quarta-feira, 21 de março de 2012

Cristianismo 50


= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Mais uma vez, no caminho de preparação para a mais importante festa do calendário cristão, a Igreja nos propõe um tempo de preparação – de penitência e de escuta da palavra, de acolhimento do plano de Deus e de atenção aos irmãos.

Neste ano de 2012, os textos que nos serão apresentados ao longo destas cinco semanas, mostram-nos um percurso claro e definido: Deus quer oferecer-nos um mundo onde a felicidade é possível (1º domingo) e a sua Palavra ensina-nos o caminho (2º domingo), Palavra que nos chama à conversão e à renovação (3º domingo). Aceitar esta Palavra implica, pois mudar de vida. Fiquemos, contudo certos do amor de Deus, gratuito e incondicional (4º domingo). Quanto a nós, temos de estar atentos ao seu plano de salvação e ir ao encontro dos outros, no amor e no serviço (5º domingo).

A “nova evangelização” a que a Igreja nos convida a todos nesta Quaresma impele-nos a não guardarmos este segredo do amor misericordioso de Deus e a partilhá-lo à nossa volta.

Com os votos de uma Santa Quaresma, saúda-vos com amizade

a equipa do Evangelho Quotidiano para a língua portuguesa

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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Sexta-feira, dia 09 de Março de 2012


Sexta-feira da 2ª semana da Quaresma


Santo do dia : S. Domingos Sávio, jovem religioso, +1857, Santa Francisca Romana, viúva, +1440 Livro de Génesis 37,3-4.12-13a.17b-28.

Jacob preferia José aos seus outros filhos porque era o filho da sua velhice e mandara-lhe fazer uma túnica comprida.
Os irmãos, vendo que o pai o amava mais do que a todos eles, ganharam-lhe ódio e não podiam falar-lhe amigavelmente.
Um dia, os irmãos de José conduziram os rebanhos de seu pai para Siquém.
E Israel disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. Prepara-te, pois quero enviar-te para junto deles.» José respondeu: «Estou pronto.»
O homem disse-lhe: «Partiram daqui, pois ouvi-lhes dizer: ‘Vamos para Dotain.’» José seguiu os passos dos irmãos e encontrou-os em Dotain.
Eles viram-no de longe e antes que se aproximasse, fizeram planos para o matar.
Disseram uns aos outros: «Eis que se aproxima o homem dos sonhos.
Vamos, matemo-lo, atiremo-lo a qualquer cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos então como se realizarão os seus sonhos.» Rúben ouviu-os e quis salvá-lo das suas mãos. Então disse: «Não atentemos contra a sua vida.»
Rúben disse ainda: «Não derrameis sangue! Atirai-o à cisterna que está no deserto, mas não levanteis a mão contra ele.» O seu intento era livrá-lo das suas mãos para o fazer regressar ao seu pai.
Quando José chegou junto dos irmãos, estes despojaram-no da túnica comprida que usava
e agarrando-o, lançaram-no à cisterna. Esta estava vazia e sem água.
Depois sentaram-se para comer. Erguendo, porém os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Guilead. Os camelos estavam carregados de aroma, de bálsamo e láudano que levavam para o Egipto.
Judá disse aos irmãos: «Que vantagem tiramos da morte de nosso irmão, ocultando o seu sangue?
Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas e que a nossa mão não caia sobre ele porque é nosso irmão e da nossa família.» E os irmãos consentiram.
Passaram por ali alguns negociantes madianitas que conseguiram tirar José da cisterna e eles venderam-no aos ismaelitas por vinte moedas de prata. Estes levaram José para o Egipto.

Livro de Salmos 105(104),16-17.18-19.20-21.

Deujs fez cair a fome sobre a Terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Enviou diante deles um homem,
José, que foi vendido como escravo.
Apertaram-lhe os pés com grilhões
e puseram-lhe uma argola de ferro ao pescoço.-
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor lhe deu razão.
Então o rei deu ordens para que o soltassem,
o soberano dos povos pô-lo em liberdade.
Nomeou-o mordomo da sua casa
e administrador de todos os seus bens.

