sábado, 2 de março de 2013

Cristianismo 101


=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos Amigos
Aproveitamos para vos anunciar a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
- a versão italiana no calendário ambrosiano: www.vangelodelgiorno.org.
A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com algumas especificidades particulares tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.
- a versão grega: evaggeliokathemera.org. Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que sofre. Não deixem se informar os vossos conhecidos deste novo serviço.
Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.
Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano, saúda-vos
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 24 de Fevereiro de 2013

2º Domingo da Quaresma - Ano C

Santo do dia : S. Sérgio, mártir, +304, S. Lázaro, monge, séc. IX
Livro de Génesis 15,5-12.17-18.
Naqueles dias, Deus levou Abraão para fora de casa e disse-lhe: «Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas se fores capaz de as contar.» E acrescentou: «Pois bem, será assim a tua descendência.»
Abrão confiou no Senhor e Ele considerou-lhe isso como mérito.
O Senhor disse-lhe depois: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur, na Caldeia, para te dar esta terra.»
Perguntou-lhe Abrão: «Senhor Deus, como saberei que tomarei posse dela?»
Disse-lhe o Senhor: «Toma uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombo ainda novo.»
Abrão foi procurar todos estes animais, cortou-os ao meio e dispôs cada metade em frente uma da outra; não cortou, porém as aves.
As aves de rapina desciam sobre as carnes mortas, mas Abrão afugentava-as.
Ao pôr-do-sol, apoderou-se dele um sono profundo; ao mesmo tempo, sentiu-se apavorado e foi envolvido por densa treva.
Quando o Sol desapareceu e, sendo completa a escuridão, surgiu um braseiro fumegante e uma chama ardente que passou entre as metades dos animais.
Naquele dia, o Senhor concluiu uma aliança com Abrão, dizendo-lhe: «Dou esta terra à tua descendência, desde o rio do Egipto até ao grande rio, o Eufrates.

Livro de Salmos 27(26),1.7-8.9abc.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

Ouve, Senhor, a voz da minha súplica,
tem compaixão de mim e responde-me.
O meu coração murmura por ti,
os meus olhos te procuram;
é a Ti que eu procuro, Senhor.

Não Te desvies de mim,
nem afastes, com ira, o teu servo.
Tu és o meu amparo: não me rejeites nem abandones,
ó Deus, meu salvador!

Creio, firmemente, vir a contemplar
a bondade do Senhor na Terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte,
tem coragem e confia no Senhor.

Carta aos Filipenses 3,17-21.4,1.
Irmãos: Sede todos meus imitadores, irmãos, e olhai atentamente para aqueles que procedem conforme o modelo que tendes em nós.
É que muitos – de quem várias vezes vos falei e agora até falo a chorar – são, no seu procedimento, inimigos da cruz de Jesus Cristo:
o seu fim é a perdição, o seu Deus é o ventre (os que vinham cear com os discípulos de Jesus Cristo) e gloriam-se da sua vergonha – esses que estão presos às coisas da terra.
É que, para nós, a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu corpo glorioso com aquela energia que o torna capaz de a si mesmo sujeitar todas as coisas.
Portanto, meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa e alegria, permanecei assim firmes no Senhor, caríssimos.

