sábado, 3 de março de 2012

Cristianismo 48

= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Mais uma vez, no caminho de preparação para a mais importante festa do calendário cristão, a Igreja nos propõe um tempo de preparação – de penitência e de escuta da palavra, de acolhimento do plano de Deus e de atenção aos irmãos.

Neste ano de 2012, os textos que nos serão apresentados ao longo destas cinco semanas, mostram-nos um percurso claro e definido: Deus quer oferecer-nos um mundo onde a felicidade é possível (1º domingo) e a sua Palavra ensina-nos o caminho (2º domingo), Palavra que nos chama à conversão e à renovação (3º domingo). Aceitar esta Palavra implica, pois mudar de vida. Fiquemos, contudo certos do amor de Deus, gratuito e incondicional (4º domingo). Quanto a nós, temos de estar atentos ao seu plano de salvação e ir ao encontro dos outros, no amor e no serviço (5º domingo).

A “nova evangelização” a que a Igreja nos convida a todos nesta Quaresma impele-nos a não guardarmos este segredo do amor misericordioso de Deus e a partilhá-lo à nossa volta.

Com os votos de uma Santa Quaresma, saúda-vos com amizade

a equipa do Evangelho Quotidiano para a língua portuguesa

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Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Sexta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2012

Sexta-feira depois das Cinzas


Santo do dia : S. Sérgio, mártir, +304, S. Lázaro, monge, séc. IX Livro de Isaías 58,1-9a.

Eis o que diz o Senhor Deus: «Grita em voz alta, sem te cansares. Levanta a tua voz como uma trombeta. Denuncia ao meu povo as suas faltas, aos descendentes de Jacob, os seus pecados.
Consultam-me dia após dia, mostram desejos de conhecer o meu caminho como se fosse um povo que praticasse a justiça e não abandonasse a lei de Deus. Pedem-me sentenças justas, querem aproximar-se de Deus.
Dizem-me: «Para quê jejuar, se vós não fazeis caso? Para quê humilhar-nos, se não prestais atenção?» É porque no dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios e oprimis todos os vossos empregados.
Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó nem piedade. Não jejueis como tendes feito até hoje, se quereis que a vossa voz seja ouvida no alto.
Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza? Podeis chamar a isto jejum e dia agradável ao SENHOR?
O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão,
repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão.
Então a tua luz (aura) surgirá como a aurora e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente e a glória do SENHOR atrás de ti.
Então invocarás o SENHOR e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!»
Livro de Salmos 51(50),3-4.5-6a.18-19.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.-
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.-
Reconheço as minhas culpas
e tenho sempre diante de mim os meus pecados.
Contra ti pequei, só contra ti,
fiz o mal diante dos teus olhos.-
Não te comprazes nos sacrifícios
nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito;
ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido.
Evangelho segundo S. Mateus 9,14-15.

Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Ele e perguntaram-Lhe: «Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias em que lhes será tirado o esposo e então hão-de jejuar.»

São Romano Melodista (? – c. 560), compositor de hinos Hino «Adão e Eva», 1-5

«Então hão-de jejuar»

Entrega-te, minha alma, ao arrependimento; une-te a Jesus Cristo pela razão e, gemendo, grita: Concede-me o perdão das minhas faltas para que de Ti receba, Tu só que és bom (Mc 10,18), a absolvição e a vida eterna. […]

Moisés e Elias, essas torres de fogo, foram grandes nas suas obras. [...] Foram os primeiros de entre os profetas a falar livremente a Deus e a comprazer-se em d'Ele se aproximar para Lhe rezar e falar face a face (Ex 34,6; 1Rs 19,13), facto admirável e incrível e, apesar disso, não deixaram de recorrer ao jejum que os unia a Deus (Ex 34,28; 1Rs 19,8). Assim, tal como as obras, o jejum conduz à vida eterna.

