"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna".
João 6, 68
Domingo,
dia 19 de Fevereiro de 2017
7.º
Domingo do Tempo Comum
O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos
porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo
para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Eu sou o Senhor».
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8.10.12-13.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu
nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.
O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados nem nos castigou segundo as nossas
culpas.
Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que
O adoram.
1.ª Carta aos Coríntios 3,16-23.
Irmãos: Não sabeis que sois templo
de Deus e que o Espírito de Deus habita
em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus
o destruirá porque o templo de Deus é santo e vós sois esse templo.
Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo,
faça-se louco, para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito:
«Apanharei os sábios na sua própria astúcia».
E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios».
Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso:
Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as
futuras. Tudo é vosso;
mas vós sois de Jesus Cristo e Jesus Cristo é de Deus.
Evangelho segundo S.
Mateus 5,38-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Ouvistes
que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. (Lei Antiga =
Antigo Testamento = Universo das Trevas)
Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na
face direita, oferece-lhe também a esquerda.
(porquê? Para não sairmos do universo do Bem; não permitirmos
sentimentos de raiva, ódio,… dentro de nós; para não nos perdermos para as
trevas)
Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe
também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante
duas.
Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos
perseguem (aqui há um perigo grande: os nossos inimigos são os das trevas. Quando
rezamos por eles, estamos a tentar que saiam de lá e pela lei universal “faz
aos outros o que queres para ti porque é isso que recebes” eles passam a ter
o direito de nos pressionar com o
mal para nos revoltarmos e sairmos do bem para o mal. Assim é! Só o próprio
pode tomar essa decisão, tomando conhecimento com o Bem, desejando o bem para
si. Agora os do bem não podem fazer acepção
de pessoas; se os do mal lhes pedem ajuda, deve-se dá-la na medida das
possibilidades de cada um, “não vá a candeia apagar-se” e ficarmos nas trevas
por termos dado todo o bem que tínhamos ganhado.) para serdes filhos do vosso
Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover
sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma
coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o
fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito». (perfeitos
nunca poderemos ser porque só Deus é Perfeito, mas devemos escolher o caminho da perfeição e assim seremos
filhos de Deus; o que fazemos será mais ou menos perfeito na medida das nossas
possibilidades e capacidades e competências e Deus e o Senhor Jesus Cristo
estarão felizes por nós.)
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258), bispo
de Cartago e mártir
Os benefícios da paciência, 15-16; SC 291
«Eu, porém digo-vos: Não resistais ao homem mau»
«Suportai-vos
uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do espírito
mediante o vínculo da paz» (Ef 4,2) (= purgatório). Não é possível manter a
unidade e a paz, se os irmãos não se encorajarem uns aos outros ao apoio
mútuo, mantendo um bom entendimento graças à paciência. [...]
Perdoar ao irmão que nos ofende, não só setenta vezes sete vezes, mas todas
as faltas, amar os inimigos, rezar pelos adversários e pelos perseguidores
(Mt 5,39.44; 18,22) (rezar por nós e por todos, em geral) – como chegar aí se
não formos firmes na paciência e na benevolência? É o que vemos em Estêvão
[...]: em vez de pedir a vingança, pediu o perdão para os seus carrascos,
dizendo: «Senhor, não lhes imputes este pecado» (At 7,60). Foi o que fez o
primeiro mártir de Jesus Cristo [...] que se tornou, não só pregador da
Paixão do Senhor, mas também imitador da sua paciente bondade.
Que dizer da cólera, da discórdia, da rivalidade? Que não devem ter lugar
entre os cristãos. A paciência deve preencher o seu coração; nele não se
encontrará nenhum destes males. [...] O apóstolo Paulo avisa-nos: «Não
entristeçais o Espírito Santo de Deus [...]: fazei desaparecer da vossa vida
tudo o que é amargura, raiva, cólera, gritos ou insultos» (Ef 4,30-31). O
cristão que foge dos assaltos da sua natureza caída como de um mar em fúria e
se estabelece no porto de Jesus Cristo, na paz e na calma, não deve admitir
no seu coração a cólera, a desordem, pois não lhe é permitido pagar o mal com
o mal (Rom 12,17) nem conceber o ódio.