Evangelho segundo S. Lucas 9,28b-36.
Naquele tempo, Jesus Cristo tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte para orar.
Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante (sobressaiu a Pessoa que nele habitava, o Filho de Deus).
E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias,
os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte que ia acontecer em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus Cristo e os dois homens que estavam com Ele.
Quando eles iam separar-se de Jesus Cristo, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que estava a dizer.
Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados.
E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.»
Quando a voz se fez ouvir, Jesus Cristo ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto.
São Cirilo de Alexandria
(380-444), bispo, doutor da Igreja Homilias sobre a Transfiguração, 9; PG 77, 1011
«Moisés e Elias [...] falavam da Sua morte que ia acontecer em Jerusalém»
Jesus Cristo subiu à montanha com os três discípulos que escolheu. Depois foi transfigurado por uma luz fulgurante e divina, a ponto de as Suas vestes parecerem brilhar como a luz. Seguidamente, Moisés e Elias envolveram Jesus Cristo, falaram entre eles da Sua partida que haveria de acontecer em Jerusalém, quer dizer, do mistério da Sua incarnação e da Sua Paixão salvadora que haveria de concretizar-se na cruz. Porque é verdade que a lei de Moisés e a pregação dos profetas tinham mostrado antecipadamente o mistério de Jesus Cristo. [...] Esta presença de Moisés e de Elias e a conversa entre eles tinha como objectivo mostrar que a Lei e os profetas formavam como que o cortejo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Senhor que tinham profetizado. [...] Depois de terem aparecido não se calavam, falando da glória de que o Senhor ia ser cumulado em Jerusalém pela Sua Paixão e pela Sua cruz e, sobretudo, pela Sua ressurreição.
Talvez o bem-aventurado São Pedro, acreditando que tinha chegado o Reino de Deus, tenha desejado permanecer na montanha porque disse que deviam fazer «três tendas». [...]. «Não sabia o que estava a dizer» porque ainda não tinha chegado o fim do mundo e não será no tempo presente que os santos usufruirão da esperança que lhes foi prometida. É que São Paulo afirma: «Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao Seu corpo glorioso» (Fil 3, 21).
Uma vez que o projecto da Salvação ainda não estava completo, estando apenas no seu começo, não era possível que Jesus Cristo, que tinha vindo ao mundo por amor, renunciasse a querer sofrer por ele porque Ele manteve a natureza humana para sofrer a morte na Sua carne e para a destruir pela Sua ressurreição de entre os mortos.

Segunda-feira, dia 25 de Fevereiro de 2013

Segunda-feira da 2ª semana da Quaresma

Senhor, Deus grande e poderoso, que és fiel à Aliança e que manténs o teu favor para com os que te amam e guardam os teus mandamentos.
Todos nós pecámos, prevaricámos, praticámos a iniquidade, fomos revoltosos, afastámo-nos dos teus mandamentos e das tuas leis.
Não escutámos os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos chefes, aos nossos pais e a todo o povo da nação.
Para ti, Senhor, a justiça; para nós, a infâmia, como é hoje para as gentes de Judá, para os habitantes de Jerusalém e para todo o Israel, para aqueles que estão perto e aqueles que estão longe em todos os países por onde os espalhaste, em consequência das iniquidades que cometeram contra ti.
Sim, ó Senhor, para nós a vergonha, para os nossos reis, para os nossos chefes, para os nossos pais porque pecámos contra ti.
No Senhor, nosso Deus, a misericórdia e o perdão, pois nos revoltámos contra Ele.
Recusámos escutar a voz do Senhor, nosso Deus; não seguimos as leis que nos propunha pela boca dos seus servos, os profetas.

Livro de Salmos 79(78),8.9.11.13.
Não recordes contra nós
as faltas dos nossos antepassados.

Socorre-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do teu nome;
livra-nos e perdoa-nos pelo amor do teu nome.

Chegue junto de ti
o gemido dos cativos;
pela grande força do teu braço
salva da morte os que estão condenados.

Nós que somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho,
glorificar-te-emos para sempre;
de geração em geração
cantaremos a tua glória.

