"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna".
João 6, 68
Domingo,
dia 13 de Agosto de 2017
19.º
Domingo do Tempo Comum
Naqueles dias, o profeta Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb e
passou a noite numa gruta. O Senhor dirigiu-lhe a palavra,
dizendo: «Sai e permanece no monte à espera do Senhor». Então o Senhor
passou. Diante d’Ele, uma forte rajada de vento fendia as montanhas e
quebrava os rochedos; mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento,
sentiu-se um terramoto; mas o Senhor não estava no terramoto.
Depois do terramoto, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo.
Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa.
Quando a ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da
gruta.
Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O adoram
e a sua glória habitará na nossa terra.
Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra,
e a justiça descerá do Céu.
O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.
Carta aos Romanos 9,1-5.
Irmãos: Em Jesus Cristo digo a verdade, não minto e disso me dá
testemunho a consciência no Espírito Santo:
Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração.
Quisera eu próprio ser anátema, separado de Jesus Cristo para bem dos meus
irmãos que são do mesmo sangue que eu,
que são israelitas, a quem pertencem a adopção filial, a glória, as alianças,
a legislação, o culto e as promessas,
a quem pertencem os Patriarcas e de quem procede Jesus Cristo segundo a
carne, Ele que está acima de todas as coisas, Deus bendito por todos os
séculos. Amen.
Evangelho segundo São Mateus 14,22-33.
Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus Cristo obrigou os
discípulos a subir para o barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele
despedia a multidão.
Logo que a despediu, subiu a um monte para orar a sós. Ao cair da tarde,
estava ali sozinho.
O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era
contrário.
Na quarta vigília da noite, Jesus Cristo foi ter com eles, caminhando sobre o
mar.
Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que
fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo.
Mas logo Jesus Cristo lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou
Eu. Não temais».
Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as
águas».
«Vem!» – disse Jesus Cristo. Então Pedro desceu do barco e caminhou sobre as
águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou:
«Salva-me, Senhor!».
Jesus Cristo estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de
pouca fé, porque duvidaste?».
Logo que subiram para o barco, o vento amainou.
Então os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus Cristo e
disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero,
teólogo
Comentário ao Evangelho de Mateus, 11, 6
«Tu és verdadeiramente o Filho de Deus»
Quando tivermos
suportado as longas horas da noite escura que domina os momentos de prova,
quando tivermos feito o melhor que sabemos, [...] tenhamos a certeza de que,
para o fim da noite, quando «a noite vai adiantada e o dia está próximo» (Rom
13, 12), o Filho (de Deus) virá até junto de nós, caminhando sobre as ondas.
Quando O virmos aparecer assim, ficaremos perturbados, até compreendermos
claramente que é o Salvador que vem ao nosso encontro. Pensando ainda que
vemos um fantasma, gritaremos de medo, mas Ele dir-nos-á imediatamente:
«Tende confiança, sou Eu, não temais.»
Talvez essas palavras de conforto façam surgir em nós um Pedro a caminho da
perfeição, que desça da barca, seguro de ter escapado à prova que o abalava.
Inicialmente o seu desejo de se aproximar de Jesus Cristo permitir-lhe-á
andar sobre as águas. Mas, tendo ele uma fé ainda pouco segura, estando ainda
cheio de dúvidas, aperceber-se-á da «força do vento», terá medo e começará a
afundar-se. Escapará, porém a tal infortúnio, apelando para Jesus Cristo com
um forte brado: «Senhor, salva-me!» E mal este Pedro acabe de dizer «Senhor,
Salva-me!», já o Verbo terá estendido a mão para o socorrer, agarrando-o
quando ele começava a afundar-se, censurando-lhe a falta de fé e as dúvidas.
Notemos, porém que Ele não diz: «Incrédulo!», mas antes: «Homem de pouca fé!»
e acrescenta: «Porque duvidaste?» ou seja: «Tinhas alguma fé, mas deixaste-te
levar na direcção contrária.» E Jesus Cristo e Pedro voltarão a entrar para a
barca, o vento acalmar-se-á e os outros discípulos, compreendendo os perigos
a que escaparam, louvarão a Jesus Cristo dizendo: «Tu és verdadeiramente o
Filho (de Deus)» – palavras que só os discípulos próximos de Jesus Cristo, os
que se encontravam na barca, podiam proferir.
