Inocentes.
Verdadeiramente a própria presença de Jesus Cristo tem lugar de sacramento:
todos os seus actos, todos os seus olhares, todas as suas palavras comunicam
a graça aos que aceitam recebê-la – quanto mais aos que aceitam
tornar-se seus discípulos. Desde os inícios da Igreja, o martírio foi considerado como uma forma
de baptismo, um verdadeiro baptismo de sangue que tem a mesma eficácia
sacramental que a água que regenera. Somos, pois convidados a
reconhecer estas crianças como mártires e a usufruir do testemunho da sua
inocência.
Terça-feira,
dia 29 de Dezembro de 2015
5º Dia da Oitava do
Natal
Caríssimos: Nós sabemos que conhecemos Jesus Cristo, se guardamos
os seus mandamentos.
Aquele que diz conhecê-l’O e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a
verdade não está nele.
Mas se alguém guarda a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito. Nisto
reconhecemos que estamos n’Ele.
Quem diz que permanece n’Ele deve também proceder como Ele procedeu.
Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo que
recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que
ouvistes.
No entanto, é um mandamento novo que vos escrevo — o que é verdadeiro n’Ele e
em vós— porque as trevas estão a passar e já brilha a luz verdadeira.
Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda se encontra nas trevas.
Quem ama o seu irmão permanece na luz e não há nele ocasião de pecado.
Mas quem odeia o seu irmão encontra-se nas trevas, caminha nas trevas e não
sabe para onde vai porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Livro de Salmos
96(95),1-2a.2b-3.5b-6.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor,Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Foi o Senhor quem fez os céus:
diante d’Ele a honra e a majestade,
no seu templo o poder e o esplendor.
Evangelho segundo S. Lucas 2,22-35.
Ao chegarem os dias da
purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus Cristo a
Jerusalém para O apresentarem ao Senhor
como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será
consagrado ao Senhor"
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas como se diz
na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão,
homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo
estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do
Senhor
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus Cristo
trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia
respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo
porque os meus olhos viram a vossa salvação
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e
glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi
estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal
de contradição;
- e uma espada trespassará a sua (de Jesus Cristo) alma - assim se revelarão
os pensamentos de todos os corações".
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c.
335-395), monge, bispo
Vida de Santa Macrina, 23-25; SC 178
No anoitecer da vida,
entrar na luz
O sol inclinava-se
em direcção ao poente. Mas o fervor da minha irmã Macrina não decaía; quanto
mais se aproximava o momento da partida, mais ela corria em direcção ao seu
bem-amado. […] Já não se dirigia a nós, os que estávamos ali presentes, mas
apenas Àquele de quem não desviava o olhar […]: «Foste Tu, Senhor, que
anulaste o nosso medo da morte. Foste Tu que fizeste com que, para nós, o
termo da vida terreste se tornasse o começo da vida verdadeira. És Tu que,
por um tempo, deixas os nossos corpos (celestes) repousar em dormição e os
acordas novamente “ao som da trombeta final” (1Cor 15,52). És Tu que dás à
terra, como depósito, o barro de que somos feitos, o barro que modelaste com
as tuas mãos (Gn 2,7) e és Tu que fazes reviver aquilo que lhe deste,
transformando (fazendo habitar no corpo natural. Assim que o corpo natural se
torna perigo de vida para o corpo celeste, este sobe e desce um corpo mais de
acordo com a nova situação, resultante das escolhas efectuadas pelo
homem/mulher), pela imortalidade e pela beleza, o que em nós é mortal e
disforme. […]
«Deus eterno, “pertenço-Te desde o ventre materno; desde o seio de minha mãe,
Tu és o meu Deus” (Sl 21,11). Tu, a quem a minha alma amou com toda as suas
forças, a quem consagrei a minha carne e a minha alma desde a juventude,
coloca junto de mim um anjo luminoso que me conduza pela mão ao lugar do
refrigério, aonde se encontra a “água do repouso” (Sl 22,2 ), no seio dos
santos patriarcas (Lc 16,22). Tu, que […] enviaste para o paraíso aquele
homem crucificado contigo que se confiou à tua misericórdia, lembra-Te também
de mim “quando estiveres no teu reino” (Lc 23,42) porque também eu fui
crucificada contigo. […] Que me encontre diante da tua face “sem mancha nem
ruga” (Ef 5,27); que a minha alma entre as tuas mãos seja acolhida […] “como
o incenso diante da tua face”» (Sl 140,2). […]
Como tinha chegado a noite, alguém colocara uma lamparina ali por cima.
