"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras
de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 27 de Setembro de 2015
26º Domingo do Tempo
Comum - Ano B
Naqueles dias, o Senhor desceu na nuvem e falou com Moisés. Tirou
uma parte do Espírito que estava nele e fê-lo poisar sobre setenta anciãos do
povo. Logo que o Espírito poisou sobre eles, começaram a profetizar; mas não
continuaram a fazê-lo.
Tinham ficado no acampamento dois homens: um deles chamava-se Eldad e o outro
Medad. O Espírito poisou também sobre eles, pois contavam-se entre os
inscritos, embora não tivessem comparecido na tenda e começaram a profetizar
no acampamento.
Um jovem correu a dizê-lo a Moisés: «Eldad e Medad estão a profetizar no
acampamento».
Então Josué, filho de Nun, que estava ao serviço de Moisés desde a juventude,
tomou a palavra e disse: «Moisés, meu senhor, proíbe-os».
Moisés, porém respondeu-lhe: «Estás com ciúmes por causa de mim? Quem dera
que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor infundisse o seu
Espírito sobre eles!».
Livro de Salmos
19(18),8.10.12-13.14.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.
O amor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.
Embora o vosso servo se deixe guiar por eles
e os observe com cuidado,
quem pode entretanto reconhecer os seus erros?
Purificai-me dos que me são ocultos.
Preservai também do orgulho o vosso servo
para que não tenha poder algum sobre mim:
então serei irrepreensível
e imune de culpa grave.
Carta de S. Tiago 5,1-6.
Agora, vós, ó ricos, chorai e lamentai-vos por causa das
desgraças que vão cair sobre vós.
As vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela
traça.
O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem vai dar
testemunho contra vós e devorar a vossa carne como fogo. Acumulastes tesouros
no fim dos tempos.
Privastes do salário os trabalhadores que ceifaram as vossas terras. O seu
salário clama e os brados dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do
Universo.
Levastes na terra uma vida regalada e libertina, cevastes os vossos corações
para o dia da matança.
Condenastes e matastes o justo e ele não vos resiste.
Evangelho segundo S.
Marcos 9,38-43.45.47-48.
Naquele tempo, João disse a Jesus Cristo: «Mestre, nós vimos um
homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho porque ele
não anda connosco».
Jesus Cristo respondeu: «Não o proibais porque ninguém pode fazer um milagre
em meu nome e depois dizer mal de Mim.
Quem não é contra nós é por nós.
Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Jesus Cristo, em verdade
vos digo que não perderá a sua recompensa.
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria
para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o
lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de escândalo, corta-a porque é melhor entrar
mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo
que não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de escândalo, corta-o porque é melhor entrar
coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de escândalo, deita-o fora porque é
melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e
ser lançado na Geena
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga». (também nos foi transmitido
que somo templo de Deus e devemos preservar o nosso corpo digno de ser isso. Também
nos ensinou “não julgues para não seres julgado; a misericórdia para os
misericordiosos e dos mansos e humildes é o reino dos céus (do Bem)).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Clemente de Roma (c. 35-c. 100), papa
Da carta aos Coríntios 7-9
A graça da conversão
Fixemos o nosso
olhar no sangue de Jesus Cristo e compreenderemos como é precioso aos olhos
de Deus seu Pai, esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao
mundo inteiro a graça da conversão. Percorramos todas as gerações e veremos
que em todas elas o Senhor concedeu «o tempo favorável da penitência» (Si
17,24) a todos os que a Ele quiseram converter-se. Noé proclamou a penitência
e os que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou aos ninivitas a destruição
iminente da cidade, mas eles, fazendo penitência pelos seus pecados,
aplacaram a ira de Deus com as suas orações e obtiveram a salvação, apesar de
não pertencerem ao povo de Deus.
Nunca faltaram ministros da graça divina que, inspirados pelo Espírito Santo,
pregaram a penitência. O próprio Senhor do Universo falou da penitência,
empenhando as suas palavras com juramento: «Por minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas antes que se converta e viva» (Ez
18,23). E acrescentou esta admirável sentença: «Deixa de praticar o mal, ó
Casa de Israel. Diz aos filhos do meu povo: Ainda que os vossos pecados
cheguem da terra ao céu, ainda que sejam mais vermelhos que o escarlate e
mais negros que o cilício, se vos converterdes a Mim de todo o coração e
disserdes "Pai", Eu vos tratarei como um povo santo» (cf Is
1,16-20; Ne 9,1). [...]