Segunda-feira,
dia 14 de Agosto de 2017
Segunda-feira da 19.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias, Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora, Israel,
que te pede o Senhor, teu Deus? Que adores o Senhor, teu Deus e O sigas em
todos os seus caminhos; que ames e sirvas o Senhor, teu Deus, com todo o
teu coração e com toda a tua alma,
observando os mandamentos e leis do Senhor que hoje te confio para tua
felicidade.
Ao Senhor, teu Deus, pertencem os céus e os céus dos céus, a Terra e tudo o
que ela contém.
Mas foi só aos vossos pais que o Senhor dedicou o seu amor; depois deles
escolheu-vos a vós, seus descendentes, de preferência a todos os povos,
como hoje se verifica.
Circuncidai o vosso coração e não sejais de dura cerviz
porque o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o
Deus grande, forte e clemente que não faz acepção de pessoas nem aceita
presentes.
Ele faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, a quem dá pão e
vestuário.
Amai, portanto, o estrangeiro porque vós também fostes estrangeiros na
terra do Egipto.
É ao Senhor teu Deus que deves adorar e servir, é a Ele que hás-de seguir,
é pelo seu nome que hás-de jurar.
É a Ele que deves louvar porque é o teu Deus que realizou por ti maravilhas
e prodígios extraordinários que os teus olhos contemplaram.
Quando desceram ao Egipto, os teus antepassados eram setenta pessoas e o
Senhor, teu Deus, tornou-te agora numeroso como as estrelas do céu».
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.
Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à Terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.
Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.
Evangelho segundo São Mateus 17,22-27.
Naquele tempo, estando ainda Jesus Cristo e os seus discípulos
na Galileia, disse-lhes Jesus Cristo: «O Filho do homem vai ser entregue
nas mãos dos homens,
que hão-de matá-l’O; mas Ele ao terceiro dia ressuscitará». Os discípulos
ficaram profundamente consternados.
Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores das didracmas aproximaram-se de
Pedro e perguntaram-lhe: «O vosso Mestre não paga a didracma?».
Pedro respondeu-lhes: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus Cristo
antecipou-Se e disse-lhe: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da
Terra impostos ou tributos? Dos filhos ou dos estranhos?».
E como ele respondesse que era dos estranhos, Jesus Cristo disse-lhe:
«Então os filhos estão isentos.
Mas para não os escandalizarmos, vai ao mar e deita o anzol. Apanha o
primeiro peixe que morder a isca, abre-lhe a boca e encontrarás um estáter.
Pega nele e paga-lhes o imposto por Mim e por ti».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397),
bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao Salmo 48, 14-15 (trad. Breviário, Ofício de Leitura sábado da
XX semana, rev.)
Com a sua Paixão, Jesus Cristo pagou por nós as nossas dívidas
Como pode
ainda um homem considerar o próprio sangue preço suficiente para a sua
redenção, depois de Jesus Cristo ter derramado o seu sangue pela redenção
de todos? Haverá alguém cujo sangue se possa comparar ao de Jesus Cristo
[...], Ele que pelo seu sangue reconciliou o mundo com Deus? Que vítima
melhor poderá haver? Que sacrifício poderá ser mais precioso? Que advogado
poderá ser mais eficaz do que Aquele que Se tornou propiciação pelos
pecados de todos os homens e deu a sua vida como redenção por todos nós?
O que se exige, portanto, não é a propiciação ou o resgate que pode
oferecer cada um de nós porque o preço de todos é o sangue de Jesus Cristo,
pelo qual o Senhor Jesus Cristo nos remiu e reconciliou com o Pai e levou
com afã o seu labor até ao fim, tomando sobre Si a nossa própria fadiga.
Por isso nos diz: «Vinde a Mim, todos vós que andais sobrecarregados e
oprimidos e Eu vos aliviarei» (Mt 11,28). [...] Com efeito, nem o homem
pode dar seja o que for em expiação pela sua redenção uma vez que ficou
livre do pecado de uma vez por todas pelo sangue de Jesus Cristo nem o
homem é por isso mesmo dispensado do sofrimento que possa suportar na
observância dos preceitos de vida eterna e em quaisquer esforços para não
se desviar dos mandamentos do Senhor. Enquanto viver, será com o seu afã
que a sua perseverança deverá contar para alcançar a vida eterna, sob pena
de voltar à morte quem já estava salvo das garras da morte.