Pelo jejum são os demónios afastados como pela espada porque lhe não suportam os benefícios: o que eles adoram são a folia e a embriaguez. Por isso, ao olharem o rosto do jejum, não podem tolerá-lo e fogem para bem longe como nos ensina o Senhor, nosso Deus: «estes demónios podem ser expulsos pelo jejum e pela oração» (Mc 9,28 Vulg.). É por isso que o jejum nos traz a vida eterna. […]

O jejum devolve aos que o seguem a habitação paterna donde Adão foi expulso. [...] Foi o próprio Deus, o amigo dos homens (Sb 7,14 Vulg.), que confiou o homem ao jejum como a uma mãe extremosa ou a um mestre, tendo-o proibido de provar apenas duma árvore (Gn 2,17)

Tivesse o homem observado esse jejum e viveria para sempre com os anjos. Ao rejeitá-lo, causou para si a dor e a morte, a fereza dos espinhos e das silvas e a angústia duma vida dolorosa (Gn 3,17ss.) Ora se o jejum se revelou proveitoso no Paraíso, quanto mais o não será neste mundo para nos proporcionar a vida eterna!

Sábado, dia 25 de Fevereiro de 2012

Sábado depois das Cinzas



Eis o que diz o Senhor:« Se tirares do meio de ti toda a opressão, os gestos que ameaçam e as palavras ofensivas,
se repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na tua escuridão e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia.
O SENHOR te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis.
Reconstruirás ruínas antigas, levantarás sobre antigas fundações. Serás chamado: «Reparador de brechas, restaurador de casas em ruínas.»
Se te abstiveres de trabalhar ao sábado, de te ocupares dos teus negócios no meu dia santo, se chamares ao sábado a tua delícia, consagrando-o à glória do SENHOR; se o solenizares, abstendo-te de viagens, de procurares os teus interesses e de tratares dos teus negócios,
então encontrarás a tua felicidade no SENHOR. Far-te-ei desfilar sobre as alturas da Terra, alimentar-te-ei com a herança do teu pai Jacob. É o próprio SENHOR quem o diz!
Livro de Salmos 86(85),1-2.3-4.5-6.

Inclina, Senhor, os teus ouvidos e responde-me
porque estou triste e necessitado.
Protege a minha vida porque Te sou fiel;
salva o teu servo que em Ti confia.-
Senhor, tem compaixão de mim
que a Ti clamo todo o dia.
Alegra o espírito do teu servo,
pois para Ti, Senhor, elevo a minha alma.-
Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente,
cheio de misericórdia para quantos Te invocam.
Senhor, ouve a minha oração,
atende os gritos da minha súplica.
Evangelho segundo S. Lucas 5,27-32.

Naquele tempo, Jesus Cristo viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no posto de cobrança e disse-lhe: «Segue-me.»
E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o.
Levi ofereceu-lhe, em sua casa, um grande banquete e encontravam-se com eles à mesa grande número de cobradores de impostos e de outras pessoas.
Os fariseus e os doutores da Lei murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?»
Jesus Cristo tomou a palavra e disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes.
Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores.»

São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém e doutor da Igreja Catequeses baptismais, n°1

«E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-O»: a Quaresma conduz ao baptismo

Vós sois catecúmenos, sois aqueles que se preparam para o baptismo, discípulos da Nova Aliança e já participantes dos mistérios de Jesus Cristo, pelo chamamento e também pela graça. Foi-vos dado «um coração novo e um espírito novo» (Ez 18,31) para alegria dos habitantes dos céus. Se efectivamente, de acordo com o Evangelho, a conversão de um só pecador provoca esta alegria (Lc 15,7), quanto mais a salvação de tantas almas não incitará ao júbilo dos habitantes dos céus?