Macrina então abriu os olhos e dirigiu o seu olhar para aquela luz,
manifestando o seu desejo de dizer a oração de acção de graças da luz. Mas
faltou-lhe a voz […]; soltou um profundo suspiro e tudo cessou: tanto a
oração como a sua vida.
Luz esplendente da santa glória do Pai celeste, imortal, santo e glorioso
Jesus Cristo! Sois digno de ser cantado a toda a hora e momento por vozes
inocentes, ó Filho de Deus que nos dais a vida. Dissipais
as trevas do universo e
iluminais o espírito (o corpo) do homem, vencendo a noite com a luz da fé.
Luz da Luz sem ocaso, imagem clara do esplendor divino: o céu e a Terra
proclamam a Vossa glória. Chegada a hora do sol poente, contemplando a luz do
entardecer, cantamos ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo (hino de vésperas
I do Domingo IV da liturgia das horas).
Quarta-feira,
dia 30 de Dezembro de 2015
6º Dia da Oitava do
Natal
Escrevo-vos, meus filhos, porque os vossos pecados foram
perdoados, pelo nome de Jesus.
Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio.
Escrevo-vos, jovens, porque vencestes o Maligno.
Escrevo-vos, meus filhos, porque conheceis o Pai. Escrevo-vos, pais, porque
conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque
sois corajosos e a palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno.
Não ameis o mundo nem o que existe no mundo. Se alguém ama o mundo, não está
nele o amor do Pai.
Porque tudo o que há no mundo - concupiscência da carne, concupiscência dos
olhos e orgulho da riqueza - não vem do Pai, mas do mundo.
Ora o mundo passa com as suas concupiscências, mas aquele que faz a vontade
de Deus permanece eternamente.
Livro de Salmos
96(95),7-8a.8b-9.10.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.
Levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios,
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d'Ele a Terra inteira;
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 2,36-40.
Quando os pais de Jesus Cristo levaram o Menino a Jerusalém, a
fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de
Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos, após o tempo de donzela e viúva até aos
oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com
jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião (de Simeão), começou também a louvar a Deus
e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de
Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia,
para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E
a graça de Deus estava com Ele.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258), bispo
de Cartago e mártir
Sobre o Pai-Nosso
«Servindo a Deus noite
e dia»
Nas Sagradas
Escrituras, o verdadeiro sol e o verdadeiro dia é Cristo; é por isso que para os
cristãos nenhuma hora é excluída e há que adorar a Deus sempre e sem cessar.
Porque estamos em Jesus Cristo, quer dizer, na luz verdadeira, estejamos em
súplica e em oração ao longo de todo o dia. E quando, segundo o curso do
tempo, chega a noite, após o dia, nada nos impeça, nas trevas nocturnas, de
orar: para os filhos da luz (1Tim 5,5) é dia mesmo durante a noite. Quem tem
a luz no seu coração nunca se encontra nas trevas. Para aquele para quem
Cristo é o sol e o dia, o sol nunca se oculta nem o dia deixa de estar
presente.
Durante a noite não deixemos, pois de rezar. Foi assim que Ana, a viúva,
obteve os favores de Deus: pela sua oração perseverante e a vigília como
está escrito no Evangelho: «Não se afastava do Templo, servindo a Deus noite
e dia com jejuns e orações» […] Que a preguiça e o desleixo não nos impeçam
de rezar. Pela misericórdia de Deus, fomos recreados no Espírito e
renascemos. Imitemos, pois o que seremos. Fomos feitos para habitar num reino
onde não haverá mais noite, onde brilhará um dia sem ocaso; vigiemos, pois já
durante a noite como se fosse dia claro. Chamados à oração e a louvar, no
céu, sem fim a Deus, comecemos já aqui em baixo a rezar e a louvá-lo sem
cessar.
Quinta-feira,
dia 31 de Dezembro de 2015
7º Dia da Oitava do
Natal
Meus filhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que há-de vir o
Anticristo. Pois bem, surgiram já muitos anticristos e por isso sabemos que é
a última hora (tempo de transição de épocas).
Eles saíram do meio de nós, mas não eram dos nossos. Se fossem dos nossos,
teriam ficado connosco. Assim sucedeu para ficar bem claro que nem todos eram
dos nossos.
Vós, porém tendes a unção que vem
do Santo e todos possuís a ciência.
Não vos escrevo por ignorardes a verdade,
mas porque a conheceis e porque nenhuma mentira provém da verdade.
Livro de Salmos
96(95),1-2.11-12.13.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,
Alegrem-se os céus, exulte a Terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.
Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade.
Evangelho segundo S. João 1,1-18.
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era
Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d'Ele e sem Ele nada foi feito.
