sábado, 10 de junho de 2017

Cristianismo 211 até 10-06-2017



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 04 de Junho de 2017

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Festa da Igreja : Pentecostes (semana II do Saltério)
Santo do dia : S. Pedro de Verona, presbítero, mártir, +1252, Santa Clotilde, viúva, +545

Livro dos Actos dos Apóstolos 2,1-11.
Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo que se iam dividindo e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo(?) (ou de Deus?) e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar?
Então como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? (Deus é comunicação. Onde Deus está todos se entendem: homens com homens, homens e animais, animais entre si. Não é a língua é a comunicação.) 
Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia,
da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma,
tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».

Livro de Salmos 104(103),1ab.24ac.29bc-30.31.34.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A Terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da Terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.

1.ª Carta aos Coríntios 12,3b-7.12-13.
Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor», a não ser pela acção do Espírito Santo.
De facto, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo.
Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum.
Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros, apesar de numerosos, constituem um só corpo assim também sucede com Jesus Cristo.
Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito.

Evangelho segundo S. João 20,19-23.
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus Cristo, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. (Quando Jesus Cristo foi martirizado, todas as pessoas -celeste, espiritual, natural – que formavam a sua identidade foram martirizadas e ficaram comas marcas. Acredito que a pessoa espiritual e a pessoa natural foram ocupar os seus lugares no universo de Deus, mas a pessoa celeste, o Filho, que tinha a responsabilidade do reino para a humanidade, ficou a tentar reunir os seus.)
Jesus Cristo disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
«A árvore da vida», n.º 49
Oração para obter os sete dons do Espírito Santo
Ó Jesus, por Vós, o Filho único, por nós feito homem, crucificado e glorificado, pedimos ao Pai clementíssimo que nos conceda, dos seus tesouros, a graça das sete formas do Espírito que repousou plenamente sobre Vós: espírito de sabedoria, para saborearmos o fruto da árvore da vida que Vós sois verdadeiramente e apreciarmos a sua doçura vivificante; o dom da inteligência, que ilumine os olhares do nosso espírito; o dom do conselho, que nos conduza pelo caminho estreito, na esteira dos vossos passos; o dom da fortaleza, para que possamos reduzir a nada a violência dos ataques inimigos; o dom da ciência, a fim de que sejamos cheios das luzes da vossa doutrina santa e possamos distinguir o bem do mal; o dom da piedade, que nos confere entranhas de misericórdia; o dom dos afectos, que, afastando-nos de todo o mal. nos guarde na paz sob o peso do respeito pela vossa majestade eterna.
Pois foi isso que quisestes que pedíssemos nesta santa oração que nos ensinastes; por isso Vos pedimos agora, pela vossa cruz, que no-lo obtenhais para glória do vosso nome santíssimo, ao qual seja dada, com o Pai e o Espírito Santo, toda a honra, o louvor, a acção de graças, a glória e a dominação por todos os séculos, assim seja.


Segunda-feira, dia 05 de Junho de 2017

Segunda-feira da 9.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Bonifácio, bispo, mártir, +754

Livro de Tobias 1,3.2,1a-8.
Eu, Tobit, segui os caminhos da verdade e da justiça e pratiquei boas obras todos os dias da minha vida. Dei muitas esmolas aos meus irmãos e compatriotas, deportados comigo para Nínive, no país da Assíria.
Sob o reinado do rei Saquerdão, voltei para a minha casa e foi-me restituída a companhia da minha esposa Ana e do meu filho Tobias. Pela festa do Pentecostes, que é a nossa festa das Semanas, mandei preparar um bom almoço e reclinei-me para comer.
Quando puseram a mesa e prepararam os vários pratos, eu disse ao meu filho Tobias: «Filho, vai ver se encontras algum pobre, entre os nossos irmãos exilados em Nínive, que seja de todo o coração dedicado ao Senhor e trá-lo aqui para comer connosco. Eu fico à tua espera até que voltes, meu filho».
Tobias foi procurar algum pobre entre os nossos irmãos e quando voltou, disse-me: «Meu pai». Eu respondi-lhe: «Que foi, meu filho?». Tobias continuou: «Pai, um homem da nossa gente foi estrangulado e depois atirado para a praça pública e ainda lá está».
Levantei-me imediatamente, deixando a comida sem lhe tocar; fui retirar da praça o cadáver e depositei-o num quarto, esperando o pôr do sol para o sepultar.
Depois voltei para casa, lavei-me e tomei a minha refeição cheio de tristeza,
recordando as palavras que disse o profeta Amós contra Betel: «As vossas festas converter-se-ão em luto e todos os vossos cânticos em lamentações».
E comecei a chorar. Logo que o sol se pôs, fui abrir uma cova e sepultei o morto.
Os meus vizinhos zombavam de mim, dizendo: «Ele ainda não tem medo. Por este motivo já foi procurado para ser morto e teve de fugir secretamente e agora anda aí de novo a sepultar os mortos».