Empreendestes uma boa e muito bela viagem: aplicai-vos a percorrer o caminho com fervor. O Filho Único de Deus está pronto a resgatar-vos: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos que Eu hei-de aliviar-vos» (Mt 11,28). Vós que soçobrais sob o pecado, presos pelas cadeias das vossas faltas, ouvi o que diz a voz de um profeta: «Lavai-vos, purificai-vos, tirai da frente dos meus olhos a malícia das vossas acções» (Is 1,16) para que o coro dos anjos vos apregoe: «Feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado» (Sl 31,1) Vós que acabais precisamente de acender as lâmpadas da fé, que as vossas mãos diligentes guardem a chama de modo que Aquele que, na nossa santíssima colina do Gólgota, abriu pela fé o paraíso ao ladrão (Lc 23,43), vos conceda cantar o cântico nupcial.

Se alguém é escravo do pecado que se prepare, através da fé baptismal, para o novo nascimento que fará dele um homem livre, um dos filhos de adopção. Que abandone a lamentável escravidão dos seus pecados para adquirir a bem-aventurada escravidão do Senhor. [...] Adquiri pela fé «os primeiros dons do Espírito Santo» (2Co 5,5) a fim de poderdes ser recebidos na morada eterna; recebei o sacramento que vos marcará, tornando-vos íntimos do Mestre.

Domingo, dia 26 de Fevereiro de 2012

1º Domingo da Quaresma - Ano B



Deus disse a Noé e a seus filhos:
«Vou estabelecer a minha aliança convosco, com a vossa descendência futura
e com os demais seres vivos que vos rodeiam: as aves, os animais domésticos, todos os animais selvagens que estão convosco, todos aqueles que saíram da arca.
Estabeleço convosco esta aliança: não mais criatura alguma será exterminada pelas águas do dilúvio e não haverá jamais outro dilúvio para destruir a Terra.»
E Deus acrescentou: «Este é o sinal da aliança que faço convosco, com todos os seres vivos que vos rodeiam e com as demais gerações futuras:
coloquei o meu arco (Arco da Velha [Aliança]) nas nuvens para que seja o sinal da aliança entre mim e a Terra.
Quando cobrir a Terra de nuvens e aparecer o arco nas nuvens,
recordar-me-ei da aliança que firmei convosco e com todos os seres vivos da Terra e as águas do dilúvio não voltarão mais a destruir todas as criaturas.
Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.

Mostra-me, Senhor, os teus caminhos
e ensina-me as tuas veredas.-
Dirige-me na tua verdade e ensina-me
porque Tu és o Deus, meu salvador.-
Lembra-te, Senhor, da tua compaixão
e do teu amor, pois eles existem desde sempre.
Lembra-te de mim, Senhor,
pelo teu amor e pela tua bondade.-
O Senhor é bom e justo;
ensina o caminho aos pecadores,
guia os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer o seu caminho.
1ª Carta de S. Pedro 3,18-22.

Caríssimos: Jesus Cristo padeceu pelos pecados, de uma vez para sempre –o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Morto na carne, mas vivificado no espírito.
Foi então que foi pregar também aos espíritos cativos,
outrora incrédulos, no tempo em que, nos dias de Noé, Deus os esperava pacientemente enquanto se construía a Arca; nela poucas pessoas – oito apenas – se salvaram por meio da água.
Isto era uma figura do baptismo que agora vos salva, não por limpar impurezas do corpo, mas pelo compromisso com Deus de uma consciência honrada, em virtude da ressurreição de Jesus Cristo,
que, tendo subido ao Céu, está sentado à direita de Deus e a Ele se submeteram Anjos, Dominações e Potestades.
Evangelho segundo S. Marcos 1,12-15.

Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus Cristo para o deserto.
E ficou no deserto quarenta dias. Era tentado por Satanás, estava entre as feras e os anjos serviam-no.
Depois de João ter sido preso, Jesus Cristo foi para a Galileia e proclamava o Evangelho de Deus,
dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.»

