"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 29 de Janeiro de 2017
4.º
Domingo do Tempo Comum
Santo do dia : S.
José Freinademetz, presb., +1908, S.
Constâncio, b., m., + 178, Beata Arcângela Girlani, virgem, +1495
Livro de Sofonias 2,3.3,12-13.
Procurai o Senhor, vós todos os humildes da Terra que obedeceis
aos seus mandamentos. Procurai a justiça, procurai a humildade (com
dignidade); talvez encontreis protecção no dia da ira do Senhor.
Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde que buscará refúgio
no nome do Senhor.
O resto de Israel não voltará a cometer injustiças, não tornará a dizer
mentiras nem mais se encontrará na sua boca uma língua enganadora. Por isso,
terão pastagem e repouso, sem ninguém que os perturbe.
Livro de Salmos
146(145),7.8-9.10.
O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos.
O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos.
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores.
O Senhor reina eternamente.
O teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações.
1.ª Carta aos Coríntios 1,26-31.
Irmãos: Vede quem sois vós, os que Deus chamou: não há muitos
sábios, naturalmente falando nem muitos influentes nem muitos bem-nascidos.
Mas Deus escolheu o que é louco aos olhos do mundo para confundir os sábios;
escolheu o que é fraco para confundir o forte;
escolheu o que é vil e desprezível, o que nada vale aos olhos do mundo para
reduzir a nada aquilo que vale,
a fim de que nenhuma criatura se possa gloriar diante de Deus.
É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual Se tornou para nós sabedoria
de Deus, justiça, santidade e redenção.
Deste modo, conforme está escrito, «quem se gloria deve gloriar-se no Senhor».
Evangelho segundo S.
Mateus 5,1-12.
Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e
sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos,
e Ele começou a ensiná-los (à multidão; os discípulos mostram o mestre à
multidão), dizendo:
«Felizes os pobres em espírito
(aqueles que não utilizam seres celestes para oprimir e destruir os outros,
considerando-se assim muito poderosos) porque deles é o reino dos Céus.
Felizes os que choram porque serão
consolados.
Felizes os humildes porque
possuirão a Terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça
porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos porque
alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração porque
verão a Deus.
Felizes os que promovem a paz
porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por amor
da justiça porque deles é o reino dos Céus.
Felizes sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e,
mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai porque é grande nos Céus a vossa recompensa. Assim
perseguiram os profetas que vieram antes de vós».
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (c.
1080-1157), abade cisterciense
Sermão para a Festa de Todos os Santos, 3.5-6
«Deles é o reino dos Céus»
«Felizes os
pobres em espírito porque deles é o reino dos Céus.» Sim, felizes aqueles que
rejeitam os fardos sem valor, mas cheios de peso, deste mundo; aqueles que
não querem ser ricos, a não ser pela posse do Criador do mundo e só por Ele;
aqueles que, nada tendo, por Ele tudo possuem (2Cor 6,10). Pois tudo possuem
estes que possuem Aquele que tudo contém e de tudo dispõe, estes de quem Deus
é a parte e a herança (Nm 18,20). «Nada falta aos que O adoram» (Sl 34,10):
Deus dá-lhes tudo o que sabe ser-lhes necessário e dar-Se-lhes-á a Si mesmo
um dia, para que eles encontrem a alegria. [...] Glorifiquemo-nos, pois, meus
irmãos, pelo facto de sermos pobres por Jesus Cristo e esforcemo-nos por ser
humildes (com dignidade) com Jesus Cristo. Pois não há coisa mais detestável
nem mais miserável que um pobre orgulhoso. [...]
«O reino de Deus não é uma questão de comer e beber, mas de justiça, paz e alegria no
Espírito Santo» (Rom 14, 17). Se sentimos que temos tudo isto em nós,
proclamemos com segurança que o reino de Deus está dentro de nós (Lc 17,21).
Ora aquilo que está dentro de nós pertence-nos verdadeiramente; ninguém no-lo
pode arrancar. É por isso que, quando proclama a Bem-Aventurança dos Pobres, o Senhor não diz: «deles será o reino
dos Céus», mas: «deles é o reino dos Céus». E é deles, não apenas por um
direito firmemente estabelecido, mas também por um penhor inteiramente seguro
que já é uma experiência da felicidade perfeita. E não apenas porque o reino
foi preparado para eles desde o começo do mundo (Mt 25,34), mas também porque
eles já começaram a entrar na sua posse: eles já possuem o tesouro celeste
em vasos de barro (2Cor 4,7), já trazem a Deus no seu corpo e no seu
coração.