Livro de Salmos 112(111),1-2.3-4.5-6.
Feliz o homem que adora o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a Terra,
será abençoada a geração dos justos.

Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha aos homens rectos como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.

Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado;
o justo deixará memória eterna.

Evangelho segundo S. Marcos 12,1-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo começou a falar em parábolas aos príncipes dos sacerdotes, aos escribas e aos anciãos: «Um homem plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e ergueu uma torre. Depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.
Quando chegou o tempo, enviou um servo aos vinhateiros para receber deles uma parte dos frutos da vinha.
Os vinhateiros apoderaram-se do servo, espancaram-no e mandaram-no sem nada.
Enviou-lhes de novo outro servo. Também lhe bateram na cabeça e insultaram-no.
Enviou-lhes ainda outro que eles mataram. Enviou-lhes muitos mais e eles espancaram uns e mataram outros.
O homem tinha ainda alguém para enviar: o seu querido filho e enviou-o por último, dizendo consigo: «Respeitarão o meu filho».
Mas aqueles vinhateiros disseram entre si: «Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa».
Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha.
Que fará então o dono da vinha? Virá ele próprio para exterminar os vinhateiros e entregará a outros a sua vinha.
Não lestes esta passagem da Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular.
Isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’?». Procuraram então prender Jesus Cristo, pois compreenderam que tinha dito para eles a parábola.
Mas tiveram receio da multidão e por isso deixaram-n’O e foram-se embora.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Diálogo 23
O dono da vinha
[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe]: «Toda a criatura dotada de razão possui em si uma vinha que é a vinha da alma. A vontade, pelo livre arbítrio, é o obreiro dessa vinha durante o tempo da vida; passado esse tempo, já ela não pode ali fazer mais nenhum trabalho, bom ou mau, mas durante a vida pode cultivar a sua vinha, para a qual Eu a enviei. Esse obreiro da alma recebeu de Mim uma força tal que não há demónio ou criatura alguma que lha possa tirar, se a estes se opuser. Foi no baptismo que recebeu essa força e, ao mesmo tempo, o gládio do amor pela virtude e do ódio ao pecado. Foi por esse amor e esse ódio, pelo amor por vós e pelo ódio ao pecado, que morreu o meu Filho unigénito, por vós derramando todo o seu sangue. E é este amor pela virtude e este ódio ao pecado que encontrais no santo baptismo que vos dá vida pela força do seu sangue [...].
«Arrancai, pois os espinhos dos pecados mortais e plantai as virtudes [...], praticai a contrição, tende desgosto pelo pecado e amor à virtude; recebereis então os frutos do sangue do meu Filho. Não podereis recebê-los se não vos dispuserdes a tornar-vos bons ramos, unidos ao tronco da videira, o meu Filho, que disse: "Eu sou a videira verdadeira, o meu pai é o agricultor e vós, os ramos" (Jo 15,1.5).
«Esta é a verdade. Sou Eu o verdadeiro agricultor, pois toda a coisa que possui ser veio e vem de Mim. O meu poder é insondável e pelo meu poder e a minha força, governo todo o universo, pois nada é feito nem ordenado sem ser por Mim. Sim, sou o agricultor; fui Eu quem plantou a verdadeira videira, o meu Filho unigénito, na terra da vossa humanidade para que vós, que sois ramos, unidos a esta videira, deis fruto».


