sábado, 25 de fevereiro de 2017

Cristianismo 196 até 25-02-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 19 de Fevereiro de 2017

7.º Domingo do Tempo Comum

O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor».
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8.10.12-13.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O adoram.

1.ª Carta aos Coríntios 3,16-23.
Irmãos: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá porque o templo de Deus é santo e vós sois esse templo.
Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia».
E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios».
Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso:
Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso;
mas vós sois de Jesus Cristo e Jesus Cristo é de Deus.
Evangelho segundo S. Mateus 5,38-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. (Lei Antiga = Antigo Testamento = Universo das Trevas)
Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda.  (porquê? Para não sairmos do universo do Bem; não permitirmos sentimentos de raiva, ódio,… dentro de nós; para não nos perdermos para as trevas)
Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem (aqui há um perigo grande: os nossos inimigos são os das trevas. Quando rezamos por eles, estamos a tentar que saiam de lá e pela lei universal “faz aos outros o que queres para ti porque é isso que recebes” eles passam a ter o direito de nos pressionar com o mal para nos revoltarmos e sairmos do bem para o mal. Assim é! Só o próprio pode tomar essa decisão, tomando conhecimento com o Bem, desejando o bem para si. Agora os do bem não podem fazer acepção de pessoas; se os do mal lhes pedem ajuda, deve-se dá-la na medida das possibilidades de cada um, “não vá a candeia apagar-se” e ficarmos nas trevas por termos dado todo o bem que tínhamos ganhado.) para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito». (perfeitos nunca poderemos ser porque só Deus é Perfeito, mas devemos escolher o caminho da perfeição e assim seremos filhos de Deus; o que fazemos será mais ou menos perfeito na medida das nossas possibilidades e capacidades e competências e Deus e o Senhor Jesus Cristo estarão felizes por nós.)


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
Os benefícios da paciência, 15-16; SC 291
«Eu, porém digo-vos: Não resistais ao homem mau»
«Suportai-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do espírito mediante o vínculo da paz» (Ef 4,2) (= purgatório). Não é possível manter a unidade e a paz, se os irmãos não se encorajarem uns aos outros ao apoio mútuo, mantendo um bom entendimento graças à paciência. [...]
Perdoar ao irmão que nos ofende, não só setenta vezes sete vezes, mas todas as faltas, amar os inimigos, rezar pelos adversários e pelos perseguidores (Mt 5,39.44; 18,22) (rezar por nós e por todos, em geral) – como chegar aí se não formos firmes na paciência e na benevolência? É o que vemos em Estêvão [...]: em vez de pedir a vingança, pediu o perdão para os seus carrascos, dizendo: «Senhor, não lhes imputes este pecado» (At 7,60). Foi o que fez o primeiro mártir de Jesus Cristo [...] que se tornou, não só pregador da Paixão do Senhor, mas também imitador da sua paciente bondade.
Que dizer da cólera, da discórdia, da rivalidade? Que não devem ter lugar entre os cristãos. A paciência deve preencher o seu coração; nele não se encontrará nenhum destes males. [...] O apóstolo Paulo avisa-nos: «Não entristeçais o Espírito Santo de Deus [...]: fazei desaparecer da vossa vida tudo o que é amargura, raiva, cólera, gritos ou insultos» (Ef 4,30-31). O cristão que foge dos assaltos da sua natureza caída como de um mar em fúria e se estabelece no porto de Jesus Cristo, na paz e na calma, não deve admitir no seu coração a cólera, a desordem, pois não lhe é permitido pagar o mal com o mal (Rom 12,17) nem conceber o ódio.

Segunda-feira, dia 20 de Fevereiro de 2017

Segunda-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Toda a sabedoria vem do Senhor e permanece junto dele para sempre.
A areia dos mares, as gotas da chuva, os dias da eternidade, quem os poderá contar?
A altura do céu, a extensão da terra, o abismo e a sabedoria, quem os poderá medir?
A sabedoria foi criada antes de todas as coisas e a luz da inteligência, desde a eternidade.
A fonte da sabedoria é a palavra de Deus nos céus; os seus caminhos são os mandamentos eternos.
A quem foi revelada a raiz da sabedoria e quem pode discernir os seus planos?
A quem foi manifestada a ciência da sabedoria? E quem pode compreender a riqueza dos seus caminhos?
Só há um sábio, sumamente conhecedor: o que está sentado no seu trono.
Foi o Senhor quem a criou, quem a viu e a mediu e a difundiu sobre todas as suas obras
e por todos os homens, segundo a sua liberalidade e a comunicou àqueles que o amam. O amor do Senhor é uma sabedoria gloriosa. Ele a comunica àqueles a quem se revela, para que o conheçam.
Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei, revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,

Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa
por todo o sempre.