Evangelho segundo S. Mateus 21,33-43.45-46.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Escutai outra parábola: Um chefe de família (Deus) plantou uma vinha (Igreja dos filhos de Deus), cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros (responsáveis pelas Igrejas) e ausentou-se para longe.
Quando chegou a época das vindimas (fim de cada tempo celeste), enviou os seus servos aos vinhateiros para receberem os frutos (os filhos de Deus que eles tinham conseguido) que lhe pertenciam.
Os vinhateiros (os responsáveis, pensando que lhes queriam tirar os bens materiais que tinham conseguido), porém apoderaram-se dos servos; bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros, e trataram-nos da mesma forma.
Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho (Jesus Cristo), dizendo: 'Hão-de respeitar o meu filho.’
Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’
E agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?»
Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.»
Jesus Cristo disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos.
Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados.
Embora procurassem meio de o prender, temeram o povo que o considerava profeta.

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo Sermão para festa de São Cipriano; CC Sermão 11, p.38; PL 57, 687

Dar fruto

«A vinha do Senhor do universo, diz o profeta, é a casa de Israel» (Is 5,7). Ora tal casa somos nós [...] e como nós somos Israel, somos a vinha. Zelemos, pois por que não nos nasçam dos sarmentos em vez de uvas de doçura, uvas de ira (Ap 14, 19), para que não nos digam [...]: «Porque é que, esperando Eu que desse boas uvas, apenas produziu agraços?» (Is 5,4). Terra ingrata! Ela que deveria oferecer a seu dono frutos de doçura, trespassou-o com agudos espinhos. De igual forma os Seus inimigos que deveriam ter acolhido o Salvador com toda a devoção da sua fé, coroaram-n'O com os espinhos da Paixão. Para eles essa coroa significava ultraje e injúria, mas aos olhos do Senhor, era a coroa das virtudes. […]

Tende cautela, irmãos, para que não seja dito acerca dessa terra que vós sois: «Esperou que lhe desse boas uvas, mas ela só produziu agraços» (Is 5,2) [...]. Tenhamos cautela para que as nossas más acções não firam, quais espinhos, a cabeça do Senhor. Foram os espinhos do coração que feriram a palavra de Deus, como diz o Senhor no evangelho quando conta que o grão do semeador caiu entre os espinhos e que estes cresceram e sufocaram o que tinha sido semeado (Mt 13,7). [...] Velai, portanto para que a vossa vinha não dê espinhos em vez de uvas; para que a vossa vindima não produza vinagre em vez de vinho. Todo aquele que faz vindima sem dela dar aos pobres recolhe vinagre e não vinho e aquele que enceleira as suas colheitas de trigo sem delas distribuir aos indigentes, não é o fruto da esmola que põe de reserva, mas os cardos da avareza.

Sábado, dia 10 de Março de 2012

Sábado da 2ª semana da Quaresma


Santo do dia : Quarenta Mártires de Sebaste, +320, S. Macário de Jerusalém, patriarca, +335, S. João Ogilvie, presbítero, mártir, +1615, Santo Emiliano, pastor eremita, séc. VI Livro de Miqueias 7,14-15.18-20.

Apascenta com o cajado o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam isolados nas florestas no meio dos prados. Sejam eles apascentados em Basan e Guilead como nos dias antigos.
Mostra-nos os teus prodígios como nos dias em que nos tiraste do Egipto.
Qual é o Deus que, como Tu, apaga a iniquidade e perdoa o pecado do resto da sua herança? Não se obstina na sua cólera porque prefere a bondade.
Uma vez mais, terá compaixão de nós, apagará as nossas iniquidades e lançará os nossos pecados ao fundo do mar.
Mostrarás a tua fidelidade a Jacob e a tua bondade a Abraão como juraste a nossos pais desde os tempos antigos.

Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.9-10.11-12.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.-
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.-
Não está sempre a repreender-nos
nem a sua ira dura para sempre.
Não nos tratou segundo os nossos pecados
nem nos castigou segundo as nossas culpas.-
Como é grande a distância dos céus à Terra
assim são grandes os seus favores para os que o adoram.
Como o Oriente dista do Ocidente
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
Evangelho segundo S. Lucas 15,1-3.11-32.