Terça-feira, dia 06 de Junho de 2017

Terça-feira da 9.ª semana do Tempo Comum

Eu, Tobit, naquela noite de Pentecostes, depois de ter sepultado o morto, tomei banho, entrei no pátio da minha casa e deitei-me junto ao muro do pátio, com o rosto descoberto por causa do calor.
E não reparei que no muro, por cima de mim, havia pardais. O seu excremento quente caiu-me nos olhos, produzindo neles manchas brancas. Fui ter com os médicos para me tratar, mas quanto mais me aplicavam remédios, mais me cegavam as manchas até que fiquei completamente cego. Estive sem ver durante quatro anos e todos os meus parentes se entristeceram por minha causa. Aicar sustentou-me durante dois anos, antes de partir para Elimaida.
Entretanto, Ana, minha esposa, ocupava-se em trabalhos femininos:
enviava-os aos clientes e eles pagavam o preço. No dia sete do segundo mês, terminou uma encomenda e entregou-a aos clientes. Eles pagaram tudo e ainda lhe deram um cabrito.
Quando ela entrou em casa, o cabrito começou a berrar. Chamei então a minha esposa e perguntei-lhe: «Donde vem este cabrito? Não terá sido roubado? Vai entregá-lo ao dono porque não podemos comer nada roubado».
Ela respondeu-me: «É um presente que me deram além do pagamento». Mas eu não acreditei e insisti para que o entregasse ao dono. E por causa disto, estava indignado com ela. Então ela disse-me: «Onde estão as tuas esmolas? Onde estão as tuas boas obras? Agora tudo está claro a teu respeito».

Livro de Salmos 112(111),1-2.7bc-8.9.
Feliz o homem que adora o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a Terra,
será abençoada a geração dos justos.

Brilha aos homens rectos como luz nas trevas
o homem compassivo e justo.
Ele não receia más notícias,
seu coração está firme, confiado no Senhor.

O seu coração é inabalável, nada teme
e verá os adversários confundidos.
reparte com largueza pelos pobres, a sua generosidade permanece para sempre e pode levantar a cabeça com dignidade.

Evangelho segundo S. Marcos 12,13-17.
Naquele tempo, foram enviados a Jesus Cristo alguns fariseus e partidários de Herodes para O surpreenderem no que dissesse.
Aproximaram-se e disseram: «Mestre, sabemos que és sincero e não Te deixas influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas, mas ensinas com sinceridade o caminho de Deus. É lícito ou não pagar o tributo a César? Devemos pagar ou não?».
Mas Jesus Cristo, conhecendo a sua hipocrisia, respondeu-lhes: «Porque Me armais esse laço? Trazei-Me um denário para Eu ver».
Eles trouxeram-no e Jesus Cristo perguntou-lhes: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César».
Então Jesus Cristo disse-lhes: «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». E eles ficaram muito admirados com Jesus Cristo.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Sobre a Incarnação do Verbo, 13
Jesus Cristo é a imagem de Deus invisível; nele temos a redenção e a remissão dos pecados (Col 1,14.15)
Dado que os homens se tornaram insensatos e que o engano dos demónios lançou sobre eles uma sombra que escondeu o conhecimento do verdadeiro Deus, o que haveria Deus de fazer? Calar-Se perante uma situação destas? Aceitar que os homens se extraviassem e não O conhecessem? [...] Deus não podia permitir que as suas criaturas se extraviassem para longe dele e fossem sujeitas ao nada, sobretudo se este extravio se tornasse para eles causa de ruína e perdição, quando os seres que participaram na imagem de Deus (Gn 1,26) não devem perecer. Que é, pois necessário que Deus faça? Que fazer, senão renovar neles a sua imagem, a fim de que os homens possam de novo conhecê-lo?
Mas como fazer isto, a não ser pela presença da imagem do próprio Deus (Col 1,15), o nosso Salvador Jesus Cristo? Tal não é realizável pelos homens porque eles não são a imagem, mas criados segundo a imagem; também não é realizável pelos anjos porque nem eles são imagens. Foi por isso que o Verbo de Deus, Ele que é a imagem do Pai, veio até nós, a fim de estar em condições de restaurar a imagem no fundo do ser dos homens. Por outro lado, tal não poderia produzir-se se a morte e a degradação que a segue não fossem destruídas. Foi por isso que Ele tomou um corpo mortal, a fim de poder destruir a morte e restaurar os homens, feitos à imagem de Deus. Assim, pois a imagem do Pai, o seu santíssimo Filho, veio até nós para renovar o homem feito à sua semelhança e para vir ao encontro dele que estava perdido, oferecendo-lhe a remissão dos seus pecados, como Ele próprio disse: «Eu vim procurar e salvar o que estava perdido» (Lc 19,10).