Segunda-feira,
dia 30 de Janeiro de 2017
Segunda-feira da 4.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Que mais posso dizer? Faltar-me-ia o tempo se quisesse
falar de Gedeão, de Barac, de Sansão, de Jefté, de David, de Samuel e dos
Profetas.
Pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram os bens
prometidos. Fecharam a boca dos leões,
extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, convalesceram
das enfermidades, tornaram-se fortes na guerra, venceram exércitos
inimigos.
Mulheres houve que recuperaram os seus mortos pela ressurreição. Mas outros
foram torturados, recusando o resgate a fim de alcançar uma ressurreição
melhor.
Outros sofreram o tormento das zombarias e da flagelação, das algemas e da
prisão.
Foram apedrejados, serrados, mortos ao fio da espada; andaram vagueando,
cobertos de peles de ovelha e de cabra, indigentes, oprimidos, maltratados.
O mundo não era digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes,
nas grutas e cavernas da Terra.
E todos estes, que alcançaram testemunho favorável pela sua fé, ficaram sem
obter a realização da promessa.
Porque Deus previa para nós um destino melhor, eles não deviam chegar sem
nós à perfeição final.
Livro de Salmos
31(30),20.21.22.23.24.
Como é grande, Senhor, a vossa bondade,
que tendes reservada para os que Vos adoram!
À vista dos homens Vós a concedeis
àqueles que em Vós confiam.
Ao abrigo da vossa presença Vós os defendeis
das maquinações dos homens;
no vosso tabernáculo Vós os escondeis
das línguas provocadoras.
Bendito seja o Senhor:
como em cidade fortificada,
em mim enalteceu a sua misericórdia.
Eu, porém dizia na minha ansiedade:
"Estou banido da vossa presença".
Mas ouvistes a voz da minha súplica,
logo que Vos invoquei.
Amai o Senhor,
vós todos os seus fiéis.
O Senhor defende os que Lhe são fiéis,
mas castiga com rigor os orgulhosos.
Evangelho segundo S. Marcos 5,1-20.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos chegaram ao
outro lado do mar, à região dos gerasenos.
Logo que Ele desembarcou, saiu ao seu encontro, dos túmulos onde morava, um
homem possesso de um espírito impuro.
Já ninguém conseguia prendê-lo nem sequer com correntes,
pois estivera preso muitas vezes com grilhões e cadeias e ele despedaçava
os grilhões e quebrava as cadeias. Ninguém era capaz de dominá-lo.
Andava sempre, de dia e de noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar
e a ferir-se com pedras.
Ao ver Jesus Cristo de longe, correu a prostrar-se diante d’Ele e disse,
clamando em alta voz: «Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus
Altíssimo? Conjuro-Te, por Deus, que não me atormentes».
Porque Jesus Cristo dizia-lhe: «Espírito impuro, sai desse homem».
E perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?». Ele respondeu: «O meu nome é ‘Legião’
porque somos muitos».
E suplicava instantemente que não os expulsasse daquela região.
Ora ali junto do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos.
Os espíritos impuros pediram a Jesus Cristo: «Manda-nos para os porcos e
entraremos neles».
Jesus Cristo consentiu. Então os espíritos impuros saíram do homem e
entraram nos porcos. A vara, que era de cerca de dois mil, lançou-se ao
mar, do precipício abaixo e os porcos afogaram-se.
Os guardadores fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos e, de lá,
vieram ver o que tinha acontecido.
Ao chegarem junto de Jesus Cristo, viram, sentado e em perfeito juízo, o
possesso que tinha tido a legião e ficaram cheios de medo.
Os que tinham visto narraram o que havia acontecido ao possesso e o que se
passara com os porcos.
Então pediram a Jesus Cristo que Se retirasse do seu território.
Quando Ele ia a subir para o barco, o homem que tinha sido possesso
pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele.
Jesus Cristo não lho permitiu, mas disse-lhe: «Vai para casa, para junto
dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de
ti».
Então ele foi-se embora e começou a apregoar na Decápole o que Jesus Cristo
tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa de Calcutá
(1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«Não há amor maior»
«o homem que tinha sido possesso pediu-Lhe que o deixasse ir
com Ele. Jesus Cristo [...] disse-lhe: "Vai para casa, para junto dos
teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez"»
Somos
chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus
(Jo 3,16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a
mim, para que sejamos o seu amor, a sua compaixão e a sua presença através
de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus
espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.