N'Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz a fim de que todos
acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem crente.
Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu e os seus não O receberam.
Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se
tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do
homem, mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória
que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d'Ele, exclamando: "Era deste que eu dizia: 'O que
vem depois de mim passou à minha frente porque existia antes de mim'".
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés,
a graça e a verdade vieram por meio de Jesus
Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é
que O deu a conhecer.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, doutor da Igreja
Comentário sobre São João, I, 178s
O Verbo era a Luz
verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.
«O que
ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos
apalparam acerca do Verbo da vida [...], isso vos anunciamos» (1Jo 1,1-3).
[...] O Verbo incarnado deu-Se a
conhecer aos apóstolos de duas maneiras: eles reconheceram-No, em primeiro
lugar, pela vista, recebendo do próprio Verbo o conhecimento do Verbo e, em
segundo lugar, pelo ouvido, recebendo do testemunho de João Baptista o
conhecimento do Verbo
Acerca do Verbo, João Evangelista começa por dizer o seguinte: «Nós
contemplámos a sua glória.» [...] Para São João Crisóstomo, estas palavras estão
relacionadas com a frase anterior do evangelho de João: «O Verbo fez-Se homem
(o Filho veio habitar no homem natural, Jesus Cristo)»; o evangelista
pretende dizer que a incarnação nos conferiu, para além do benefício de nos
tornarmos filhos de Deus, o benefício de vermos a sua glória. Com efeito, os
olhos fracos e doentes não são capazes de, por si mesmos, contemplar a luz do
sol; mas, quando o sol incide numa nuvem ou num corpo opaco, já são capazes
de o contemplar. Antes da incarnação do Verbo, os espíritos humanos eram
incapazes de olhar directamente para a luz que «a todo o homem ilumina».
Assim e para que não fossem privados da alegria de a verem, a própria luz, o
Verbo de Deus, quis revestir-Se de carne a fim de que fôssemos capazes de a
ver.
Então, estando os homens «voltados para o lado do deserto, a glória do Senhor
apareceu, de repente, na nuvem» (Ex 16,10); isto é, o Verbo de Deus encarnou.
[...] E Santo Agostinho observa que, para que pudéssemos ver a Deus, o Verbo
sarou os olhos dos homens, fazendo da sua carne um colírio salutar. [...] Eis
por que motivo, logo após ter dito: «O Verbo fez-Se homem», o evangelista
acrescenta: «E nós contemplámos a sua glória», como que para explicar que,
mal se aplicou este colírio, os nossos olhos ficaram sarados. [...] Era esta
glória que Moisés desejava ver e da qual viu apenas uma sombra e um símbolo.
Os apóstolos, pelo contrário, viram-na em todo o seu esplendor.
Sexta-feira,
dia 01 de Janeiro de 2016
SANTA MÃE DE DEUS,
MARIA - Solenidade
O Senhor disse a Moisés:
Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de
Israel, dizendo:
'O Senhor te abençoe e te proteja.
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua essência e te seja favorável.
O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz'.
Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei.
Livro de Salmos
67(66),2-3.5.6.8.
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua
bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na Terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.
Alegrem-se e exultem as nações
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a Terra.
Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu louvor aos confins da Terra.
Carta aos Gálatas 4,4-7.
Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu
Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei,
para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos.
E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho
que clama: "Abá! Pai!"
Assim já não és escravo, mas filho. E se és filho, também és herdeiro, por
graça de Deus.
Evangelho segundo S.
Lucas 2,16-21.
Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém
e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura.
Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele
Menino.
E todos os que ouviam, admiravam-se do que os pastores diziam.
Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração.
Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham
ouvido e visto como lhes tinha sido anunciado.
Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe
o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio
materno.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João XXIII (1881-1963), papa
Discorsi II, p. 53
Maria, Estrela da
Manhã, Porta do Céu
A Imaculada
anuncia o alvorecer de um dia eterno e ampara-nos e guia-nos ao longo de todo
o caminho que ainda nos separa desse momento. Por essa razão, o hino
litúrgico «Salvé, estrela da manhã» tem uma doce invocação : «Prepara-nos um
caminho seguro para que, vendo Jesus Cristo, sempre nos alegremos». É para
esta meta, coroa de uma vida de graça, que devem tender os batimentos do
nosso coração e os esforços mais generosos da nossa fidelidade de cristãos.
Tomemos coragem, filhos, não permaneçamos para sempre na discórdia. Maria, tu
és a nossa coragem!
