domingo, 18 de dezembro de 2016

Cristianismo 187 até 17-12-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 11 de Dezembro de 2016

3.º Domingo do Advento

Festa da Igreja : 3.º Domingo do Advento (semana III do saltério)
Santo do dia :
S. Dâmaso I, papa, +384

Livro de Isaías 35,1-6.10.
Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida,
cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lhe-á dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e do Sáron. Verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes.
Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-vos».
Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos.
Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície;
Voltarão os que o Senhor libertar, hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão a satisfação e o contentamento e acabarão a dor e os gemidos.
Livro de Salmos 146(145),7-10.
O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos.
O Senhor ilumina os olhos dos cegos,

o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos.
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva

e entrava o caminho aos pecadores.
O Senhor reina eternamente.
O teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações.

Carta de S. Tiago 5,7-10.
Irmãos, esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o precioso fruto da terra, aguardando a chuva temporã e a tardia.
Sede pacientes, vós também, e fortalecei os vossos corações porque a vinda do Senhor está próxima.
Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o juiz está à porta.
Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
Evangelho segundo S. Mateus 11,2-11.
Naquele tempo, João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Jesus Cristo e mandou-Lhe dizer pelos discípulos:
«És Tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis:
os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres.
E feliz aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo».
Quando os mensageiros partiram, Jesus Cristo começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?
Então que fostes ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontram-se nos palácios dos reis.
Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais do que profeta.
É dele que está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro para te preparar o caminho’.
Em verdade vos digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Primeiro diálogo cristológico
«Os cegos vêem, [...] os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres.»
«Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu; Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3,11) O poder de baptizar no Espírito Santo e no fogo será obra de uma humanidade semelhante à nossa? Como poderia ser isso? Falando de um homem que ainda não Se tinha apresentado, João declara que Ele baptizará «no Espírito Santo e no fogo». Não como o faria um qualquer subalterno, insuflando nos baptizados um Espírito que não é o seu, mas como alguém que vem de Deus por natureza, que dá com um poder soberano o que vem dele e Lhe pertence como propriedade. E é graças a isso que se imprime em nós o selo divino.
Efectivamente, em Cristo Jesus somos transformados à imagem divina; não que o nosso corpo seja modelado de novo, mas porque, ao possuirmos o próprio Jesus Cristo, recebemos o Espírito Santo, a ponto de podermos, daí em diante, exultar de alegria: «A minha alma exulta no Senhor porque Ele me revestiu de salvação e de alegria» (1Sam 2,1) Com efeito, o apóstolo Paulo diz: «Todos vós, que fostes baptizados em Jesus Cristo, fostes revestidos de Jesus Cristo» (Gál 3,27).
Foi então num homem que fomos baptizados? Silêncio. Tu, que não passas de ser um homem, queres deitar por terra a nossa esperança? Nós fomos baptizados em Deus feito homem, que liberta das penas e das faltas todos os que nele acreditam. «Arrependei-vos e que cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo. Então recebereis o dom do Espírito Santo» (At 2,38). Ele liberta os que a Ele se unem; Ele faz surgir em nós a sua própria natureza. O Espírito Santo pertence por natureza ao Filho que Se tornou homem semelhante a nós porque Ele mesmo é a vida humana.