Segunda-feira,
dia 20 de Fevereiro de 2017
Segunda-feira da 7.ª
semana do Tempo Comum
Santo do dia : Beato
Francisco Marto, vidente de Fátima, +1919, Beata
Jacinta Marto, vidente de Fátima, +1920, Santo
Eleutério, bispo, mártir, +532
Livro de Eclesiástico 1,1-10.
Toda a sabedoria vem
do Senhor e permanece junto dele para sempre.
A areia dos mares, as gotas da chuva, os dias da eternidade, quem os poderá
contar?
A altura do céu, a extensão da terra, o abismo e a sabedoria, quem os
poderá medir?
A sabedoria foi criada antes de todas as coisas e a luz da inteligência,
desde a eternidade.
A fonte da sabedoria é a palavra de
Deus nos céus; os seus caminhos são os mandamentos eternos.
A quem foi revelada a raiz da sabedoria e quem pode discernir os seus
planos?
A quem foi manifestada a ciência da sabedoria? E quem pode compreender a
riqueza dos seus caminhos?
Só há um sábio, sumamente conhecedor: o que está sentado no seu trono.
Foi o Senhor quem a criou, quem a viu e a mediu e a difundiu sobre todas as
suas obras
e por todos os homens, segundo a sua liberalidade e a comunicou àqueles que
o amam. O amor do Senhor é uma sabedoria gloriosa. Ele a comunica àqueles a
quem se revela, para que o conheçam.
Livro de Salmos
93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei, revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa
por todo o sempre.
Evangelho segundo S. Marcos 9,14-29.
Naquele tempo, Jesus Cristo desceu do monte, com Pedro, Tiago e
João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à
sua volta e os escribas a discutir com eles.
Logo que viu Jesus Cristo, a multidão ficou surpreendida e correu a
saudá-l’O.
Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».
Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho
que tem um espírito mudo.
Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra e ele começa a
espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o
expulsassem, mas eles não conseguiram».
Tomando a palavra, Jesus Cristo disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até
quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo
aqui».
Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus Cristo, o espírito sacudiu
fortemente o menino que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.
Jesus Cristo perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem
respondeu-lhe: «Desde pequeno.
E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes
fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».
Jesus Cristo disse: «Se posso?... Tudo
é possível a quem acredita».
Logo o pai do menino exclamou: «Eu
creio, mas aumenta a minha pouca fé».
Ao ver que a multidão corria para junto d’Ele, Jesus Cristo falou severamente
ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino
e nunca mais entres nele».
O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino
ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido.
Mas Jesus Cristo tomou-o pela mão e levantou-o e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus Cristo entrou em casa (na sua casa), os discípulos
perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer
sair, a não ser pela oração».
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII),
monge perto de Mossul
Discursos ascéticos (1ª série)
«Eu creio, mas aumenta a minha pouca fé».
A fé é a porta dos mistérios. O que
os olhos do corpo são para as coisas sensíveis, é a fé para os olhos
escondidos da alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural).
Tal como temos dois olhos do corpo, também temos dois olhos espirituais da
alma, dizem os Padres da Igreja, e cada um tem uma visão própria.
Com um deles, vemos os segredos da glória de Deus, escondida nos seres da
sua criação, isto é, o seu poder, a sua sabedoria e a sua providência
eterna que nos rodeia e de que nos apercebemos quando refletimos acerca da
grandeza do alto da qual Ele nos conduz. Com esse mesmo olho, contemplamos
também as ordens celestes e os anjos, nossos companheiros de serviço (Ap
22,9), (quando dormimos).
Com o outro olho, contemplamos a glória da santa natureza de Deus, quando
Ele quer fazer-nos entrar nos seus mistérios espirituais e quando abre à
nossa inteligência o oceano da fé.
Terça-feira,
dia 21 de Fevereiro de 2017
Terça-feira da 7.ª
semana do Tempo Comum
Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua
alma para a provação (criada pelos do Mal).
Endireita o teu coração e sê constante, não te perturbes no tempo do
infortúnio.
Conserva-te unido a Ele e não te separes para teres bom êxito no teu
momento derradeiro.