Ó Maria, imagem radiosa de graça e de pureza que, aparecendo, dissipaste as
trevas da noite e nos elevaste aos esplendores do céu, sê propícia aos teus
filhos. Prepara os nossos pensamentos para a vinda do Sol de Justiça (Mal
3,20) que tu deste ao mundo. Porta do céu, faz que os nossos corações aspirem
ao paraíso. Espelho de justiça, conserva em nós o amor da graça divina a fim
de que, com humildade e alegria, cumpramos a nossa vocação cristã; que
possamos sempre apreciar a amizade do Senhor e receber os teus consolos
maternos.
Sábado,
dia 02 de Janeiro de 2016
Féria do Tempo Natal
(2 de Janeiro)
Caríssimos: Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é
o Cristo? Esse é que é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho.
Quem nega o Filho também não reconhece o Pai. Quem confessa o Filho reconhece
também o Pai.
Portanto permaneça em vós a doutrina que ouvistes desde o princípio. Se
permanecer em vós a doutrina que ouvistes desde o princípio, também vós
permanecereis no Filho e no Pai.
E a promessa que o Filho nos fez é a vida
eterna.
Era isto o que eu tinha a escrever-vos acerca dos que tentam enganar-vos.
Para vós, porém a unção que recebestes de Jesus Cristo permanece em vós e não
precisais que alguém vos ensine. Uma vez que a unção de Jesus Cristo vos instrui sobre todas as coisas e é
verdadeira e não mente, permanecei n'Ele, conforme ela vos ensinou.
E agora, meus filhos, permanecei em Jesus Cristo para que possamos ter plena
confiança quando Ele Se manifestar e não sejamos confundidos por Ele na sua
vinda.
Livro de Salmos
98(97),1.2-3ab.3cd-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Evangelho segundo S. João 1,19-28.
Foi este o testemunho de João Baptista, quando os judeus lhe
enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: "Quem
és tu?"
Ele confessou e não negou: "Eu não sou o Messias".
Eles perguntaram-lhe: "Então quem és tu? És Elias?" "Não
sou", respondeu ele. "És o Profeta?" Ele respondeu:
"Não".
Disseram-lhe então: "Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles
que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?"
Ele declarou: "Eu sou a voz que clama no deserto: 'Endireitai o caminho
do Senhor', como disse o profeta Isaías".
Entre os enviados havia fariseus
que lhe perguntaram: "Então porque baptizas, se não és o Messias nem
Elias nem o Profeta?"
João respondeu-lhes: "Eu baptizo na água; mas no meio de vós está Alguém
que não conheceis:
Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia
das sandálias".
Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a baptizar.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
João Escoto Erígena (?-c. 870),
beneditino irlandês
Homilia sobre o Prólogo de João, cap. 15
«No meio de vós está
Aquele que não conheceis: é Ele quem vem após mim»
Como é lógico,
é o evangelista João quem introduz João Baptista no seu discurso sobre Deus,
«o abismo que atrai o abismo» à voz dos mistérios divinos (Sl 41, 8): o
evangelista conta a história do
precursor. Aquele que recebeu a graça de conhecer o Verbo no princípio
(Jo 1, 1) dá-nos uma lição acerca daquele que recebeu a graça de vir à frente
do Verbo incarnado. [...] Ele não diz simplesmente que houve um enviado de
Deus, mas que houve «um homem». Fala assim para distinguir o precursor, que
apenas participa da humanidade, daquele Homem que, unindo estreitamente em Si
a divindade e a humanidade, veio em seguida; para separar a voz que passa e o
Verbo que permanece para sempre de maneira imutável; para sugerir que um é a
estrela da manhã que aparece na aurora do Reino dos Céus e declarar que o
Outro é o Sol da Justiça que lhe sucedeu (Ml 3, 20). João distingue a
testemunha daquele que o envia, a lâmpada vacilante da luz esplêndida que enche
o universo (cf Jo 5, 35) e que, para todo o género humano, dissipa as trevas
da morte e do pecado. [...]
Um homem foi enviado. Por quem? Pelo Deus Verbo que o precedeu. A sua missão
era ser precursor. É num grito que ele envia a Palavra à sua frente: «no
deserto, uma voz grita» (Mt 3, 3). O mensageiro prepara a vinda do Senhor. «O
seu nome era João» (Jo 1, 6): foi-lhe dada a graça de ser o precursor do Rei
dos reis, o revelador do Verbo desconhecido, o que baptiza em ordem ao
nascimento espiritual, a testemunha da luz eterna, pela sua palavra e pelo
seu martírio. .©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos D.
Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia
Os meus
blogues
--------------------------------------------
Os
meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
http://www.descubriter.com/pt/ Rota Europeia
dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” - Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/
18,30h
– terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
|
Sem comentários:
Enviar um comentário