Evangelho segundo S. Lucas 6,36-38.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa Revelações do Amor Divino, cap. 48
«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
A meu ver, a misericórdia [de Deus] consiste no amor que opera com a doçura e a plenitude da graça, numa superabundante compaixão. Ela põe mãos à obra para nos defender e para que todas as coisas resultem em nosso bem. Desse modo, por amor, permite que em certa medida vacilemos e quanto mais vacilamos, mais caímos e quanto mais caímos, mais morremos. [...] Apesar disso, nunca se separa de nós o doce olhar da piedade e do amor, não cessa nunca a obra da misericórdia.
Vi qual é o bem próprio da misericórdia e o da graça: são dois aspectos de um único amor. A misericórdia é atributo da compaixão, proveniente de uma ternura materna; a graça é atributo da glória, proveniente do majestoso poder do Senhor no mesmo amor. A misericórdia defende, ampara, vivifica e cura e em tudo isso é ternura amorosa; a graça edifica e recompensa infinitamente mais do que o merece quer a nossa vontade quer o nosso trabalho e assim propaga e manifesta a generosidade que Deus, nosso Senhor soberano, nos prodigaliza na Sua maravilhosa afabilidade. Tudo isso provém da abundância do Seu amor, já que a graça transforma a nossa terrível fraqueza em abundante e infinita consolação, a nossa vergonhosa queda em sublime e glorioso reerguer-se, a nossa triste morte em santa e bem-aventurada vida.
Tudo isto vi, por certo: de cada vez que a nossa perversidade neste mundo nos conduz ao sofrimento, à vergonha e à aflição; no céu, ao contrário, a graça nos reconforta e nos conduz à glória e à felicidade e com tal superabundância que, ao chegarmos ao céu e recebermos a recompensa que a graça aí preparou para nós, agradeceremos e bendiremos a Nosso Senhor, ao mesmo tempo que nos alegraremos por termos sofrido tais adversidades. E esse ditoso amor será de tal ordem que conheceremos em Deus certas coisas que nunca teríamos conhecido se não tivéssemos passado por tais provações.

Terça-feira, dia 26 de Fevereiro de 2013

Terça-feira da 2ª semana da Quaresma

Santo do dia : S. Porfírio de Gaza, bispo, +420, Santo Alexandre, bispo, +328
Livro de Isaías 1,10.16-20.
Ouvi a palavra do Senhor, ó príncipes de Sodoma; escutai a lição do nosso Deus, povo de Gomorra:
Lavai-vos, purificai-vos, tirai da frente dos meus olhos a malícia das vossas acções. Cessai de fazer o mal,
aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas.
Vinde agora, entendamo-nos, diz o SENHOR. Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã.
Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra;
se recusardes, se vos revoltardes, sereis devorados pela espada. É o SENHOR quem o declara.»

Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacífícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.

«Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e rejeitas as minhas palavras?

Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar-me?
Pensavas que Eu era igual a ti?
Vou chamar-te a julgamento
e lançar-te tudo isto em rosto!»

Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor;
a quem anda por este caminho
farei participar da salvação de Deus.

Evangelho segundo S. Mateus 23,1-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo falou assim à multidão e aos seus discípulos:
«Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés.
Fazei, pois e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar.
Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos.
Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas.
Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados 'mestres’ pelos homens.
Quanto a vós, não vos deixeis tratar por 'mestres’, pois um só é o vosso Mestre (Jesus Cristo) e vós sois todos irmãos.
E na Terra, a ninguém chameis 'Pai’ porque um só é o vosso 'Pai’: aquele que está no Céu.
Nem permitais que vos tratem por 'doutores’ porque um só é o vosso 'Doutor’ (= médico).
O maior de entre vós será o vosso servo (= o que serve todos; governa todos, mas não se governa).
Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.

Sentenças dos Padres do Deserto (séculos IV-V) Macário 11
«Quem se humilhar será exaltado»
Certo dia, Abba Macário vinha do paul e regressava à cela, trazendo consigo umas folhas de palmeira. Pelo caminho, o demónio veio ao seu encontro com uma foice de ceifeiro e tentou atacá-lo, mas não conseguiu. Disse-lhe então o demónio: «Macário, sofro muitos tormentos por tua causa porque não consigo vencer-te. Contudo, faço tudo o que tu fazes: tu jejuas e eu não como; tu velas e eu não durmo. Há só um aspecto em que me vences.» «Qual?» «A tua humildade. É ela que me impede de te vencer.»