Aceita tudo o que te acontecer e tem paciência nas vicissitudes da tua
humilhação
porque no fogo se prova o ouro e os eleitos de Deus, no cadinho da
humilhação. Nas doenças e na pobreza (provocadas pelos do Mal), confia
nele.
Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera
nele.
Vós que adorais o Senhor, esperai na sua misericórdia e não vos afasteis
para não cairdes.
Vós que adorais o Senhor, confiai nele, a vossa recompensa não vos
faltará.
Vós, que adorais o Senhor, contai com a prosperidade, a alegria eterna e
a misericórdia, pois a sua recompensa é um dom eterno e jubiloso.
Considerai as gerações antigas e vede: quem confiou no Senhor e foi
confundido? Quem perseverou no amor do Senhor e foi abandonado? Quem o
invocou e se sentiu desprezado?
Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva
no tempo da aflição.
Livro de Salmos
37(36),3-4.18-19.27-28.39-40.
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.
O Senhor conhece os dias dos bons
e a herança deles será eterna.
Não serão confundidos no tempo da adversidade
e nos dias da fome serão saciados.
Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre
porque o Senhor ama a justiça
e não desampara os que Lhe são fiéis.
A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende
porque n’Ele procuraram refúgio.
Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos caminhavam
através da Galileia. Jesus Cristo não queria que ninguém o soubesse
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser
entregue às mãos dos homens que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois
de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O
interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa (na sua casa), Jesus
Cristo perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados porque tinham discutido uns com os outros sobre qual
deles era o maior.
Então Jesus Cristo sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser
ser o primeiro será o último de todos e o servidor de todos».
E tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe e quem
Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c.
130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
«Contra as heresias»
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que
recebe»
Deus não
poderia ter feito o homem perfeito logo desde o princípio? Tudo é possível a Deus que desde
sempre é idêntico a Si mesmo e que não foi criado. Mas os seres criados,
porque a sua existência começou depois da de Deus, são necessariamente
inferiores àquele que os criou. [...] Porque são criados, não são
perfeitos; quando chegam ao mundo, são como crianças e, tal como as
crianças, não estão acostumados nem treinados para uma conduta perfeita.
[...} Naturalmente que Deus podia dar ao homem a perfeição desde o
princípio; mas o homem era incapaz de a receber porque era apenas uma
criança.
Foi por isso que Nosso Senhor, nos últimos tempos, quando recapitulou em
Si todas as coisas (Ef 1,10), veio até nós, não de acordo com o seu
poder, mas tal como nós éramos capazes de O ver. Na verdade, Ele teria
podido vir na sua glória inexprimível, mas nós não éramos ainda capazes
de suportar a grandeza dessa glória. [...} O Verbo de Deus, que era
perfeito, fez-Se criança para com o homem, não por sua causa, mas por
causa do estado de infância em que o homem se encontrava.
Quarta-feira,
dia 22 de Fevereiro de 2017
Cadeira de São
Pedro, apóstolo - festa
Caríssimos: Aos
presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui
testemunha dos padecimentos de Jesus Cristo e também participante da
glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação:
Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à
força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho
espírito de lucro, mas com zelo;
não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como
modelos do rebanho.
E quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa
imperecível da Sua glória.
Livro de Salmos
23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu
pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Evangelho
segundo S. Mateus 16,13-19.
Naquele tempo,
Jesus Cristo foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos
seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias,
outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus Cristo perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de
Deus vivo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque
não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está
nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será
ligado nos Céus e tudo o que desligares na Terra será desligado nos
Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), Papa,
doutor da Igreja
Sermão para o aniversário da sua ordenação episcopal
«Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja»
Irmãos,
quando tenho de cumprir os deveres do meu cargo episcopal, descubro que
sou fraco e cobarde, carregado com a fragilidade da minha própria
condição, embora deseje agir com generosidade e coragem. No entanto,
bebo a minha força na intercessão incansável do Sacerdote todo-poderoso
e eterno que, semelhante a nós, mas igual ao Pai, humilhou a sua
divindade até ao nível do homem e elevou a humanidade até ao nível de
Deus, encontrando uma justa e sã alegria nas disposições que Ele tomou.