Tomemos a palavra de Jesus Cristo a sério e sejamos contemplativos no
coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na sua
presença. Pela contemplação, a alma bebe directamente do coração de Deus as
graças que a vida activa está encarregada de distribuir. A nossa vida deve
estar unida a Jesus Cristo vivo que está em nós. Se não vivemos na presença
de Deus, não podemos perseverar.
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus Cristo. É assim que a
compreendo. Amar Jesus Cristo, viver a sua vida no âmago da nossa e viver a
nossa no seio da sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num
quarto às escuras, mas por permitirmos a Jesus Cristo que viva a sua
Paixão, o seu amor, a sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja
connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa
contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto,
trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo que derrama
em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como sua mensagem
pessoal de amor (Mc 16,15).
Terça-feira,
dia 31 de Janeiro de 2017
Terça-feira da 4.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Estando nós rodeados de tão grande número de testemunhas,
libertemo-nos de todo o impedimento e do pecado que nos cerca e corramos
com perseverança para o combate que se apresenta diante de nós,
fixando os olhos em Jesus Cristo, guia da nossa fé e autor da sua
perfeição. Renunciando à alegria que tinha ao seu alcance, Ele suportou a
cruz, desprezando a sua ignomínia e está sentado à direita do trono de
Deus.
Pensai n’Aquele que suportou contra Si tão grande hostilidade da parte
dos pecadores para não vos deixardes abater pelo desânimo.
Vós ainda não resististes até ao sangue, na luta contra o pecado.
Livro de Salmos
22(21),26b-27.28.30.31-32.
Cumprirei a minha promessa na presença dos vossos fiéis.
Os pobres hão-de comer e serão saciados,
louvarão o Senhor os que O procuram:
vivam os seus corações para sempre.
Hão-de lembrar-se do Senhor e converter-se a Ele
todos os confins da Terra
e diante d’Ele virão prostrar-se
todas as famílias das nações.
Só a Ele hão-de adorar
todos os grandes do mundo,
diante d’Ele se hão-de prostrar
todos os que descem ao pó da terra.
Para Ele viverá a minha alma,
Há-de servi-l’O a minha descendência.
Falar-se-á do Senhor às gerações futuras
e a sua justiça será revelada ao povo que há-de vir:
«Eis o que fez o Senhor».
Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.
Naquele tempo, depois de Jesus Cristo ter atravessado de
barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua
volta e Ele deteve-se à beira-mar.
Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus
Cristo, caiu a seus pés
e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem
impor-lhe as mãos para que se salve e viva».
Jesus Cristo foi com ele, seguido por grande multidão que O apertava de
todos os lados.
Ora certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos,
que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens
sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais,
tendo ouvido falar de Jesus Cristo, veio por entre a multidão e tocou-Lhe
por detrás no manto,
dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei
curada».
No mesmo instante estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que
estava curada da doença.
Jesus Cristo notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a
multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?».
Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas:
‘Quem Me tocou?’».
Mas Jesus Cristo olhou em volta para ver quem O tinha tocado.
A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido,
veio prostrar-se diante de Jesus Cristo e disse-Lhe a verdade.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou».
Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A
tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?».
Mas Jesus Cristo, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga:
«Não temas; basta que tenhas fé».
E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João,
irmão de Tiago.
Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus Cristo encontrou
grande alvoroço, com gente que chorava e gritava.
Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas
lamentações? A menina não morreu; está a dormir».
Riram-se d’Ele. Jesus Cristo, depois de os ter mandado sair a
todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele,
entrou no local onde jazia a menina,
pegou-lhe na mão e disse: «Talitha Kum», que significa: «Menina, Eu te
ordeno: levanta-te».
Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos.
Ficaram todos muito maravilhados.
Jesus Cristo recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso
e mandou dar de comer à menina.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria
(380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentário sobre S. João
«Entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e
disse: [...] "Menina, Eu te ordeno: levanta-te"».