Segunda-feira, dia 12 de Dezembro de 2016

Segunda-feira da 3.a semana do Advento

Naqueles dias, o profeta Balaão, erguendo os olhos, viu o povo de Israel acampado por tribos. O Espírito de Deus desceu sobre ele
e ele proferiu a sua profecia, dizendo: «Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhar penetrante,
palavra de quem ouve as revelações de Deus, de quem contempla as visões do Omnipotente quando cai em êxtase e seus olhos se abrem.
Como são belas as tuas tendas, Jacob, e as tuas moradas, Israel!
São como vales que se prolongam e jardins à beira de um rio, como aloés plantados pelo Senhor, como cedros junto da corrente.
A água transbordará de seus cântaros e a sua semente será abundantemente regada. O seu rei é maior do que Agag e a sua realeza será exaltada.
Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhar penetrante,
palavra de quem ouve as revelações de Deus, de quem conhece a ciência do Altíssimo, de quem contempla as visões do Omnipotente quando cai em êxtase e seus olhos se abrem.
Eu vejo, mas não é para agora; eu contemplo, mas não de perto: Surge uma estrela de Jacob, levanta-se um ceptro de Israel».
Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Evangelho segundo S. Mateus 21,23-27.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi ao templo e, enquanto ensinava, aproximaram-se d’Ele os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo que Lhe perguntaram: «Com que autoridade fazes tudo isto? Quem Te deu tal direito?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Vou fazer-vos também uma pergunta e, se Me responderdes a ela, dir-vos-ei com que autoridade faço isto.
Donde era o baptismo de João? Do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a deliberar, dizendo entre si: «Se respondermos que é do Céu, vai dizer-nos: ‘Porque não lhe destes crédito?’
E se respondermos que é dos homens, ficamos com receio da multidão, pois todos consideram João como profeta».
E responderam a Jesus Cristo: «Não sabemos». Ele por sua vez disse-lhes: «Então não vos digo com que autoridade faço isto».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 288
«Veio Jesus Cristo ter com João para ser baptizado por ele [...]. João opunha-se, dizendo: "Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por Ti!"» (Mt 3,13-14)
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver e não viram» (Mt 13,17). Estas santas personagens, com efeito, cheias do Espírito de Deus para anunciar a vinda de Jesus Cristo, desejavam com ardor gozar da sua presença na Terra, se tal fosse possível. Foi aliás por essa razão que Deus adiou a partida de Simeão deste mundo: queria que ele contemplasse, na pessoa de uma criança recém-nascida, Aquele por quem o mundo foi criado (Lc 2,25 ss.). [...] Simeão viu-O com feições de menino; João, ao contrário, viu-O quando Ele já ensinava e escolhia os seus discípulos. Onde? Nas margens do rio Jordão. [...]
É aí, nesse baptismo de preparação que Lhe abria caminho, que encontramos um símbolo e uma aproximação do baptismo de Jesus Cristo: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3,3). O próprio Jesus Cristo quis ser baptizado pelo seu servidor para fazer compreender a graça que recebem aqueles que recebem o baptismo em nome do Senhor. Foi aí que começou o seu reino, como que a cumprir a profecia: «Dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra» (Sl 72,8). Nas margens do rio onde o domínio de Jesus Cristo começa, viu João o Salvador: viu-O, reconheceu-O e prestou-Lhe testemunho. João humilhou-se perante a grandeza divina, a fim de merecer que a sua humildade fosse ressaltada por essa grandeza. Ele declara-se o amigo do esposo (Jo 3,29). Que amigo é este? Será aquele que caminha em pé de igualdade? Longe disso! Então, qual é a distância que mantém? Diz ele: «Não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias» (Mc 1,7).

Terça-feira, dia 13 de Dezembro de 2016

Terça-feira da 3.a semana do Advento

Eis o que diz o Senhor: «Ai da cidade rebelde e impura, ai da cidade opressora!
Não escutou nenhum apelo nem aceitou qualquer aviso. Não confiou no Senhor nem se aproximou do seu Deus,
mas Eu darei aos povos lábios puros, para que todos invoquem o nome do Senhor e O sirvam de coração unânime.
Do outro lado dos rios da Etiópia, os meus adoradores virão trazer-Me ofertas.
Nesse dia não te envergonharás das acções com que Me ofendeste porque afastarei do meio de ti os fanfarrões e arrogantes e não tornarás a vangloriar-te no meu santo monte.
Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde e procurarão refúgio no nome do Senhor os sobreviventes de Israel.
Não voltarão a cometer injustiças, não tornarão a dizer mentiras nem mais se encontrará na sua boca uma língua enganadora. Por isso terão pastagem e repouso sem que ninguém os perturbe».
Livro de Salmos 34(33),2-3.6-7.17-18.19.23.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

A presença do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
O Senhor defende a vida dos seus servidores,
não serão castigados os que n’Ele confiam.