Com efeito, delegando em numerosos pastores o cuidado do seu rebanho,
Ele não abandonou a guarda das suas ovelhas bem-amadas. Graças a esta
assistência fundamental e eterna, recebi eu mesmo a protecção e o apoio
do apóstolo Pedro que também não abandona as suas funções. Este sólido
alicerce, sobre o qual se eleva a Igreja em toda a sua altura, não se
cansa nunca de sustentar a massa do edifício que sobre ele repousa.
A firmeza desta fé, pela qual o primeiro dos apóstolos foi louvado,
nunca desfalece. Assim como permanece tudo o que Pedro professou, de
igual modo permanece o que Jesus Cristo estabeleceu em Pedro e
permanece a disposição querida pela vontade de Deus. S. Pedro persevera
na solidez que recebeu: não abandonou o leme da Igreja que foi deixado
nas suas mãos. Eis, meus irmãos, o que obteve aquela profissão de fé
inspirada por Deus Pai ao coração do apóstolo: este recebeu a solidez
de uma pedra que nenhum assalto pode deslocar. Em toda a Igreja, Pedro
proclama dia após dia: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Quinta-feira, dia 23 de Fevereiro de 2017
Quinta-feira
da 7.ª semana do Tempo Comum
Não te fies nas
tuas riquezas e não digas: «Tenho suficiente para mim.»
Não sigas os teus desejos e a tua força, indo atrás das paixões do
coração.
Não digas: «Quem terá poder sobre mim?» porque o Senhor te punirá
certamente.
Não digas: «Pequei e que me aconteceu de mal?» porque o Senhor é
lento em castigar. (há um tempo para semear (bem ou mal) e um tempo
para colher [as consequências das escolhas e dos actos realizados])
Não vivas confiado no perdão, acumulando pecado sobre pecado. (Ele é
o Justo)
Não digas: «A misericórdia do Senhor é grande, Ele terá compaixão da
multidão dos meus pecados!» porque nele a misericórdia e a ira
caminham juntas e o seu furor cairá sobre os pecadores.
Não tardes em te converter ao Senhor, não adies, de dia para dia,
porque a ira do Senhor virá de repente e Ele te fará perecer no dia
do castigo.
Não confies em riquezas
injustas, pois de nada te servirão no dia da desventura.
Não te voltes a todos os ventos e não andes por todos os caminhos;
assim se comporta o pecador de linguagem dúplice (= sede íntegros).
Sê firme nas tuas convicções e uma só seja a tua palavra.
Livro de
Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que
não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e a sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios (ateus, em geral):
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.
Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quem vos der a beber um
copo de água por serdes de Jesus Cristo, em verdade vos digo que não
perderá a sua recompensa.»
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim (=
discípulos), melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma
dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a (somos templo de
Deus, fá-lo-iam ao próprio. É a Lei Antiga) porque é melhor entrar
mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse
fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor
entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora;
porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que
ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de
temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os
outros». ( o sal conserva; conservai a Palavra, a Vida e o Bem)
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato Paulo VI
(1897-1978), papa de 1963 a 1978
Constituição apostólica «Paenitemini»
«Se a tua mão é para ti ocasião de pecado»: a conversão
do coração
Não se
pode alcançar o Reino anunciado por Jesus Cristo senão pela
conversão, a «metanoia», ou seja, pela mudança e a renovação íntima e total de todo o homem, dos
seus pensamentos, dos seus juízos e da sua vida, mudança e
renovação que se operam nele à luz da santidade e do amor de Deus que
nos foram manifestados e comunicados em plenitude no Filho.
O convite do Filho à «metanoia» obriga-nos tanto mais quanto Ele não
Se limitou a pregá-lo, mas Se ofereceu a Si próprio como exemplo. Jesus
Cristo é, com efeito, o modelo supremo dos penitentes, Ele que quis
sofrer, não pelos seus pecados, mas pelos pecados dos outros.
Quando se coloca diante de Jesus Cristo, o homem é iluminado por uma
luz nova e reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado.
Pela palavra de Jesus Cristo, é-lhe transmitida a mensagem que
convida à conversão e
concede o perdão dos pecados. O homem recebe estes dons em plenitude
no baptismo que o configura à Paixão, morte e ressurreição do Senhor.
É sob o signo deste mistério que se coloca toda a vida futura do baptizado.