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus Cristo para O ouvirem.
Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.»
Jesus Cristo propôs-lhes então esta parábola:
Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.' E o pai repartiu os bens entre os dois.
Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo (=pródigo) quanto possuía numa vida desregrada.
Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.
Então foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
E caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti;
já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.'
E levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.
O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.'
Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos
porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.' E a festa principiou.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo porque chegou são e salvo.'
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse.
Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos
e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.'
O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'»

Bem-aventurado João Paulo II
Exortação apostólica «Reconciliação e penitência», §§ 5-6 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«Um homem tinha dois filhos»

O homem — cada um dos homens — é este filho pródigo: fascinado pela tentação de se separar do Pai para viver de modo independente a própria existência; caído na tentação; desiludido do nada que, como miragem, o tinha deslumbrado; sozinho, desonrado e explorado no momento em que tenta construir um mundo só para si; atormentado, mesmo no mais profundo da própria miséria, pelo desejo de voltar à comunhão com o Pai. Como o pai da parábola, Deus fica à espreita do regresso do filho, abraça-o à sua chegada e põe a mesa para o banquete do novo encontro com que se festeja a reconciliação.

Mas a parábola faz entrar em cena também o irmão mais velho que se recusa a ocupar o seu lugar no banquete. Reprova ao irmão mais novo os seus extravios e ao pai o acolhimento que lhe dispensou, enquanto a ele, morigerado e trabalhador, fiel ao pai e à casa, nunca foi permitido — diz ele — fazer uma festa com os amigos. Sinal de que não compreende a bondade do pai. Enquanto este irmão, demasiado seguro de si mesmo e dos próprios méritos, ciumento e desdenhoso, cheio de azedume e de raiva, não se converteu e se reconciliou com o pai e com o irmão, o banquete ainda não era, no sentido pleno, a festa do encontro e do convívio recuperado.

O homem — cada um dos homens — é também este irmão mais velho. O egoísmo torna-o ciumento, endurece-lhe o coração, cega-o e leva-o a fechar-se aos outros e a Deus. […]

A parábola do filho pródigo é, antes de mais, a história inefável do grande amor de um Pai. [...] E ao evocar, na figura do irmão mais velho, o egoísmo que divide os irmãos entre si, ela torna-se também a história da família humana. [...] Ela retrata a situação da família humana dividida pelos egoísmos, põe em evidência a dificuldade em secundar o desejo e a nostalgia de uma só família reconciliada e unida; apela para a necessidade de uma profunda transformação dos corações, pela redescoberta da misericórdia do Pai e pela vitória sobre a incompreensão e a hostilidade entre irmãos.

Domingo, dia 11 de Março de 2012

3º Domingo da Quaresma - Ano B



Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras, dizendo:
«Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão.
Não haverá para ti outros deuses na minha presença.
Não farás para ti imagem esculpida nem representação alguma do que está em cima, nos céus, do que está em baixo, na terra, e do que está debaixo da terra, nas águas.
Não te prostrarás diante dessas coisas e não as servirás porque Eu, o Senhor, teu Deus, sou um Deus zeloso, que castigo o pecado dos pais nos filhos até à terceira e à quarta geração para aqueles que me odeiam,
mas que trato com bondade até à milésima geração aqueles que amam e guardam os meus mandamentos.
Não usarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão porque o Senhor não deixa impune aquele que usa o seu nome em vão.
Recorda-te do dia de sábado para o santificar.
Trabalharás durante seis dias e farás todo o teu trabalho.
Mas o sétimo dia é o sábado consagrado ao Senhor, teu Deus. Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais, o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias o Senhor fez os céus e a Terra, o mar e tudo o que está neles, mas descansou no sétimo dia. Por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e santificou-o.
Honra o teu pai e a tua mãe para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
Não matarás.
Não cometerás adultério.
Não roubarás.
Não responderás contra o teu próximo como testemunha mentirosa.
Não desejarás a casa do teu próximo. Não desejarás a mulher do teu próximo, o seu servo, a sua serva, o seu boi, o seu burro, e tudo o que é do teu próximo.»
Livro de Salmos 19(18),8.9.10.11.

