Domingo,
dia 11 de Outubro de 2015
28º Domingo do Tempo
Comum - Ano B
Orei e foi-me dada a prudência; implorei e veio a mim o espírito
de sabedoria.
Preferi-a aos ceptros e aos tronos e, em sua comparação, considerei a riqueza
como nada.
Não a equiparei à pedra mais preciosa, pois todo o ouro, à vista dela, não
passa de um pouco de areia e, comparada com ela, a prata é considerada como
lodo.
Amei-a mais do que a saúde e a beleza e decidi tê-la como luz porque o seu
brilho jamais se extingue.
Com ela me vieram todos os bens e, pelas suas mãos, riquezas inumeráveis.
Livro de Salmos 90(89),12-13.14-15.16-17.
Ensinai-nos a contar os nossos dias
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando?
Tende piedade dos vossos servos.
Saciai-nos, desde a manhã, com a vossa bondade
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Compensai em alegria os dias de aflição,
os anos em que sentimos a desgraça.
Manifestai a vossa obra aos vossos servos
e aos seus filhos a vossa majestade.
Desça sobre nós a graça do Senhor.
Confirmai em nosso favor a obra das nossas mãos.
Carta aos Hebreus 4,12-13.
A palavra do Senhor Deus é viva e eficaz, mais cortante do que
uma espada de dois gumes: ela penetra até ao ponto de divisão da alma e do
espírito, das articulações e medulas e é capaz de discernir os pensamentos e
intenções do coração.
Não há criatura que possa fugir à sua presença: tudo está patente e
descoberto a seus olhos. É a ela que devemos prestar contas.
Evangelho segundo S. Marcos 10,17-30.
Naquele tempo, ia Jesus Cristo pôr-Se a caminho, quando um homem
se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e perguntou-Lhe: «Bom Mestre,
que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus Cristo respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates;
não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas
fraudes; honra pai e mãe’».
O homem disse a Jesus Cristo: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a
juventude».
Jesus Cristo olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa (para seres perfeito): vai vender o
que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e
segue-Me».
Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso
porque era muito rico.
Então Jesus Cristo, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será
difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!». (é-lhes difícil
conjugar riqueza com mandamentos de Deus. Estão sujeitos a muitas tentações,
mas não é impossível.)
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus Cristo afirmou-lhes
de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar
no reino de Deus». Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros:
«Quem pode então salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus Cristo respondeu: «Aos homens é impossível, mas
não a Deus porque a Deus tudo é
possível».
Pedro começou a dizer-Lhe: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir».
Jesus Cristo respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado
casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa
do Evangelho,
receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs,
mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a
vida eterna».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Homilia «Os ricos não poderão salvar-se»
«Falta-te uma coisa.»
Há uma
riqueza que semeia a morte por onde domina: libertai-vos dela e sereis
salvos. Purificai a vossa alma, tornai-a pobre para poder escutar o apelo do
Salvador que vos repete: «Vem e segue-Me!» Ele é o caminho por onde segue
quem tem o coração puro: a graça de Deus não penetra numa alma cheia de
empecilhos e atormentada por uma multidão de posses.
O que olha a fortuna, o ouro e a prata ou as casas como dons de Deus, esse
testemunha a Deus o seu reconhecimento, indo em auxílio dos pobres com os
seus bens, pois sabe que os possui mais para os seus irmãos do que para si
mesmo; deste modo, torna-se senhor das suas riquezas em vez de seu escravo:
não as guarda em sua alma, nem encerra nelas a sua vida, mas prossegue sem se
cansar uma obra tão divina. E se algum dia a sua fortuna vier a desaparecer,
aceita essa ruína com um coração livre. A esse homem, Deus declara-o afortunado,
«pobre em espírito», herdeiro do Reino dos Céus (Mt 5,3).
Em contrapartida, há quem, em vez de ter o Espírito Santo em seu coração,
tenha as riquezas. Esse guarda para si as terras; acumula fortunas sem fim e
não se preocupa senão em ajuntar sempre mais; nunca levanta os olhos para o
céu, enredando-se nas coisas temporais porque não é senão pó e em pó se há-de
tornar (Gn 3,19). Como poderá experimentar o desejo do Reino aquele que, no
lugar do coração, tem um campo ou uma mina e a quem a morte há-de surpreender
no meio das suas paixões? «Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também
o teu coração» (Mt 6,21).
