Domingo, dia 18 de
Outubro de 2015
29º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Aprouve ao Senhor esmagar o seu servo
pelo sofrimento (Não se trata de esmagar ou castigar, mas sim de burilar
para que seja cada vez melhor ‘do Bem’ e assim fique afastado do mal e do
sofrimento). Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação, terá
uma descendência duradoira, viverá longos dias e a obra do Senhor
prosperará em suas mãos.
Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado na sua sabedoria. O
justo, meu servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas
iniquidades.
Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
Os olhos do Senhor estão voltados
para os que O adoram,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade
porque em Vós esperamos, Senhor.
Carta aos Hebreus 4,14-16.
Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que
penetrou os Céus, Jesus Cristo, o Filho (de Deus), permaneçamos firmes na
profissão da nossa fé.
Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das
nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa
semelhança, excepto no pecado.
Vamos, portanto cheios de confiança ao trono da graça a fim de alcançarmos
misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno.
Evangelho segundo S. Marcos 10,35-45.
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de
Zebedeu, aproximaram-se de Jesus Cristo e disseram-Lhe: «Mestre, nós
queremos que nos faças o que Te vamos pedir».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?».
Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua
direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que
Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?».
Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus Cristo disse-lhes: «Bebereis o
cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser
baptizado, mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me
pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado».
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados
como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes
fazem sentir sobre elas o seu poder (porque são das trevas onde existe o
poder – relações de domínio e submissão).
Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande,
será vosso servo (será o que serve toda a assembleia…),
e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos (será
o que serve toda a população. O princípio da democracia)
porque o Filho (do homem) não veio para ser servido, mas para servir
e dar a vida pela redenção de todos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Conferência sobre o Credo, 6
«Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo»
Que necessidade havia de que o Filho (de Deus) sofresse por
nós? Uma grande necessidade que podemos resumir em dois pontos: necessidade
de remediar os nossos pecados e necessidade de dar o exemplo para a nossa
conduta. [...] A Paixão de Jesus Cristo dá-nos um modelo válido para toda a
vida. [...] Se procuras um exemplo de caridade:
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13).
[...] Se buscas paciência, é na
cruz que a encontramos no grau máximo: [...] Na cruz, Jesus Cristo sofreu
grandes tormentos com paciência porque «ao ser insultado [...] não
ameaçava» (1Ped 2,23), «não abriu a boca como um cordeiro que é levado ao
matadouro» (Is 53,7). [...] «Corramos com perseverança a prova que nos é
proposta, tendo os olhos postos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé.
Ele, renunciando à alegria que lhe fora proposta, sofreu a cruz,
desprezando a ignomínia» (Heb 12,1-2).
Se procuras um exemplo de humildade,
olha para o Crucificado. Porque Deus quis ser julgado por Pôncio Pilatos e
morrer. [...] Se procuras um exemplo de obediência, basta que sigas Aquele que Se fez obediente ao Pai
«até à morte» (Fil 2,8). «De facto, tal como pela desobediência de um só
homem todos se tornaram pecadores assim também pela obediência de um só
todos se hão-de tornar justos» (Rom 5,19). Se buscas um exemplo de desapego dos bens terrenos,
simplesmente segue Aquele que é o «Rei dos reis e Senhor dos senhores», «em
quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento»
(1Tim 6,15; Col 2,3); Ele está nu na cruz, tornado motivo de escárnio,
coberto de escarros, maltratado, coroado de espinhos e, por fim,
dessedentado com fel vinagre.
Segunda-feira, dia 19
de Outubro de 2015
Segunda-feira da 29ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : S. João de Brébeuf, Santo Isaac Jogues e companheiros,
mártires, séc. XVII, S. Paulo da Cruz,presbítero, penitente, +1775, S. Pedro de Alcântara, religioso, +1562, Beato Timóteo Giaccardo, presbítero, +1948
Carta aos Romanos 4,20-25.
Irmãos: Perante a
promessa de Deus, Abraão não se deixou abalar pela desconfiança; antes se
fortaleceu na fé, dando glória a Deus,
plenamente convencido de que Deus era capaz de cumprir o que tinha
prometido.
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».
Não é só por causa dele que está escrito «Isto foi-lhe atribuído»,
mas também por causa de nós que acreditamos n’Aquele que ressuscitou dos
mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor,
que foi entregue à morte por causa das nossas faltas e ressuscitou para
nossa justificação.
Evangelho segundo S. Lucas 1,69-70.71-72.73-75.