Evangelho segundo S. Mateus 21,28-32.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’.
Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém arrependeu-se e foi.
O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi.
Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus Cristo disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus.
João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem O vistes, não vos arrependestes, acreditando nele».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
1.º Sermão para o 2.º domingo da Quaresma
Sair do pecado e entrar no Reino de Deus
Irmãos, chegou a hora de cada um de nós sair do seu pecado. Afastemo-nos da nossa Babilónia para irmos ao encontro de Deus nosso Salvador, como nos advertiu o profeta: «Prepara-te, Israel, para o encontro com o teu Senhor, pois Ele vem!» (Am 4,12). Afastemo-nos do abismo do nosso pecado e aceitemos partir em direcção ao Senhor que assumiu «uma carne semelhante à do pecado» (Rom 8,3). Então encontraremos Jesus Cristo, Aquele mesmo que expiou o pecado que nunca cometera. Então Aquele que salva os penitentes dar-nos-á a salvação, pois «Ele é misericordioso para com os que se convertem» (Sir 12,3).
Dir-me-eis: «Mas quem pode sair sozinho do pecado?» Sim, na verdade, o maior pecado é o desejo de pecar. Afasta-te, pois desse desejo, odeia o pecado (= praticar o mal, humilhar o próximo, subjuga-lo…) e eis-te livre dele. Se odiares o pecado, terás encontrado a Jesus Cristo, lá onde Ele Se encontra. A quem odeia o pecado Jesus Cristo perdoa as faltas, esperando erradicar os nossos maus hábitos.
Mas dizeis que mesmo isso é muito para vós e que, sem a graça de Deus, é impossível o homem odiar o seu pecado e desejar a justiça. «Que o Senhor seja louvado pela sua misericórdia, pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!» (Sl 106,8). [...] Ó Senhor de mão poderosa, Jesus Cristo omnipotente, vem libertar a minha razão cativa do demónio da ignorância e arrancar da minha vontade doente a peste das suas ambições. Liberta as minhas capacidades, a fim de que eu possa agir com coragem, como desejo de todo o meu coração.

Quarta-feira, dia 14 de Dezembro de 2016

Quarta-feira da 3.a semana do Advento

Santo do dia : S. João da Cruz, presbítero, reformador, Doutor da Igreja, +1591

Livro de Isaías 45,6b-8.18.21b-25.
«Eu sou o Senhor e não há outro.
Formo a luz das trevas, dou a felicidade e crio a desgraça. Sou Eu, o Senhor, que faço tudo isto.
Derramai, ó céus, o orvalho lá do alto e as nuvens chovam a justiça; abra-se a terra e germine a salvação e com ela floresça a justiça. Sou Eu, o Senhor, que o realizo».
Assim fala o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra e a consolida, que não a criou para ficar deserta, mas a formou para ser habitada: «Eu sou o Senhor e não há outro». Quem anunciou tudo isto no passado? Quem o predisse há tanto tempo?
Não fui Eu, o Senhor? Não há outro Deus além de Mim; Eu sou o Deus justo e salvador e não há outro.
Voltai-vos para Mim e sereis salvos, todos os confins da terra, porque Eu sou Deus e não há outro.
Juro pelo meu nome, é justo o que sai da minha boca, a minha palavra é irrevogável: Diante de Mim se hão-de dobrar todos os joelhos, em meu nome hão-de jurar todas as línguas,
dizendo: ‘Só no Senhor está a justiça e a fortaleza’». Hão-de vir, cobertos de vergonha, à sua presença. todos os que se levantaram contra Ele.
No Senhor terá salvação e glória toda a descendência de Israel.
Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.
Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O adoram
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.