Evangelho segundo S. Marcos 9,14-29.
Naquele tempo, Jesus Cristo desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles.
Logo que viu Jesus Cristo, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l’O.
Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».
Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho que tem um espírito mudo.
Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».
Tomando a palavra, Jesus Cristo disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui».
Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus Cristo, o espírito sacudiu fortemente o menino que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.
Jesus Cristo perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno.
E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».
Jesus Cristo disse: «Se posso?... Tudo é possível a quem acredita».
Logo o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas aumenta a minha pouca fé».
Ao ver que a multidão corria para junto d’Ele, Jesus Cristo falou severamente ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele».
O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido.
Mas Jesus Cristo tomou-o pela mão e levantou-o e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus Cristo entrou em casa (na sua casa), os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos (1ª série)
«Eu creio, mas aumenta a minha pouca fé».
A é a porta dos mistérios. O que os olhos do corpo são para as coisas sensíveis, é a fé para os olhos escondidos da alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural). Tal como temos dois olhos do corpo, também temos dois olhos espirituais da alma, dizem os Padres da Igreja, e cada um tem uma visão própria.
Com um deles, vemos os segredos da glória de Deus, escondida nos seres da sua criação, isto é, o seu poder, a sua sabedoria e a sua providência eterna que nos rodeia e de que nos apercebemos quando refletimos acerca da grandeza do alto da qual Ele nos conduz. Com esse mesmo olho, contemplamos também as ordens celestes e os anjos, nossos companheiros de serviço (Ap 22,9), (quando dormimos).
Com o outro olho, contemplamos a glória da santa natureza de Deus, quando Ele quer fazer-nos entrar nos seus mistérios espirituais e quando abre à nossa inteligência o oceano da fé.

Terça-feira, dia 21 de Fevereiro de 2017

Terça-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Pedro Damião, bispo, Doutor da Igreja, +1072

Livro de Eclesiástico 2,1-11.
Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua alma para a provação (criada pelos do Mal).
Endireita o teu coração e sê constante, não te perturbes no tempo do infortúnio.
Conserva-te unido a Ele e não te separes para teres bom êxito no teu momento derradeiro.
Aceita tudo o que te acontecer e tem paciência nas vicissitudes da tua humilhação
porque no fogo se prova o ouro e os eleitos de Deus, no cadinho da humilhação. Nas doenças e na pobreza (provocadas pelos do Mal), confia nele.
Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera nele.
Vós que adorais o Senhor, esperai na sua misericórdia e não vos afasteis para não cairdes.
Vós que adorais o Senhor, confiai nele, a vossa recompensa não vos faltará.
Vós, que adorais o Senhor, contai com a prosperidade, a alegria eterna e a misericórdia, pois a sua recompensa é um dom eterno e jubiloso.
Considerai as gerações antigas e vede: quem confiou no Senhor e foi confundido? Quem perseverou no amor do Senhor e foi abandonado? Quem o invocou e se sentiu desprezado?
Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo da aflição.
Livro de Salmos 37(36),3-4.18-19.27-28.39-40.
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.

O Senhor conhece os dias dos bons
e a herança deles será eterna.
Não serão confundidos no tempo da adversidade
e nos dias da fome serão saciados.

Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre
porque o Senhor ama a justiça
e não desampara os que Lhe são fiéis.

A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende
porque n’Ele procuraram refúgio.

Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus Cristo não queria que ninguém o soubesse
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa (na sua casa), Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então Jesus Cristo sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servidor de todos».
E tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
«Contra as heresias»
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe»
Deus não poderia ter feito o homem perfeito logo desde o princípio? Tudo é possível a Deus que desde sempre é idêntico a Si mesmo e que não foi criado. Mas os seres criados, porque a sua existência começou depois da de Deus, são necessariamente inferiores àquele que os criou. [...] Porque são criados, não são perfeitos; quando chegam ao mundo, são como crianças e, tal como as crianças, não estão acostumados nem treinados para uma conduta perfeita. [...} Naturalmente que Deus podia dar ao homem a perfeição desde o princípio; mas o homem era incapaz de a receber porque era apenas uma criança.
Foi por isso que Nosso Senhor, nos últimos tempos, quando recapitulou em Si todas as coisas (Ef 1,10), veio até nós, não de acordo com o seu poder, mas tal como nós éramos capazes de O ver. Na verdade, Ele teria podido vir na sua glória inexprimível, mas nós não éramos ainda capazes de suportar a grandeza dessa glória. [...} O Verbo de Deus, que era perfeito, fez-Se criança para com o homem, não por sua causa, mas por causa do estado de infância em que o homem se encontrava.