Querendo levar à conversão todos aqueles a quem amava, confirmou esta
sentença com a sua vontade omnipotente. Por isso, devemos obedecer à sua
magnífica e gloriosa vontade. Imploremos humildemente a sua misericórdia e benignidade,
prostremo-nos, refugiemo-nos na sua clemência e convertamo-nos sinceramente, abandonando as obras más, as contendas e
as invejas que conduzem à morte.
Segunda-feira,
dia 28 de Setembro de 2015
Segunda-feira da 26ª
semana do Tempo Comum
A palavra do Senhor do Universo foi-me dirigida nestes termos:
«Assim fala o Senhor do Universo: Sinto por Sião um amor ardente, tenho por
ela um grande ciúme.
Assim fala o Senhor: Eu voltarei para Sião, habitarei em Jerusalém.
Jerusalém será chamada ‘Cidade fiel’ e o monte do Senhor do Universo ‘Monte
Santo’.
Assim fala o Senhor do Universo: Velhos e velhas voltarão a sentar-se nas
praças de Jerusalém, cada um apoiado no seu bastão por causa da muita
idade.
As praças da cidade encher-se-ão de meninos e meninas que brincarão nas
suas praças.
Assim fala o Senhor do Universo: Se isto parece impossível, naqueles dias,
aos olhos do resto deste povo, porventura será também impossível a meus
olhos? – oráculo do Senhor do Universo.
Assim fala o Senhor do Universo: Eu libertarei o meu povo das terras do
Oriente e das terras do Ocidente.
Hei-de trazê-los de novo para habitarem em Jerusalém. Eles serão o meu povo
e Eu serei o seu Deus na fidelidade e na justiça».
Livro de Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.
Os povos amarão, Senhor, o vosso nome, todos os reis da Terra a
vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz e não desprezará a sua oração.
Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras e o povo que se há-de
formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada, lá do Céu o Senhor olhou para a Terra
para ouvir os gemidos dos cativos, para libertar os condenados à morte.
Os filhos dos vossos servos hão-de permanecer e a sua descendência se
perpetuará na vossa presença
para ser proclamado em Sião o nome do Senhor e em Jerusalém o seu louvor
quando se reunirem todos os reinos para servirem o Senhor.
Evangelho segundo S. Lucas 9,46-50.
Naquele tempo, houve uma discussão entre os discípulos sobre
qual deles seria o maior.
Mas Jesus Cristo, que lhes conhecia os sentimentos íntimos, tomou uma
criança, colocou-a junto de Si
e disse-lhes: «Quem acolher em meu nome uma criança como esta acolhe-Me a
Mim e quem Me acolher acolhe Aquele que Me enviou. Na verdade, quem for o
mais pequeno (menos poderoso) entre vós esse é que será o maior».
João tomou a palavra e disse: «Mestre, vimos um homem expulsar os demónios
em teu nome e quisemos impedi-lo porque ele não anda connosco».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhe: «Não lho proibais, pois quem não é contra
vós é por vós».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
O Pedagogo, I, 21-24
«Quem acolher este
menino em meu nome, é a mim que acolhe»
«Os seus
filhinhos serão levados aos ombros e consolados ao colo», dizem as
Escrituras. «Como à criança a quem a mãe dá consolo, também Eu vos
consolarei» (Is 66,12-13). A mãe chega os filhos a si e nós procuramos a
nossa mãe, a Igreja. Todo o ser de pouca idade e frágil é, nessa
fragilidade desprotegida, um ser gracioso, doce, encantador e Deus não
recusa o seu auxílio a seres tão jovens. Todos os pais têm uma ternura
peculiar pelos seus filhos pequenos. […] De igual modo, o Pai de toda a
criação acolhe aqueles que se refugiam junto de Si, regenera-os pelo
Espírito e adopta-os como filhos; conhece a sua doçura e só a eles ama,
auxilia, defende; por isso lhes chama filhos (cf Jo 13,33).