Quarta-feira, dia 07 de Junho de 2017

Quarta-feira da 9.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beata Ana de São Bartolomeu, virgem, religiosa, +1626

Livro de Tobias 3,1-11a.16-17a.
Naqueles dias, eu, Tobit, de alma angustiada, gemendo e chorando, comecei a dizer entre suspiros a seguinte oração:
«Vós sois justo, Senhor, e são justas todas as vossas obras. Os vossos caminhos são misericórdia e fidelidade, Vós sois o juiz do mundo.
Agora, Senhor, lembrai-Vos de mim e olhai para mim. Não me castigueis pelos meus pecados e erros nem pelos dos meus antepassados que cometemos na vossa presença, desobedecendo aos vossos mandamentos.
Por isso Vós nos entregastes à pilhagem, ao cativeiro e à morte, ao escárnio, à zombaria e ao insulto de todos os povos entre os quais nos dispersastes.
Na verdade, todas as vossas sentenças são justas, quando me tratais assim, por causa dos meus pecados e pelos dos meus antepassados porque não cumprimos os vossos mandamentos nem procedemos fielmente para convosco.
Mas agora tratai-me como for do vosso agrado, ordenai que me seja tirada a vida para que eu desapareça da face da Terra e em terra me venha a tornar. Para mim, na verdade, é melhor morrer do que viver, pois tive de ouvir ofensas caluniosas e sinto uma grande tristeza. Senhor, fazei que eu me livre desta aflição, deixai-me partir para a eterna morada. Não vos afasteis de mim, Senhor, porque para mim é melhor morrer do que suportar tão grande aflição na minha vida e ter de ouvir tantos insultos».
No mesmo dia, sucedeu que Sara, filha de Raguel (homem), que vivia em Ecbátana da Média, também foi insultada por uma serva de seu pai.
Ela tinha casado sete vezes, mas Asmodeu, o demónio malfazejo, matava-lhe os maridos, antes de viverem com ela, conforme está prescrito às esposas. A serva dizia-lhe: «És tu que matas os teus maridos: já casaste com sete homens e não usaste o nome de nenhum deles.
Porque nos tratas mal por causa da sua morte? Vai-te com eles e que nunca se veja nascer de ti filho nem filha».
Nesse dia, Sara entristeceu-se profundamente e começou a chorar. Subiu à sala do andar superior da casa de seu pai e quis enforcar-se. Mas, reflectindo, pensou: «Talvez insultem meu pai e lhe digam: ‘Só tinhas uma filha querida e ela enforcou-se por causa das suas desgraças’. Assim faria descer meu pai à morada dos mortos, cheio de desgosto na sua velhice. É melhor que, em vez de me enforcar, eu suplique ao Senhor que me faça morrer, para não mais ter de ouvir insultos na minha vida.
Então estendeu as mãos para a janela e começou a rezar.
Nesse momento, a prece de ambos foi escutada pelo Deus da glória
e o Anjo Rafael foi enviado para dar remédio a Tobit e a Sara.

Livro de Salmos 25(24),2-4a.4b-5ab.6-7bc.8-9.
Senhor, meu Deus, em Vós confio,
Não seja confundido nem escarneçam de mim os inimigos.
Não serão confundidos os que esperam em Vós,
mas serão confundidos os que sem razão faltam à Palavra.