Quarta-feira, dia 22 de Fevereiro de 2017

Cadeira de São Pedro, apóstolo - festa

Festa da Igreja : Cadeira de São Pedro
Santo do dia : Beato Diogo Carvalho, presbítero, mártir, +1624

1.ª Carta de S. Pedro 5,1-4.
Caríssimos: Aos presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui testemunha dos padecimentos de Jesus Cristo e também participante da glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação:
Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho espírito de lucro, mas com zelo;
não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho.
E quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da Sua glória.
Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo

me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça

e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor

para todo o sempre.
Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus Cristo perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), Papa, doutor da Igreja
Sermão para o aniversário da sua ordenação episcopal
«Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja»
Irmãos, quando tenho de cumprir os deveres do meu cargo episcopal, descubro que sou fraco e cobarde, carregado com a fragilidade da minha própria condição, embora deseje agir com generosidade e coragem. No entanto, bebo a minha força na intercessão incansável do Sacerdote todo-poderoso e eterno que, semelhante a nós, mas igual ao Pai, humilhou a sua divindade até ao nível do homem e elevou a humanidade até ao nível de Deus, encontrando uma justa e sã alegria nas disposições que Ele tomou. Com efeito, delegando em numerosos pastores o cuidado do seu rebanho, Ele não abandonou a guarda das suas ovelhas bem-amadas. Graças a esta assistência fundamental e eterna, recebi eu mesmo a protecção e o apoio do apóstolo Pedro que também não abandona as suas funções. Este sólido alicerce, sobre o qual se eleva a Igreja em toda a sua altura, não se cansa nunca de sustentar a massa do edifício que sobre ele repousa.
A firmeza desta fé, pela qual o primeiro dos apóstolos foi louvado, nunca desfalece. Assim como permanece tudo o que Pedro professou, de igual modo permanece o que Jesus Cristo estabeleceu em Pedro e permanece a disposição querida pela vontade de Deus. S. Pedro persevera na solidez que recebeu: não abandonou o leme da Igreja que foi deixado nas suas mãos. Eis, meus irmãos, o que obteve aquela profissão de fé inspirada por Deus Pai ao coração do apóstolo: este recebeu a solidez de uma pedra que nenhum assalto pode deslocar. Em toda a Igreja, Pedro proclama dia após dia: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».

Quinta-feira, dia 23 de Fevereiro de 2017

Quinta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Não te fies nas tuas riquezas e não digas: «Tenho suficiente para mim.»
Não sigas os teus desejos e a tua força, indo atrás das paixões do coração.
Não digas: «Quem terá poder sobre mim?» porque o Senhor te punirá certamente.
Não digas: «Pequei e que me aconteceu de mal?» porque o Senhor é lento em castigar. (há um tempo para semear (bem ou mal) e um tempo para colher [as consequências das escolhas e dos actos realizados])
Não vivas confiado no perdão, acumulando pecado sobre pecado. (Ele é o Justo)
Não digas: «A misericórdia do Senhor é grande, Ele terá compaixão da multidão dos meus pecados!» porque nele a misericórdia e a ira caminham juntas e o seu furor cairá sobre os pecadores.
Não tardes em te converter ao Senhor, não adies, de dia para dia, porque a ira do Senhor virá de repente e Ele te fará perecer no dia do castigo.
Não confies em riquezas injustas, pois de nada te servirão no dia da desventura.
Não te voltes a todos os ventos e não andes por todos os caminhos; assim se comporta o pecador de linguagem dúplice (= sede íntegros).
Sê firme nas tuas convicções e uma só seja a tua palavra.
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e a sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios (ateus, em geral):
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Jesus Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim (= discípulos), melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a (somos templo de Deus, fá-lo-iam ao próprio. É a Lei Antiga) porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros». ( o sal conserva; conservai a Palavra, a Vida e o Bem)
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Constituição apostólica «Paenitemini»
«Se a tua mão é para ti ocasião de pecado»: a conversão do coração
Não se pode alcançar o Reino anunciado por Jesus Cristo senão pela conversão, a «metanoia», ou seja, pela mudança e a renovação íntima e total de todo o homem, dos seus pensamentos, dos seus juízos e da sua vida, mudança e renovação que se operam nele à luz da santidade e do amor de Deus que nos foram manifestados e comunicados em plenitude no Filho.
O convite do Filho à «metanoia» obriga-nos tanto mais quanto Ele não Se limitou a pregá-lo, mas Se ofereceu a Si próprio como exemplo. Jesus Cristo é, com efeito, o modelo supremo dos penitentes, Ele que quis sofrer, não pelos seus pecados, mas pelos pecados dos outros.
Quando se coloca diante de Jesus Cristo, o homem é iluminado por uma luz nova e reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado. Pela palavra de Jesus Cristo, é-lhe transmitida a mensagem que convida à conversão e concede o perdão dos pecados. O homem recebe estes dons em plenitude no baptismo que o configura à Paixão, morte e ressurreição do Senhor. É sob o signo deste mistério que se coloca toda a vida futura do baptizado.
Todo o cristão deve, pois seguir o Mestre, renunciando a si mesmo, levando a sua cruz (=agruras da vida) e participando nos sofrimentos de Jesus Cristo (Mt 16,24). Assim transfigurado em imagem da sua morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição.