Todo o cristão deve, pois seguir o Mestre, renunciando a si mesmo,
levando a sua cruz (=agruras da vida) e participando nos sofrimentos
de Jesus Cristo (Mt 16,24). Assim transfigurado em imagem da sua
morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição.
Sexta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2017
Sexta-feira
da 7.ª semana do Tempo Comum
Palavras
amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas
respostas agradáveis.
Procura estar de bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um
entre mil.
Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, não confies nele
muito depressa.
Com efeito, há amigos de ocasião que não são fiéis no dia da
tribulação.
Há amigo que se torna inimigo, que desvendará as tuas fraquezas
para tua vergonha.
Há amigo que só o é para a mesa e que deixará de o ser no dia da
desgraça;
na tua prosperidade mostra-se igual a ti, dirigindo-se com à
vontade aos teus servidores;
mas, se te colhe o infortúnio, volta-se contra ti e oculta-se da
tua presença.
Afasta-te daqueles que são
teus inimigos e está alerta com os teus amigos.
Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontrou, descobriu
um tesouro.
Nada se pode comparar a um amigo fiel e nada se iguala ao seu
valor.
Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que adoram o Senhor acharão
tal amigo.
O que adora o Senhor terá também boas amizades porque o seu amigo será semelhante a ele.
Livro de
Salmos 119(118),12.16.18.27.34.35.
Bendito sejais,
Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.
Hei-de alegrar-me com as tuas leis;
não esquecerei as tuas palavras.
Abri, Senhor, os meus olhos,
para ver as maravilhas da vossa lei.
Fazei-me compreender o caminho dos vossos preceitos,
para meditar nas vossas maravilhas.
Dai-me entendimento para guardar a vossa lei
e para a cumprir de todo o coração.
Conduzi-me pela senda dos vossos mandamentos
porque nela estão as minhas delícias.
Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Naquele tempo,
Jesus Cristo pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia,
além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de
Jesus Cristo e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a
ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus Cristo uns fariseus que, para O porem
à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua esposa?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado
de divórcio para se repudiar a esposa».
Jesus Cristo disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração
que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma
só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Quem repudiar a sua esposa e casar
com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete
adultério».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Tiago de Sarug (c.
449-521), monge e bispo sírio
Homília sobre o sexto dia
«Os dois serão uma só carne»
«Façamos
o homem à nossa imagem e semelhança», disse Deus (Gn 1,26). Uma
simples ordem fez surgir os outros seres da criação: «Haja luz» ou
«Haja um firmamento». Desta vez, porém Deus não disse: «Haja o
homem», mas: «Façamos o homem» Com efeito, achou conveniente dar
forma com as suas próprias mãos a esta imagem de Si próprio,
superior a todas as outras criaturas. Esta obra era-Lhe
particularmente próxima; Ele tinha-lhe um grande amor. [...] Adão é
a imagem de Deus porque traz a efígie do Filho único. [...]
De certo modo, Adão foi criado simultaneamente singelo e duplo: Eva
encontrava-se escondida nele. Antes mesmo de eles existirem, a
humanidade estava destinada ao casamento que os levaria, homem e
mulher, a um só corpo, como no início. Nenhuma querela, nenhuma
discórdia, se devia levantar entre eles. Teriam um mesmo
pensamento, uma mesma vontade. [...] O Senhor formou Adão do pó e
da água; quanto a Eva, tirou-a da carne, dos ossos e do sangue de
Adão (Gn 2,21). O profundo sono do primeiro homem antecipa os
mistérios da crucifixão. A abertura do lado era o golpe de lança
sofrido pelo Filho único; o sono, a morte na cruz; o sangue e a
água, a fecundidade do baptismo (Jo 19,34). [...] Mas a água e o
sangue que correram do lado do Salvador são a origem do mundo do
Espírito. [...]
Adão não sofreu com a amputação feita na sua carne; o que lhe foi
subtraído foi-lhe restituído, transfigurado pela beleza. O sopro do
vento, o murmúrio das árvores, o canto dos pássaros chamava os
noivos: «Levantai-vos, já dormistes o suficiente! A festa nupcial
espera-vos!» [...] Adão viu Eva a seu lado, aquela que era a sua
carne e os seus ossos, sua filha, sua irmã, sua esposa.
