Domingo, dia 03 de Janeiro de 2016
Epifania do Senhor
Levanta-te
e resplandece, Jerusalém, porque chegou
a tua luz e brilha sobre ti a
glória do Senhor.
Vê como a noite cobre a Terra e a escuridão os povos. Mas sobre ti levanta-Se
o Senhor e a sua glória te ilumina.
As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora.
Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão
chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços.
Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois
a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das nações.
Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá. Virão
todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando as glórias do Senhor.
Livro de Salmos
72(71),2.7-8.10-11.12-13.
Ó
Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da Terra.
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,
os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,
todos os povos o hão-de servir.
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.
Carta aos Efésios 3,2-3a.5-6.
Irmãos:
Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor
por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Jesus Cristo.
Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como
agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas:
os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e
participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Evangelho segundo S. Mateus 2,1-12.
Tinha
Jesus Cristo nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando
chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente.
Onde está __ perguntaram eles __ o rei dos Judeus que acaba de nascer? Nós
vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O.
Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a
cidade de Jerusalém.
Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes
onde devia nascer o Messias.
Eles responderam: "Em Belém da Judeia porque assim está escrito pelo
Profeta:
'Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais
cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe que será o Pastor de Israel, meu
povo'".
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações
precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela.
Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: "Ide informar-vos cuidadosamente
acerca do Menino e, quando O encontrardes, avisai-me para que também eu vá
adorá-l'O".
Ouvido o rei, puseram-se a caminho e eis que a estrela que tinham visto no
Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino.
Ao ver a estrela, sentiram grande alegria.
Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante
d'Ele, adoraram-n'O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe
presentes: ouro, incenso e mirra.
E avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à
sua terra por outro caminho.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407),
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre S. Mateus
«Caindo de joelhos, prostraram-se
diante dele»
Irmãos,
sigamos os Magos, deixemos os nossos costumes pagãos. Partamos! Façamos uma
longa viagem para ver Jesus Cristo. Se os Magos não tivessem partido para
longe do seu país, não teriam visto Jesus Cristo. Abandonemos, nós também, os
interesses deste mundo. Enquanto estavam no seu país, os Magos só viam a
estrela; quando, porém deixaram a sua pátria, viram o Sol da Justiça (=
Cristo) (Mal 3,20). Melhor dizendo: se não tivessem empreendido generosamente
a sua viagem nem sequer teriam visto a estrela. Levantemo-nos, pois também
nós e mesmo que todos se espantem em Jerusalém, corramos até ao local onde
está o Menino.
Entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe e, ajoelhando-se,
prostraram-se diante dele; depois, abrindo os cofres, ofereceram-Lhe os seus
presentes. Que motivo os levou a prostrarem-se diante desta criança? Nada
havia de assinalável nem na virgem nem na casa nem objecto algum capaz de
ferir o olhar e de os atrair. E, contudo não contentes com o facto de se
terem prostrado, eles abriram os seus tesouros, presentes que não se oferecem
a um homem, mas apenas a Deus, pois o incenso e a mirra simbolizam a
divindade. Que razão os levou a agir dessa forma? A mesma que os levara a
abandonar a sua pátria, a fazer essa longa viagem. Foi a estrela, quer dizer,
a luz com que Deus enchera o seu coração, que os conduziu, pouco a pouco, a
um conhecimento mais perfeito. Se não tivessem tido essa luz, como poderiam
ter prestado tais homenagens, se aquilo que viam era tão pobre e tão humilde?
Se ali não há grandeza material, mas apenas uma manjedoura, um estábulo, uma
mulher que nada tem, é para que vejas mais nitidamente a sabedoria dos Magos,
para que compreendas que eles não vieram ver um homem, mas adorar a Deus, seu
benfeitor.
Segunda-feira, dia 04 de Janeiro de
2016
Segunda-feira do Tempo Natal depois da Epifania.
Caríssimos:
Nós recebemos de Deus tudo o que Lhe pedirmos porque
guardamos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável.
É este o seu mandamento: acreditar
no nome de seu Filho, Jesus Cristo e amar-nos uns aos outros como Ele nos mandou.
Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos
que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu.
Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos
são de Deus, pois muitos falsos profetas apareceram no mundo.
Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o espírito que
confessa Jesus Cristo que veio em carne mortal é de Deus;
e todo o espírito que não faz esta confissão de fé acerca de Jesus não é de
Deus. Esse é o espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que tem de
vir; pois bem, ele já está no mundo.
Meus filhinhos, vós sois de Deus e venceste-los porque é mais poderoso o
espírito que está em vós do que aquele que está no mundo.
