sábado, 24 de outubro de 2015

Cristianismo 129 até 24-10-2015


 
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 18 de Outubro de 2015

29º Domingo do Tempo Comum - Ano B


Festa da Igreja :
Vigésimo Nono Domingo do Tempo Comum (semana I do saltério)
Santo do dia :
S. Lucas, Evangelista

Livro de Isaías 53,10-11.
Aprouve ao Senhor esmagar o seu servo pelo sofrimento (Não se trata de esmagar ou castigar, mas sim de burilar para que seja cada vez melhor ‘do Bem’ e assim fique afastado do mal e do sofrimento). Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.
Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado na sua sabedoria. O justo, meu servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades.

Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.

Os olhos do Senhor estão voltados
para os que O adoram,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade
porque em Vós esperamos, Senhor.


Carta aos Hebreus 4,14-16.
Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus Cristo, o Filho (de Deus), permaneçamos firmes na profissão da nossa fé.
Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado.
Vamos, portanto cheios de confiança ao trono da graça a fim de alcançarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno.

Evangelho segundo S. Marcos 10,35-45.
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus Cristo e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?».
Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?».
Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus Cristo disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser baptizado, mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado».
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder (porque são das trevas onde existe o poder – relações de domínio e submissão).
Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo (será o que serve toda a assembleia…),
e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos (será o que serve toda a população. O princípio da democracia)
porque o Filho (do homem) não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Conferência sobre o Credo, 6

«Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo»

Que necessidade havia de que o Filho (de Deus) sofresse por nós? Uma grande necessidade que podemos resumir em dois pontos: necessidade de remediar os nossos pecados e necessidade de dar o exemplo para a nossa conduta. [...] A Paixão de Jesus Cristo dá-nos um modelo válido para toda a vida. [...] Se procuras um exemplo de caridade: «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13). [...] Se buscas paciência, é na cruz que a encontramos no grau máximo: [...] Na cruz, Jesus Cristo sofreu grandes tormentos com paciência porque «ao ser insultado [...] não ameaçava» (1Ped 2,23), «não abriu a boca como um cordeiro que é levado ao matadouro» (Is 53,7). [...] «Corramos com perseverança a prova que nos é proposta, tendo os olhos postos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé. Ele, renunciando à alegria que lhe fora proposta, sofreu a cruz, desprezando a ignomínia» (Heb 12,1-2).
Se procuras um exemplo de humildade, olha para o Crucificado. Porque Deus quis ser julgado por Pôncio Pilatos e morrer. [...] Se procuras um exemplo de obediência, basta que sigas Aquele que Se fez obediente ao Pai «até à morte» (Fil 2,8). «De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores assim também pela obediência de um só todos se hão-de tornar justos» (Rom 5,19). Se buscas um exemplo de desapego dos bens terrenos, simplesmente segue Aquele que é o «Rei dos reis e Senhor dos senhores», «em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (1Tim 6,15; Col 2,3); Ele está nu na cruz, tornado motivo de escárnio, coberto de escarros, maltratado, coroado de espinhos e, por fim, dessedentado com fel vinagre.

Segunda-feira, dia 19 de Outubro de 2015

Segunda-feira da 29ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Perante a promessa de Deus, Abraão não se deixou abalar pela desconfiança; antes se fortaleceu na fé, dando glória a Deus,
plenamente convencido de que Deus era capaz de cumprir o que tinha prometido.
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».
Não é só por causa dele que está escrito «Isto foi-lhe atribuído»,
mas também por causa de nós que acreditamos n’Aquele que ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor,
que foi entregue à morte por causa das nossas faltas e ressuscitou para nossa justificação.

Evangelho segundo S. Lucas 1,69-70.71-72.73-75.
O Senhor nos deu um Salvador poderoso,
na casa de David, seu servo,
como prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;

Para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos daqueles que nos odeiam;
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança:

O juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de O servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,

em santidade e justiça na sua presença,
todos os dias da nossa vida.


Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus Cristo: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo de um homem rico tinha produzido excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’.
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus» (partilhar na exacta medida para cada um é um grande bem porque somos agraciados com a gratidão de quem recebe e, por consequência abençoados pelo Senhor Deus que nos retribuirá 10, 100 vezes o que demos. Agora temos de ter em atenção que o que Deus nos dá é para nosso usufruto porque se o que Ele nos deu fosse para outro, Ele daria imediatamente ao outro; não precisa de nós para isso. Agora do que nos dá/temos devemos partilhar com quem precisa uma parte para recebermos a graça de dar e é muito maior a recompensa de quem dá do que de quem quer apenas receber. Esses tornam-se pedintes/mendigos porque foi isso que escolheram.)


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homília 6, sobre a riqueza; PG 31, 261ss.

«Que hei-de fazer, uma vez que não tenho onde guardar a minha colheita?»

«Que hei-de fazer?» Há uma resposta imediata: «Satisfarei as almas dos esfomeados; abrirei os meus celeiros e convidarei todos os que passam necessidades. [...] Farei ouvir uma palavra generosa: vós, a quem falta o pão, vinde a mim; tomai a vossa parte, de acordo com as vossas necessidades, dos dons concedidos por Deus que jorram como que de uma fonte pública.» Mas tu, homem rico, insensato, estás bem longe disso! Por que razão? Ciumento de veres os outros gozarem de riquezas, entregas-te a cálculos miseráveis, não te preocupas em distribuir a cada um o indispensável, mas em tudo amealhar, privando os outros dos benefícios de que poderiam usufruir. [...]
E vós, meus irmãos, estai atentos para não conhecerdes o mesmo destino que este homem! Se a Escritura nos oferece este exemplo, é para que evitemos comportar-nos do mesmo modo. Imitai a terra: como ela, dai frutos e não vos mostreis piores do que ela que, no entanto, é desprovida de alma. A terra dá as suas colheitas não para o seu próprio gozo, mas para te servir. Assim todo o fruto da benevolência que revelares, recebê-lo-ás de volta, dado que as graças que fazem nascer as boas obras revertem para os que as dispensam. Alimentaste o que tinha fome: o que deste permanece contigo e vem mesmo um suplemento. Como o grão de trigo caído na terra aproveita ao que o semeou, o pão dado ao que tem fome far-te-á receber mais tarde benefícios superabundantes. Que a finalidade da tua lavoura seja para ti o início da sementeira no céu.

Terça-feira, dia 20 de Outubro de 2015

Terça-feira da 29 semana do Tempo Comum


Santo do dia :
Santa Iria, mártir, +653, Santa Maria Bertilla Boscardin, religiosa, enfermeira, +1922, Beato Contardo Ferrini, profissional católico, +1902

Carta aos Romanos 5,12.15b.17-19.20b-21.
Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte assim também a morte atingiu todos os homens porque todos pecaram.
Se pelo pecado de um só pereceram todos, com muito mais razão a graça do Senhor Deus, dom contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os homens.
Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça, reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo.
Porque assim como pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a justificação que dá a vida.
De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.
Onde abundou o pecado superabundou a graça
para que, assim como o pecado reinou pela morte também a graça reine pela justiça para nos dar a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.17.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó Senhor Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamarei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Alegrem-se e exultem em Vós
todos os que Vos procuram.

Digam sempre: «Grande é o Senhor»
os que desejam a vossa salvação.