O Senhor nos deu um
Salvador poderoso,
na casa de David, seu servo,
como prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;
Para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos daqueles que nos odeiam;
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança:
O juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de O servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça na sua presença,
todos os dias da nossa vida.
Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo,
alguém, do meio da multidão, disse a Jesus Cristo: «Mestre, diz a meu
irmão que reparta a herança comigo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das
vossas partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a
vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo de um homem rico tinha produzido
excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a
minha colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros
maiores onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito
para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua
alma. O que preparaste, para quem será?’.
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos
de Deus» (partilhar
na exacta medida para cada um é um grande bem porque somos agraciados
com a gratidão de quem recebe e, por consequência abençoados pelo Senhor
Deus que nos retribuirá 10, 100 vezes o que demos. Agora temos de ter em
atenção que o que Deus nos dá é para nosso usufruto porque se o que Ele
nos deu fosse para outro, Ele daria imediatamente ao outro; não precisa
de nós para isso. Agora do que nos dá/temos devemos partilhar com quem
precisa uma parte para recebermos a graça de dar e é muito maior a
recompensa de quem dá do que de quem quer apenas receber. Esses tornam-se
pedintes/mendigos porque foi isso que escolheram.)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor
da Igreja
Homília 6, sobre a riqueza; PG 31, 261ss.
«Que hei-de fazer, uma vez que não tenho onde guardar a
minha colheita?»
«Que hei-de fazer?» Há uma resposta
imediata: «Satisfarei as almas dos esfomeados; abrirei os meus celeiros e
convidarei todos os que passam necessidades. [...] Farei ouvir uma
palavra generosa: vós, a quem falta o pão, vinde a mim; tomai a vossa
parte, de acordo com as vossas necessidades, dos dons concedidos por Deus
que jorram como que de uma fonte pública.» Mas tu, homem rico, insensato,
estás bem longe disso! Por que razão? Ciumento de veres os outros gozarem
de riquezas, entregas-te a cálculos miseráveis, não te preocupas em
distribuir a cada um o indispensável, mas em tudo amealhar, privando os
outros dos benefícios de que poderiam usufruir. [...]
E vós, meus irmãos, estai atentos para não conhecerdes o mesmo destino
que este homem! Se a Escritura nos oferece este exemplo, é para que
evitemos comportar-nos do mesmo modo. Imitai a terra: como ela, dai
frutos e não vos mostreis piores do que ela que, no entanto, é desprovida
de alma. A terra dá as suas colheitas não para o seu próprio gozo, mas
para te servir. Assim todo o fruto da benevolência que revelares,
recebê-lo-ás de volta, dado que as graças que fazem nascer as boas obras
revertem para os que as dispensam. Alimentaste o que tinha fome: o que
deste permanece contigo e vem mesmo um suplemento. Como o grão de trigo
caído na terra aproveita ao que o semeou, o pão dado ao que tem fome
far-te-á receber mais tarde benefícios superabundantes. Que a finalidade
da tua lavoura seja para ti o início da sementeira no céu.
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Terça-feira, dia 20 de Outubro de 2015
Terça-feira da 29
semana do Tempo Comum
Santo do dia : Santa
Iria, mártir, +653, Santa Maria Bertilla
Boscardin, religiosa, enfermeira, +1922, Beato
Contardo Ferrini, profissional católico, +1902
Carta aos Romanos
5,12.15b.17-19.20b-21.
Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e
pelo pecado a morte assim também a morte atingiu todos os homens porque todos
pecaram.
Se pelo pecado de um só pereceram todos, com muito mais razão a graça do
Senhor Deus, dom contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu
com abundância a todos os homens.
Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles
que recebem com abundância a graça e o dom da justiça, reinarão na vida por
meio de um só, Jesus Cristo.
Porque assim como pelo pecado de um só, veio para todos os homens a
condenação assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a
justificação que dá a vida.
De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores
assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.
Onde abundou o pecado superabundou a graça
para que, assim como o pecado reinou pela morte também a graça reine pela
justiça para nos dar a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Livro de Salmos
40(39),7-8a.8b-9.10.17.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».
«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó Senhor Deus,
a vossa lei está no meu coração».
Proclamarei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Alegrem-se e exultem em Vós
todos os que Vos procuram.
Digam sempre: «Grande é o Senhor»
os que desejam a vossa salvação.
Evangelho segundo S. Lucas 12,35-38.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende os
rins cingidos e as lâmpadas acesas.
Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento para lhe
abrirem logo a porta quando chegar e bater.
Afortunados esses servos que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em
verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando
diante deles, os servirá.