O Santo Espírito, falando pela boca de Isaías, aplica ao próprio Senhor o
termo «filho»: «Eis que nos nasceu um menino, foi-nos dado um filho» (Is
9,5). Quem é então esta criança, este recém-nascido à imagem de quem também
nós somos crianças? Pela boca do mesmo Profeta, o Espírito descreve-nos a
sua grandeza: «Conselheiro admirável, Deus poderoso, Pai eterno, Príncipe
da paz» (v. 6).
Ó Deus tão grande! Ó menino perfeito! O
Filho está no Pai e o Pai está no Filho. Poderia não ser perfeita a
educação que nos dá este menino? Ele reúne-nos para nos guiar, a nós que
somos seus filhos. O menino estendeu-nos as mãos e nelas pomos toda a nossa
fé. Também João Baptista dá testemunho desta criança: «Eis o cordeiro de
Deus», diz-nos (Jo 1,29). Como as Escrituras designam as crianças por
cordeiros, chamou «cordeiro de Deus» ao Verbo de Deus que por nós Se fez
homem e que em tudo quis ser igual a nós, Ele, que é o Filho.
Terça-feira,
dia 29 de Setembro de 2015
S. Miguel, S.
Gabriel e S. Rafael, Arcanjos – Festa
Eu estava a olhar (numa visão), quando foram colocados tronos
e um Ancião sentou-se. Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram
como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele (Deus e o Pai juntos).
Milhares de milhares o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal
abriu a sessão e os livros foram abertos.
Contemplava eu as visões da noite quando, sobre as nuvens do céu, veio
alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos, nações e
línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais e o seu
reino jamais será destruído.
Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.4-5.
De todo o coração, Senhor, eu Vos agradeço
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome
e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.
Todos os reis da Terra Vos hão-de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa
boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor
porque é grande a glória do Senhor.
Evangelho segundo
S. João 1,47-51.
Naquele tempo, Jesus Cristo viu Natanael que vinha ao seu
encontro e disse: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há
fingimento».
Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?». Jesus Cristo respondeu-lhe:
«Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da
figueira».
Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de
Israel!».
Jesus Cristo respondeu: «Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’,
acreditas. Verás coisas maiores do que estas».
E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto e os
Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor
da Igreja
Tratado do Espírito Santo, cap. 16
A santidade dos
anjos
«Os Céus
foram consolidados pela palavra do Senhor e todo o seu exército pelo sopro
da sua boca» (Sl 32,6). [...] É difícil deixarmos de pensar na Trindade:
o Senhor que ordena, a Palavra que cria, o Sopro que consolida. O que
quer dizer «consolidar», senão perfazer em santidade, designando
seguramente esta palavra o facto de estar solidamente fixado no bem? Mas
sem o Espírito Santo, não há santidade: as potestades do céu não são
santas pela sua própria natureza, senão não se distinguiriam do Espírito
Santo; cada uma delas detém do Espírito a medida da sua santidade.
A substância dos anjos é talvez um sopro aéreo ou um fogo imaterial. Diz
o salmo: «Tens os ventos por mensageiros, por servidor uma chama de fogo»
(Sl 103,4). É por isso que podem estar num sítio e de seguida tornar-se
visíveis sob um aspecto corporal para aqueles que são dignos disso, mas a
santidade [...] é-lhes comunicada pelo Espírito. E os anjos mantêm-se na
sua dignidade perseverando no bem, mantendo a sua escolha; eles escolhem
nunca se afastar do verdadeiro bem. [...]
Como diriam os anjos: «Glória a Deus no mais alto dos céus» (Lc 2,14)
senão pelo Espírito? Na verdade, «ninguém pode dizer: “Jesus é o Senhor”,
senão no Espírito Santo e ninguém, se falar no Espírito de Deus, diz:
“maldito seja Jesus”» (1Cor 12,3). É precisamente o que terão dito os
espíritos maus, adversários de Deus, [...] no seu livre arbítrio. [...]