Nem para
ressuscitar os mortos o Salvador Se contenta em agir através da palavra
que, no entanto, é portadora das ordens divinas. Como cooperante, se
assim se pode dizer, dessa obra tão fantástica, ele toma a sua própria
carne, a fim de mostrar que esta tem o poder de dar a vida e para ensinar
que Lhe está intimamente ligada: ela é verdadeiramente a sua carne e não
um corpo estranho. Foi o que aconteceu quando ressuscitou a filha do
chefe da sinagoga; ao dizer-lhe: «Menina, levanta-te», tomou-a pela mão. Deu-lhe
a vida através de uma ordem poderosa, mas deu-lhe a vida também através
do contacto com a sua santa carne, testemunhando assim que uma mesma
força divina age tanto no seu corpo como na sua palavra. De igual forma,
quando chegou a uma cidade chamada Naim, onde ia a enterrar o filho único
de uma viúva, tocou no caixão dizendo: «Jovem, Eu te ordeno, levanta-te!»
(Lc 7,13-17)
Assim não só confere à sua palavra o poder de ressuscitar os mortos, mas
também, para mostrar que o seu corpo dá a vida, toca nos mortos e,
através da sua carne, faz a vida passar para os cadáveres. Ora se o
simples contacto com a sua carne sagrada devolve a vida a um corpo que já
se decompunha, que proveito não encontraremos nós na sua vivificante
Eucaristia, quando fazemos dela nosso alimento! Ela transformará
totalmente no bem que lhe é próprio, quer dizer, na imortalidade, aqueles
que nela tiverem participado.
Quarta-feira,
dia 01 de Fevereiro de 2017
Quarta-feira da
4.ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Beata
Maria Ana Vaillot, religiosa, mártir, +1794, Beata
Odília (Otília) Baumgarten, religiosa, mártir, +1794, Beata
Ana Michelotti, religiosa fundadora, +1887
Carta aos Hebreus 12,4-7.11-15.
Irmãos: Vós ainda
não resististes até ao sangue na luta contra o pecado
e já esquecestes a exortação que vos é dirigida como a filhos que sois:
"Meu filho, não desprezes a correcção do Senhor nem desfaleças
quando Ele te repreende
porque o Senhor corrige aquele que ama e castiga aquele que reconhece
como filho».
É para vossa correcção que sofreis. Deus trata-vos como filhos.
Qual é o filho a quem o pai não corrige?
Nenhuma correcção quando se recebe, é considerada como motivo de
alegria, mas de tristeza. Mais tarde, porém dá àqueles que assim foram
exercitados um fruto de paz e de justiça.
Por isso, levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos
vacilantes
e dirigi os vossos passos por caminhos direitos para que o coxo não se
extravie, mas antes seja curado.
Procurai viver em paz com todos e levai uma vida santa porque sem isso
ninguém verá o Senhor.
Velai por que ninguém se afaste da graça
de Deus: que nenhuma raiz amarga comece a crescer e lance o
contágio na comunidade.
Livro de Salmos
103(102),1-2.13-14.17-18a.
Bendiz, ó minha
alma (pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural), o Senhor e
todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus
benefícios.
como um pai se compadece dos seus filhos assim o Senhor Se compadece
dos que O adoram.
Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.
A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O adoram
e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.
Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.
Naquele tempo,
Jesus Cristo dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou o sábado, começou a ensinar
na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De
onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os
prodigiosos milagres feitos por suas mãos?
Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de
Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam
perplexos a seu respeito.
Jesus Cristo disse-lhes: «Um
profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua
casa».
E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes,
impondo-lhes as mãos.
Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias
dos arredores, ensinando.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Atanásio (295-373),
bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Carta a Epicteto, 5-9 (a partir da trad. breviário, rev.)
«Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria?»
O Verbo,
a Palavra eterna de Deus, «veio em auxílio da descendência de Abraão;
por isso, teve de assemelhar-Se em tudo aos seus irmãos» (Heb 2,16-17)
e de tomar um corpo semelhante ao nosso. Assim Maria foi
verdadeiramente necessária para que Ele tomasse corpo nela e oferecesse
esse corpo por nós como sendo seu. [...] Gabriel tinha-lho anunciado em
termos cuidadosamente escolhidos, pois não disse apenas: «Aquele que
vai nascer em ti» [...], mas: «Aquele que vai nascer de ti». [...]