Evangelho segundo S. Lucas 12,35-38.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas.
Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento para lhe abrirem logo a porta quando chegar e bater.
Afortunados esses servos que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá.
Se vier à meia-noite ou de madrugada afortunados serão se assim os encontrar».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
12º Sermão sobre Salmo 118; CSEL 62, 258
«Para lhe abrirem a porta quando ele chegar e bater»
O Verbo sacode o preguiçoso e desperta o dorminhoco. Com efeito, Aquele que vem bater à porta quer entrar. Depende apenas de nós que entre ou não, que Se demore ou não. Que a tua porta esteja aberta Àquele que vem; abre a tua alma, alarga as capacidades do teu espírito a fim de descobrires a riqueza da simplicidade, o tesouro da paz, a doçura da graça. Dilate-se o teu coração; corre ao encontro do sol da luz eterna que «ilumina todo o homem» (Jo 1,9). É certo que esta luz verdadeira brilha para todos; mas se alguém fecha as suas janelas, privar-se-á da luz eterna.
Por conseguinte, até Jesus Cristo permanece de fora, se fechares a porta da tua alma. Certamente que poderia entrar, mas não quer introduzir-Se à força, (porque nos foi dado o livre arbítrio) não quer forçar quem O recusa. Nascido da Virgem, saído do seu seio, irradia para todo o universo a fim de resplandecer para todos. Os que desejam receber a luz que brilha com um esplendor perpétuo acolhem-No; nenhuma noite virá impedi-Lo. Com efeito, o sol que vemos cada dia cede o lugar às trevas da noite; mas o Sol da justiça (Mal 3,20) não conhece ocaso porque a Sabedoria não é vencida pelo mal.

Quarta-feira, dia 21 de Outubro de 2015

Quarta-feira da 29ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Não reine o pecado no vosso corpo mortal, obedecendo aos seus desejos.
Não ofereçais os vossos membros como arma da injustiça ao serviço do pecado; mas oferecei-vos a Deus como homens que revivem de entre os mortos e oferecei os vossos membros como armas da justiça ao serviço de Deus.
E o pecado não vos dominará porque não estais sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça.
Como então? Havemos de pecar porque não estamos sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça? De modo nenhum.
Não sabeis que, se vos ofereceis como escravos a alguém para lhe obedecerdes, vos tornais escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado que leva à morte quer da obediência que vos leva à justiça?
Mas dêmos graças a Deus porque, se éreis escravos do pecado, agora vos submetestes de todo o coração à norma de doutrina que vos foi transmitida.
E assim, libertos do pecado, vos tornastes servos da justiça.
Livro de Salmos 124(123),1-3.4-6.7-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
que o diga Israel,
se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos,
no furor da sua ira.

As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós;
sobre nós teriam passado
as águas impetuosas.
Bendito seja o Senhor
que não nos abandonou como presa dos seus dentes.

A nossa vida escapou como pássaro
do laço dos caçadores:
quebrou-se a armadilha
e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor
que fez o céu e a terra.


Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa.
Estai vós também preparados porque na hora em que não pensais, virá o Filho (do homem)».
Disse Pedro a Jesus Cristo: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola ou também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo?
Afortunado o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas.
Aquele, porém que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».


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Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo no Norte de África
Sermão I, 2-3
«Servos de Jesus Cristo e administradores dos mistérios de Deus» (1Cor 4,1)
Para definir o papel dos servos que colocou à cabeça do seu povo, o Senhor diz esta palavra que o Evangelho nos transmite: «Qual é o administrador prudente e fiel que o senhor estabelecerá sobre o seu pessoal para lhe dar a seu tempo a ração de trigo? Afortunado o servo a quem o senhor quando voltar, encontrar procedendo assim». [...] Se nos perguntarmos que medida de trigo é esta, São Paulo responde-nos: é «a medida de fé que Deus vos repartiu» (Rom 12,3). Àquilo a que Jesus Cristo chama medida de trigo, chama Paulo medida de fé para nos ensinar que não há outra medida de trigo espiritual senão o mistério da fé cristã e nós damo-vos essa medida de trigo em nome do Senhor de cada vez que, iluminados pelo dom espiritual da graça, vos falamos segundo a regra da verdadeira fé. Essa medida, recebei-la vós dos administradores do Senhor sempre que ouvis da boca dos servos de Deus a palavra da verdade.
Que ela seja o nosso alimento, essa medida de trigo que Deus nos faz partilhar. Colhamos nela o sustento para a forma como nos conduzimos a fim de obtermos a recompensa da vida eterna. Acreditemos naquele que Se dá a Si mesmo a cada um de nós para que não desfaleçamos no caminho (Mt 15,32) e que Se reserva como nossa recompensa para que encontremos alegria na pátria eterna. Acreditemos e esperemos nele; amemo-Lo acima de tudo e em tudo porque Jesus Cristo é o nosso alimento e será a nossa recompensa. Jesus Cristo é o sustento e o reconforto dos viajantes que caminham; é a satisfação e a exaltação dos bem-aventurados que chegam ao seu repouso.