Mostra-me, Senhor, os teus caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Evangelho segundo S. Marcos 12,18-27.
Naquele tempo, foram ter com Jesus Cristo alguns saduceus – que afirmam não haver ressurreição – e perguntaram-lhe:
«Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão que deixe esposa sem filhos, esse homem deve casar-se com a viúva para dar descendência a seu irmão’.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência.
O segundo casou com a viúva e também morreu sem deixar descendência. O mesmo sucedeu ao terceiro.
E nenhum dos sete deixou descendência. Por fim morreu também a mulher.
Na ressurreição, quando voltarem à vida, de qual deles será ela esposa? Porque todos os sete se casaram com ela».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não andareis vós enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?
Na verdade, quando ressuscitarem dos mortos nem eles se casam nem elas são dadas em casamento; mas serão como os Anjos nos Céus.
Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no Livro de Moisés, no episódio da sarça ardente, como Deus disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’?
Ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Vós andais muito enganados».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja
«Proslogion»
A ressurreição: plenitude de vida
Porque te afastas para longe na busca dos bens da tua alma e do teu corpo? Ama o único Bem, no qual estão todos os bens e tanto te bastará. [...] Lá no alto, está tudo aquilo que se pode amar e desejar.
É a beleza que amas? « Os justos resplandecerão como o sol» ( Mt 13,43). É a agilidade e a força de um corpo livre e desembaraçado de todos os obstáculos? « Eles serão como os anjos de Deus» [...] É uma vida longa e sã? Lá em cima espera-te a saúde eterna, pois « os justos viverão eternamente» (Sab 5, 16) [...] Desejas ser saciado? Sê-lo-ás quando estiveres na presença de Deus e na sua glória (Sl 16,15). Estar embriagado? «Eles ficarão embriagados da abundância da casa de Deus» (Sl 35,9). É um canto melodioso que te agrada? Lá no alto, os coros angélicos cantam sem fim os louvores do Senhor. Procuras as delícias mais puras? Deus dar-te-á de beber na torrente das suas delícias (Sl 35,9). Amas a sabedoria? A sabedoria de Deus manifestar-se-á em pessoa. A amizade? Eles amarão a Deus mais do que a si próprios, amar-se-ão uns aos outros tanto quanto a si próprios e Deus amá-los-á mais do que eles alguma vez podem amar. [...] Amas a concórdia? Eles terão todos uma só vontade, pois não terão outra vontade senão a de Deus. [...] As honras e as riquezas? Deus dará muitos bens aos seus servidores bons e fiéis (Mt 25,21); mais ainda, « Eles serão chamados filhos de Deus» (Mt 5,9) e sê-lo-ão na realidade, pois onde está o Filho, aí também estarão «os herdeiros de Deus e os co-herdeiros de Jesus Cristo» (Rom 8,17).