Sexta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2017

Sexta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Sérgio, mártir, +304, S. Lázaro, monge, séc. IX

Livro de Eclesiástico 6,5-17.
Palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis.
Procura estar de bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil.
Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, não confies nele muito depressa.
Com efeito, há amigos de ocasião que não são fiéis no dia da tribulação.
Há amigo que se torna inimigo, que desvendará as tuas fraquezas para tua vergonha.
Há amigo que só o é para a mesa e que deixará de o ser no dia da desgraça;
na tua prosperidade mostra-se igual a ti, dirigindo-se com à vontade aos teus servidores;
mas, se te colhe o infortúnio, volta-se contra ti e oculta-se da tua presença.
Afasta-te daqueles que são teus inimigos e está alerta com os teus amigos.
Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontrou, descobriu um tesouro.
Nada se pode comparar a um amigo fiel e nada se iguala ao seu valor.
Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que adoram o Senhor acharão tal amigo.
O que adora o Senhor terá também boas amizades porque o seu amigo será semelhante a ele.
Livro de Salmos 119(118),12.16.18.27.34.35.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.
Hei-de alegrar-me com as tuas leis;
não esquecerei as tuas palavras.

Abri, Senhor, os meus olhos,
para ver as maravilhas da vossa lei.
Fazei-me compreender o caminho dos vossos preceitos,
para meditar nas vossas maravilhas.

Dai-me entendimento para guardar a vossa lei
e para a cumprir de todo o coração.
Conduzi-me pela senda dos vossos mandamentos
porque nela estão as minhas delícias.

Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus Cristo e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus Cristo uns fariseus que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua esposa?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a esposa».
Jesus Cristo disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Quem repudiar a sua esposa e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio
Homília sobre o sexto dia
«Os dois serão uma só carne»
«Façamos o homem à nossa imagem e semelhança», disse Deus (Gn 1,26). Uma simples ordem fez surgir os outros seres da criação: «Haja luz» ou «Haja um firmamento». Desta vez, porém Deus não disse: «Haja o homem», mas: «Façamos o homem» Com efeito, achou conveniente dar forma com as suas próprias mãos a esta imagem de Si próprio, superior a todas as outras criaturas. Esta obra era-Lhe particularmente próxima; Ele tinha-lhe um grande amor. [...] Adão é a imagem de Deus porque traz a efígie do Filho único. [...]
De certo modo, Adão foi criado simultaneamente singelo e duplo: Eva encontrava-se escondida nele. Antes mesmo de eles existirem, a humanidade estava destinada ao casamento que os levaria, homem e mulher, a um só corpo, como no início. Nenhuma querela, nenhuma discórdia, se devia levantar entre eles. Teriam um mesmo pensamento, uma mesma vontade. [...] O Senhor formou Adão do pó e da água; quanto a Eva, tirou-a da carne, dos ossos e do sangue de Adão (Gn 2,21). O profundo sono do primeiro homem antecipa os mistérios da crucifixão. A abertura do lado era o golpe de lança sofrido pelo Filho único; o sono, a morte na cruz; o sangue e a água, a fecundidade do baptismo (Jo 19,34). [...] Mas a água e o sangue que correram do lado do Salvador são a origem do mundo do Espírito. [...]
Adão não sofreu com a amputação feita na sua carne; o que lhe foi subtraído foi-lhe restituído, transfigurado pela beleza. O sopro do vento, o murmúrio das árvores, o canto dos pássaros chamava os noivos: «Levantai-vos, já dormistes o suficiente! A festa nupcial espera-vos!» [...] Adão viu Eva a seu lado, aquela que era a sua carne e os seus ossos, sua filha, sua irmã, sua esposa. Levantaram-se os dois, envoltos numa veste de luz, no dia que lhes sorria: estavam no Paraíso.