Se vier à meia-noite ou de madrugada afortunados serão se assim os
encontrar».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
12º Sermão sobre Salmo 118; CSEL 62, 258
«Para lhe abrirem a
porta quando ele chegar e bater»
O Verbo
sacode o preguiçoso e desperta o dorminhoco. Com efeito, Aquele que vem bater
à porta quer entrar. Depende apenas de nós que entre ou não, que Se demore ou
não. Que a tua porta esteja aberta Àquele que vem; abre a tua alma, alarga as
capacidades do teu espírito a fim de descobrires a riqueza da simplicidade, o tesouro da paz, a doçura da graça. Dilate-se o teu coração; corre ao encontro do sol da luz
eterna que «ilumina todo o homem» (Jo 1,9). É certo que esta luz verdadeira
brilha para todos; mas se alguém fecha as suas janelas, privar-se-á da luz
eterna.
Por conseguinte, até Jesus Cristo permanece de fora, se fechares a porta da
tua alma. Certamente que poderia entrar, mas não quer introduzir-Se à força, (porque
nos foi dado o livre arbítrio) não quer forçar quem O recusa. Nascido da
Virgem, saído do seu seio, irradia para todo o universo a fim de resplandecer
para todos. Os que desejam receber a luz que brilha com um esplendor perpétuo
acolhem-No; nenhuma noite virá impedi-Lo. Com efeito, o sol que vemos cada dia
cede o lugar às trevas da noite; mas o Sol da justiça (Mal 3,20) não conhece
ocaso porque a Sabedoria não é vencida pelo mal.
Quarta-feira,
dia 21 de Outubro de 2015
Quarta-feira da 29ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Não reine o pecado no vosso corpo mortal, obedecendo
aos seus desejos.
Não ofereçais os vossos membros como arma da injustiça ao serviço do
pecado; mas oferecei-vos a Deus como homens que revivem de entre os mortos
e oferecei os vossos membros como armas da justiça ao serviço de Deus.
E o pecado não vos dominará porque não estais sob o regime da Lei, mas sob
o regime da graça.
Como então? Havemos de pecar porque não estamos sob o regime da Lei, mas
sob o regime da graça? De modo nenhum.
Não sabeis que, se vos ofereceis como escravos a alguém para lhe
obedecerdes, vos tornais escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do
pecado que leva à morte quer da obediência que vos leva à justiça?
Mas dêmos graças a Deus porque, se éreis escravos do pecado, agora vos
submetestes de todo o coração à norma de doutrina que vos foi transmitida.
E assim, libertos do pecado, vos tornastes servos da justiça.
Livro de Salmos
124(123),1-3.4-6.7-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
que o diga Israel,
se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos,
no furor da sua ira.
As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós;
sobre nós teriam passado
as águas impetuosas.
Bendito seja o Senhor
que não nos abandonou como presa dos seus dentes.
A nossa vida escapou como pássaro
do laço dos caçadores:
quebrou-se a armadilha
e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor
que fez o céu e a terra.
Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos:
Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não
o deixaria arrombar a sua casa.
Estai vós também preparados porque na hora em que não pensais, virá o Filho
(do homem)».
Disse Pedro a Jesus Cristo: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola ou
também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor
estabelecerá à frente da sua casa para dar devidamente a cada um a sua
ração de trigo?
Afortunado o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e
começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele
não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não
cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas.
Aquele, porém que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam
vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será
exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo no Norte de África
Sermão I, 2-3
«Servos de Jesus Cristo
e administradores dos mistérios de Deus» (1Cor 4,1)
Para
definir o papel dos servos que colocou à cabeça do seu povo, o Senhor diz
esta palavra que o Evangelho nos transmite: «Qual é o administrador
prudente e fiel que o senhor estabelecerá sobre o seu pessoal para lhe dar
a seu tempo a ração de trigo? Afortunado o servo a quem o senhor quando
voltar, encontrar procedendo assim». [...] Se nos perguntarmos que medida
de trigo é esta, São Paulo responde-nos: é «a medida de fé que Deus vos
repartiu» (Rom 12,3). Àquilo a que Jesus Cristo chama medida de trigo,
chama Paulo medida de fé para nos ensinar que não há outra medida de
trigo espiritual senão o mistério da fé cristã e nós damo-vos essa medida
de trigo em nome do Senhor de cada vez que, iluminados pelo dom espiritual
da graça, vos falamos segundo a regra da verdadeira fé. Essa medida,
recebei-la vós dos administradores do Senhor sempre que ouvis da boca dos
servos de Deus a palavra da verdade.