Quinta-feira, dia 08 de Junho de 2017

Quinta-feira da 9.ª semana do tempo comum

Naqueles dias, quando entraram na Média e já estavam perto de Ecbátana,
o Anjo Rafael disse ao jovem Tobias: «Esta noite ficaremos hospedados em casa de Raguel; ele é teu parente e tem uma filha chamada Sara».
Quando chegaram à cidade de Ecbátana, Tobias disse ao Anjo: «Irmão Azarias, leva-me imediatamente a casa de Raguel, nosso irmão». O Anjo levou-o a casa de Raguel que encontraram sentado à porta do pátio. Eles saudaram-no primeiro e Raguel respondeu: «Sede bem-vindos, irmãos. Ainda bem que chegastes sãos e salvos». E levou-os para dentro de casa.
Depois de se lavarem e purificarem, sentaram-se à mesa. Tobias disse então a Rafael: «Irmão Azarias, pede a Raguel que me dê por esposa a minha prima Sara».
Raguel ouviu estas palavras e disse ao jovem: «Come e bebe e passa a noite tranquilo porque ninguém tem mais direito de receber como esposa a minha filha Sara do que tu, meu irmão, nem eu tenho o direito de a conceder a outro, senão a ti porque és o meu parente mais próximo. Devo, contudo, dizer-te a verdade, filho:
Já a dei a sete maridos da nossa linhagem e todos morreram na noite em que se aproximaram dela. Mas agora, filho, come e bebe». Tobias, porém, respondeu: «Não comerei nem beberei, antes que resolvas a minha situação». Disse Raguel: «Toma-a desde este momento, segundo a sentença do livro de Moisés. Pelo próprio Céu foi decidido que ela te seja entregue. Leva a tua prima para casa; doravante serás seu irmão e ela tua irmã. A partir de hoje, ela te pertence para sempre. E o Senhor do Céu, meu filho, vos faça felizes esta noite e vos conceda misericórdia e paz».
Raguel chamou sua filha Sara e ela aproximou-se. Tomando-a pela mão, entregou-a a Tobias, dizendo: «Recebe-a como esposa, segundo a lei e o decreto do livro de Moisés. Recebe-a e volta com ela, são e salvo para casa de teu pai. O Senhor do Céu vos dê boa viagem na sua paz».
Depois chamou a mãe da jovem e disse-lhe que trouxesse papel. Redigiu o contrato matrimonial, pelo qual dava Sara como esposa a Tobias, segundo a sentença da lei de Moisés.
Só então começaram a comer e a beber.
Raguel chamou a sua esposa Edna e disse-lhe: «Irmã, prepara o outro quarto e leva Sara para lá».
Ela preparou o quarto, como lhe foi ordenado e levou para lá sua filha. Chorou por causa dela; mas depois enxugou as lágrimas e disse:
«Tem confiança, minha filha. O Senhor do Céu transforme a tua tristeza em alegria. Tem confiança, minha filha». E saiu.
Quando acabaram de comer e beber, foram dormir. Acompanharam o jovem ao seu quarto e depois saíram e fecharam a porta. Então Tobias levantou-se do leito e disse a Sara: «Levanta-te, minha irmã; vamos rezar, pedindo ao Senhor que nos conceda a sua misericórdia e nos salve».
Ela levantou-se e começaram a rezar, pedindo ao Senhor que os salvasse. Disse Tobias: «Bendito sois, Deus dos nossos pais. Bendito é o vosso nome por todos os séculos dos séculos. Louvem-Vos os céus e todas as criaturas, por todos os séculos dos séculos.
Vós criastes Adão e lhe destes Eva por esposa, como auxílio e amparo e de ambos nasceu o género humano. Vós dissestes: ‘Não é bom que o homem esteja só; façamos-lhe uma auxiliar semelhante a ele’.
Senhor, bem sabeis que não é por paixão, mas com intenção pura que tomo esta minha prima como esposa. Tende piedade de mim e dela e fazei que cheguemos juntos a uma ditosa velhice».
E disseram ambos: «Amén. Amén».
Depois deitaram-se para passar a noite.

Livro de Salmos 128(127),1-2.3.4-5.
Feliz de ti, que adoras o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa.

Assim será abençoado o homem que adora o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida.

Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus Cristo um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».
Jesus Cristo respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’.
O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior do que estes».
Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele.
Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus Cristo disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
«Avisos e Máximas» (121-143 in trad. Seuil 1945, p. 1199)
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma [...] e com todas as tuas forças»
A força da alma reside nas suas potências, nos seus impulsos e nas suas faculdades. Se a vontade os volta para Deus e os mantém longe de tudo o que não é Deus, a alma reserva para Ele todas as suas capacidades e ama com todas as suas forças, como o próprio Deus lhe ordena. Buscar-se a si mesmo em Deus é buscar as doçuras e consolações de Deus e isto é contrário ao puro amor de Deus. É um grande mal preferir os bens de Deus ao próprio Deus, à oração e ao desprendimento.
Há muitos que procuram em Deus consolações e gostos, e desejam que Sua Majestade os encha dos seus favores e dons, mas o número dos que se esforçam por Lhe agradar e Lhe oferecer algo de si mesmos, rejeitando qualquer interesse próprio, é muito pequeno. São poucos os homens espirituais, mesmo entre os que temos por muito avançados na virtude, que conseguem uma perfeita determinação de fazer o bem. Não chegam nunca a renunciar por completo a si mesmos em algum aspecto do espírito do mundo ou da natureza, nem a desprezar aquilo que se pensará ou dirá deles quando se trata de cumprir, por amor a Jesus Cristo, as obras da perfeição e do desprendimento. [...]
Aqueles que amam só a Deus não caminham nas trevas, por muito pobres e privados de luz que possam considerar-se. [...] A alma que, no meio das securas e abandonos, mantém sempre a sua atenção e solicitude em servir a Deus poderá sofrer, poderá temer não conseguir, mas, na realidade, oferecerá a Deus um sacrifício de agradável odor (Gn 8,21).