Evangelho segundo S. Lucas 7,19-23.
Naquele tempo, João Baptista chamou dois dos seus discípulos e enviou-os ao Senhor com esta mensagem: «És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?»
Ao chegarem junto de Jesus Cristo, os homens disseram-Lhe: «João Baptista mandou-nos perguntar-Te: ‘És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?’»
Nessa altura, Jesus Cristo curou muitas pessoas de doenças, padecimentos e espíritos malignos e deu a vista a muitos cegos.
Então respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho
e feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
«Protéptrico» I, 4-7
«Os coxos andam»
«Outrora éramos insensatos, desobedientes, transviados, escravos de toda a sorte de paixões e prazeres, vivendo na malícia e na inveja, dignos de ódio e odiando-nos uns aos outros», escreve o apóstolo Paulo. «Mas, quando a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pelos homens se manifestou, Ele salvou-nos […] por misericórdia» (Tit 3,3-5). Vede a força do «cântico novo» (Sl 149,1) do Verbo de Deus: das pedras Ele fez homens (Mt 3,9); transformou em homens civilizados os que se comportavam como feras selvagens e os que estavam mortos, não participando da vida real e verdadeira, quando ouviram este cântico, voltaram à vida.
Ele ordenou todas as coisas com medida, […] para fazer do mundo inteiro uma sinfonia. […] Este descendente do músico David que existia antes de David, o Verbo de Deus, abandonando a harpa e a cítara (Sl 57,9), instrumentos sem alma, ordenou pelo Espírito Santo todo o universo, e muito em especial o resumo do mundo que é o homem, o seu corpo e a sua alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural). Ele toca este instrumento de mil vozes para celebrar o nome de Deus e canta em harmonia com este instrumento humano. […] O Senhor, enviando o seu sopro a este belo instrumento que é o homem (Gn 2,7), fê-lo à sua imagem (do Filho); mas Ele é também um instrumento de Deus, harmonioso e santo, Sabedoria para além deste mundo e Palavra do alto. Que quer, pois este instrumento, o Verbo de Deus, o Senhor, e o seu cântico novo? Quer abrir os olhos aos cegos e os ouvidos aos surdos, conduzir os estropiados e os errantes à justiça, mostrar Deus aos homens insensatos, deter a corrupção, vencer a morte, reconciliar com o Pai os filhos desobedientes. […]
Não penseis que este cântico salvador é novo como um móvel ou uma casa são novos porque ele era «antes da aurora» (Sl 109,3) e «no princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus» (Jo 1,1).

Quinta-feira, dia 15 de Dezembro de 2016

Quinta-feira da 3.a semana do Advento

«Alegra-te, ó estéril, que não tiveste filhos, solta brados de alegria e de júbilo, tu que não sentistes as dores da maternidade. Porque são mais numerosos os filhos da abandonada do que os filhos da esposa», diz o Senhor.
Alarga o espaço da tua tenda, sem olhar a despesas, estende sem medo as cortinas das tuas moradas; alonga as cordas, reforça as estacas
porque vais expandir-te para a direita e para a esquerda: a tua descendência conquistará as nações e povoará as cidades abandonadas.
Não temas porque não serás confundida, não te envergonhes porque não serás humilhada. Esquecerás a vergonha da tua juventude e não mais recordarás o opróbrio da tua viuvez.
O teu Criador, Jerusalém, será o teu Esposo e o seu nome é ‘Senhor do Universo’. O teu Redentor será o Santo de Israel que se chama ‘Deus de toda a terra’.
Como à mulher abandonada e de alma aflita, o Senhor volta a chamar-te: ‘A esposa da juventude poderá ser repudiada?’— diz o teu Deus.
Por um momento abandonei-te, mas no meu grande amor volto a chamar-te.
Num acesso de ira, escondi de ti a minha presença, mas na minha misericórdia eterna tive compaixão de ti — diz o Senhor, teu Redentor.
Comigo sucede como no tempo de Noé, quando jurei que as águas do dilúvio não mais invadiriam a terra. Assim Eu juro não tornar a irritar-Me contra ti, não voltar a ameaçar-te.
Ainda que sejam abaladas as montanhas e vacilem as colinas, a minha misericórdia não te abandonará, a minha aliança de paz não vacilará» — diz o Senhor, compadecido de ti.
Livro de Salmos 30(29),2a.3-4.5-6.9.12a.13cd.
SENHOR, eu te enalteço porque me salvaste
e não permitiste que os inimigos se rissem de mim.
Apelei a ti, SENHOR, meu Deus, e Tu me curaste.
Tiraste a minha alma da mansão dos mortos,
vivificaste-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Clamo a ti, SENHOR, e imploro a piedade do meu Deus.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:

Por isso o meu coração te cantará sem cessar.
SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre.
Por isso o meu coração te cantará sem cessar.
SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre.