Segunda-feira,
dia 12 de Outubro de 2015
Segunda-feira da 28ª
semana do Tempo Comum
Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo
por chamamento divino, escolhido para o Evangelho
que Deus tinha de antemão prometido pelos profetas nas Sagradas Escrituras,
acerca de seu Filho, nascido segundo a carne, da descendência de David,
mas, segundo o Espírito que santifica, constituído Filho de Deus em todo o
seu poder pela sua ressurreição de entre os mortos: Ele é Jesus Cristo,
Nosso Senhor.
Por Ele recebemos a graça e a missão de apóstolo a fim de levarmos todos os
gentios a obedecerem à fé para honra do seu nome,
dos quais fazeis parte também vós, chamados por Jesus Cristo.
A todos os que habitam em Roma, amados por Deus e chamados a serem santos,
a graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de
Jesus Cristo e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa:
pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas.
Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive assim o será
também o Filho do homem para esta geração.
No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e
há-de condená-los porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria
de Salomão e aqui está quem é maior do que Salomão.
No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e
hão-de condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas e
aqui está quem é maior do que Jonas» (referia-se a Ele próprio, o Filho,
Jesus Cristo).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Justino (c.100 -160), filósofo, mártir
Diálogo com Trifão (34-36)
«E aqui está alguém
que é maior do que Salomão»
Deixai-me
citar um salmo, dito pelo Espírito Santo a David; dizeis que tem a ver com
Salomão, vosso rei, mas na verdade tem a ver com Jesus Cristo [...]: «Ó
Deus, concede ao rei a tua rectidão» (Sl 71,1). Como Salomão se tornou rei,
dizeis que é dele que este salmo fala; mas as palavras do salmo designam
nitidamente um rei eterno, que é Jesus Cristo. Porque Jesus Cristo foi-nos
anunciado como rei, sacerdote, Senhor, anjo, homem, chefe supremo, pedra,
criança por nascimento, como um ser de dor num primeiro momento, depois
como um ser que se eleva aos céus e que regressa na glória da sua realeza
eterna [...]
«Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do rei para
que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade [...] Todos
os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão.» [...]
Salomão foi um rei grande e ilustre e no seu reinado foi edificada a casa a
que chamamos Templo de Jerusalém; mas é claro que nada do que é dito no
salmo lhe aconteceu: nenhum rei o adorou nem o seu reino se estendeu até
aos confins da Terra nem os seus inimigos se curvaram a seus pés para lhes
sacudir a poeira. [...]
O «Senhor do universo» (Sl 23,10) não é Salomão; é Jesus Cristo. Assim que
ressuscitou de entre os mortos e subiu aos céus, Ele ordenou aos príncipes
que Deus nomeou no céu «para abrirem as portas» do céu a fim de que «Aquele
que é o Rei da glória entre» e suba para «se sentar à direita do Pai até
que faça dos inimigos escabelo para seus pés» como é dito noutro salmo
(23,109). Mas quando os príncipes do céu O viram sem figura nem beleza, sem
honra nem glória (Is 53,2), não O reconheceram e perguntaram: «Quem é esse
Rei glorioso?» (Sl 23,8) O Espírito Santo respondeu-lhes então: «O Senhor
do universo, eis o Rei glorioso». Com efeito, não foi de Salomão, que tanta
glória teve enquanto rei [...], que se pôde dizer: «Quem é ele, esse Rei
glorioso?»
Terça-feira,
dia 13 de Outubro de 2015
Terça-feira da 28
semana do Tempo Comum
Irmãos: Não me
envergonho do Evangelho que é a força de Deus para a salvação de todo o
crente: do judeu primeiramente, mas também do não-judeu.
Porque no Evangelho se revela a justiça de Deus que tem origem na fé e
conduz à fé como está escrito: ‘O
justo viverá pela fé’.
Na verdade, a ira de Deus manifesta-se do alto do Céu contra toda a
impiedade e injustiça dos homens que, na sua injustiça, abafam a verdade.
De facto, o que se pode conhecer de Deus é manifesto para eles porque
Deus lho manifestou.
Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu poder
eterno e a sua divindade tornam-se, pelas suas obras, visíveis à
inteligência. Deste modo, eles não têm desculpa
porque, conhecendo a Deus, não O glorificaram como Deus nem Lhe agradeceram.
Ao contrário, entregaram-se aos seus vãos raciocínios e o seu coração
insensato encheu-se de trevas.
Pretendendo ser sábios, tornaram-se loucos
e trocaram a glória de Deus imortal por imagens que representam homens
mortais, aves, quadrúpedes e répteis.