A lei do Senhor é perfeita,
reconforta o espírito;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria ao homem simples.-
Os mandamentos do Senhor são rectos,
alegram o coração;
os preceitos do Senhor são claros,
iluminam os olhos.-
O amor do Senhor é puro,
permanece para sempre.
As sentenças do Senhor são verdadeiras,
todas elas são justas.-
São mais desejáveis que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.
1ª Carta aos Coríntios 1,22-25.

Irmãos: Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria,
nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios.
Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Jesus Cristo é poder e sabedoria de Deus.
Portanto, o que é tido como loucura de Deus, é mais sábio que os homens e o que é tido como fraqueza de Deus, é mais forte que os homens.
Evangelho segundo S. João 2,13-25.

Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus Cristo subiu a Jerusalém.
Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas nos seus postos.
Então fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-lhes as mesas
e aos que vendiam pombas, disse-lhes: «Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira.»
Os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devora.
Então os judeus intervieram e perguntaram-lhe: «Que sinal nos dás de poderes fazer isto?»
Declarou-lhes Jesus Cristo, em resposta: «Destruí este templo e em três dias Eu o levantarei!»
Replicaram então os judeus: «Quarenta e seis anos levou este templo a construir e Tu vais levantá-lo em três dias?»
Ele, porém falava do templo que é o seu corpo.
Por isso, quando Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, os seus discípulos recordaram-se de que Ele o tinha dito e creram na Escritura e nas palavras que tinha proferido.
Enquanto Ele estava em Jerusalém, durante as festas da Páscoa, muitos creram nele ao verem os sinais miraculosos que realizava.
Mas Jesus Cristo não se fiava neles porque os conhecia a todos
e não precisava de que ninguém o elucidasse acerca das pessoas, pois sabia o que havia dentro delas.
Orígenes
(c.185-253), presbítero e teólogo Comentário ao Evangelho de São João, 10

«E em três dias o levantarei»

Como é grande e difícil de entender o mistério da nossa própria ressurreição! Anunciado por muitos textos da Sagrada Escritura, aparece sobretudo em Ezequiel, [...] que diz: «A mão do Senhor desceu sobre mim; então conduziu-me em espírito e colocou-me no meio de um vale que estava cheio de ossos [...] completamente ressequidos. O Senhor disse-me: «Filho de homem, estes ossos poderão voltar à vida?» Eu respondi: «Senhor Deus, só Tu o sabes.» Ele disse-me: «Profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: Ossos ressequidos, ouvi a palavra do Senhor»» (Ez 37, 1-4). […]

Que ossos serão esses, aos quais se diz «ouvi a palavra do Senhor» [...] senão o Corpo de Jesus Cristo que o próprio Senhor refere, dizendo: «todos os Meus ossos se desconjuntaram» (Sl 22/21, 15)? [...] Tal como teve lugar a Ressurreição do corpo perfeito e verdadeiro de Jesus Cristo, assim nós, os Seus membros [...], seremos um dia reunidos osso a osso, articulação a articulação. Ninguém, privado desta junção, poderá chegar ao estado de «homem adulto, à medida completa da plenitude de Jesus Cristo» (Ef 4, 13). Assim «todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo» (1Cor 12, 12).

Vem tudo isto a propósito do Templo, do qual o Senhor disse: «O zelo da Tua casa me devora» (Sl 69/68, 10); dos judeus que Lhe pediam um sinal; por último, da Sua própria resposta [...]: «Destruí este Templo e em três dias o levantarei». É necessário banir deste templo, que é o Corpo de Jesus Cristo, tudo aquilo que a razão recusa e é ocasião de negócio para que, no futuro, ele não venha a tornar-se morada de mercadores. É necessário igualmente [...] que, depois da sua destruição por aqueles que recusarem a Palavra de Deus, seja levantado ao terceiro dia [...]. Assim, graças à purificação levada a cabo por Jesus Cristo, tendo abandonado tudo o que era contrário à razão e todo o tipo de comércio por causa do zelo do Verbo, Palavra de Deus, presente neles, os Seus discípulos são destruídos para serem levantados por Jesus Cristo em três dias [...], uma vez que são precisos três dias inteiros para levar a cabo essa reconstrução. Por isso podemos afirmar, por um lado, que a Ressurreição teve lugar, mas, por outro, que ainda está para vir. Em verdade, «se estamos integrados n'Ele por uma morte idêntica à Sua, também o estaremos pela Sua Ressurreição» (Rm 6, 5) [...] e «assim, em Jesus Cristo, todos voltarão a receber a vida. Mas cada um na sua própria ordem: primeiro, Jesus Cristo; depois, aqueles que pertencem a Jesus Cristo, por ocasião da Sua vinda» (1Cor 15, 22-23).