Poderiam as potestades invisíveis (Col 1,16) ter uma vida feliz se não
vissem incessantemente a face do Pai que está nos céus? (Mt 18,10) Ora
não se pode ter essa visão sem o Espírito. [...] Diriam os serafins:
«Santo, Santo, Santo» (Is 6,3) se o Espírito lhes não tivesse ensinado
esse louvor? Se todos os seus anjos e todas as potestades celestes louvam
a Deus (Sl 148,2), se milhares de milhares de anjos e inumeráveis
miríades de ministros se conservam perto dele é pela força do Espírito
Santo que rege toda esta harmonia celeste e indizível, ao serviço de Deus
e em acordo mútuo.
Quarta-feira,
dia 30 de Setembro de 2015
Quarta-feira da
26ª semana do Tempo Comum
No mês de Nisã do ano vinte do reinado de Artaxerxes, em
que eu era o copeiro-mor, tomei o vinho e servi-o ao rei. Como eu nunca
me apresentara triste na sua presença,
o rei perguntou-me: «Porque tens o rosto abatido? Não estás doente; mas
certamente tens o coração angustiado». Eu assustei-me,
mas respondi ao rei: «Viva o rei para sempre! Como não havia de andar
tão triste, se a cidade onde estão os túmulos dos meus pais está em
ruínas e as suas portas devoradas pelo fogo?».
O rei disse-me: «Então que desejas fazer?». Eu invoquei o Deus dos Céus
e respondi ao rei: «Se te agrada, ó rei, e estás contente com o teu
servo, manda-me ir a Judá para reconstruir a cidade onde estão os
túmulos dos meus pais».
O rei que tinha a rainha a seu lado, perguntou-me: «Quanto tempo durará
a tua viagem? Quando voltarás?». Marquei uma data. O rei concordou e
deixou-me partir.
Eu disse ainda ao rei: «Se parecer bem ao rei, dêem-me cartas para o
governador da província ocidental do Eufrates a fim de me deixarem
passar até eu chegar a Judá
e também uma carta para Asaf, intendente do parque florestal, a fim de
me dar madeira para reconstruir as portas da cidadela do templo, as
muralhas da cidade e a casa onde vou morar». O rei concedeu-mo porque a
mão bondosa do meu Deus estava comigo.
Livro de Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6.
Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar
com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
dependurámos nossas harpas.
Aqueles que nos levaram cativos
queriam ouvir os nossos cânticos
e os nossos opressores uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião».
Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor
em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
esquecida fique a minha mão direita.
Apegue-se-me a língua ao paladar,
se não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias.
Evangelho segundo S. Lucas 9,57-62.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos iam a
caminho de Jerusalém quando alguém Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde
quer que fores».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves do
céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a
cabeça».
Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir
primeiro sepultar meu pai».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos;
tu, vai anunciar o reino de Deus».
Disse-Lhe ainda outro: «Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro
despedir-me da minha família».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e
olhar para trás não serve para o reino de Deus».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Vida de Santo Antão, 19-20
Seguir a Jesus Cristo
pelo caminho certo
Um dia,
os monges vieram ter com Antão e pediram-lhe que lhes dirigisse a
palavra. Ele respondeu-lhes: «Eis que começámos a avançar pela estrada
da virtude; continuemos agora em frente a fim de atingirmos a meta (Fil
3,14). Que ninguém olhe para trás como a mulher de Lot (Gn 19,26)
porque o Senhor disse: “Quem mete a mão ao arado e olha para trás não é
apto para o Reino dos Céus.” Olhar para trás mais não é do que alterar
o próprio objectivo e retomar o gosto pelas coisas deste mundo. Nada
receeis quando ouvirdes falar da virtude nem vos espanteis com esta
palavra. Porque a virtude não está longe de nós nem nasce fora de nós;
é coisa que nos diz respeito e é simples desde que o queiramos.
Os pagãos deixam o seu país e atravessam os mares para irem estudar
letras. Nós não temos necessidade de abandonar o nosso país para ir
para o Reino dos Céus nem de atravessar o mar para adquirir a virtude.
Porque o Senhor disse: “O Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17,21).