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Comentário sobre o Cântico dos Cânticos, III, 27-33

«Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo»

A vida dos mortais está cheia de armadilhas que nos fazem tropeçar, está cheia de redes de enganos [...]. E como o inimigo teceu essas redes por todo o lado e nelas apanhou quase todos os homens (e mulheres), era necessário que aparecesse Alguém mais forte para as dominar, as romper e para trilhar o rumo àqueles que O seguissem. Eis porque, antes de vir unir-se à Igreja como Sua esposa (Seus filhos), também o Salvador foi tentado pelo diabo. [...] Ensinava desta maneira à Igreja que não seria por ociosidade e prazer, mas através de provações e tentações que ela haveria de chegar a Jesus Cristo.

Mais ninguém poderia, de facto, triunfar daquelas teias. Porque «todos pecaram» como está escrito (Rm 3, 23) [...]; Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo foi o único que «não cometeu pecado» (1Pe 2,22), mas o Pai «O fez pecado por nós» (2Co 5,21). [...] «De facto, Deus fez o que era impossível à Lei por estar sujeita à fraqueza da carne: ao enviar o Seu próprio Filho, em carne idêntica à do pecado e como sacrifício de expiação pelo pecado, condenou o pecado na carne» (Rm 8,3). Jesus Cristo entrou, portanto naquelas teias, mas foi o único a não ficar nelas enleado. Mais ainda, tendo-as rompido e rasgado, deu confiança à Igreja de tal forma que ela ousou, a partir de então, calcar aos pés as armadilhas, libertar-se das teias e dizer cheia de alegria: «A nossa vida escapou como um pássaro do laço de caçadores; rompeu-se o laço e nós libertámo-nos» (Sl 123,7).

Também Ele sucumbiu à morte, mas voluntariamente e não, como nós, pela sujeição do pecado. Porque Ele foi o único a ter sido libertado de «entre os mortos» (Sl 87,6, LXX) e porque estava livre entre os mortos, venceu «aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo» (Heb 2,14) e levou-lhe os «cativos em cativeiro» (Ef 4,8) que estavam prisioneiros na morte. Não só Ele próprio ressuscitou dos mortos como simultaneamente «nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Jesus Cristo» (Ef 2,5ss); «ao subir às alturas, levou cativos em cativeiro» (Ef 4,8).

Segunda-feira, dia 27 de Fevereiro de 2012

Segunda-feira da 1ª semana da Quaresma
Santo do dia :
S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores, confessor, +1862, S. Leandro, bispo, +600 Livro de Levítico 19,1-2.11-18.

O Senhor disse a Moisés:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos porque Eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.
Não furtareis, não mentireis, nem enganareis em detrimento de um compatriota.
Não jurareis falso, em meu nome; desse modo profanareis o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor.
Não roubarás nem furtarás nada ao teu próximo; o salário do jornaleiro não passará a noite em teu poder até à manhã seguinte.
Não insultarás um surdo, não colocarás tropeços diante de um cego. Tem fé no teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não cometerás injustiças nos julgamentos. Não prejudicarás o pobre, nem serás complacente para com o poderoso. Julgarás o teu compatriota com imparcialidade.
Não semearás o mal no meio do teu povo. Não peças o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor.
Não odiarás o teu próximo no teu coração; mas repreende o teu compatriota para não caíres em pecado por causa dele.
Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.
Livro de Salmos 19(18),8.9.10.15.

A lei do Senhor é perfeita,
reconforta o espírito;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria ao homem simples.-
Os mandamentos do Senhor são rectos,
alegram o coração;
os preceitos do Senhor são claros,
iluminam os olhos.-
O amor do Senhor é puro,
permanece para sempre.
As sentenças do Senhor são verdadeiras,
todas elas são justas.-
Aceita, com bondade, as palavras da minha boca
e estejam na tua presença
os murmúrios do meu coração,
ó Senhor, meu refúgio e meu libertador.
Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando o Filho do Homem vier na sua glória acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória.
Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas: umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
À sua direita, porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos.
O Rei dirá então aos da sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo
porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me,
estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’
Então os justos vão responder-lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos peregrino e te recolhemos ou nu e te vestimos?
E quando te vimos doente ou na prisão e fomos visitar-te?’
E o Rei vai dizer-lhes em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’
Em seguida dirá aos da esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno (interior da Terra onde corre a lava incandescente) que está preparado para o diabo e para os seus anjos!
Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber,
era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ (porque o egoísmo prevaleceu à comunhão)
Por sua vez, eles perguntarão: 'Quando foi que te vimos com fome ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão e não te socorremos?’
Ele responderá então: 'Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
Estes irão para o suplício eterno e os justos, para a vida eterna.»