Terça-feira,
dia 15 de Agosto de 2017
Assunção da Virgem
Santa Maria - solenidade
Festa da Igreja : Assunção
de Nossa Senhora
Calendário da Igreja disponível este dia
Livro do Apocalipse 11,19a.12,1-6a.10ab.
O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi
vista no seu templo.
Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a
lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade.
E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete
cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas.
A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a Terra.
O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe
devorar o filho, logo que nascesse.
Ela teve um filho varão que há-de reger todas as nações com ceptro de
ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono
e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.
E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu:
«Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio
do seu Ungido».
Livro de Salmos 45(44),10bc.11.12ab.16.
Ao teu encontro vêm filhas de reis,
à tua direita está a rainha ornada com ouro de Ofir.
Ouve, minha filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.
Porque o rei deixou-se prender pela tua beleza;
Ele é agora o teu Senhor: rende-Lhe homenagem!
Cheias de alegria e entusiasmo,
entram no palácio do Rei.
1.ª Carta aos Coríntios 15,20-26.
Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que
morreram.
Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a
ressurreição dos mortos
porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram assim também em Jesus Cristo
serão todos restituídos à vida.
Cada qual, porém na sua ordem: primeiro, Jesus Cristo, como primícias; a
seguir, os que pertencem a Jesus Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim, quando Jesus Cristo entregar o reino a Deus seu Pai
depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder.
É necessário que Ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo
dos seus pés.
E o último inimigo a ser aniquilado é a morte.
Evangelho segundo São Lucas 1,39-56.
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se
apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto do teu ventre.
Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o
menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi
dito da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua servidora: de hoje em diante me
chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O adoram.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servidor, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para
sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua
casa.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Germano de Constantinopla
(?-733), bispo
Homilia 1 para a Dormição da Mãe de Deus; PG 98, 346
«Elevada à glória celeste em corpo e alma» (Oração colecta
da festa)
Mãe de
Deus, templo vivo da divindade santíssima do teu Filho único, em acção de
graças o repito: a tua assunção em nada te afastou dos cristãos. Tu vives
imperecível, mas não estás longe deste mundo perecível. Pelo contrário,
estás próxima de quantos te invocam e quem te procura com fé encontra-te.
Convinha que o teu espírito permanecesse sempre forte e vivo e que o teu
corpo fosse imortal. Com efeito, como poderia a corrupção da carne
reduzir-te a cinzas e a pó, a ti, que livraste o Homem do fracasso da
morte pela incarnação do teu Filho? [...]
Uma criança procura e deseja a sua mãe e a mãe gosta de viver com o seu
filho. Da mesma forma, visto que tinhas no teu coração um amor maternal
por teu Filho e por teu Deus, tinhas naturalmente de poder regressar para
junto dele. E o Filho, devido ao seu amor filial para contigo, devia, com
toda a justiça, permitir-te partilhar da sua condição. Assim, morta para
as coisas perecíveis, emigraste para as moradas imperecíveis da
eternidade, onde reside Deus, cuja vida agora partilhas. [...]
O teu corpo foi sua morada e neste dia foi Ele que, por sua vez, Se
tornou o local do teu repouso. «Este será para sempre o meu lugar de
repouso» dizia (Sl 132,14). Este espaço de repouso é a carne que de ti
tomou e de que Se revestiu, Mãe de Deus, a carne na qual acreditamos que
Se mostrou no mundo presente e que Se manifestará no mundo futuro, quando
vier julgar os vivos e os mortos. Visto seres a morada do seu repouso
eterno, retirou-te da corrupção e levou-te consigo, querendo guardar-te
na sua presença com o seu afecto. É por isso que Ele te concede tudo
quanto Lhe pedes, como a mãe ciosa de seus filhos. Eternamente bendito,
tudo quanto desejas Ele o realiza com a sua divina omnipotência.