Segunda-feira, dia 12 de Março de 2012

Segunda-feira da 3ª semana da Quaresma



Naqueles dias, Naaman, general dos exércitos do rei da Síria, gozava de grande prestígio diante do seu amo e era muito estimado porque, por meio dele, o Senhor salvou a Síria; era um homem robusto e valente, mas leproso.

Ora tendo os sírios feito uma incursão no território de Israel, levaram consigo uma jovem donzela que ficou ao serviço da mulher de Naaman.
Ela disse à sua senhora: «Ah, se o meu amo fosse ter com o profeta que vive na Samaria, certamente ficava curado da lepra!»

Naaman foi contar ao seu soberano aquilo que dissera a jovem israelita. O rei da Síria respondeu-lhe: «Vai, que eu vou escrever uma carta ao rei de Israel.» Naaman partiu levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa.
Levou ao rei de Israel uma carta escrita nestes termos: «Juntamente com esta carta, aí te mando o meu servo Naaman para que o cures da sua lepra.»

Ao terminar de ler a carta, o rei de Israel rasgou as suas vestes e exclamou: «Sou eu, porventura, um deus que possa dar a morte ou a vida, de modo que me enviem alguém para eu o curar da lepra? Reparai e vede como ele busca pretextos contra mim.»
Mas Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei rasgara as suas vestes e mandou-lhe dizer: «Porque rasgaste as tuas vestes? Que ele venha ter comigo e saberá que há um profeta em Israel.»
Chegou, pois Naaman com o seu carro e os seus cavalos e parou à porta de Eliseu.
Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: «Vai, lava-te sete vezes no Jordão e a tua carne ficará limpa.»
Naaman, despeitado, retirou-se, dizendo: «Pensava que ele sairia a receber-me e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, colocaria a sua mão no lugar infectado e me curaria da lepra.
Porventura, os rios de Damasco, o Abaná e o Parpar, não são acaso melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia lavar neles e ficar limpo?» E virando costas, retirou-se indignado.
Mas os seus servos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Meu pai, mesmo que o profeta te tivesse mandado uma coisa difícil, não a deverias fazer? Quanto mais agora, ao dizer-te: ‘Lava-te e ficarás curado.’»
Naaman desceu ao Jordão e lavou-se sete vezes como lhe ordenara o homem de Deus e a sua carne tornou-se como a de uma criança e ficou limpo.

Voltou então ao homem de Deus com toda a sua comitiva; entrou, apresentou-se diante dele e disse: «Reconheço agora que não há outro Deus em toda a Terra, senão o de Israel. Aceita este presente do teu servo.»
Livro de Salmos 42(41),2.3.43(42),3.4.

Como suspira a corça pelas águas correntes
assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
Quando poderei estar com Deus?
Envia a tua luz e a tua verdade
para que elas me guiem e conduzam
à tua montanha santa,
à tua morada.-
Eu irei ao altar de Deus,
ao Deus que é a alegria da minha vida.
Ao som da harpa te louvarei,
ó Deus, meu Deus.
Evangelho segundo S. Lucas 4,24-30.

Naquele tempo, Jesus Cristo veio a Nazaré e falou ao povo na sinagoga: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
Posso assegurar-vos também que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a Terra;
contudo Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon.
Havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.»
Ao ouvirem estas palavras, todos na sinagoga, se encheram de furor.
E erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada a fim de o precipitarem dali abaixo.
Mas, passando pelo meio deles, Jesus Cristo seguiu o seu caminho.