Eles são do mundo; por isso falam a linguagem do mundo e o mundo ouve-os.
Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus ouve-nos; quem não é de Deus não nos ouve. É por isto que nós
reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Livro de Salmos 2,7-8.10-11.
Vou
proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações por herança
e os confins da Terra para teu domínio.
E agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que governais a Terra.
Servi o Senhor com amor,
aclamai-O com reverência.
Evangelho segundo S. Mateus 4,12-17.23-25.
Naquele
tempo, quando Jesus Cristo ouviu dizer que João fora preso, retirou-Se para
a Galileia.
Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à
beira-mar, na região de Zabulão e Neftali,
para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara:
Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão,
Galileia dos gentios.
O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz (= Cristo; não uma estrela,
mas uma luz) e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz.
A partir desse momento, Jesus Cristo começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos (= deixai de praticar
o mal e sede crentes) porque está próximo o Reino do Céu.»
Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas,
proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e
enfermidades.
A sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que
sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos,
os epilépticos e os paralíticos e Ele curou-os.
E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de
Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Odes de Salomão (texto cristão
hebraico do início do século II)
nº 15
«Sobre
aqueles que habitavam no país das sombras e da morte, fez-se uma luz»
Tal
como o sol é a alegria
Dos que procuram a luz
Assim a minha alegria é o Senhor,
Pois Ele é o meu sol.
Os seus raios reergueram-me,
a sua luz dissipou as trevas da minha fronte.
Graças a Ele, foram-me dados olhos
E pude ver a sua luz santa;
Foram-me dados ouvidos
E pude ouvir a sua verdade;
Foi-me dado o pensamento da ciência
E por seu intermédio me alegrei.
Abandonei o caminho do erro,
Aproximei-me dele
E dele generosamente recebi a salvação.
Ele muito me deu, por sua benevolência,
E a sua beleza modelou-me.
Em seu nome, cobri-me de incorruptibilidade,
Abandonei a corrupção por sua divina graça.
A mortalidade desapareceu do meu rosto,
A morada dos mortos foi aniquilada pelas minhas palavras,
Ergueu-se uma vida imortal na terra do Senhor.
Ela foi revelada aos crentes
E sem reservas concedida
A todos os que a Ele se entregam.
Aleluia!
Terça-feira, dia 05 de Janeiro de
2016
Terça-feira do Tempo Natal depois da Epifania.
Caríssimos:
Amemo-nos uns aos outros porque o
amor vem de Deus e todo aquele
que ama, nasceu de Deus e conhece
a Deus.
Quem não ama, não conhece a Deus porque Deus é amor (= afectos).
Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o
seu Filho Unigénito para que vivamos por Ele.
Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi
Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos
nossos pecados.
Livro de Salmos
72(71),2.3-4b.7-8.
Ó
Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Os montes trarão a paz ao povo
e as colinas a justiça
e salvará os indigentes.
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da Terra.
Evangelho segundo S. Marcos 6,34-44.
Naquele
tempo, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles porque
eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensinar-lhes muitas
coisas.
A hora já ia muito adiantada quando os discípulos se aproximaram e
disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada.
Manda-os embora para irem aos campos e aldeias comprar de comer.»
Jesus Cristo respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Eles
disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de
comer?»
Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se
informarem, responderam: «Cinco pães e dois peixes.»
Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde.
E sentaram-se por grupos de cem e cinquenta.
Jesus Cristo tomou então os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os
olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus
discípulos para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes
por todos.
Comeram até ficarem saciados.
E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe.
Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena
(1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da
Europa
O Diálogo
«Ele
partiu os pães [...] dividiu também os dois peixes por todos. Comeram até
ficarem saciados.»
[Jesus Cristo dizia a Santa Catarina:] «É toda a
essência divina que recebeis neste dulcíssimo sacramento, sob esta
brancura do pão. Assim como o sol é indivisível assim Deus Se encontra
todo e o homem Se encontra todo na brancura da hóstia. Dividísseis vós a
hóstia em mil migalhas, se fosse possível e Eu continuaria a estar em
cada uma delas, todo Deus e todo homem, como te disse. [...]
Suponhamos que havia várias pessoas que vinham buscar luz com velas. Uma
traz uma vela de uma onça, outra de duas onças, uma terceira de três
onças, esta de uma libra, aquela de mais ainda. Todas se aproximam da luz e cada uma acende a sua vela.