Sexta-feira, dia 09 de Junho de 2017

Sexta-feira da 9.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, Ana, esposa de Tobit, estava sentada, percorrendo com a vista o caminho por onde o seu filho Tobias devia voltar.
Quando verificou que ele estava a chegar, disse a Tobit: «O teu filho está a chegar com o homem que o acompanhou».
O Anjo Rafael tinha dito a Tobias, antes de que ele se aproximasse do pai: «Estou certo de que se abrirão os olhos de teu pai.
Unta-lhe os olhos com o fel de peixe: o remédio fará que as manchas se reduzam e desapareçam dos seus olhos. Teu pai vai recuperar a vista e verá a luz».
Ana correu a lançar-se ao pescoço de seu filho e disse-lhe: «Já te vejo, meu filho. Agora posso morrer». E começou a chorar.
Tobit levantou-se e, embora tropeçando, conseguiu sair pela porta do pátio.
Tobias foi ao seu encontro, com o fel de peixe na mão; soprou-lhe nos olhos, segurou-o e disse-lhe: «Coragem, pai!». Depois aplicou-lhe o remédio
e, com ambas as mãos, tirou-lhe uma espécie de pele dos cantos dos olhos
Então Tobit lançou-se-lhe ao pescoço e chorou, dizendo: «Já te vejo, meu filho, luz dos meus olhos».
E exclamou: «Bendito seja Deus, bendito seja o seu santo nome. Benditos sejam os seus santos Anjos por todos os séculos.
Porque Deus tinha-me ferido, mas compadeceu-Se de mim e agora vejo meu filho Tobias».

Livro de Salmos 146(145),2abc.7.8-9a.9bc-10.
Louva, minha alma, o Senhor.
Louvarei o Senhor toda a minha vida,
cantarei hinos ao meu Deus,

O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos.

O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos.

O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores.

O Senhor reina eternamente.
O teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações.

Evangelho segundo S. Marcos 12,35-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo ensinava no templo, dizendo: «Como podem os escribas dizer que o Messias é filho de David?
O próprio David afirmou, sob a acção do Espírito Santo: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: Senta-Te à minha direita até que Eu faça dos teus inimigos escabelo dos meus pés’.
O próprio David Lhe chama ‘Senhor’. Como pode ser seu filho?». E a numerosa multidão escutava com prazer o que Jesus Cristo dizia.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), Papa, doutor da Igreja
1.º sermão para a Natividade do Senhor (trad. breviário)
Filho de David e Senhor dos senhores
Da casa real de David foi escolhida uma virgem para em seu seio carregar uma criança santa, filho simultaneamente divino e humano [...]. O Verbo, a Palavra de Deus, que é o próprio Deus, o Filho de Deus que no «princípio estava em Deus, por quem tudo começou a existir e sem quem nada veio à existência» (Jo 1,1-3), esse Filho fez-Se homem para libertar o homem da morte eterna. Ele desceu até à humildade da nossa condição sem que com isso a sua majestade tivesse sido diminuída. Mantendo-Se o que era e assumindo o que não era, uniu uma verdadeira natureza de servidor à natureza, segundo a qual, é igual ao Pai. Ele juntou tão estreitamente estas duas naturezas que nem a sua glória poderá aniquilar a natureza inferior nem a união com esta aviltar a natureza superior.
O que é próprio de cada natureza mantém-se integralmente e reúne-se numa única pessoa: a humildade é acolhida pela sua majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade. Para pagar a dívida da nossa condição, a natureza intangível une-se à natureza capaz de sofrer; Deus verdadeiro e homem verdadeiro associam-se na unidade de um só Senhor Jesus Cristo. Assim e porque tal Lhe era preciso para nos salvar, o único «mediador entre Deus e os homens» (1Tim 2,5) poderia morrer pela acção dos homens e ressuscitar pela acção de Deus [...]
Tal foi, meus bem-amados, o nascimento que conveio a Jesus Cristo, «poder e sabedoria de Deus» (1Cor 1,24). Por esse nascimento, deu-Se à humanidade, conservando a preeminência da sua divindade. Se não fosse o Filho, não nos traria a salvação. Se não fosse homem verdadeiro, não nos levaria para o mundo celeste da humanidade.