Quarta-feira, dia 27 de Fevereiro de 2013

Quarta-feira da 2ª semana da Quaresma

Os inimigos de Jeremias disseram entre si: «Vinde e tramemos uma conspiração contra Jeremias porque não nos faltará a lei se faltar um sacerdote nem o conselho se faltar um sábio nem a palavra divina por falta de um profeta! Vinde, vamos difamá-lo e não prestemos atenção às suas palavras!»
Senhor, ouve-me! Escuta o que dizem os meus adversários.
É assim que se paga o bem com o mal? Abriram uma cova para me tirarem a vida. Lembra-te de que me apresentei diante de ti a fim de interceder por eles e afastar deles a tua cólera.

Livro de Salmos 31(30),5-6.14.15-16.
Livra-me da cilada que me armaram
porque Tu és o meu refúgio.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.

Na verdade, ouvi os gritos da multidão;
o terror envolveu-me
porque conspiraram contra mim
e decidiram tirar-me a vida.

Mas eu confio em ti, Senhor;
e digo: «Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.»

Evangelho segundo S. Mateus 20,17-28.
Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e disse-lhes:
«Vamos subir a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei que o vão condenar à morte.
Hão-de entregá-lo aos pagãos que o vão escarnecer, açoitar e crucificar, mas Ele ressuscitará ao terceiro dia.»
Aproximou-se então de Jesus Cristo a mãe dos filhos de Zebedeu com os seus filhos e prostrou-se diante dele para lhe fazer um pedido.
«Que queres?» perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.» Jesus Cristo retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.»
Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder.
Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo e
quem, no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo.
Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja Dissertações sobre os Salmos, Sl 121
«Eis que subimos a Jerusalém»
Nos «salmos de subida», o salmista aspira a Jerusalém e diz que quer subir. Subir para onde? Desejará ele alcançar o sol, a lua, as estrelas? Não. É no céu que se encontra a Jerusalém eterna, é lá que vivem os anjos, nossos concidadãos (Heb 12,22). Nesta Terra estamos exilados, longe deles. Ainda a caminho, no exílio, suspiramos; na cidade estremeceremos de alegria.
Durante a viagem encontramos companheiros que já viram essa cidade e que nos encorajam a correr para ela. Eles inspiraram ao salmista um grito de alegria: «Que alegria quando me disseram: 'Vamos para a casa do Senhor!'» (Sl 122,1). [...] Iremos para a casa do Senhor: corramos, pois corramos, pois chegaremos à casa do Senhor. Corramos sem nos cansar; lá não haverá lassidão. Corramos para a casa do Senhor e estremeçamos de alegria com aqueles que nos chamaram e que primeiro contemplaram a nossa pátria. Eles gritam de longe aos que os seguem: «Vamos para a casa do Senhor; caminhai, correi!» Os apóstolos viram a casa e chamam-nos: «Caminhai, correi, segui-nos! Vamos para a casa do Senhor!»
E o que responde cada um de nós? «Que alegria quando me disseram: 'Vamos para a casa do Senhor!'» Regozijei-me com os profetas, regozijei-me com os apóstolos, pois todos eles nos disseram: «Vamos para a casa do Senhor.»

Quinta-feira, dia 28 de Fevereiro de 2013

Quinta-feira da 2ª da Quaresma

Santo do dia : S. Torcato, bispo, séc. I, Beato Daniel Brottier, presbítero, +1936
Livro de Jeremias 17,5-10.
Assim fala o Senhor: Maldito aquele que confia no homem e conta somente com a força humana, afastando o seu coração do Senhor.
Assemelha-se ao cardo do deserto; mesmo que lhe venha algum bem, não o sente, pois habita na secura do deserto, numa terra salobra onde ninguém mora.
Bendito o homem que confia no Senhor, que tem no Senhor a sua esperança.
É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor e a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano e não deixará de dar fruto.
Nada mais enganador que o coração tantas vezes perverso: quem o pode conhecer?
Eu, o Senhor, penetro os corações e sondo as entranhas a fim de recompensar cada um pela sua conduta e pelos frutos das suas acções.

Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
antes põe o seu enlevo na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como a árvore plantada à beira da água corrente:
dá fruto na estação própria
e a sua folhagem não murcha;
em tudo o que faz é bem sucedido.

Mas os ímpios não são assim!
São como a palha que o vento leva.
O Senhor conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.

Evangelho segundo S. Lucas 16,19-31.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos fariseus: «Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os dias esplêndidos banquetes.
Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas.
Bem desejava ele saciar-se com o que caía da mesa do rico; mas eram os cães que vinham lamber-lhe as chagas.
Ora o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
Na morada dos mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e também Lázaro no seu seio.
Então ergueu a voz e disse: 'Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro para molhar em água a ponta de um dedo e refrescar-me a língua porque estou atormentado nestas chamas.'
Abraão respondeu-lhe: 'Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora ele é consolado enquanto tu és atormentado.
Além disso, entre nós e vós há um grande abismo, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo nem tão pouco vir daí para junto de nós.'
O rico insistiu: 'Peço-te, pai Abraão, que envies Lázaro à casa do meu pai, pois tenho cinco irmãos;
que os previna a fim de que não venham também para este lugar de tormento.'
Disse-lhe Abraão: 'Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!'
Replicou-lhe ele: 'Não, pai Abraão; se algum dos mortos for ter com eles, hão-de arrepender-se.'
Abraão respondeu-lhe: 'Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos.'»

Santo Isaac, o Sírio (século VII), monge em Nínive, perto de Mossul Discurso, 1 ª Série, n º 84
«Sofro terrivelmente nesta fornalha»
Quanto a mim, penso que aqueles que são atormentados no inferno o são pelos golpes do amor, pois não há coisa mais amarga e mais violenta que os tormentos do amor! Os que sentem que pecaram contra o amor carregam consigo uma condenação bem maior que as mais temidas punições. O sofrimento inscrito no coração pelo pecado contra o amor é mais dilacerante que qualquer outro tormento.
É completamente absurdo pensar que os pecadores do inferno estão privados do amor de Deus. O amor é filho do conhecimento da verdade que é dado na sua totalidade. Pelo seu próprio poder, o amor age de duas maneiras: atormenta os pecadores, como acontece aqui na Terra um amigo atormentar outro amigo e regozija-se com os que fazem o que devem fazer. Em minha opinião, o tormento do inferno é o remorso. Mas as almas dos que estão no alto estão na embriaguez do deleite.

Sexta-feira, dia 01 de Março de 2013

Sexta-feira da 2ª semana da Quaresma

Jacob preferia José aos seus outros filhos porque era o filho da sua velhice e mandara-lhe fazer uma túnica comprida.
Os irmãos, vendo que o pai o amava mais do que a todos eles, ganharam-lhe ódio e não podiam falar-lhe amigavelmente.
Um dia, os irmãos de José conduziram os rebanhos de seu pai para Siquém.
E Israel disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. Prepara-te, pois quero enviar-te para junto deles.» José respondeu: «Estou pronto.»
Eles viram-no de longe e, antes que se aproximasse, fizeram planos para o matar.
Disseram uns aos outros: «Eis que se aproxima o homem dos sonhos (= que tem visões).
Vamos, matemo-lo, atiremo-lo a qualquer cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos então como se realizarão os seus sonhos.»
Rúben ouviu-os e quis salvá-lo das suas mãos. Então disse: «Não atentemos contra a sua vida.»
Rúben disse ainda: «Não derrameis sangue! Atirai-o à cisterna que está no deserto, mas não levanteis a mão contra ele.» O seu intento era livrá-lo das suas mãos para o fazer regressar ao seu pai.
Quando José chegou junto dos irmãos, estes despojaram-no da túnica comprida que usava
e, agarrando-o, lançaram-no à cisterna. Esta estava vazia e sem água.
Depois, sentaram-se para comer. Erguendo, porém os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Guilead. Os camelos estavam carregados de aroma, de bálsamo e láudano que levavam para o Egipto.
Judá disse aos irmãos: «Que vantagem tiramos da morte de nosso irmão, ocultando o seu sangue?
Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas e que a nossa mão não caia sobre ele porque é nosso irmão e da nossa família.» E os irmãos consentiram.
Passaram por ali alguns negociantes madianitas que conseguiram tirar José da cisterna e eles venderam-no aos ismaelitas por vinte moedas de prata. Estes levaram José para o Egipto.