Tudo isto se fez para que o Verbo, assumindo a nossa natureza e
oferecendo-a em sacrifício, a fizesse totalmente sua. Em seguida, quis
revestir-nos da sua própria natureza divina, razão pela qual S. Paulo
afirma: «É necessário que este corpo corruptível se revista de
incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de imortalidade»
(1Cor 15,53). E tal não aconteceu de forma simulada, como supõem certos
heréticos: nem pensar nisso! O Salvador tornou-Se verdadeiramente homem
e foi daí que veio a salvação para todo o homem. [...] A nossa salvação
não é uma aparência, não é apenas para o corpo, mas para o homem todo,
alma e corpo, e esta salvação veio do próprio Verbo.
Aquele que veio de Maria era, pois humano por natureza, segundo as
Escrituras, e o corpo do Senhor era um verdadeiro corpo; sim, um
verdadeiro corpo porque era idêntico ao nosso, porque Maria é nossa
irmã, visto que todos descendemos de Adão.
Quinta-feira, dia 02 de Fevereiro de 2017
Apresentação
do Senhor, festa.
Calendário da
Igreja disponível este dia
Livro de Malaquias 3,1-4.
Assim fala o
Senhor Deus: "Vou enviar o meu mensageiro para preparar o
caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a
quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais. Ele aí vem - diz
o Senhor do Universo -
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele
aparecer? Ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos
lavandeiros.
Sentar-Se-á para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi
como se purifica o ouro e a prata e eles serão para o Senhor os que
apresentam a oblação, segundo a justiça.
Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor como
nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Livro de
Salmos 24(23),7.8.9.10.
Levantai, ó
portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória.
Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40.
Ao chegarem os
dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram
Jesus Cristo a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito
varão será consagrado ao Senhor"
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas,
como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso,
que esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias
do Senhor
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus Cristo
trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes
dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso
servidor
porque os meus olhos viram a vossa salvação
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus Cristo estavam admirados com o que
d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi
estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para
ser sinal de contradição
- e uma espada trespassará a sua alma - assim se revelarão os
pensamentos de todos os corações".
Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até
aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus
noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a
falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de
Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a
Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de
sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153),
monge cisterciense, doutor da Igreja
1.º sermão para a Purificação
«De repente entrará no seu Templo o Senhor que
procurais» (Mal 3,1)
Hoje a
Virgem Mãe introduz o Senhor do Templo no Templo do Senhor. José
também conduz ao Senhor esse filho que não é o seu, mas o Filho bem-amado
no qual Deus pôs toda a sua complacência (Mt 3,17). Simeão, o justo,
reconhece aquele por quem esperava; Ana, a viúva, louva-O. Uma
primeira procissão foi celebrada nesse dia por estas quatro
personagens; uma procissão que, mais tarde, seria celebrada em júbilo
pelo universo inteiro. [...] Não vos espanteis por esta procissão ser
tão pequena, pois que bem pequeno é também aquele que o Templo
recebe. Mas neste local não há pecadores: todos são justos, todos são
santos, todos são perfeitos.
Só a esses salvarás, Senhor? O teu corpo vai crescer, a tua ternura
também crescerá. [...] Vejo agora uma segunda procissão, em que o
Senhor é precedido e seguido pelas multidões; já não é a Virgem que O
leva, mas um jumentinho. Ele não menospreza, portanto, nenhum
daqueles que envergarem as vestes dos apóstolos (Mt 21,7): a sua
doutrina, os seus costumes e a caridade que cobre uma quantidade de
pecados (1Ped 4,8). Mas irei mais longe e direi que também a nós Ele
reservou um lugar nessa procissão. [...] David, rei e profeta,
rejubilou ao ver esse dia: «Viu-o e encheu-se de alegria» (Jo 8,56);
senão, não teria cantado «Recebemos, ó Deus, a tua misericórdia no
teu Templo» (Sl 47,8). David recebeu essa misericórdia do Senhor,
Simeão recebeu-a e nós também a recebemos, como todos aqueles que são
predestinados à vida, pois «Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para
sempre» (Heb 13,8). [...}
Abracemos, portanto, essa misericórdia que recebemos no Templo e, tal
como a bem-aventurada Ana, não nos afastemos dele. Pois «o Templo de Deus é santo e esse
Templo sois vós» diz o apóstolo Paulo (1Cor 3,17). Está perto de
vós essa misericórdia; «está perto de vós a palavra de Deus, na vossa
boca e no vosso coração» (Rom 10,8). Pois não é verdade que Jesus Cristo
habita em vossos corações pela fé (Ef 3,17)? Eis o seu Templo, eis o
seu trono. [...] Sim, é no coração que recebemos a misericórdia, é no
coração que habita Jesus Cristo, é no coração que Ele murmura
palavras de paz ao seu povo, aos seus santos, a todos aqueles que se
recolhem ao seu coração.