Em cada vela acesa, seja qual for o seu volume, vê-se desde agora toda a
luz: a sua cor, o seu calor, o seu brilho. [...] O mesmo acontece àqueles
que se aproximam deste sacramento. Cada um traz a sua vela, quer dizer o
santo desejo com que recebe e toma este sacramento. A vela está apagada e acende-se logo que se recebe o sacramento.
E digo que está apagada porque, por vós mesmos, nada sois. É verdade que
vos dei a matéria com a qual podeis receber e conservar em vós esta luz.
Esta matéria é o amor, pois
criei-vos por amor; por isso não podeis viver sem amor (= sem afectos
porque somos de Deus).»
Quarta-feira, dia 06 de Janeiro
de 2016
Quarta-feira do Tempo Natal depois da Epifania.
Caríssimos: Se Deus nos amou assim também nós devemos amar-nos uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus
permanece em nós e em nós o
seu amor é perfeito.
Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em nós: porque nos deu o seu
Espírito.
E nós vimos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como
Salvador do mundo.
Se alguém confessar que Jesus Cristo é o Filho (de Deus), Deus permanece nele e ele em Deus.
Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e acreditámos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no
amor permanece em Deus e Deus permanece nele.
É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de
confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele
foi.
No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora
o temor; de facto, o temor pressupõe castigo e quem teme não é perfeito
no amor.
Livro de Salmos
72(71),2.10-11.12-13.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,
os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.
Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,
todos os povos o hão-de servir.
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.
Evangelho segundo S. Marcos 6,45-52.
Depois de ter matado a fome a cinco mil homens,
Jesus Cristo obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a
irem à frente, para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio
despedia a multidão.
Depois de os ter despedido, foi orar para o monte.
Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra.
Vendo-os cansados de remar porque o vento lhes era contrário, foi ter
com eles de madrugada, andando
sobre o mar (= o seu corpo celeste, o Filho) e fez menção de passar
adiante.
Mas, vendo-o andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e
começaram a gritar,
pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou:
«Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!»
A seguir, subiu para o barco, para junto deles e o vento amainou. E
sentiram um enorme espanto,
pois ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o
coração endurecido.
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Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367),
bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de Mateus, 14, 13-14 (a partir da trad. SC 258,
p. 27)
«Foi ter com eles de madrugada»
«Jesus Cristo obrigou logo os seus discípulos a
subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado, rumo a
Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. Depois de os ter
despedido, foi orar para o monte. Era já noite, o barco estava no meio
do mar e Ele sozinho em terra» (Mt 14, 22-23). Para dar a razão destes
factos, é preciso distinguir os tempos. Se Ele está só à noite, isso
mostra a sua solidão na hora da Paixão quando o pânico dispersou todos
os que O acompanhavam. Se ordena aos seus discípulos que entrem no
barco e atravessem o mar, enquanto Ele próprio despede as multidões e,
uma vez despedidas, sobe a um monte, é que lhes ordena que estejam na
Igreja e naveguem no mar, quer dizer, neste mundo até que, retornando
no dia da sua vinda gloriosa, Ele dê a salvação a todo o povo que será
o resto de Israel (cf Rom 11,5) [...] e que esse povo agradeça a Deus
seu Pai e se estabeleça na sua glória e na sua majestade. [...]
«Foi ter com eles na quarta vigília da noite.» Na expressão «quarta
vigília da noite», encontram-se as marcas da sua solicitude. Com
efeito, a primeira vigília foi a da Lei, a segunda a dos profetas, a
terceira a da sua vinda corporal, a quarta coloca-se no seu regresso
glorioso. Mas Ele encontrará a Igreja decadente e cercada pelo espírito
do Anticristo e pela agitação deste mundo; pois Ele virá num momento de
extrema ansiedade e de tormentos. [...] Os discípulos estarão
aterrorizados pela vinda do Senhor, temendo as imagens da realidade
deformadas pelo Anticristo e pelas ficções que se insinuam no olhar.
Mas o Senhor, que é bom, falar-lhes-á imediatamente, afastará o seu
medo e dir-lhes-á: «Sou Eu», dissipando, pela fé na sua vinda, o temor
do naufrágio ameaçador.
Quinta-feira,
dia 07 de Janeiro de 2016
Quinta-feira do Tempo Natal
depois da Epifania.
Caríssimos: Nós devemos amar porque Deus nos amou primeiro.
Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse
é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não
pode amar a Deus, a quem não vê.
E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o
seu irmão.
Todo aquele que crê que Jesus
é o Cristo nasceu de Deus e todo aquele que ama quem o gerou ama
também quem por Ele foi gerado.
Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e
cumprimos os seus mandamentos
porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os
seus mandamentos não são pesados
porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé.