Livro de Salmos 105(104),16-17.18-19.20-21.
Deus fez cair a fome sobre a Terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Enviou diante deles um homem,
José, que foi vendido como escravo.

Apertaram-lhe os pés com grilhões
e puseram-lhe uma argola de ferro ao pescoço
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor lhe deu razão.

Então o rei deu ordens para que o soltassem,
o soberano dos povos pô-lo em liberdade.
Nomeou-o mordomo da sua casa
e administrador de todos os seus bens.

Evangelho segundo S. Mateus 21,33-43.45-46.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Escutai outra parábola: Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe.
Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros para receberem os frutos que lhe pertenciam.
Os vinhateiros, porém apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros e trataram-nos da mesma forma.
Finalmente enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: 'Hão-de respeitar o meu filho.’,
mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’
E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Ora bem, quando vier o dono da vinha que fará àqueles vinhateiros?»
Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.»
Jesus Cristo disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos.
Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados.
Embora procurassem meio de o prender, temeram o povo que o considerava profeta.

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir Contra as heresias, IV 36, 2-3; SC 100
A vinha de Deus
Ao modelar Adão com o pó da terra (Gn 2,7) e ao eleger patriarcas, Deus plantou a vinha do género humano. Depois confiou-a a vinhateiros pelo dom da Lei transmitida por Moisés. Cercou essa vinha com uma sebe, isto é, circunscreveu a terra que eles teriam de cultivar; construiu uma torre, ou seja, escolheu Jerusalém; montou um lagar, ou seja, preparou os que iam receber o Espírito profético e enviou-lhes profetas, antes do exílio de Babilónia e, após o exílio, outros ainda em maior número para reclamarem os frutos e para lhes dizerem [...]: «Endireitai os vossos caminhos e emendai as vossas obras» (Jr 7,3); praticai uma verdadeira justiça e excedei-vos em bondade e compaixão, cada um para com seu irmão. Não oprimais a viúva e o órfão, o estrangeiro e o pobre e não formeis nos vossos corações maus desígnios uns para com os outros» (Zac 7,9-10) [...]; «lavai-vos, purificai-vos, tirai da frente dos Meus olhos a malícia das vossas acções; [...] aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos» (Is 1,16-17). […]
Tais eram as prédicas por que os profetas reclamavam o fruto da justiça. Mas como as multidões continuassem incrédulas, enviou-lhes finalmente o Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, a Quem os perversos vinhateiros mataram e lançaram para fora da vinha. Razão por que Deus a confiou – não a circunscrevendo já, antes a abrindo ao mundo inteiro – a outros vinhateiros para que estes Lhe entregassem o fruto na altura devida. A torre da eleição eleva-se por toda a Terra no seu esplendor porque por toda a Terra a Igreja resplandece; por toda a Terra surge também erecto o lagar porque por toda a Terra estão aqueles que recebem o Espírito de Deus. […]
Por isso dizia o Senhor aos Seus discípulos para fazer de nós bons obreiros: «Que os vossos corações não se tornem pesados com a devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida [...]; velai, pois orando continuamente» (Lc 21,34.36). [...] «Estejam apertados os vossos cintos e acesas as vossas lâmpadas. Sede semelhantes aos homens que esperam o seu senhor» (Lc 12,34-36).