A virtude apenas precisa, pois do nosso querer, dado que está em nós e
nasce de nós. Se a alma conserva a parte inteligente que é conforme à
sua natureza, a virtude pode nascer. A alma encontra-se no seu estado
natural quando permanece tal como foi feita e foi feita muito bela e
muito recta. Era por isso que Josué, filho de Nun, dizia: “Inclinai os
vossos corações para o Senhor, Deus de Israel” (Jos 24,23) e João
Baptista: “Endireitai as suas veredas” (Mt 3,3). Para a alma, ser recta
consiste em manter a sua inteligência tal como foi criada. Quando, pelo
contrário, se desvia do seu estado natural, nessa altura fala-se do vício
da alma. Não se trata, pois de uma coisa difícil. […] Se tivéssemos de
procurá-la fora de nós, seria realmente difícil; mas, visto que está em
nós, evitemos os pensamentos impuros e guardemos a alma para o Senhor,
como se tivéssemos recebido um depósito a fim de que Ele reconheça a
sua obra, encontrando a nossa alma tal como a fez.»
Quinta-feira, dia 01 de Outubro de 2015
Santa Teresa
do Menino Jesus
Alegrai-vos com
Jerusalém, exultai com ela, todos vós que a amais. Com ela enchei-vos
de júbilo, todos vós que participastes no seu luto.
Assim podereis beber e saciar-vos com o leite das suas consolações,
podereis deliciar-vos no seio da sua magnificência.
Porque assim fala o Senhor: «Farei correr para Jerusalém a paz como
um rio e a riqueza das nações como torrente transbordante. Os seus
meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os
joelhos.
Como a mãe que anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em
Jerusalém sereis consolados».
Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a verdura,
retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á
aos seus servos.
Livro de
Salmos 131(130),1-3.
Senhor, não se
eleva soberbo o meu coração nem se levantam altivos os meus olhos.
Não ambiciono riquezas nem coisas superiores a mim.
Antes fico sossegado e tranquilo como criança ao colo da mãe.
Espera, Israel, no Senhor agora e para sempre.
Evangelho segundo S. Mateus 18,1-5.
Naquela hora,
os discípulos aproximaram-se de Jesus Cristo e perguntaram-Lhe: «Quem
é o maior no reino dos Céus?».
Jesus Cristo chamou uma criança, colocou-a no meio deles
e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes (= não
deixarem de praticar o mal, desejar mal aos outros e passarem a
praticar só o bem) e não vos tornardes como as crianças (confiarem
plenamente no Senhor Deus apoiado pelos seus colaboradores e,
portanto sem terem medo, confiantes), não entrareis no reino dos Céus.
Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos
Céus.
E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim».
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa
Pequeno Diário, § 244 (a partir da trad. de Parole et Dialogue 2002,
p. 128)
«Quem for
humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos Céus.»
Já
recomeçou o cinzento da rotina do dia a dia. Os momentos solenes dos
meus votos perpétuos passaram, mas esta grande graça de Deus
permanece na minha alma. Sinto que pertenço totalmente a Deus, sei
que sou a sua filha, sinto que sou inteiramente sua propriedade.
Experimento-o de maneira física e sensível. Estou perfeitamente
tranquila em tudo porque sei que é tarefa do Esposo pensar em mim.
Estou completamente esquecida de mim própria.
A minha confiança no seu Coração misericordioso não tem limites. Estou
continuamente unida a Ele. Vejo que é como se Jesus não pudesse ser
feliz sem mim nem eu sem Ele. Compreendo bem que, sendo Deus feliz em
Si mesmo e não precisando de criatura absolutamente nenhuma para a
sua felicidade, no entanto, a sua bondade força-O a dar-Se à sua
criatura – e fá-lo com uma generosidade inconcebível.
Sexta-feira, dia 02 de Outubro de 2015
Santos Anjos da Guarda – Memória
Eis que diz o
Senhor: « Vou enviar um anjo diante de ti para te guardar no
caminho e para te fazer entrar no lugar que Eu preparei.
Mantém-te atento na sua presença e escuta a sua voz. Não lhe causes
amargura porque ele não suportará a vossa transgressão, porque está
nele a minha autoridade.