A Bem-Aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade Jesus, the Word to Be Spoken, cap. 8

«Foi a Mim mesmo que o fizestes»

Jesus disse: «O que fizerdes ao mais pequeno dos vossos irmãos é a Mim que o fazeis. Quando recebeis uma criança, é a Mim que recebeis. Se em Meu nome oferecerdes um copo de água, é a Mim que o fazeis» (Mc 9,37; Mt 10,42). E para ter a certeza de que tínhamos entendido bem o que Ele disse, afirmou que é assim que seremos julgados na hora de nossa morte: «Tive fome e destes-me de comer, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir».

Não se trata apenas de uma fome de pão; é uma fome de amor. A nudez não diz respeito apenas ao vestuário; a nudez é também a falta de dignidade humana e desta magnifica virtude que é a pureza tal como a falta de respeito duns pelos outros. Estar sem abrigo não é só não ter casa; estar sem abrigo é também ser rejeitado, excluído, mal amado.

Terça-feira, dia 28 de Fevereiro de 2012

Terça-feira da 1ª semana da Quaresma


Santo do dia : S. Torcato, bispo, séc. I, Beato Daniel Brottier, presbítero, +1936 Livro de Isaías 55,10-11.

Assim fala o Senhor: «Assim como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir para que dê semente ao semeador e pão para comer,
o mesmo sucede à palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia sem ter realizado a minha vontade e sem cumprir a sua missão.
Livro de Salmos 34(33),4-5.6-7.16-17.18-19.

Enaltecei comigo o Senhor;
exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele respondeu-me,
livrou-me de todos os meus temores.-
Aqueles que o contemplam ficam radiantes,
não ficarão de semblante abatido.
Quando um pobre invoca o Senhor,
Ele atende-o e liberta-o das suas angústias.-
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor.
A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores
para apagar da Terra a sua memória.-
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.
O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.
Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos:« Nas vossas orações, não sejais como os gentios que usam de vãs repetições porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos.
Não façais como eles porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.»
«Rezai, pois assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino; faça-se a tua vontade como no Céu assim também na Terra.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia;
perdoa as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós.
Se, porém não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja Manuscrito autobiográfico C, 25 r°-v°

«Rezai, pois assim: 'Pai Nosso'»

Fora do serviço divino que sou muito indigna de recitar, não tenho coragem para me obrigar a procurar nos livros belas orações; isso faz-me doer a cabeça, há tantas... e todas tão belas, tanto umas como as outras...

Não quereria, contudo a minha Madre, que pensásseis que recito sem devoção as orações feitas em comum no coro ou nas ermidas. Pelo contrário, gosto muito das orações em comum, pois Jesus Cristo prometeu estar no meio daqueles que se reúnem em Seu nome (Mt 18,19-20). Sei que então o fervor das minhas irmãs faz as vezes do meu; mas rezar o terço sozinha (envergonho-me de o confessar) custa-me mais do que pôr um instrumento de penitência... Reconheço que o rezo tão mal! Por mais que me esforce por meditar os mistérios do rosário, não consigo concentrar a atenção... Durante muito tempo, desolei-me por essa falta de devoção que me surpreendia, pois amo tanto a Santíssima Virgem que me deveria ser fácil rezar em sua honra orações que lhe são agradáveis. Agora desolo-me menos, pois penso que a Rainha dos Céus, sendo minha Mãe, verá a minha boa vontade e contentar-se-á com ela.