Livro de Salmos
72(71),2.14.15bc.17.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Ele os libertará da opressão e da violência
e o sangue deles será precioso a seus olhos;
por ele hão-de rezar sempre
e todos os dias o bendirão.
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos o hão-de bendizer.
Evangelho segundo S. Lucas 4,14-22a.
Naquele tempo, impelido pelo Espírito, Jesus Cristo
voltou para a Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região.
Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam.
Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou
em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro,
encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim porque Ele me ungiu para
anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos
cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos,
a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam
fixos em Jesus Cristo os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da
Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras
cheias de graça (divina) que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é
este o filho de José?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Rupert de Deutz (c.
1075-1130), monge beneditino
Sobre a Trindade, PL 167, 787
«O Espírito do Senhor está
sobre mim, porque o Senhor me ungiu»
Este óleo com que Nosso Senhor, o Filho (de
Deus), foi ungido - e é por isso que Lhe chamamos «o Ungido», ou
seja, «Messias» em hebraico e «Cristo» em grego - é o Espírito Santo
e a unção dos reis, dos sacerdotes e dos profetas era apenas um
sinal, um indício material. [...] A Igreja recebeu o Espírito Santo
nos patriarcas, nos reis e nos profetas, antes de o Santo dos santos,
o Sumo Pontífice, Jesus Cristo, o Filho de Deus, ter sido ungido.
[...] O sacerdócio da Antiga Lei, símbolo do sacerdócio novo, é
consagrado primeiro pelo óleo, mas depois é-o pelo sangue porque o
Sumo Pontífice do verdadeiro tabernáculo celeste (Heb 9,11ss) foi
consagrado primeiro pelo Espírito Santo e depois pelo seu próprio
sangue.
Sexta-feira,
dia 08 de Janeiro de 2016
Sexta-feira
do Tempo Natal depois da Epifania.
Caríssimos: «E quem é o vencedor do mundo
senão aquele que crê que Jesus é o Filho (de Deus)?
Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo; não só com
a água, mas com a água e o sangue. É o Espírito que dá testemunho
porque o Espírito é a verdade.
Pois são três os que dão testemunho:
o Espírito, a água e o sangue e os três coincidem
no mesmo testemunho.
Se aceitamos o testemunho dos homens, maior é o testemunho de Deus
e o testemunho de Deus está em que foi Ele a dar testemunho a respeito do seu Filho.
Quem crê no Filho (de Deus) tem esse testemunho consigo. Quem não
crê em Deus faz de Deus mentiroso, uma vez que não crê no
testemunho que Deus deixou a favor do seu Filho.
E este é o testemunho: Deus deu-nos a vida eterna e esta vida está no seu Filho.
Quem tem o Filho (de Deus) tem a vida; quem não tem o Filho também não tem a vida.
Escrevi-vos estas coisas, a vós que credes no Nome do Filho (de
Deus) para que tenhais a certeza de ter convosco a vida eterna.
Livro de Salmos
147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.
Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à Terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.
Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.
Evangelho segundo S. Lucas 5,12-16.
Naquele tempo, encontrando-se Jesus Cristo numa
das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus
Cristo, caiu com a face por terra e dirigiu-lhe esta súplica:
«Senhor, se quiseres, podes purificar-me.»
Jesus Cristo estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: «Quero, fica
purificado.» E imediatamente a lepra o deixou.
Ordenou-lhe então que a ninguém o dissesse; no entanto,
acrescentou: «Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua
purificação o que Moisés ordenou para lhe servir de prova.»
A sua fama espalhava-se cada vez mais, juntando-se grandes
multidões para o ouvirem e para que os curasse dos seus males.
Mas Ele retirava-se para lugares solitários e aí se entregava à
oração.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
7.ª homilia sobre o Livro dos Números
A lepra da maledicência
Aarão e Miriam denegriram Moisés e por isso
foram castigados; Miriam foi mesmo atingida de lepra (Nm 12,1.10).
[...] «Hei-de reduzir ao silêncio o que, às ocultas, calunia
o seu semelhante», diz um salmo (100,5). Com a ajuda destas
condenações da divina Escritura que é «como uma espada de dois
gumes» (Heb 4,12), extirpemos esse vício, evitando dizer mal dos
nossos irmãos e ultrajar os santos porque os detractores e os
maldizentes são atingidos por uma espécie de lepra. [...]