Mas se escutares a sua voz e se fizeres tudo o que Eu falar, Eu
serei inimigo dos teus inimigos e serei adversário dos teus
adversários,
pois o meu anjo caminhará diante de ti e te fará entrar na terra do
amorreu, do hitita, do perizeu, do cananeu, do heveu e do jebuseu e
Eu exterminá-lo-ei.
Livro de Salmos
91(90),1-2.3-4.5-6.10-11.
Tu que
habitas sob a protecção do Altíssimo
e moras à sombra do Omnipotente,
diz ao Senhor: «Sois o meu refúgio e a minha cidadela;
Senhor Deus, em Vós confio».
Ele te livrará do laço do caçador
e do flagelo maligno.
Cobrir-te-á com as suas penas,
debaixo das suas asas encontrarás abrigo.
Não temerás o terror da noite
nem da seta que voa de dia
nem da peste que alastra nas trevas
nem do flagelo que mata em
pleno dia.
Nenhum mal lhe acontecerá
nem a desgraça se aproximará da sua tenda
porque Ele mandará os seus anjos
que o guardem em todos os seus caminhos.
Evangelho segundo S. Mateus 18,1-5.10.
Naquela hora,
os discípulos aproximaram-se de Jesus Cristo e perguntaram-Lhe:
«Quem é o maior no reino dos Céus?».
Jesus Cristo chamou uma criança, colocou-a no meio deles
e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não
vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus.
Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos
Céus.
E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim».
Não desprezeis um só destes pequeninos. Eu vos digo que os seus
Anjos vêem constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Alberto Magno (c. 1200-1280), dominicano
Sermão para a festa de S. Miguel
«Os seus
Anjos vêem constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus.»
Guardai-vos
de desprezar algum destes pequeninos. Digo-vos, «os seus Anjos vêem
constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus». Por estas palavras,
Jesus Cristo diz-nos aproximadamente o seguinte: Estai atentos,
cuidai de não desprezar os homens simples, pobres ou fracos; por
mim, tenho-os em grande estima, a tal ponto que, para os guardar de
todo o mal, pus ao seu serviço os meus anjos. E que anjos! Não
penseis que se pode compará-los a criados que trabalhem na minha
cozinha. Não. Eles são semelhantes aos oficiais do meu palácio,
pois vêem sem cessar a face de meu Pai que está nos céus.
Ora esses anjos vêem a face de Deus por várias razões. A primeira é
que os anjos devem oferecer e apresentar a Deus as boas obras
dos homens. Temos disso o testemunho nas palavras de Rafael
dirigidas a Tobias: «Apresentei a tua oração ao Senhor» (Tb 12,12).
Lê-se também no Apocalipse: «Um anjo veio colocar-se junto do altar
com um incensório de ouro e foram-lhe dados muitos perfumes para
que os oferecesse, com orações de todos os santos, sobre o altar de
ouro que se tornou no trono de Deus» (8,13). Salientemos que o
altar é o coração do homem verdadeiramente fiel a Deus. Diante
desse altar, estão os anjos. O seu incensório representa os
sentimentos de júbilo com que recolhem os pensamentos, as orações,
as palavras e as acções dos homens para as oferecerem,
abrasadas no fogo da caridade, sobre o altar de ouro que está
diante do trono de Deus. E a oferenda ascende em direcção ao
Filho que está no seio do Pai. Seria pois bom que tivéssemos sempre
algum bem para depositar no incensório dos anjos.
Sábado, dia 03 de Outubro de 2015
Sábado da 26ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Santos
Veríssimo, Máxima e Júlia, mártires, +303, Beatos
André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, e Mateus
Moreira, mártires, +1645, S.
Francisco de Borja, presbítero, +1572, Santa
Maria Josefa Rossello, religiosa, +1880
Livro de Baruc 4,5-12.27-29.
Tem coragem,
meu povo, memorial de Israel.
Fostes vendidos às nações, mas não para vossa ruína. Por terdes
provocado a ira de Deus, fostes entregues aos vossos inimigos,
pois irritastes Aquele que vos criou, oferecendo sacrifícios aos
demónios e não a Deus.
Esquecestes Aquele que vos sustentou, o Deus eterno, e
contristastes também aquela que vos alimentou, Jerusalém.