Sexta-feira, dia 03 de Fevereiro de 2017
Sexta-feira
da 4.ª semana do Tempo Comum
Irmãos:
Permanecei no amor fraterno.
Não esqueçais a hospitalidade porque, graças a ela, alguns, sem o
saberem, hospedaram Anjos.
Lembrai-vos dos prisioneiros como se estivésseis presos com eles.
Lembrai-vos dos que são maltratados porque vós também tendes um
corpo.
O matrimónio seja honrado por todos e o leito conjugal sem mancha
porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.
O vosso modo de proceder seja desinteressado, contentando-vos com o
que possuís porque Deus disse: "Eu não te abandonarei nem te
desampararei".
Assim poderemos dizer confiadamente: "O Senhor é por mim: nada
temo; que poderão fazer-me os homens?".
Lembrai-vos dos vossos chefes que vos anunciaram a palavra de Deus;
considerai o êxito da sua carreira e imitai a sua fé.
Jesus Cristo é sempre o mesmo, hoje e ontem e por toda a
eternidade.
Livro de
Salmos 27(26),1.3.5.8b-9abc.
O Senhor é
minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?
Se um exército me vier cercar,
o meu coração não temerá.
Se contra mim travarem batalha,
mesmo assim terei confiança.
No dia da desgraça,
Ele me esconderá na sua tenda,
ocultar-me-á no recôndito do seu santuário,
elevar-me-á sobre um rochedo.
A vossa presença, Senhor, eu procuro:
Não escondais de mim o vosso rosto
nem afasteis com ira o vosso servo.
Não me rejeiteis nem me abandoneis,
meu Deus e meu Salvador.
Evangelho segundo S. Marcos 6,14-29.
Naquele tempo,
o rei Herodes ouviu falar de Jesus Cristo, pois a sua fama chegara
a toda a parte e dizia-se: «João Baptista ressuscitou dos mortos;
por isso ele tem o poder de fazer milagres».
Outros diziam: «É Elias». Outros diziam ainda: «É um profeta como
os antigos profetas».
Mas Herodes, ao ouvir falar de tudo isto, dizia: «João, a quem
mandei cortar a cabeça, ressuscitou».
De facto, Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por
causa de Herodíades, a esposa de seu irmão Filipe que ele tinha
tomado por mulher.
João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu
irmão».
Herodíades odiava João Baptista e queria dar-lhe a morte, mas não
podia
porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo e,
por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas
escutava-o com prazer.
Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário
natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais
e às principais personalidades da Galileia.
Entrou então a filha de Herodíades que dançou e agradou a Herodes e
aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu
to darei».
E fez este juramento: «Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a
metade do meu reino».
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?». A mãe
respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista».
Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido:
«Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João
Baptista».
O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos
convidados, não quis recusar o pedido.
E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de
João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João
e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe.
Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu
cadáver e deram-lhe sepultura.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Beda, o Venerável
(c. 673-735), monge beneditino, doutor da Igreja
Homilia 23 (livro 2); CCL 122, 354, 356-357
João Baptista, mártir da verdade
Não
há qualquer dúvida de que S. João Baptista sofreu a prisão pelo
nosso Redentor, que precedeu pelo seu testemunho, de que foi por
Ele que deu a vida. O seu perseguidor não lhe pediu para negar Jesus
Cristo, mas para calar a verdade, Contudo, foi por Jesus Cristo que
morreu, pois Jesus Cristo disse acerca de Si mesmo: «Eu sou a
verdade» (Jo 14,6). Assim, se pela verdade derramou o seu sangue,
então foi por Jesus Cristo que o fez. Nascendo, João testemunhou
que Jesus Cristo iria nascer; pregando, testemunhou que Jesus Cristo
iria pregar; baptizando, que Ele iria baptizar. Sofrendo primeiro a
sua Paixão, significou que o próprio Jesus Cristo sofreria a sua
[...].
Este homem tão grande chegou, pois ao fim da sua vida pelo
derramamento do seu sangue, depois de um longo e penoso cativeiro.
Ele, que anunciou a boa nova da liberdade de uma paz superior, foi
lançado na prisão pelos ímpios (= ateus). Foi fechado na
obscuridade de um cárcere, ele que veio para dar testemunho da luz
[...]. Pelo seu próprio sangue, é baptizado aquele a quem foi dado
baptizar o Redentor do mundo, ouvir a voz do Pai dirigindo-Se a Jesus
Cristo e ver descer sobre Ele a graça do Espírito Santo.