Quinta-feira, dia 22 de Outubro de 2015

Quinta-feira da 29ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Falo com linguagem humana por causa da vossa fraqueza: Assim como entregastes os vossos membros como escravos ao serviço da impureza e da desordem que conduz à revolta contra Deus, colocai agora os vossos membros ao serviço da justiça que conduz à santidade.
Na verdade, quando éreis escravos do pecado, éreis livres em relação à justiça.
Mas que fruto colhestes então dessas obras de que actualmente vos envergonhais? De facto, o seu fim é a morte.
Mas agora, libertos do pecado e tornados servos de Deus, produzis o fruto que conduz à santificação, cujo fim é a vida eterna.
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Jesus Cristo, nosso Senhor.
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.


Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».


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Comentário do dia:
Dionísio o Cartuxo (1402-1471), monge
Comentário ao Evangelho de Lucas, 12, 72
«Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou» (Jo 14, 27)
«Pensais que vim trazer a paz ao mundo?» É como se Jesus Cristo dissesse: «Não penseis que vim dar aos homens a paz segundo a carne e segundo este mundo, uma paz sem regras que lhes permitisse viver em harmonia no mal e lhes garantisse a prosperidade neste mundo. Não, digo-vos, não vim trazer uma paz deste género, mas a divisão, uma boa e salutar separação entre os espíritos e mesmo entre os corpos. Assim porque amam a Deus e procuram a paz interior, aqueles que acreditam em Mim estarão naturalmente em desacordo com os maus; separar-se-ão daqueles que tentam desviá-los do progresso espiritual e da pureza do amor divino ou que se esforçam por lhes criar dificuldades.»
Assim, pois a paz espiritual, a paz interior, a paz boa é a tranquilidade da alma em Deus e a boa harmonia segundo a justiça. Foi esta paz que Jesus Cristo veio trazer. [...] A paz interior que tem origem no amor, consiste numa alegria inalterável da alma que se encontra em Deus. Chamamos-lhe paz do coração. É ela o começo e um certo antegosto da paz dos santos que se encontram na pátria da paz, da eternidade.

 

Sexta-feira, dia 23 de Outubro de 2015

Sexta-feira da 29ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. João de Capistrano, religioso, +1456

Carta aos Romanos 7,18-25a.

Irmãos: Eu sei que em mim, isto é, na minha natureza, não habita o bem, pois querer o bem está ao meu alcance, mas realizá-lo não está.
Na verdade, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero.
Ora se eu faço o que não quero, já não sou eu que o realizo, mas o pecado que habita em mim.
Descubro pois em mim esta lei: ao querer fazer o bem, é o mal que está ao meu alcance.
Sinto prazer na lei de Deus, segundo o homem interior.
Mas vejo que há outra lei nos meus membros que luta contra a lei da minha razão; ela torna-me escravo da lei do pecado que está nos meus membros.
Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?
Deus, a quem agradecemos por Jesus Cristo, nosso Senhor.

Livro de Salmos 119(118),66.68.76.77.93.94.
Ensinai-me o bem, o discernimento e a ciência
porque tenho fé nos vossos mandamentos.
Vós sois bom e generoso,
ensinai-me os vossos decretos.

Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei
porque a vossa lei faz as minhas delícias.

Jamais esquecerei os vossos decretos
porque neles me tendes dado a vida.
A Vós pertenço, sede o meu auxílio
porque sempre quis seguir os vossos preceitos.


Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo, dizia Jesus Cristo à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’ e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’ e assim sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da terra e do céu; porque não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá enquanto não pagares o último centavo».