Quarta-feira,
dia 16 de Agosto de 2017
Quarta-feira da
19.ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Moisés subiu das planícies de Moab até ao monte Nebo, no cimo do Pisgá,
em frente de Jericó. O Senhor mostrou-lhe todo o país: Galaad até Dã,
todo o Naftali, o território de Efraim e de Manassés, todo o território
de Judá até ao mar ocidental,
o Negueb, o distrito da planície de Jericó, cidade das palmeiras até
Soar.
Disse-lhe o Senhor: «Esta é a terra que prometi com juramento a Abraão,
a Isaac e a Jacob, dizendo: ‘Dá-la-ei à tua descendência’. Quis que a
visses com os teus próprios olhos, mas não entrarás nela».
Foi ali, na terra de Moab, que morreu Moisés, servidor do Senhor, como
o Senhor dissera.
Foi sepultado no vale, na terra de Moab, em frente de Bet-Peor e
ninguém, até ao dia de hoje, reconheceu a sua sepultura.
Moisés tinha cento e vinte anos quando morreu. A sua vista nunca
enfraquecera nem o seu vigor se tinha quebrado.
Os filhos de Israel choraram Moisés nas planícies de Moab durante
trinta dias, ao fim dos quais terminaram os dias de pranto por Moisés.
Entretanto, Josué, filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria
porque Moisés tinha imposto as mãos sobre ele. Os filhos de Israel
começaram a prestar-lhe obediência, segundo a ordem que o Senhor tinha
dado a Moisés.
Nunca mais surgiu em Israel outro profeta como Moisés, com quem o
Senhor tratava face a face
nem com tantos sinais e prodígios que o Senhor o mandou realizar na
terra do Egipto, contra o faraó e contra todos os seus servos e toda a
sua terra
nem com tal poder e tão grandes prodígios como os que manifestou Moisés
aos olhos de todo o Israel.
Livro de Salmos 66(65),1-3a.5a.8.16-17.
Aclamai a Deus, Terra
inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores,
dizei a Deus: «Maravilhosas são as vossas obras».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua acção pelos homens.
Bendizei, ó povos, o nosso Deus,
fazei ressoar a voz do seu louvor.
Todos os que adorais a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Meus lábios O invocaram e minha língua O louvou.
Evangelho segundo São Mateus 18,15-20.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai
ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganhado o teu
irmão.
Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda
a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas.
Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja e se também não
der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano.
Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu e
tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu.
Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na Terra para pedirem qualquer
coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus.
Na verdade, onde estão dois ou
três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Efrém (c. 306-373),
diácono da Síria, doutor da Igreja
Hino inédito
«Eu estou no meio deles»
Aquele
que celebra sozinho no coração do deserto
É uma assembleia numerosa.
Se dois se unirem para celebrar entre os rochedos,
Aí estarão presentes milhões, miríades.
Se três se reunirem,
Um quarto estará no meio deles.
Se forem seis ou sete,
Estarão reunidos doze mil milhões.
Se se puserem em fila,
Encherão o firmamento de orações.
Se estiverem crucificados sobre a rocha,
E marcados com uma cruz de luz,
A Igreja estará fundada.
Se estiverem reunidos,
O Espírito plana sobre as suas cabeças.
E, quando terminam a sua oração,
O Senhor levanta-Se e serve os seus servidores (cf Lc 12,37; Jo 13,4)
Quinta-feira, dia 17 de Agosto de 2017
Quinta-feira
da 19.ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias, o
Senhor disse a Josué: «Hoje começarei a engrandecer-te aos olhos de
todo o Israel, para que saibam que Eu estarei contigo, como estive
com Moisés.
E tu darás esta ordem aos sacerdotes que transportam a arca da
aliança: ‘Quando chegardes à beira das águas do Jordão, parai aí’».
Josué disse aos filhos de Israel: «Aproximai-vos e ouvi as palavras
do Senhor, vosso Deus».
Depois continuou: «Por isto conhecereis que um Deus vivo está no meio
de vós e expulsará da vossa frente os cananeus:
Vereis a arca da aliança do Senhor, Deus de toda a Terra, atravessar
o Jordão à vossa frente.
Quando os sacerdotes que transportam a arca do Senhor, Deus de toda a
Terra, tiverem tocado com os seus pés as águas do Jordão, estas serão
divididas, pois as que descem do alto ficarão paradas, formando um só
bloco».