O apóstolo Paulo efectivamente disse-o: «Porque a vós é-vos dado
por Jesus Cristo, não somente que creiais nele, mas ainda que por
Ele padeçais» (Fil 1,29). E se disse que sofrer por Jesus Cristo é
um dom dos seus eleitos, é porque, como diz noutra parte: «Tenho
como coisa certa que os sofrimentos do tempo presente nada são em
comparação com a glória que há-de revelar-se em nós» (Rom 8,18).
Sábado, dia 04 de Fevereiro de 2017
Sábado da
4.a semana do Tempo Comum
Irmãos:
Ofereçamos a Deus continuamente, por Jesus Cristo, um sacrifício de louvor,
isto é, o fruto dos lábios que aclamam o seu nome.
Não esqueçais a beneficência
e a solidariedade
porque são estes sacrifícios que agradam a Deus.
Obedecei aos vossos chefes e sede-lhes submissos porque eles
velam pelas vossas almas (pessoas celestes, pessoas espirituais,
pessoas naturais), como quem tem de responder por elas. Assim
poderão fazê-lo com alegria e sem queixumes, o que vos seria
prejudicial.
O Deus da paz que ressuscitou dos mortos Aquele que, pelo sangue
de uma aliança eterna, Se tornou o supremo pastor das ovelhas,
nosso Senhor Jesus Cristo,
vos torne aptos para cumprir a sua vontade em toda a espécie de
boas obras e realize em nós o que Lhe é agradável, por Jesus
Cristo, a quem seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.
Livro de
Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é
meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Evangelho segundo S. Marcos 6,30-34.
Naquele
tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus Cristo e
contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Então Jesus Cristo disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar
isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente
a chegar e a partir que eles
nem tinham tempo de comer.
Partiram então de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam e, de todas
as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá
primeiro do que eles.
Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e
compadeceu-Se de toda aquela gente porque eram como ovelhas sem
pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Comentário sobre o Cântico dos cânticos, II, 4, 17s
«E começou a ensinar-lhes muitas
coisas»
«Diz-me,
ó amado do meu coração», pede a esposa do Cântico dos Cânticos,
«onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes repousar ao
meio-dia» (1,7). Penso que, no salmo 22, também o profeta,
colocado à guarda do mesmo pastor, fala sob o local de que falava
a esposa, quando diz: «O Senhor é meu pastor; nada me faltará»
(v. 1). Ele sabia que os outros pastores, sob o efeito da
preguiça ou da inexperiência, apascentavam os seus rebanhos em
locais mais áridos. É por isso que diz do Senhor, o pastor
perfeito: «Em prados verdejantes Ele me faz repousar. Conduz-me
às águas refrescantes» (v. 2). Mostra assim que este pastor dá às
suas ovelhas águas, não apenas abundantes, mas também sãs e puras
que as dessedentam perfeitamente. [...]
Esta primeira formação dada pelo pastor é a dos inícios; a
continuação diz respeito aos progressos e à perfeição. Acabámos
de falar de pastagens e de verdura. Vejamos isto nos Evangelhos.
Aí descobri este bom pastor a falar das pastagens das ovelhas;
Ele diz que é o pastor, mas também a porta: «Se alguém entrar por
Mim, salvar-se-á; entrará e sairá e achará pastagens» (Jo 10,9). É,
por conseguinte, a Ele que a esposa questiona. [...] Ela chama
«meio-dia» aos lugares secretos do coração onde a alma obtém do
Verbo de Deus uma luz brilhante de ciência. Essa é, com efeito, a
hora em que o sol atinge o ponto mais alto do seu percurso.
Portanto, quando Cristo, «Sol de justiça» (Mal 3,20), manifesta à
sua Igreja os sublimes segredos das suas virtudes, está a
mostrar-lhe pastagens agradáveis e locais onde repousar ao
meio-dia.
Porque, quando ela ainda está no começo da sua instrução e apenas
recebe dele os primeiros inícios do conhecimento, o profeta diz:
«Deus socorrê-la-á de manhã, ao nascer do dia» (Sl 45,6). Mas,
quando procura bens mais perfeitos e deseja realidades
superiores, ela pede a luz do conhecimento ao meio-dia. ).©
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