Que ela seja o nosso alimento, essa medida de trigo que Deus nos faz
partilhar. Colhamos nela o sustento para a forma como nos conduzimos a fim
de obtermos a recompensa da vida eterna. Acreditemos naquele que Se dá a Si
mesmo a cada um de nós para que não desfaleçamos no caminho (Mt 15,32) e
que Se reserva como nossa recompensa para que encontremos alegria na pátria
eterna. Acreditemos e esperemos nele; amemo-Lo acima de tudo e em tudo porque
Jesus Cristo é o nosso alimento e será a nossa recompensa. Jesus Cristo é o
sustento e o reconforto dos viajantes que caminham; é a satisfação e a
exaltação dos bem-aventurados que chegam ao seu repouso.
Quinta-feira, dia 22 de Outubro de 2015
Quinta-feira da
29ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Falo com linguagem humana por causa da vossa fraqueza:
Assim como entregastes os vossos membros como escravos ao serviço da
impureza e da desordem que conduz à revolta contra Deus, colocai agora os
vossos membros ao serviço da justiça que conduz à santidade.
Na verdade, quando éreis escravos do pecado, éreis livres em relação à
justiça.
Mas que fruto colhestes então dessas obras de que actualmente vos
envergonhais? De facto, o seu fim é a morte.
Mas agora, libertos do pecado e tornados servos de Deus, produzis o fruto
que conduz à santificação, cujo fim é a vida eterna.
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, em Jesus Cristo, nosso Senhor.
Livro de Salmos
1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.
Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu
vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim
trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e
dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe
contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora
contra a sogra».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Dionísio o Cartuxo (1402-1471), monge
Comentário ao Evangelho de Lucas, 12, 72
«Deixo-vos a paz,
a Minha paz vos dou» (Jo 14, 27)
«Pensais que vim trazer a paz ao
mundo?» É como se Jesus Cristo dissesse: «Não penseis que vim dar aos
homens a paz segundo a carne e segundo este mundo, uma paz sem regras que
lhes permitisse viver em harmonia no mal e lhes garantisse a prosperidade
neste mundo. Não, digo-vos, não vim trazer uma paz deste género, mas a
divisão, uma boa e salutar separação entre os espíritos e mesmo entre os
corpos. Assim porque amam a Deus e procuram a paz interior, aqueles que
acreditam em Mim estarão naturalmente em desacordo com os maus;
separar-se-ão daqueles que tentam desviá-los do progresso espiritual e da
pureza do amor divino ou que se esforçam por lhes criar dificuldades.»
Assim, pois a paz espiritual, a paz interior, a paz boa é a tranquilidade
da alma em Deus e a boa harmonia segundo a justiça. Foi esta paz que Jesus
Cristo veio trazer. [...] A paz interior que tem origem no amor, consiste
numa alegria inalterável da alma que se encontra em Deus. Chamamos-lhe
paz do coração. É ela o começo e um certo antegosto da paz dos santos que
se encontram na pátria da paz, da eternidade.
Sexta-feira, dia 23
de Outubro de 2015
Sexta-feira da 29ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Eu sei
que em mim, isto é, na minha natureza, não habita o bem, pois querer o
bem está ao meu alcance, mas realizá-lo não está.
Na verdade, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero.
Ora se eu faço o que não quero, já não sou eu que o realizo, mas o
pecado que habita em mim.
Descubro pois em mim esta lei: ao querer fazer o bem, é o mal que está
ao meu alcance.
Sinto prazer na lei de Deus, segundo o homem interior.
Mas vejo que há outra lei nos meus membros que luta contra a lei da
minha razão; ela torna-me escravo da lei do pecado que está nos meus
membros.
Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?
Deus, a quem agradecemos por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Livro de Salmos
119(118),66.68.76.77.93.94.
Ensinai-me o bem,
o discernimento e a ciência
porque tenho fé nos vossos mandamentos.
Vós sois bom e generoso,
ensinai-me os vossos decretos.
Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei
porque a vossa lei faz as minhas delícias.
Jamais esquecerei os vossos decretos
porque neles me tendes dado a vida.
A Vós pertenço, sede o meu auxílio
porque sempre quis seguir os vossos preceitos.
Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo,
dizia Jesus Cristo à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente,
logo dizeis: ‘Vem chuva’ e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’ e assim
sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da terra e do céu; porque não
sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado,
esforça-te por te entenderes com ele no caminho para que ele não te
arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial
de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá enquanto não pagares o último centavo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Missal Romano
Oração Eucarística para as assembleias C
Saber ler os sinais do nosso tempo
Nós Vos agradecemos, Pai fiel e
terno por nos terdes dado Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor e
nosso irmão. O seu amor manifestou-se aos pobres e aos doentes, aos
pequenos e aos pecadores, não ficando indiferente a nenhuma dor. A sua
vida e a sua mensagem são para nós a prova de que sois um Deus que
cuida dos homens como um pai sofre as tribulações dos seus filhos. Por
isso Vos louvamos e glorificamos, celebramos a vossa bondade e a vossa
fidelidade e, com todos os anjos e santos, proclamamos o hino da vossa
glória. [...]
A nós, que vamos receber o seu corpo e o seu sangue, purificai-nos e
renovai-nos à sua imagem. [...] Fazei com que todos os membros da
Igreja saibam ler os sinais dos tempos e cresçam na fidelidade ao
Evangelho. Tornai-nos atentos a todos os homens a fim de que
partilhemos, na caridade, as suas tristezas e as suas angústias, as
suas esperanças e as suas alegrias e que lhes mostremos o caminho da
salvação.
Sábado, dia 24 de Outubro de 2015
Sábado da 29ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Nenhuma
condenação existe agora para aqueles que estão em Cristo Jesus
porque a lei do Espírito que dá a vida em Cristo Jesus, me libertou
da lei do pecado e da morte.
Na verdade, o que era impossível para a Lei, por causa da fragilidade
humana, foi possível para Deus: Enviando o seu próprio Filho numa
carne semelhante à carne pecadora, como sacrifício de expiação pelo
pecado, condenou o pecado na carne
para que a justiça exigida pela Lei fosse plenamente cumprida em nós
que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Os que vivem segundo a carne desejam o que é carnal; os que vivem
segundo o Espírito desejam o que é espiritual.
Os desejos da carne conduzem à morte, mas os desejos do Espírito
conduzem à vida e à paz.
Na verdade, os desejos da carne são revolta contra Deus, pois eles
não se submetem nem podem submeter-se à lei de Deus.
Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é que o
Espírito de Deus habita em vós, mas se alguém não tem o Espírito de
Cristo, não Lhe pertence.
Se Jesus Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por
causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça.
E se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus Cristo de entre os mortos
habita em vós, Ele que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos,
também dará vida aos vossos corpos mortais pelo seu Espírito que
habita em vós.
Livro de
Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a
terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram o Senhor Deus.
Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.
Naquele tempo,
vieram contar a Jesus Cristo que Pilatos mandara derramar o sangue de
certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal
castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros
galileus?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do
mesmo modo.
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e
matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros
habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de
modo semelhante. (porque a questão não é ser mais culpado ou menos
culpado; a questão é ser
culpado ou não ser culpado.
Quem é culpado vai para as trevas e a morte; quem não é culpado vai
para o universo de Deus, do Bem, da Vida, da construção)
Jesus Cristo disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma
figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela
houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos
nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar
ela a ocupar inutilmente a terra?’.
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano
que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois
cisterciense
Orações meditativas, nº 5
«E se não vos
arrependerdes, morrereis»
Pobre de mim, a consciência acusa-me sem cessar e a
verdade não pode desculpar-me dizendo: ele não sabia o que fazia.
Perdoa, pois, Senhor, pelo preço do teu precioso sangue, todos os
pecados em que caí, consciente ou inconscientemente. [...] Sim,
Senhor, pequei verdadeiramente, pequei por minha vontade e pequei
muito. Depois de ter tido conhecimento da verdade, ofendi o Espírito
de graça e, contudo, aquando do meu baptismo, o Espírito tinha-me
concedido de forma gratuita a remissão dos pecados. Mas eu, depois de
ter tido conhecimento da verdade, voltei aos meus pecados, «como o
cão volta ao seu vómito» (2Ped 2,22).
Ó Filho de Deus, pisei-Te aos pés, negando-Te? Mas não posso dizer
que, ao negar-Te, Pedro Te tenha pisado aos pés, ele que Te amava tão
ardentemente, embora Te tenha negado uma primeira vez, uma segunda e
uma terceira vez. [...] Também a mim Satanás me reclamou por vezes a
fé para me joeirar como o trigo; mas a tua oração desceu sobre mim,
de maneira que a minha fé nunca desfaleceu (Lc 22,31-32), nunca Te
abandonou. [...] Bem sabes que sempre quis aderir à fé em Ti;
protege-me, pois nesta vontade até ao fim.
Sempre acreditei em Ti [...], sempre Te amei mesmo quando pequei
contra Ti. Lamento profundamente os meus pecados. Do amor, porém
lamento apenas não ter amado tanto como devia. ©
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