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Comentário do dia:
Missal Romano
Oração Eucarística para as assembleias C

Saber ler os sinais do nosso tempo

Nós Vos agradecemos, Pai fiel e terno por nos terdes dado Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor e nosso irmão. O seu amor manifestou-se aos pobres e aos doentes, aos pequenos e aos pecadores, não ficando indiferente a nenhuma dor. A sua vida e a sua mensagem são para nós a prova de que sois um Deus que cuida dos homens como um pai sofre as tribulações dos seus filhos. Por isso Vos louvamos e glorificamos, celebramos a vossa bondade e a vossa fidelidade e, com todos os anjos e santos, proclamamos o hino da vossa glória. [...]
A nós, que vamos receber o seu corpo e o seu sangue, purificai-nos e renovai-nos à sua imagem. [...] Fazei com que todos os membros da Igreja saibam ler os sinais dos tempos e cresçam na fidelidade ao Evangelho. Tornai-nos atentos a todos os homens a fim de que partilhemos, na caridade, as suas tristezas e as suas angústias, as suas esperanças e as suas alegrias e que lhes mostremos o caminho da salvação.

Sábado, dia 24 de Outubro de 2015

Sábado da 29ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Nenhuma condenação existe agora para aqueles que estão em Cristo Jesus
porque a lei do Espírito que dá a vida em Cristo Jesus, me libertou da lei do pecado e da morte.
Na verdade, o que era impossível para a Lei, por causa da fragilidade humana, foi possível para Deus: Enviando o seu próprio Filho numa carne semelhante à carne pecadora, como sacrifício de expiação pelo pecado, condenou o pecado na carne
para que a justiça exigida pela Lei fosse plenamente cumprida em nós que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Os que vivem segundo a carne desejam o que é carnal; os que vivem segundo o Espírito desejam o que é espiritual.
Os desejos da carne conduzem à morte, mas os desejos do Espírito conduzem à vida e à paz.
Na verdade, os desejos da carne são revolta contra Deus, pois eles não se submetem nem podem submeter-se à lei de Deus.
Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós, mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence.
Se Jesus Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça.
E se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus Cristo de entre os mortos habita em vós, Ele que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais pelo seu Espírito que habita em vós.

Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram o Senhor Deus.


Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.
Naquele tempo, vieram contar a Jesus Cristo que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo.
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. (porque a questão não é ser mais culpado ou menos culpado; a questão é ser culpado ou não ser culpado. Quem é culpado vai para as trevas e a morte; quem não é culpado vai para o universo de Deus, do Bem, da Vida, da construção)
Jesus Cristo disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’.
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
Orações meditativas, nº 5

«E se não vos arrependerdes, morrereis»

Pobre de mim, a consciência acusa-me sem cessar e a verdade não pode desculpar-me dizendo: ele não sabia o que fazia. Perdoa, pois, Senhor, pelo preço do teu precioso sangue, todos os pecados em que caí, consciente ou inconscientemente. [...] Sim, Senhor, pequei verdadeiramente, pequei por minha vontade e pequei muito. Depois de ter tido conhecimento da verdade, ofendi o Espírito de graça e, contudo, aquando do meu baptismo, o Espírito tinha-me concedido de forma gratuita a remissão dos pecados. Mas eu, depois de ter tido conhecimento da verdade, voltei aos meus pecados, «como o cão volta ao seu vómito» (2Ped 2,22).
Ó Filho de Deus, pisei-Te aos pés, negando-Te? Mas não posso dizer que, ao negar-Te, Pedro Te tenha pisado aos pés, ele que Te amava tão ardentemente, embora Te tenha negado uma primeira vez, uma segunda e uma terceira vez. [...] Também a mim Satanás me reclamou por vezes a fé para me joeirar como o trigo; mas a tua oração desceu sobre mim, de maneira que a minha fé nunca desfaleceu (Lc 22,31-32), nunca Te abandonou. [...] Bem sabes que sempre quis aderir à fé em Ti; protege-me, pois nesta vontade até ao fim.
Sempre acreditei em Ti [...], sempre Te amei mesmo quando pequei contra Ti. Lamento profundamente os meus pecados. Do amor, porém lamento apenas não ter amado tanto como devia.
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