Sábado, dia 25 de Fevereiro de 2017

Sábado da 7.a semana do Tempo Comum

O Senhor criou os homens a partir da terra e a ela de novo os faz voltar.
Determinou-lhes um tempo e um número de dias e deu-lhes domínio sobre tudo o que há na terra.
Revestiu-os de força como a si mesmo e fê-los à sua própria imagem.
Fê-los temidos de todo o ser vivo e impôs o seu domínio sobre os animais e as aves.
Eles receberam o uso dos cinco poderes do Senhor; como sexto foi-lhes dada a participação da inteligência e como sétimo, a razão, intérprete dos seus poderes.
Dotou-os de inteligência, língua e olhos, de ouvidos e de um coração para pensar.
Encheu-os de saber e de inteligência e mostrou-lhes o bem e o mal.
Pôs o seu olhar sobre os seus corações, a fim de lhes mostrar a grandeza das suas obras.
E lhes concedeu que celebrassem eternamente as suas maravilhas.
Louvarão o nome de Deus Santo, publicando a magnificência das suas obras.
Concedeu-lhes a ciência e deu-lhes em herança a lei da vida.
Concluiu com eles uma Aliança eterna e revelou-lhes os seus decretos.
Viram com os próprios olhos a grandeza da sua glória, os seus ouvidos escutaram a majestade da sua voz.
Livro de Salmos 103(102),13-14.15-16.17-18a.
Como um pai se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor se compadece dos que O adoram.
Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.

Os dias dos seres humanos são como a erva:
brota como a flor do campo,
mas, quando sopra o vento sobre ela,
deixa de existir e não se conhece mais o seu lugar.

A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O adoram
e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.

Evangelho segundo S. Marcos 10,13-16.
Naquele tempo, apresentaram a Jesus Cristo umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus Cristo, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».
E abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Hermas (século II)
O Pastor, parábola 9, 24.29
««Deixai vir a Mim as criancinhas [...]: dos que são como elas é o reino de Deus.»
O Pastor mostrou-me uma montanha onde as ervas eram verdes e viçosas; tudo estava florescente e os rebanhos e os pássaros encontravam aí o seu alimento. Ele disse-me: «Os crentes daqui são simples, inocentes, felizes, sem qualquer ressentimento uns contra os outros, mas, pelo contrário, alegres servidores de Deus. Revestidos do santo espírito das virgens, cheios de compaixão por todos os homens, provêem, com o suor do seu rosto, às necessidades de todos os seus semelhantes, sem murmurações nem hesitação. Vendo a sua simplicidade e toda a sua candura infantil, o Senhor fez prosperar o trabalho das suas mãos e abençoou todas as suas empresas. [...] Todos vós que agis assim, permanecei desse modo e a vossa prosperidade não desaparecerá jamais» [...]
Depois, ele mostrou-me uma bela montanha toda branca: «Aqui os crentes assemelham-se às criancinhas que não têm qualquer ideia do que é o mal; como elas, nunca souberam o que é a maldade, mas guardaram sempre a inocência da infância. Esses homens irão seguramente habitar no reino de Deus porque não violaram os mandamentos de Deus, mas perseveraram todos os dias da sua vida na candura e nos sentimentos da sua infância. Todos vós que perseverais nesta via sereis "como criancinhas", sem malícia, sereis glorificados mais do que todos os outros porque as criancinhas são gloriosas diante de Deus e os primeiros a seus olhos. Bem-aventurados, pois todos vós que afastardes a malícia para vos revestirdes de inocência; primeiro do que todos os outros, vivereis para Deus.».
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