Sábado, dia 02 de Março de 2013

Sábado da 2ª semana da Quaresma

Santo do dia : Santa Inês de Praga, religiosa, +1282, S. Simplício, papa, +483 Livro de Miqueias 7,14-15.18-20.
Apascenta com o cajado o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam isolados nas florestas no meio dos prados. Sejam eles apascentados em Basã e Guilead, como nos dias antigos.
Mostra-nos os teus prodígios como nos dias em que nos tiraste do Egipto.
Qual é o Deus que, como Tu, apaga a iniquidade e perdoa o pecado do resto da sua herança? Não se obstina na sua cólera porque prefere a bondade.
Uma vez mais, terá compaixão de nós, apagará as nossas iniquidades e lançará os nossos pecados ao fundo do mar.
Mostrarás a tua fidelidade a Jacob e a tua bondade a Abraão como juraste a nossos pais, desde os tempos antigos.

Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.9-10.11-12.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

É Ele quem perdoa as tuas culpas
e cura todas as tuas enfermidades.
É Ele quem resgata a tua vida do túmulo
e te enche de graça e de ternura.

Não está sempre a repreender-nos
nem a sua ira dura para sempre.
Não nos tratou segundo os nossos pecados
nem nos castigou segundo as nossas culpas.

Como é grande a distância dos céus à Terra
assim são grandes os seus favores para os que O adoram.
Como o Oriente está afastado do Ocidente
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.

Evangelho segundo S. Lucas 15,1-3.11-32.
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus Cristo para O ouvirem.
Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.»
Jesus Cristo propôs-lhes então esta parábola:
Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.' E o pai repartiu os bens entre os dois.
Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía (= pródigo), numa vida desregrada.
Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.
Então foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
E, caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti;
já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.'
E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.
O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.'
Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos
porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.' e a festa principiou.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo porque chegou são e salvo.'
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse.
Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos
e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.'
O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu, é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'»

Bento XVI, Papa de 2005 a 2013 Encíclica «Deus Caritas Est» §§ 12-13 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.»
A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias, mas na própria figura de Jesus Cristo que dá carne e sangue aos conceitos — um incrível realismo. Já no Antigo Testamento, a novidade bíblica não consistia simplesmente em noções abstractas, mas na acção imprevisível e, de certa forma, inaudita de Deus. Esta acção de Deus ganha agora a sua forma dramática devido ao facto de que, em Jesus Cristo, o próprio Deus vai atrás da «ovelha perdida» (Lc 15,1ss.), a humanidade sofredora e transviada. Quando Jesus Cristo fala, nas Suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas de uma explicação do Seu próprio ser e agir. Na Sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-Se de Deus contra Si próprio, com o qual Ele Se entrega para levantar o homem e salvá-lo — o amor na sua forma mais radical. O olhar fixo no lado trespassado de Jesus Cristo de que fala João (cf 19,37) compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: «Deus é amor» (1 Jo 4,8). É aí que esta verdade pode ser contemplada. E, partindo daí, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e do seu amar.
Jesus Cristo deu a este acto de oferta uma presença duradoura através da instituição da Eucaristia durante a Última Ceia. Antecipa a Sua morte e ressurreição, entregando-Se já a Si mesmo naquela hora aos Seus discípulos, no pão e no vinho, Seu corpo e sangue [...]. A Eucaristia arrasta-nos no acto oblativo de Jesus Cristo. [...] A «mística» do Sacramento que se funda no abaixamento de Deus até nós, é de um alcance muito diverso e conduz muito mais alto do que qualquer mística elevação do homem que este poderia realizar.

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