Evangelho segundo S. Lucas 7,24-30.
Quando os mensageiros de João Baptista se retiraram, Jesus Cristo começou a falar dele à multidão: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?
Mas que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Os que vestem com luxo e vivem regaladamente encontram-se nos palácios dos reis.
Que fostes ver então? Um profeta? Sim — Eu vo-lo digo— e mais do que profeta.
É aquele de quem está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro que preparará o caminho diante de ti’.
Eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas o mais pequeno no reino de Deus é maior do que ele».
Todo o povo que O escutou, incluindo os publicanos, proclamaram a justiça de Deus, recebendo o baptismo de João.
Mas os fariseus e os doutores da Lei, que não quiseram receber o baptismo, anularam para si próprios o desígnio de Deus.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Eusébio de Cesareia (c. 265-340), bispo, teólogo, historiador
Comentário sobre Isaías, 40; PG 24, 365-368 (Breviário)
«Que fostes ver ao deserto?»
«Uma voz clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas do nosso Deus» (Is 40,3). Declara abertamente o profeta Isaías que não é em Jerusalém, mas no deserto, que se há-de realizar esta profecia, isto é, a manifestação da glória do Senhor e o anúncio da salvação para toda a humanidade. E tudo isto se cumpriu historicamente e à letra quando João Baptista pregou o advento salvador de Deus no deserto do Jordão, onde se manifestou a salvação de Deus. De facto, Jesus Cristo manifestou-Se e a sua glória apareceu claramente a todos. [...]
Tudo isto se dizia porque Deus havia de vir ao deserto, intransitável e inacessível desde sempre, que era a humanidade. Com efeito, todo o género humano era um deserto totalmente fechado ao conhecimento de Deus e nele não podiam entrar os justos de Deus nem os profetas. É por isso que aquela voz manda abrir caminho para o Verbo de Deus e aplanar os seus obstáculos e asperezas, a fim de que o nosso Deus possa entrar quando vier. [...]
«Sobe ao vértice do monte elevado, tu que anuncias a boa nova a Sião! Ergue vigorosamente a tua voz, tu que anuncias a boa nova a Jerusalém» (Is 40,9) [...] Qual é esta Sião, senão a que antes foi chamada Jerusalém? [...] Não será isto uma maneira de designar o grupo dos apóstolos, escolhidos de entre o povo antigo? Não se tratará daquela que recebeu em herança a salvação de Deus [...], que está situada no vértice, quer dizer, fundada sobre o Verbo, o Filho único de Deus? Na verdade, foi a ela que foi ordenado [...] que anunciasse a todos os homens a boa nova da salvação.  

Sexta-feira, dia 16 de Dezembro de 2016

Sexta-feira da 3.a semana do Advento

Eis o que diz o Senhor: «Respeitai o Direito, praticai a justiça porque a minha salvação está perto e a minha justiça não tardará a manifestar-se.
Feliz o homem que assim procede, o filho do homem que nisto se firma, guardando o sábado, sem o profanar e abstendo-se de todo o mal.
Não diga o estrangeiro que aderiu ao Senhor: ‘O Senhor vai excluir-me do seu povo’.
Quanto aos estrangeiros que aderiram ao Senhor para O servirem, para amarem o seu nome e serem seus servidores, se guardarem o sábado, sem o profanarem e forem fiéis à minha aliança,
hei-de conduzi-los ao meu santo monte, hei-de enchê-los de alegria na minha casa de oração. Os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceites no meu altar porque a minha casa será chamada ‘Casa de oração para todos os povos’».
Assim fala o Senhor Deus que reúne os dispersos de Israel: «Reunirei ainda outros àqueles que já foram reunidos».
Livro de Salmos 67(66),2-3.5.7-8.
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz da sua presença.
Na Terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação.

Alegrem-se e exultem as nações
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra.

A terra produziu os seus frutos,
o Senhor nosso Deus nos abençoa.
Deus nos dê a sua bênção,
e chegue o seu louvor aos confins da Terra.

Evangelho segundo S. João 5,33-36.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos judeus: Vós mandastes emissários a João Baptista e ele deu testemunho da verdade.
Não é de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para que sejais salvos.
João era uma lâmpada que ardia e brilhava e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas Eu tenho um testemunho maior do que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar — as obras que Eu realizo— dão testemunho de que o Pai Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 293, 4; ; PL 38, 1329
«João era uma lâmpada»
Por vontade de Deus, o homem enviado para dar testemunho de Jesus Cristo é tão grande em graça que poderia ser tomado pelo próprio Cristo. Com efeito, «entre os filhos de mulher», afirma Jesus Cristo, «não surgiu nenhum maior do que João Baptista» (Mt 11,11). Se não há entre os homens quem seja maior do que este homem, Aquele que o ultrapassa é mais do que um homem. Grande testemunho que Jesus Cristo dá de Si mesmo! Porém, a olhos doentes e enfermos, dificilmente o dia dá testemunho de si; os olhos doentes põem-no em dúvida, apenas suportam a luz de uma lâmpada. E aqui está o motivo por que, antes de aparecer, o dia se fez preceder de uma lâmpada e essa luz enviada aos corações fiéis confundirá os corações infiéis.
«Preparei uma lâmpada para o meu Cristo» diz David, o rei-profeta, no salmo (131,17). É Deus que fala pela sua boca: preparei João para ser o arauto do Salvador, o precursor do Juiz que há-de vir, o amigo do Esposo aguardado. «Preparei uma lâmpada para o meu Cristo.»