Levantaram-se os dois, envoltos numa veste de luz, no dia que lhes
sorria: estavam no Paraíso.
Sábado, dia 25 de Fevereiro de 2017
Sábado da
7.a semana do Tempo Comum
Santo do
dia : S.
Luis Versiglia, bispo, mártir, +1930, S.
Calisto Caravário, presbítero, mártir, +1930, S.
Sebastião de Aparício, leigo, confessor, +1600
Livro de Eclesiástico 17,1-13.
O Senhor
criou os homens a partir da terra e a ela de novo os faz voltar.
Determinou-lhes um tempo e um número de dias e deu-lhes domínio
sobre tudo o que há na terra.
Revestiu-os de força como a si mesmo e fê-los à sua própria
imagem.
Fê-los temidos de todo o ser vivo e impôs o seu domínio sobre os
animais e as aves.
Eles receberam o uso dos cinco poderes do Senhor; como sexto
foi-lhes dada a participação da inteligência e como sétimo, a
razão, intérprete dos seus poderes.
Dotou-os de inteligência, língua e olhos, de ouvidos e de um
coração para pensar.
Encheu-os de saber e de inteligência e mostrou-lhes o bem e o mal.
Pôs o seu olhar sobre os seus corações, a fim de lhes mostrar a
grandeza das suas obras.
E lhes concedeu que celebrassem eternamente as suas maravilhas.
Louvarão o nome de Deus Santo, publicando a magnificência das
suas obras.
Concedeu-lhes a ciência e deu-lhes em herança a lei da vida.
Concluiu com eles uma Aliança eterna e revelou-lhes os seus
decretos.
Viram com os próprios olhos a grandeza da sua glória, os seus
ouvidos escutaram a majestade da sua voz.
Livro de
Salmos 103(102),13-14.15-16.17-18a.
Como um pai
se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor se compadece dos que O adoram.
Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.
Os dias dos seres humanos são como a erva:
brota como a flor do campo,
mas, quando sopra o vento sobre ela,
deixa de existir e não se conhece mais o seu lugar.
A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O adoram
e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.
Evangelho segundo S. Marcos 10,13-16.
Naquele
tempo, apresentaram a Jesus Cristo umas crianças para que Ele
lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus Cristo, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir
a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o
reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem
não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».
E abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre
elas.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Hermas (século II)
O Pastor, parábola 9, 24.29
««Deixai vir a Mim as criancinhas
[...]: dos que são como elas é o reino de Deus.»
O
Pastor mostrou-me uma montanha onde as ervas eram verdes e
viçosas; tudo estava florescente e os rebanhos e os pássaros
encontravam aí o seu alimento. Ele disse-me: «Os crentes daqui
são simples, inocentes, felizes, sem qualquer ressentimento uns
contra os outros, mas, pelo contrário, alegres servidores de
Deus. Revestidos do santo espírito das virgens, cheios de
compaixão por todos os homens, provêem, com o suor do seu rosto,
às necessidades de todos os seus semelhantes, sem murmurações nem
hesitação. Vendo a sua simplicidade e toda a sua candura
infantil, o Senhor fez prosperar o trabalho das suas mãos e
abençoou todas as suas empresas. [...] Todos vós que agis assim,
permanecei desse modo e a vossa prosperidade não desaparecerá
jamais» [...]
Depois, ele mostrou-me uma bela montanha toda branca: «Aqui os
crentes assemelham-se às criancinhas que não têm qualquer ideia
do que é o mal; como elas, nunca souberam o que é a maldade, mas
guardaram sempre a inocência da infância. Esses homens irão
seguramente habitar no reino de Deus porque não violaram os
mandamentos de Deus, mas perseveraram todos os dias da sua vida
na candura e nos sentimentos da sua infância. Todos vós que
perseverais nesta via sereis "como criancinhas", sem
malícia, sereis glorificados mais do que todos os outros porque
as criancinhas são gloriosas diante de Deus e os primeiros a seus
olhos. Bem-aventurados, pois todos vós que afastardes a malícia
para vos revestirdes de inocência; primeiro do que todos os
outros, vivereis para Deus.».©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
D. Rodrigo
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