Não foram apenas os judeus que denegriram Moisés; são também os
hereges, aqueles que não acolhem a Lei e os Profetas que costumam
acusá-lo, dizendo que Moisés foi homicida porque matou o egípcio
(Ex 2,12) e lançando muitas outras blasfémias contra ele e contra
os profetas. Devido a essas críticas, têm uma forma de lepra na
alma; o seu «homem interior» está impuro (Ef 3,16) e por essa razão
são «excluídos do acampamento» da Igreja (Lv 13,46). Assim, pois os
hereges que insultam Moisés e os membros da Igreja, que denigrem os
seus irmãos e dizem mal do seu próximo têm também indubitavelmente
uma alma leprosa.
Graças à intervenção do grande sacerdote Aarão, Miriam foi curada
ao sétimo dia (Nm 12,15). Nós, porém se formos atingidos pela lepra
da alma devido à maledicência, manteremos esta lepra e
permaneceremos impuros até ao fim da semana deste mundo, quer
dizer, até à ressurreição; a menos que nos corrijamos no tempo da penitência, que nos voltemos
para o Senhor Jesus Cristo e Lho supliquemos a fim de sermos
purificados pela penitência.
Sábado,
dia 09 de Janeiro de 2016
Sábado
do Tempo Natal depois da Epifania.
Caríssimos: «Esta é a
plena confiança que temos em Deus: se Lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade,
Ele ouve-nos.
E dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos,
estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos.
Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à
morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um
pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à
morte; por esse pecado não digo que se reze.
Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à
morte.
Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o
Filho (de Deus) o guarda e o Maligno não o apanha.
E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro
está sob o poder do Maligno.
Bem sabemos também que o Filho (de Deus) veio e nos deu
entendimento para conhecermos o Verdadeiro e nós estamos no
Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro e é
vida eterna.
Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
Livro de Salmos
149(148),1-2.3-4.5.6a.9b.
Cantai ao Senhor um
cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. João 3,22-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo
foi com os seus discípulos para a região da Judeia e ali convivia
com eles e baptizava.
Também João estava a baptizar em Enon, perto de Salim, porque
havia ali águas abundantes e vinha gente para ser baptizada.
João, de facto, ainda não tinha sido lançado na prisão.
Então levantou-se uma discussão entre os discípulos de João e um
judeu acerca dos ritos de purificação.
Foram ter com João e disseram-lhe: «Rabi, aquele que estava
contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste
testemunho, está a baptizar e toda a gente vai ter com Ele.»
João declarou: «Um homem não pode tomar nada como próprio, se
isso não lhe for dado do Céu.
Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o
Messias, mas apenas o enviado à sua frente.'
O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do
esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com
a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se
completa!
Ele é que deve crescer e
eu diminuir.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
2.º Sermão para a Natividade de João Baptista, n.º 288, 2; PL
38-39, 1302-1304
«Ele é que deve crescer e eu diminuir.»
Antes de João Baptista,
houve profetas santos em grande número, homens dignos de Deus,
cheios do seu Espírito, que anunciavam o advento do Senhor e que
testemunhavam a verdade. Porém não se disse deles o que se disse
de João Baptista: «Entre os nascidos de mulher, não apareceu
ninguém maior do que João Baptista» (Mt 11,11). Porquê então esta
grandeza, enviada antes daquele que é a própria grandeza? Para
testemunhar a profunda humildade do precursor.
Ele era tão grande que o poderiam ter confundido com Jesus Cristo.
Nada mais fácil [...] porque, sem que ele o dissesse, era o que
pensavam aqueles que o ouviam e o viam. [...] Mas este humilde
amigo do esposo, zelando pela honra do esposo, não pretende tomar
o seu lugar como um adúltero. Ele dá testemunho do seu amigo,
recomenda à esposa o verdadeiro esposo e tem horror a ser amado
em seu lugar porque apenas quer ser amado nele: «O amigo do
esposo, que está a seu lado e o escuta, sente grande alegria com
a voz do esposo.»
O discípulo escuta o mestre; permanece de pé porque o escuta,
pois se se recusasse a ouvi-lo a sua queda era certa. O que se
destaca a nossos olhos da grandeza de João é que ele podia ser
tomado por Jesus Cristo e, no entanto, preferiu dar testemunho de
Jesus Cristo, proclamar a sua grandeza e humilhar-se, a passar
pelo Messias e enganar-se a si próprio, enganando os outros. É,
pois com toda a justiça que Jesus Cristo diz que ele era mais do
que um profeta. […] João humilhou-se perante a grandeza do Senhor
para merecer que a sua humildade fosse levantada por esta grandeza.
[…] «Eu não sou digno», diz, «de Lhe desatar as correias das
sandálias» (Mc 1,7) .©
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