Algumas vezes, quando o meu espírito está numa secura tão grande que me é impossível arrancar-lhe algum pensamento para me unir a Deus, recito muito devagarinho um Pai Nosso e depois a saudação angélica [«Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Lc 1,28]. Então estas orações encantam-me, alimentam muito mais a minha alma do que se as tivesse recitado precipitadamente uma centena de vezes...

Quarta-feira, dia 29 de Fevereiro de 2012

Quarta-feira da 1ª semana da Quaresma


Santo do dia : S. Gregório de Narek, religioso, +1010 Livro de Jonas 3,1-10.

A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas nestes termos:
«Levanta-te e vai a Nínive, à grande cidade e apregoa nela o que Eu te ordenar.»
Jonas levantou-se e foi a Nínive segundo a ordem do Senhor. Nínive era uma cidade imensamente grande e eram precisos três dias para a percorrer.
Jonas entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: «Dentro de quarenta dias Nínive será destruída.»
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor.

A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Em seguida, foi publicado na cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas não comam nada, não sejam levados a pastar nem bebam água.
Os homens e animais cubram-se de roupas grosseiras e clamem a Deus com força; converta-se cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos.

Quem sabe se Deus não se arrependerá e acalmará o ardor da sua ira, de modo que não pereçamos?»
Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez.
Livro de Salmos 51(50),3-4.12-13.18-19.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.-
Cria em mim, ó Deus, um coração puro;
renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afastes da tua presença,
nem me prives do teu santo espírito!-
Não te comprazes nos sacrifícios
nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito;
ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido.

Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.

Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus Cristo e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum a não ser o de Jonas.
Pois assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas assim o será também o Filho do Homem para esta geração.

A rainha do Sul há-de levantar-se na altura do juízo contra os homens desta geração e há-de condená-los porque veio dos confins da Terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora aqui está quem é maior do que Salomão!
Os ninivitas hão-de levantar-se na altura do juízo contra esta geração e hão-de condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora aqui está quem é maior do que Jonas.»

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 37; PL 52, 304-306

O sinal de Jonas

Toda a história de Jonas no-lo revela como uma prefiguração perfeita do Salvador. [...] Jonas desceu a Jafa para apanhar um barco com destino a Tarsis [...]; o Senhor desceu do céu à Terra, a divindade à humanidade, a Potestade soberana desceu até à nossa miséria [...] para embarcar no navio da Sua Igreja [...].

É o próprio Jonas que toma a iniciativa de se deitar ao mar: «Pegai em mim e lançai-me ao mar»; anuncia assim a paixão voluntária do Senhor. Quando a salvação de uma multidão depende da morte de um só, essa morte está nas mãos do homem que tem o poder de a atrasar ou, pelo contrário, de a apressar, antecipando-se ao perigo. Todo o mistério do Senhor está aqui prefigurado. Para Ele, a morte não é uma necessidade; releva da Sua livre iniciativa. Escutai-O: «Ninguém Ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar» (Jo 10,18) […]

Reparai no enorme peixe, imagem horrível e cruel do inferno. Ao devorar o profeta, sente a força do Criador [...] e oferece com medo a este viajante vindo do alto a permanência nas suas entranhas. [...] E três dias depois, [...] dá-o à luz para o dar aos pagãos. [...] Foi este o sinal, o único sinal, que Jesus Cristo consentiu em dar aos escribas e aos fariseus (Mt 12,39) para lhes fazer compreender que a glória que esperavam lhes viesse de Jesus Cristo iria também voltar-se para os pagãos: os ninivitas são o símbolo das nações que creram n'Ele. [...] Que felicidade para nós, meus irmãos! Nós veneramos, vemos e possuímos, face a face e em toda a Sua verdade, Aquele que tinha sido anunciado e prometido simbolicamente.