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre a conversão, n°3, sobre a esmola

Acolher Jesus Cristo

Os pobres no adro da igreja pedem esmola. Quanto dar? Cabe-vos a vós decidir; não fixarei montante a fim de vos evitar qualquer embaraço. Comprai na medida das vossas posses. Tendes uma moeda? Comprai o céu! Não que o céu seja barato, mas é a bondade do Senhor que o permite. Não tendes moedas? Dai-lhes um copo de água fresca (Mt 10,42). […]

Podemos comprar o céu e deixamos de o fazer! Por um pão que deis, recebereis o paraíso. Oferecei objectos de pouco valor e recebereis tesouros; oferecei as adversidades e obtereis a imortalidade; dai bens perecíveis e recebereis em troca bens imperecíveis. [...] Quando se trata dos bens perecíveis, revelais muita perspicácia; porque manifestais tal indiferença quando se trata da vida eterna? [...] De resto, podemos estabelecer um paralelo entre os vasos cheios de água que se encontram à porta das igrejas para purificar as mãos e os pobres que estão sentados fora do edifício para purificardes a vossa alma através deles. Lavastes as mãos na água: da mesma maneira, lavai a alma através da esmola. […]

Uma viúva, reduzida a uma pobreza extrema deu hospitalidade a Elias (1R 17,9ss): a sua indigência não a impediu de o acolher com grande alegria. Então em sinal de reconhecimento, recebeu numerosos prendas que simbolizavam o fruto do seu gesto. Este exemplo talvez vos faça desejar acolher um Elias. Mas porque pedis Elias? Proponho-vos o Senhor de Elias e não lhe ofereceis hospitalidade. [...] Eis o que Jesus Cristo, o Senhor da humanidade, nos diz: «Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40).

Terça-feira, dia 13 de Março de 2012

Terça-feira da 3ª semana da Quaresma



Naqueles dias, levantando-se no meio da fornalha ardente, Azarias fez esta prece:
Pelo teu nome, não nos abandones para sempre, não anules a aliança.
Não nos retires a tua misericórdia em atenção a Abraão, teu amigo, a Isaac, teu servo,
aos quais prometeste multiplicar a sua descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar.
Senhor, estamos reduzidos a nada diante das nações, estamos hoje humilhados em face de toda a terra por causa dos nossos pecados.
Agora não há nem príncipe,nem profeta, nem chefe, nem holocausto, nem sacrifício, nem oblação, nem incenso, nem um local para te oferecer as primícias e encontrar misericórdia.
Que pela contrição de coração e humilhação de espírito, sejamos acolhidos, como se trouxéssemos holocaustos de carneiros e de touros e de milhares de cordeiros gordos.
Que este seja hoje diante de ti o nosso sacrifício; possa ele reconciliar-nos contigo, pois não têm que envergonhar-se aqueles que em ti confiam.
É de todo o coração que agora te seguimos, te veneramos e Te procuramos; não nos confundas.
Trata-nos com a tua doçura habitual e com todas as riquezas da tua misericórdia.
Livra-nos pelos teus prodígios e cobre de glória o teu nome, Senhor.
Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.

Mostra-me, Senhor, os teus caminhos
e ensina-me as tuas veredas.-
Dirige-me na tua verdade e ensina-me
porque Tu és o Deus, meu Salvador.-
Lembra-te, Senhor, da tua compaixão
e do teu amor, pois eles existem desde sempre.
Não recordes as minhas faltas e os pecados da minha juventude,
lembra-Te de mim segundo a tua clemência.-
O Senhor é bom e justo;
ensina o caminho aos pecadores,
guia os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer o seu caminho.
Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35.

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus Cristo e perguntou-Lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?»
Jesus Cristo respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens a fim de pagar a dívida.
O servo lançou-se então aos seus pés, dizendo: 'Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’
Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: 'Paga o que me deves!’
O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: 'Concede-me um prazo que eu te pagarei.’
Mas ele não concordou e mandou-o prender até que pagasse tudo quanto lhe devia.
Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor.
O senhor mandou-o então chamar e disse-lhe: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias porque assim mo suplicaste;
não devias também ter piedade do teu companheiro como eu tive de ti?’
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.»