Sábado, dia 17 de Dezembro de 2016

Últimos dias feriais do Advento - 17 de dezembro

Santo do dia : S. Lázaro, amigo de Jesus Cristo, séc. I, Santa Olímpia, viúva, diaconisa, +408

Livro de Génesis 49,2.8-10.
Naqueles dias, Jacob chamou os seus filhos e disse-lhes: «Reuni-vos e escutai, filhos de Jacob. escutai Israel, vosso pai.
Judá, os teus irmãos hão-de louvar-te, a tua mão pesará sobre a cabeça dos teus inimigos e os filhos de teu pai hão-de inclinar-se diante de ti.
Judá, tu és um leão novo: voltaste, meu filho, com a tua presa. Ele dobra o joelho e deita-se como o leão ou como a leoa: quem o fará levantar-se?
O ceptro não se afastará de Judá nem o bastão de comando de entre os seus pés até que venha Aquele a quem pertence e a quem os povos hão-de obedecer».
Livro de Salmos 72(71),2.3-4ab.7-8.17.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Os montes trarão a paz ao povo
e as colinas a justiça.
Ele fará justiça aos humildes
e salvará os indigentes.

Florescerá a justiça nos seus dias e uma
grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da Terra.

O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos da Terra o hão-de bendizer.

Evangelho segundo S. Mateus 1,1-17.
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David, Filho de Abraão:
Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos.
Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão;
Arão gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;
Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé;
Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão;
Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;
Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;
Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;
Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias;
Josias gerou Jeconias e seus irmãos, ao tempo do desterro de Babilónia.
Depois do desterro de Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;
Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim; Eliacim gerou Azor;
Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacob;
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
Assim todas estas gerações são: de Abraão a David, catorze gerações; de David ao desterro de Babilónia, catorze gerações; do desterro de Babilónia até Jesus Cristo, catorze gerações.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino
De Divinis Officiis, 3, 18
«Na tua posteridade serão abençoadas todas as nações da Terra» (Gn 28,14)
Em S. Mateus, lemos a genealogia de Jesus Cristo, costume tradicional da Santa Igreja que tem belos e misteriosos motivos. Este texto apresenta-nos a escada que Jacob viu de noite, durante o seu sono (Gn 28,11s). Apoiado no alto dessa escada que tocava os céus, o Senhor apareceu a Jacob e prometeu-lhe que herdaria a Terra. [...] Ora sabemos que «a sua vinda é-nos apresentada de forma simbólica» (1Cor 10,11). Então o que prefigura essa escada, senão a linhagem da qual Jesus Cristo haveria de nascer, linhagem que o santo evangelista remontou com um sopro divino, de maneira que chegasse a Jesus Cristo passando por José? E a este José o Senhor confiou o Menino. Pela «Porta do Céu» (Gn 28,17) [...], quer dizer, pela bem-aventurada Virgem, sai Nosso Senhor a chorar, feito criança por nós. [...] No seu sono, Jacob ouviu o Senhor dizer-lhe: «Na tua posteridade serão abençoadas todas as nações da Terra» e esse facto realizou-se com o nascimento de Jesus Cristo.
Era o que o evangelista tinha em vista quando, na genealogia de Jesus Cristo, inseriu Rahab, a prostituta, e Rute, a moabita, porque ele viu que Jesus Cristo não incarnou apenas para os judeus, mas também para os pagãos, Ele que Se dignou ter antepassados entre esses pagãos. Por conseguinte, vindos dos dois povos, judeu e pagão, como dos dois lados da escada, os antepassados de Jesus Cristo, colocados nos diferentes degraus, recebem o Senhor que desce do alto dos céus. E os santos anjos descem e sobem por esta escada, por onde os eleitos são primeiramente descidos, para receberem humildemente a fé na incarnação do Senhor, sendo depois elevados, a fim de contemplarem a glória da sua divindade.
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