Quinta-feira, dia 01 de Março de 2012

Quinta-feira da 1ª da Quaresma



Naqueles dias, a rainha Ester, tomada de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor
e fez esta súplica ao Senhor, Deus de Israel: «Meu Senhor, nosso único Rei, vinde socorrer-me porque estou só e não tenho outro auxílio senão Vós
e corre perigo a minha vida.

Desde criança, ouvi dizer na minha tribo paterna que Vós, Senhor, escolhestes Israel entre todos os povos e os nossos pais entre os seus antepassados para serem a vossa herança perpétua e cumpristes tudo o que lhes tínheis prometido.
Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação. Fortalecei-me, Rei dos deuses e Senhor dos poderosos.
Ponde em meus lábios palavras harmoniosas quando estiver na presença do leão e mudai o seu coração para que deteste o nosso inimigo e o arruíne com todos os seus cúmplices.
Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor».
Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.7c-8.

Agradeço-Te, Senhor, de todo o coração
porque ouviste as palavras da minha boca.
Na presença dos anjos
hei-de cantar-Te e adorar-Te
voltado para o teu santo templo.-
Hei-de louvar o teu nome
pela tua bondade e pela tua fidelidade
porque foste mais além das tuas promessas.
Quando te invoquei, atendeste-me
e aumentaste as forças da minha alma.-
A tua mão direita me salvará,
o Senhor completará
o que em meu auxílio começou.
Senhor, a tua bondade é eterna,
não abandones a obra das tuas mãos.
Evangelho segundo S. Mateus 7,7-12.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Pedi e ser-vos-á dado; procurai e encontrareis; batei e hão-de abrir-vos.
Pois quem pede, recebe e quem procura, encontra e ao que bate, hão-de abrir.
Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem.»
«Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles porque isto é a Lei e os Profetas.»

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilias sobre a incompreensibilidade de Deus, n° 5

«Quem pede recebe»

A oração é uma arma poderosa, um tesouro indestrutível, uma riqueza inesgotável, um porto ao abrigo das tempestades, um reservatório de calma; a oração é a raiz, a fonte e a mãe de bens consideráveis. [...] Mas a oração de que falo não é medíocre nem negligente; é uma oração ardente que brota do sofrimento da alma e do esforço do espírito. Eis a oração que sobe aos céus. [...] Escuta o que diz o escritor sagrado: «Ao Senhor, no meio da angústia, eu clamo e Ele me ouve» (Sl 119,1). Aquele que ora assim na sua angústia poderá, após a oração, desfrutar na sua alma de uma grande alegria. […]

Por «oração» entendo não aquela que se encontra apenas na boca, mas a que brota do fundo do coração. Como as árvores cujas raízes estão profundamente enterradas, não se quebram nem são arrancadas mesmo que os ventos desencadeiem mil assaltos contra elas porque a suas raízes estão fortemente presas nas profundezas da terra. Também as orações que vêm do fundo do coração, assim enraizadas, sobem ao céu com toda a segurança e não são desviadas por nenhum pensamento de falta de segurança ou de mérito. É por isso que o salmista diz: «Do fundo do abismo, clamo a vós, Senhor» (Sl 129,1). […]

Se o facto de contares aos homens os teus infortúnios pessoais e descreveres as provações por que passaste traz algum alívio à tua desventura, como se através das palavras se exalasse uma brisa refrescante; com muito mais razão se falares ao Senhor dos sofrimentos da tua alma encontrarás consolo e conforto em abundância! De facto, muitas vezes os homens dificilmente suportam aqueles que vêm lamentar-se e chorar para o pé de si: afastam-se e repelem-nos. Mas Deus não age assim; pelo contrário, Ele faz com que te aproximes e abraça-te; mesmo que passes o dia inteiro a narrar os teus infortúnios, ficará ainda mais disposto a amar-te e a acolher favoravelmente as tuas súplicas.

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