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra e doutor da Igreja
Sermão para a Sexta-Feira Santa, 25/03/1622

Perdoar ao nosso irmão de todo o nosso coração

A primeira palavra que Nosso Senhor pronunciou sobre a cruz foi uma oração por quem O crucificava, fazendo o que diz este texto de São Paulo «Nos dias da Sua vida terrena, apresentou orações e súplicas» (Heb 5,7). Certamente que aqueles que crucificaram o Nosso divino Salvador não O conheciam [...] porque se O tivessem conhecido não O teriam crucificado (1Co 2,8). Por conseguinte, Nosso Senhor, vendo a ignorância e a fraqueza daqueles que O torturavam, começou a desculpá-los e ofereceu por eles esse sacrifício ao Seu Pai Celeste porque a oração é um sacrifício [...]: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» (Lc 23,34). Tão grande era a chama de amor que ardia no coração do nosso manso Salvador que na mais suprema das Suas dores, no momento onde a intensidade dos tormentos parecia impedi-Lo de rezar por Si, pela força do Seu amor, esquece-Se de Si próprio, mas não das Suas criaturas. […]

Com isso desejava que compreendêssemos que o amor que nos tem não pode ser enfraquecido por nenhum tipo de sofrimento e ensinar-nos qual o dever do nosso coração para com o nosso próximo. […]

Ora o Divino Senhor que Se empenhou em pedir perdão para os homens foi certamente ouvido e o Seu pedido atendido porque Seu divino Pai não podia recusar-Lhe nada que Ele Lhe pedisse.

Quarta-feira, dia 14 de Março de 2012

Quarta-feira da 3ª semana da Quaresma



Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora, Israel, ouve as leis e os preceitos que eu hoje vos ensino. Ponde-os em prática para que vivais e chegueis a possuir a terra que o Senhor, Deus dos vossos pais, vos há-de dar.
Vede: ensinei-vos leis e preceitos como o Senhor, meu Deus, me ordenou; assim fareis na terra que ides possuir.
Observai-os e ponde-os em prática porque isso manifestará a vossa sabedoria e a vossa inteligência aos olhos dos povos que, ao terem conhecimento de todas estas leis, dirão: ‘Que povo sábio e inteligente é esta grande nação!’
Com efeito, que grande nação haverá que tenha um deus tão próximo de si como está próximo de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que o invocamos?
E que grande nação haverá que possua leis e preceitos tão justos como esta lei que eu hoje vos apresento?
Toma, pois cuidado contigo! Guarda-te bem de esquecer os factos que os teus olhos viram; que eles nunca se afastem do teu coração em todos os dias da tua vida. Ensina-os aos teus filhos e aos filhos dos teus filhos.
Livro de Salmos 147,12-13.15-16.19-20.

Glorifica, Jerusalém, o Senhor;
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.
Ele manda as suas ordens à Terra
e a sua palavra corre velozmente.-
Faz cair a neve, branca como a lã,
espalha a geada como se fosse cinza;
Ele revela os seus planos a Jacob,
os seus preceitos e as suas sentenças a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.
Evangelho segundo S. Mateus 5,17-19.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição.
Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a Terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Do espírito e da palavra, 28-30; PL 44, 217ss.

«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição»

A graça que estava como que velada no Antigo Testamento, foi plenamente revelada no Evangelho de Jesus Cristo por uma disposição harmoniosa dos tempos, como Deus tem o costume de dispor harmoniosamente todas as coisas. [...] Mas no interior desta admirável harmonia, constatamos uma grande diferença entre as duas épocas. No Sinai, o povo não ousava aproximar-se do lugar onde o Senhor dava a Sua Lei; no Cenáculo, o Espírito Santo desce sobre aqueles que estão reunidos à espera de que a promessa se cumpra (Ex 19,23; Act 2,1). Inicialmente o dedo de Deus gravou as Suas leis em tábuas de pedra; agora é no coração dos homens que Ele a escreve (Ex 31,18; 2Co 3,3). Antigamente a Lei estava escrita no exterior e inspirava medo aos pecadores; agora é interiormente que lhes é dada a fim de os tornar justos. […]

Na verdade, como diz o Apóstolo Paulo, tudo o que está escrito em tábuas de pedra, «não cometerás adultério, não matarás, [...], não cobiçarás e outras coisas semelhantes, resumem-se num só mandamento: amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não faz mal ao próximo. A caridade é o pleno cumprimento da Lei» (Rm 13,9ss; Lv 19,18). [...] Esta caridade foi «difundida em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).