Sábado, dia 10 de Junho de 2017

Anjo de Portugal


Santo do dia : Santo Anjo da Guarda de Portugal

Livro de Daniel 10,2-14.
Naqueles dias, eu, Daniel, fazia penitência durante três semanas.
Não tomei qualquer alimento delicado, não entrou em minha boca nem carne nem vinho; não me ungi com azeite, enquanto decorreram estas três semanas.
No vigésimo quarto dia do primeiro mês, encontrava-me eu na margem do grande rio Tigre.
ergui os olhos e vi um homem vestido de linho, com um cinturão de ouro puro.
O seu corpo era semelhante ao topázio e o rosto tinha o fulgor do relâmpago; os olhos eram como fachos ardentes, os braços e as pernas eram brilhantes como o bronze polido e o som das suas palavras era como o rumor de uma multidão.
Só eu, Daniel, é que pude contemplar esta aparição; aqueles que estavam comigo não a viram, mas apoderou-se deles um tão grande pavor que correram a esconder-se.
Então fiquei sozinho, continuando a presenciar esta portentosa aparição. Faltaram-me as forças; tornou-se lívida a cor do meu rosto e desfaleci.
Ouvi falar este homem e, ao som das suas palavras, caí desmaiado, com a face por terra.
Mas eis que uma mão me tocou e me fez colocar, a tremer, sobre os joelhos e as palmas das mãos.
Disse-me ele: «Daniel, homem de predilecção, atende às palavras que te vou dirigir. Levanta-te, pois tenho uma mensagem a comunicar-te.» Quando me falou assim, pus-me de pé, todo a tremer.
Ele disse-me: «Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração para compreender e te humilhaste diante do teu Deus, as tuas palavras foram ouvidas. É por causa das tuas palavras que eu venho.
O chefe do reino da Pérsia resistiu-me durante vinte e um dias. Então Miguel, um dos chefes principais, veio em meu auxílio. Eu estive lá, a fazer frente ao chefe dos reis da Pérsia
e aqui estou para te fazer compreender o que deve acontecer ao teu povo nos últimos dias. Esta visão diz respeito ainda aos tempos longínquos.»

Livro de Salmos 91(90),1-2.10-11.12-13.14-15.
Tu, que habitas sob a protecção do Altíssimo,
moras à sombra do Omnipotente.
diz ao Senhor: «Sois o meu refúgio e a minha cidadela;
meu Deus, em Vós confio».

Nenhum mal te acontecerá
nem a desgraça se aproximará da tua morada.
Porque o Senhor mandará aos seus Anjos
que te guardem em todos os teus caminhos.

Na palma das mãos te levarão,
para que não tropeces em alguma pedra.
Poderás andar sobre víboras e serpentes,
calcar aos pés o leão e o dragão.

«Porque confiou em Mim, hei-de salvá-lo;
hei-de protegê-lo, pois conheceu o meu nome.
Quando Me invocar, hei-de atendê-lo,
estarei com ele na tribulação,

hei-de libertá-lo e dar-lhe glória».

Evangelho segundo S. Lucas 2,8-14.
Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos.
O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo.
Disse-lhes o Anjo: «Não temais porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo:
nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura».
Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste que louvava a Deus, dizendo:
«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§ 328-332
«Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste»
A existência dos seres espirituais (/pessoas espirituais, pessoas celestes), não-corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição.
Santo Agostinho diz a respeito deles: Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito (/pessoa celeste); se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz". Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam «constantemente a face de meu Pai que está nos céus» (Mt 18,10), são «poderosos executores da sua palavra, obedientes ao som de sua palavra» (Sl 103,20).
Como criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor de sua glória.
Jesus Cristo é o centro do mundo angélico. São seus os anjos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus anjos (= pessoas celestes)» (Mt 25,31). São seus porque foram criados por e para Ele: «Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis: tronos, dominações, principados, potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele» (Col 1,16). São seus, mais ainda porque Ele os fez mensageiros de seu projecto de salvação. «Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?» (Heb 1,14).
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