Por isso Deus os entregou, segundo os desígnios dos seus corações, à impureza com que desonram os seus
corpos.
Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira, prestaram culto e adoração
às criaturas em lugar do Criador que é bendito para sempre. Amen.
Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a
glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a Terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
Evangelho segundo S. Lucas 11,37-41.
Naquele tempo, depois de Jesus Cristo ter falado, um fariseu
convidou-O para comer em sua casa. Jesus Cristo entrou e tomou lugar à
mesa.
O fariseu admirou-se ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de
comer.
Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do
prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade.
Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior?
Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Clemente de Roma (c. 35-c. 100), papa
Epístola aos Coríntios, 14-16
Purificar o
interior do nosso coração
É justo e
santo, irmãos, obedecer ao Senhor Deus em vez de seguir os agitadores
orgulhosos. [...] Juntemo-nos àqueles que, com piedade, põem em prática a paz, não aos
que fingem querer a paz. Com efeito está dito: «Este povo aproxima-se de
Mim só com palavras e honra-Me só com os lábios, pois o seu coração está
longe de Mim» (Is 29,13; Mc 7,6). E ainda: «Abençoam com a boca, mas
amaldiçoam com o coração» (Sl 61,5). E também: «Mas logo O enganavam
com a boca e Lhe mentiam com a língua. Os seus corações não eram leais
com Ele nem fiéis à sua aliança» (Sl 77,36). [...]
Com efeito, Jesus Cristo pertence aos que são humildes de coração e não
aos que se elevam acima do seu rebanho. O ceptro da majestade de Deus (cf
Heb 1,8), o Senhor Jesus Cristo, não veio acompanhado pela vaidade nem
pelo orgulho ─ e no entanto poderia fazê-lo ─, mas pela humildade de coração
como o Espírito Santo tinha dito acerca dele: «Quem acreditou no nosso
anúncio? A quem foi revelado o braço do Senhor? O servo cresceu diante do
Senhor como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza.
Vimo-Lo sem aspecto atraente» (Is 53,1-3). [...] Vedes assim, bem-amados,
o modelo que vos foi dado. Se o Senhor Se humilhou desta maneira, que
deveremos fazer nós, a quem Ele permitiu que caminhemos sob o jugo da sua
graça?
Quarta-feira,
dia 14 de Outubro de 2015
Quarta-feira da
28ª semana do Tempo Comum
Não tens
desculpa, quem quer que sejas, tu
que julgas os outros. Ao julgares os outros, condenas-te a ti
próprio, pois tu, que te fazes juiz, cometes as mesmas acções.
Ora nós sabemos que o juízo de Deus se exerce conforme a verdade contra aqueles que
praticam essas acções.
E tu, que fazes as mesmas coisas
que condenas nos outros, pensas que te furtarás ao juízo de Deus?
Ou desprezas as riquezas da sua bondade, paciência e magnanimidade, não
reconhecendo que a bondade do Senhor Deus te convida à conversão?
Pela tua obstinação e pelo teu coração impenitente, estás a acumular
contra ti um tesouro de ira para o dia da ira, em que se revelará o
justo juízo de Deus
que retribuirá a cada um segundo
as suas obras:
a vida eterna para aqueles que, perseverando na prática das boas obras,
procuram a glória, a honra e a imortalidade;
a ira e a indignação para aqueles que, pela sua rebeldia, rejeitam a
verdade e obedecem à injustiça.
Tribulação e angústia para todo o homem que pratica o mal: primeiro
para o judeu, mas também para o não-judeu;
glória, honra e paz para todo
aquele que pratica o bem: primeiro para o judeu, mas também para o
não-judeu.
Porque Deus não faz acepção de
pessoas.
Livro de Salmos 62(61),2-3.6-7.9.
Só em Deus
descansa a minha alma,
d’Ele me vem a salvação.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.
Minha alma, só em Deus descansa:
d’Ele vem a minha esperança.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.
Povo de Deus, em todo o tempo
ponde n’Ele a vossa confiança,
desafogai em sua presença os vossos corações.
O Senhor Deus é o nosso refúgio.
Evangelho segundo S. Lucas 11,42-46.
Naquele tempo,
disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da
hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e
o amor de Deus! Devíeis praticar estas coisas sem omitir aquelas.
Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e
das saudações na praça pública!
Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados sobre os quais
passamos sem o saber!».
Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus Cristo:
«Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós».
Jesus Cristo respondeu: «Ai de vós também, doutores da lei, porque
impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios nem com um só
dedo tocais nesses fardos!».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Didaké (c. 60-120), catequese judaico-cristã
§3 (a partir da trad. Quéré, Pères apostoliques, Seuil 1980, p.94)
«Aprendei de
Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29)
Meu filho, foge de todo o mal ou
daquilo que se assemelha ao mal. Não sejas irascível: a cólera leva ao
crime. Não sejas ciumento, conflituoso nem violento: essas paixões
originam mortes.
Meu filho, não sejas sensual: a
sensualidade é o caminho para o adultério. Não uses de linguagem
licenciosa nem tenhas um olhar atrevido: também isso engendra
adultério. [...] Resguarda-te dos encantamentos, da astrologia, das
purificações mágicas; recusa-te a vê-las e a ouvi-las: isso seria [...]
perderes-te na idolatria.
Meu filho, não sejas mentiroso
porque a mentira conduz ao roubo. Não te deixes seduzir pelo dinheiro
nem pela vaidade que também incitam a roubar.
Meu filho, não murmures contra os
outros: tornar-te-ás blasfemo. Não sejas insolente nem malévolo, pois isso
também conduz à blasfémia.
Usa de mansidão: «Felizes os mansos porque possuirão a Terra» (Mt 5,5).
Sê paciente, misericordioso, sem malícia, cheio de paz e bondade.
Respeita sempre as palavras que ouviste do Senhor (Is 66,2). Não te
engrandeças a ti próprio, não abandones o teu coração ao orgulho. Não
te alies aos soberbos, mas frequenta os justos e os humildes. Recebe os
acontecimentos da vida como dons, sabendo que é o Senhor Deus quem
dispõe sobre todas as coisas.
Quinta-feira, dia 15 de Outubro de 2015
Quinta-feira
da 28ª semana do Tempo Comum
Irmãos:
Independentemente da Lei de Moisés, manifestou-se agora a justiça de
Deus, de que dão testemunho a Lei e os Profetas
porque a justiça de Deus vem pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre
todos os crentes. De facto não há distinção alguma
porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus
e todos são justificados de maneira gratuita pela sua graça, em
virtude da redenção realizada em Cristo Jesus
que Deus apresentou como vítima de propiciação, mediante a fé, pelo
seu sangue. Assim Deus manifestava a sua justiça, tolerando as faltas
outrora cometidas
no tempo da sua paciência. Ele quis manifestar a sua justiça no tempo
presente, não só para ser justo, mas também para justificar aquele
que vive da fé em Jesus Cristo.
Onde está então o motivo para alguém se gloriar? Fica eliminado. Por
que lei? Pela lei das obras? Não. Pela lei da fé.
Na verdade, estamos convencidos de que o homem é justificado pela fé,
sem as obras da Lei. (O Senhor Deus justifica-nos pela fé que temos que nos foi dada
por Ele; porquê? Pelas nossas obras porque as nossas obras são
causa e consequência da fé que alcançámos d’Ele. Elas mostram-lhe o
nosso querer, essencial pelo livre arbítrio que foi dado à
humanidade. Agora as nossas obras não pagam a fé; ela é um dom
gratuito como todos os outros dons. São as nossas escolhas que
determinam a nossa aquisição gratuita.)
Deus será somente Deus dos judeus? Não o será também dos gentios?
Sim, Ele é também Deus dos gentios
uma vez que há um só Deus. É Ele que há-de justificar pela fé os
circuncidados e os não-circuncidados, mediante a fé.
Livro de Salmos 130(129),1-2.3-4b.4c-6.
Do profundo
abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência.
Eu confio no Senhor,
a minha alma espera na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor
mais do que as sentinelas pela aurora.
Evangelho segundo S. Lucas 11,47-54.
Naquele tempo,
disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os
túmulos dos profetas quando foram os vossos pais que os mataram.
Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais porque
eles mataram-nos e vós levantais os monumentos.
É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas
e apóstolos e eles hão-de matar uns e perseguir outros’.
Mas Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os
profetas que foi derramado desde a criação do mundo,
desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias que pereceu entre o
altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta
geração.
Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós
não entrastes e impedistes os que queriam entrar!».