Quando o povo saiu das suas tendas para atravessar o Jordão, já
estavam à frente os sacerdotes que levavam a arca da aliança.
Logo que os portadores da arca chegaram ao Jordão e os pés dos
sacerdotes que levavam a arca tocaram na água, o Jordão transborda
por todas as suas margens durante o tempo das ceifas
as águas que desciam do alto pararam e formaram um bloco até uma
grande distância, perto de Adamá, cidade vizinha de Sartã, enquanto
as que desciam para o mar de Arabá ou mar do Sal, se escoavam
completamente. O povo atravessou em frente de Jericó.
Os sacerdotes que levavam a arca da aliança do Senhor mantiveram-se
firmes no leito seco do Jordão até que todo o Israel passou a pé
enxuto para o outro lado do rio.
Livro de Salmos 114(113A),1-2.3-4.5-6.
Quando Israel
saiu do Egipto,
quando a casa de Jacob se afastou do povo estrangeiro,
Judá tornou-se o santuário do Senhor
e Israel o seu domínio.
O mar viu e recuou,
o Jordão voltou atrás,
os montes saltaram como carneiros,
como cordeiros as colinas.
Que tens, ó mar, para fugires assim
e tu, Jordão, para voltares atrás?
Montes, porque saltais como carneiros
e vós, colinas, como cordeiros?
Evangelho segundo São Mateus 18,21-35.19,1.
Naquele tempo,
Pedro aproximou-se de Jesus Cristo e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me
ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?».
Jesus Cristo respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta
vezes sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis
ajustar contas com os seus servos.
Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a esposa,
os filhos e tudo quanto possuía para assim pagar a dívida.
Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um
prazo e tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e
perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem
denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo:
‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo:
‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém não consentiu e mandou-o prender até que pagasse tudo
quanto devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e
foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o
que me devias porque mo pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro como eu tive
compaixão de ti?’.
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o
que lhe devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não
perdoar a seu irmão de todo o coração».
Quando Jesus Cristo acabou de dizer estas palavras, partiu da
Galileia e foi para o território da Judeia, além do Jordão.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258),
bispo de Cartago e mártir
A oração do Senhor, 23-24
«Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido»
O
Senhor obriga-nos a perdoar, também nós, as dívidas aos nossos
devedores, tal como Lhe pedimos que nos perdoe as nossas (Mt 6,12).
Devemos saber que não podemos obter o que pedimos em relação aos
nossos pecados, se não fizermos o mesmo àqueles que pecaram para
connosco. Por isso, Jesus Cristo diz algures: «É a medida com que servirdes que servirá de medida para vós»
(Mt 7,2). E o servo que, depois de ter sido perdoado de toda a sua
dívida, não quis, por sua vez, perdoar a do seu companheiro foi
lançado na prisão. Porque não quis usar de clemência para com o seu
companheiro, perdeu o que o seu senhor lhe oferecera. Jesus Cristo
estabelece-o ainda com mais força nos seus preceitos, quando decreta:
«Quando vos puserdes de pé em oração, se tiverdes alguma coisa contra
alguém, perdoai-lhe, para que o Pai que está nos céus vos perdoe as
vossas faltas. Mas se não perdoardes, o vosso Pai que está nos céus
também não vos perdoará as vossas faltas» (Mc 11,25-26). [...]
Quando Abel e Caim, os primeiros, ofereceram sacrifícios, não eram as
suas oferendas que Deus olhava, mas o seu coração (Gn 4,3s): aquele
cuja oferenda Lhe agradou foi aquele cujo coração Lhe agradou. Abel,
pacífico e justo, oferecendo o sacrifício a Deus na inocência,
ensinava os outros a virem, tementes a Deus, oferecer o seu presente
no altar com um coração simples, com sentido de justiça, concórdia
e paz. Oferecendo com tais
disposições o sacrifício a Deus, mereceu tornar-se ele próprio uma
oferenda preciosa e dar o primeiro testemunho do martírio. Pela
glória do seu sangue, prefigurou a Paixão do Senhor porque possuía a
justiça e a paz do Senhor. São homens assim que são coroados pelo
Senhor e que, no dia do juízo, obterão justiça com Ele. ©
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da Confraria Bolos D. Rodrigo
Confraria Bolos D. Rodrigo – já está no Facebook
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