Quinta-feira, dia 15 de Março de 2012

Quinta-feira da 3ª da Quaresma



Assim fala o Senhor: «A única ordem que lhes dei foi esta: 'Ouvi a minha voz e Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo; segui sempre a senda que vos indicar a fim de que sejais felizes.'
Eles, porém não me ouviram, não prestaram atenção, seguiram os maus conselhos dos seus corações empedernidos; viraram-me as costas em vez de se voltarem para mim.
Desde o dia em que os vossos pais deixaram o Egipto até hoje, Eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, dia após dia.
Eles, porém não me ouviram, não me prestaram atenção; endureceram a sua cerviz e agiram pior do que os seus pais.
Tudo isto lhes transmitirás, mas não te escutarão. Chamá-los-ás e não te responderão.
Então dir-lhes-ás: ‘Esta é a nação que não ouviu a voz do Senhor, seu Deus, não aceitou as suas advertências. A sua lealdade desapareceu, foi banida da sua boca.’
Livro de Salmos 95(94),1-2.6-7.8-9.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o rochedo da nossa salvação.
Vamos à sua presença com hinos de louvor,
saudemo-Lo com cânticos jubilosos.-
Vinde, prostremo-nos por terra,
ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.
Ele é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas por Ele conduzidas.-
"Não endureçais os vossos corações
como em Meriba, como no dia de Massá, no deserto
quando os vossos pais Me provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras.
Evangelho segundo S. Lucas 11,14-23.

Naquele tempo, Jesus Cristo estava a expulsar um demónio mudo. Quando o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada.
Mas alguns dentre eles disseram: «É por Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.»
Outros, para o experimentarem, reclamavam um sinal do Céu.
Mas Jesus Cristo, que conhecia os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa.
Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Se é por Belzebu que Eu expulso os demónios, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pela mão de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança; (quando o corpo material de cada um tem a protecção de Jesus Cristo, está em segurança)
mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. (quando tem uma protecção divina fraca, outros corpos celestes do mal podem expulsar essa protecção e tomar conta do corpo e aí é a sua destruição)
Quem não está comigo, está contra mim e quem não junta comigo, dispersa.»

Santo Amadeu de Lausanne (1108-1159), monge cisterciense, depois bispo 4ª Homilia mariana; SC 72

O dedo de Deus

«Que a Tua mão venha em meu auxílio»! (Sl 119,173) É ao Filho unigénito que chamamos a mão de Deus, Ele por quem Deus criou tudo. Esta mão interveio quando tomou a nossa carne, não somente não causando qualquer ferimento a Sua mãe, mas também, segundo o testemunho do profeta, tomando sobre Si as nossas doenças, carregando as nossas dores (Is 53,4).

Sim, verdadeiramente essa mão plena de curativos e de remédios curou todas as doenças. Afastou tudo o que conduzia à morte; ressuscitou mortos; derrubou as portas do inferno; prendeu o forte e despojou-o das suas armas; abriu o céu; derramou o Espírito de amor no coração dos Seus. Essa mão liberta os prisioneiros e dá vista aos cegos; levanta os caídos; ama os justos e protege os estrangeiros; alberga o órfão e a viúva. Arranca à tentação os que estão ameaçados de sucumbir a ela; restaura, pelo conforto que dá, os que sofrem; dá alegria aos aflitos; abriga à Sua sombra os atormentados; escreve para os que querem meditar sobre a Sua Lei; toca e abençoa o coração dos que rezam; firma-os no amor, através do Seu contacto; fá-los progredir e perseverar nas suas obras. Por fim, condu-los à pátria; recondu-los ao Pai.

Pois, se Se fez carne, foi para atrair o homem por um homem, unindo a Sua à nossa carne para, no Seu amor, reconduzir a ovelha perdida a Deus Pai todo-poderoso e invisível. Uma vez que essa ovelha, por ter abandonado a Deus, tinha caído na carne, era necessário que o mistério da Incarnação dessa mão a conduzisse para a erguer e para a levar ao Pai (cf. Lc 15,4ss).

Os meus filmes


1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv

2.º - O Cemitério de Lagos


Os meus blogues








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