Quando Jesus Cristo saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a
persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas
coisas,
armando-Lhe ciladas para O surpreenderem nalguma palavra da sua boca.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
3º discurso teológico
Começaram a
persegui-Lo terrivelmente e a provocá-Lo
Houve
um tempo em que Aquele que agora desprezas estava acima de ti; em que
Aquele que agora é homem era
eternamente perfeito. Ele estava no princípio, sem causa; depois
submeteu-Se às contingências deste mundo. [...] Fê-lo para te salvar,
a ti que O insultas, a ti que desprezas a Deus só porque Ele tomou a
tua natureza grosseira. […]
Ele foi envolvido em panos, mas, ao levantar-Se do túmulo,
libertou-Se da sua mortalha. Deitaram-No numa manjedoura, mas foi
glorificado pelos anjos, anunciado por uma estrela, adorado pelos Magos.
[...] Teve de fugir para o Egipto, mas libertou esse país da
superstição. Não tinha «forma nem beleza» (Is 53,2) diante dos seus
inimigos, mas para David era «o mais belo dos filhos dos homens» (Sl
44,3) e resplandeceu no alto da montanha, mais deslumbrante do que o
sol (Mt 17,1ss). Como homem foi baptizado, mas como Deus apagou os
nossos pecados; Ele não precisava de ser purificado, mas quis
santificar as águas. Como homem foi tentado, mas como Deus triunfou,
Ele que «venceu o mundo» (Jo 16,8). [...] Teve fome, mas alimentou
milhares, Ele que é «o pão vivo descido do céu» (Jo 6,48). Teve sede,
mas exclamou: «Se alguém tem sede, que venha a Mim e beba» (Jo 7,37).
[...] Conheceu a fadiga, mas é o repouso de todos os que «andam
sobrecarregados e abatidos» (Mt 11,28). [...] Deixou que Lhe
chamassem «samaritano e possesso do demónio» (Jo 8,48), mas é Ele
quem salva o homem que caiu nas mãos dos salteadores (Lc 10,29ss) e
afugenta os demónios. [...] Ora, mas é Ele mesmo quem escuta as
orações. [...] Chora, mas é Ele mesmo que faz cessar as lágrimas. É
vendido por preço vil, mas é Ele quem resgata o mundo e por um grande
preço: o seu próprio sangue.
Como ovelha é conduzido à morte, mas é Ele quem conduz Israel às
verdadeiras pastagens (Ez 34,14), tal como hoje o faz com a terra
inteira. Como cordeiro cala-Se, mas Ele é a Palavra anunciada pela
voz daquele que clama no deserto (Mc 1,3). Foi enfermo e ferido; mas
é Ele que cura toda a doença e toda a enfermidade (Mt 9,35). Foi
elevado sobre o madeiro e nele foi pregado, mas é Ele quem nos
restaura pela árvore da vida. [...] Morre, mas faz viver e destrói a
morte. Foi sepultado, mas ressuscita e, subindo ao céu, liberta as
almas dos infernos.
Sexta-feira, dia 16 de Outubro de 2015
Sexta-feira da 28ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Que
diremos de Abraão, nosso antepassado segundo a carne?
Se Abraão foi justificado pelas obras, tinha motivo para se
gloriar. Mas ninguém se pode gloriar diante de Deus.
De facto, que diz a Escritura? «Abraão acreditou em Deus e isto
foi-lhe atribuído como justiça».
Ora a quem faz um trabalho o salário não é atribuído como favor
porque é uma obrigação.
Pelo contrário, a quem não faz as obras, mas acredita em Deus que
justifica o ímpio, a sua fé é-lhe atribuída como justiça.
Assim também David proclama feliz o homem a quem Deus atribui a
justiça independentemente das obras:
«Felizes aqueles a quem foram perdoadas as ofensas e absolvidos os
pecados.
Feliz o homem a quem o Senhor não atribui o pecado».
Livro de Salmos 32(31),1-2.5.11.
Feliz daquele
a quem foi perdoada a culpa
e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade
e em cujo espírito não há engano.
Confessei-vos o meu pecado
e não escondi a minha culpa.
Disse: Vou confessar ao Senhor a minha falta
e logo me perdoastes a culpa do pecado.
Alegrai-vos, justos,
e regozijai-vos no Senhor,
exultai, vós todos
os que sois rectos de coração.
Evangelho segundo S. Lucas 12,1-7.
Naquele
tempo, a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem
uns aos outros. E Jesus Cristo começou a dizer, em primeiro
lugar, para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos
fariseus que é a hipocrisia.
Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se nem há nada
oculto que não venha a conhecer-se.
Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do
dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores,
será proclamado sobre os telhados.
Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e
depois nada mais podem fazer.
Vou mostrar-vos a quem deveis temer: Temei Aquele que, depois de
matar, tem poder para lançar na Geena. Sim, Eu vos digo, a Esse é
que deveis temer.
Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum
deles é esquecido diante de Deus.
Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
O Reino dos Céus, 2.ª parte, 30
«Não temais»
A
verdadeira razão pela qual nem sempre és bem sucedido na tua
meditação é esta – e não me engano! Começas a tua meditação na agitação
e na ansiedade. Basta isso para que não obtenhas nunca o que
procuras porque o teu espírito não está concentrado na verdade que meditas e não
há amor no teu coração.
Esta ansiedade é ineficaz, não retiras dela senão uma grande fadiga
espiritual e uma certa frieza da alma, sobretudo ao nível
afectivo. Não conheço para isso senão um remédio que é este:
abandonares essa ansiedade que é um dos maiores obstáculos à
prática religiosa e à vida de oração. Ela faz-nos correr para nos
fazer tropeçar.
Não quero evidentemente dispensar-te da meditação simplesmente
porque te parece que não retiras dela nenhum benefício. Quando
fores fazendo vazio em ti, libertando-te desse apego por meio da
humildade, o Senhor te dará o dom da oração que guarda na sua mão direita.
Sábado, dia 17 de Outubro de 2015
Sábado da 28ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Não
foi por meio da Lei, mas pela justiça da fé que se fez a Abraão
ou à sua descendência a promessa de que receberia o mundo como
herança.
Portanto a herança vem pela fé para que seja dom gratuito de Deus
e a promessa seja válida para toda a descendência, não só para a
descendência segundo a Lei, mas também para a descendência
segundo a fé de Abraão. Ele é o pai de todos nós
como está escrito: «Fiz de ti o pai de muitos povos». Ele é o
nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida
aos mortos e chama à existência o que não existe.
Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou, tornando-se
pai de muitos povos como lhe tinha sido dito: «Assim será a tua
descendência».
Livro de Salmos 105(104),6-7.8-9.42-43.
Descendentes
de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.
Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.
Não Se esqueceu da palavra sagrada
que dera a Abraão, seu servo;
e fez sair o povo com alegria,
os seus eleitos com gritos de júbilo.
Evangelho segundo S. Lucas 12,8-12.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «A todo aquele que
Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho (com imagem
de homem) o reconhecerá diante dos Anjos de Deus.
Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos
Anjos de Deus.
E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será
perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não
será perdoado.
Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às
autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem
com o que haveis de dizer em vossa defesa.
O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de
dizer».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Decreto sobre a Actividade Missionária da Igreja (Ad Gentes), §
23-24
Pronunciar-se
por Jesus Cristo ao longo de toda a vida
Embora a todo o discípulo de Jesus Cristo incumba a
obrigação de difundir a fé conforme as suas possibilidades, Jesus
Cristo Senhor continua a chamar, de entre os discípulos, os que
Ele quer para estarem com Ele e os enviar a evangelizar os povos
(Mc 3,13-14). [...]
Porém, ao chamamento de Deus, o homem deve responder de forma tal
que, sem se deixar guiar pela carne e o sangue (Gal 1,16), todo
ele se entregue à obra do Evangelho. Mas esta resposta não pode
ser dada senão por impulso e virtude do Espírito Santo. O enviado
entra, portanto na vida e missão daquele que «a Si mesmo Se
aniquilou tomando a forma de servo» (Fil 2,7). Por conseguinte,
deve estar pronto a perseverar toda a vida na vocação, a
renunciar a si e a todas as suas coisas (Lc 14,26.33) e a
fazer-se tudo para todos (1Cor 9,22).
Anunciando o Evangelho aos povos, dê a conhecer confiadamente o
mistério de Jesus Cristo, do qual é legado, de maneira que ouse
falar dele como convém (Ef 6,19), não se envergonhando do
escândalo da cruz. Seguindo os passos do seu mestre, manso e
humilde de coração, mostre que o seu jugo é suave e leve a sua
carga (Mt 11,29). Mediante uma vida verdadeiramente evangélica,
com muita paciência, longanimidade, suavidade, caridade sincera,
dê testemunho do seu Senhor até à efusão do sangue, se for
necessário. Alcançará de Deus virtude e força para descobrir a
abundância de gozo que se encerra na grande prova da tribulação e
da pobreza absoluta.©
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