Ao ver cair sobre vós a ira de Deus, ela disse: «Ouvi, cidades
vizinhas de Sião, Deus infligiu-me um grande sofrimento,
pois vi o cativeiro dos meus filhos e filhas que o Eterno fez
cair sobre eles.
Eu tinha-os alimentado com alegria, mas vi-os partir com pranto e
aflição.
Ninguém se alegre por causa de mim, vendo-me viúva e abandonada.
Fiquei só, por causa dos pecados de meus filhos porque se desviaram
da Lei de Deus.
Tende coragem, meus filhos, e clamai a Deus, pois Aquele que vos
castigou lembrar-se-á de vós.
Assim como tivestes o pensamento de abandonar a Deus, agora
voltai para Ele e empenhai-vos dez vezes mais em procurá-l’O.
Pois Aquele que vos infligiu estes males fará vir sobre vós a
eterna alegria juntamente com a vossa salvação».
Livro de Salmos
69(68),33-35.36-37.
Vós,
humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres e não despreza os cativos.
Louvem-n’O o céu e a Terra,
os mares e quanto neles se move.
Deus protegerá Sião, reconstruirá as cidades de Judá
e hão-de voltar a ocupá-la os cativos.
Os seus servos a receberão em herança
e nela hão-de morar os que amam o seu nome.
Evangelho segundo S. Lucas 10,17-24.
Naquele
tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria,
dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um
relâmpago.
Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a
força do inimigo; nada poderá causar-vos dano.
Contudo não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem;
alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu».
Naquele momento, Jesus Cristo exultou de alegria pela acção do
Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da
Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos
inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque
assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai e ninguém sabe o que é o Filho
senão o Pai nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o
Filho o quiser revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os
olhos que vêem o que estais a ver
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que
vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do
Oratório em Inglaterra
Meditations and Devotions : Part III, 2, 2 «Our Lord refuses
sympathy»
«Muitos
profetas e reis quiseram ver o que vós vedes»
Poder-se-á dizer que a partilha profunda dos
sentimentos é uma lei eterna porque tem significado, ou
melhor, tem cumprimento de forma primordial no amor recíproco e
indizível da Trindade. Deus, infinitamente uno, está associado às
três Pessoas. Desde sempre, Deus exulta no Pai, no Filho e no
Espírito e Eles nele [...]. Quando o Filho Se fez carne, viveu durante trinta anos com
Maria e José, formando assim uma imagem da Trindade na Terra.
[...]
Mas convinha que Aquele que havia de ser o verdadeiro Grande
Sacerdote e de exercer esse ministério para toda a raça humana,
estivesse livre de laços e de sentimentos, tal como se dissera
antigamente que Melquisedeque não tinha pai nem mãe (He 7,3).
[...] Abandonar a mãe, gesto que Ele torna plenamente
significativo em Caná (Jo 2,4), era portanto o primeiro passo
solene necessário ao cumprimento da salvação do mundo [...].
Jesus Cristo renunciou não só a Maria e a José, mas também aos
amigos secretos. Quando chegou o seu tempo, teve de renunciar a
todos eles.
Mas podemos supor que estava em comunhão com os santos patriarcas
que haviam preparado e profetizado a sua vinda. Numa ocasião
solene, vimo-Lo a falar durante toda a noite com Moisés e Elias
sobre a Paixão. Que visão, que pensamentos nos são então abertos
acerca da pessoa de Jesus Cristo, de Quem tão pouco sabemos!
Quando Ele passava noites inteiras em oração [...], quem melhor
poderia apoiar o Senhor e dar-Lhe força do que essa «multidão
admirável» de profetas de quem Ele era o modelo e o cumprimento?
Ele podia pois falar com Abraão que exultara pensando que tinha
visto o Seu dia (Jo 8, 56) e com Moisés [...] ou com David e
Jeremias que tão particularmente O tinham prefigurado ou com os
que mais tinham falado com Ele como Isaías e Daniel. Encontrava
nestes um fundo de grande simpatia. Quando foi para Jerusalém,
para o sofrimento último, todos os santos padres da antiga
aliança, cujos sacrifícios prefiguravam o seu, vieram
invisivelmente ao seu encontro. ©
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