"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 27 de Novembro de 2016
1.º
Domingo do Advento
Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém:
Sucederá, nos dias que hão-de vir, que o monte do templo do Senhor se há-de
erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão
todas as nações
e muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao
templo do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos
pelas suas veredas. De Sião há-de vir a lei e de Jerusalém a palavra do
Senhor».
Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão
as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada
nação contra nação nem mais se hão-de preparar para a guerra.
Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor.
Livro de Salmos
122(121),1-2.4-5.6-7.8-9.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.
Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,
segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios».
Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens.
Carta aos Romanos
13,11-14.
Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a hora de nos
levantarmos do sono porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando
abraçámos a fé.
A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e
revistamo-nos das armas da luz.
Andemos dignamente, como em pleno dia, evitando comezainas e excessos de
bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e ciúmes;
não vos preocupeis com a natureza carnal, para satisfazer os seus apetites,
mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.
Evangelho segundo S.
Mateus 24,37-44.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Como
aconteceu nos dias de Noé assim sucederá na vinda do Filho (do homem).
Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em
casamento até ao dia em que Noé entrou na arca
e não deram por nada até que veio o dilúvio que a todos levou. Assim será
também na vinda do Filho (do homem).
Então de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado;
de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra
deixada.
Portanto, vigiai porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o
ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa.
Por isso, estai vós também preparados porque na hora em que menos pensais,
virá o Filho (do homem).
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Aelredo de Rievaulx
(1110-1167), monge cisterciense
Sermão para o Advento do Senhor (PL 195, 363; PL 184, 818)
«Velai, pois, orando continuamente, [...] para aparecerdes
firmes diante do Filho (do Homem)» (Lc 21,36)
Este tempo do
Advento representa as duas vindas do Senhor; em primeiro lugar, a dulcíssima
vinda do «mais belo dos filhos dos homens» (Sl 45,3), do «Desejado de todos
os povos» (Ag 2,8 [Vulgata]), do Filho (de Deus) que manifestou visivelmente
ao mundo, na carne, a sua presença há muito esperada e desejada ardentemente
por todos os Patriarcas — a vinda que O trouxe a este mundo para salvar os
pecadores. Mas este tempo relembra-nos também a vinda que aguardamos com uma
esperança firme e da qual devemos todos os dias recordar-nos com lágrimas:
aquela que terá lugar quando o próprio Senhor Se manifestar na sua glória, ou
seja, no dia do Juízo, quando Ele se manifestar para julgar. A sua primeira
vinda foi conhecida por muito poucos homens; na segunda, Ele manifestar-Se-á aos
justos e aos pecadores, como anuncia o profeta: «E todos verão a salvação de
Deus» (Is 40,5; Lc 3,6). [...]
Assim, irmãos caríssimos, sigamos o exemplo dos Patriarcas, reavivando o
desejo que eles tiveram e inflamando as nossas almas com o amor e o anseio
por Jesus Cristo. Bem sabeis que a celebração deste tempo foi instituída para
renovar em nós este desejo que os antigos tinham pela vinda do Senhor e para
que, seguindo o seu exemplo, possamos nós também suspirar pelo seu regresso.
Consideremos todo o bem que o Senhor nos alcançou com a sua primeira vinda —
quanto maiores bens nos alcançará Ele quando regressar! Com este pensamento,
teremos ainda maior estima pela sua vinda passada e um maior desejo do seu
regresso! [...]
Se queremos conhecer a paz quando Ele vier, esforcemo-nos por acolher com fé
e amor a sua vinda passada, permanecendo fielmente nas obras que então nos
manifestou e nos ensinou; nutramo-nos, de coração, do amor de Jesus Cristo e,
por ele, do seu desejo, para que, logo que chegue o Senhor, o Desejado de
todos os povos, possamos levantar os olhos para Ele com toda a confiança. (na
minha opinião de leiga, a 25 de Dezembro, festejamos o aniversário do nascimento do Senhor Jesus
Cristo; relativamente à sua vinda, ela acontece sempre que alguém acolhe em
si Deus e o Senhor Jesus Cristo. Ele não está longe, mas bem junto de nós. Saibamo-los
acolher como merecem todos os dias das nossas vidas. Se nós o acolhermos cada
dia, não há necessidade de esperar pela parusia; ela também acontece todos os
dias e é de festa!)
Segunda-feira,
dia 28 de Novembro de 2016
Segunda-feira da 1.a
semana do Advento
Naquele dia, o gérmen do Senhor será o ornamento e a glória dos
sobreviventes de Israel, o fruto da terra será o seu esplendor e alegria.
Os que restarem em Sião e os sobreviventes de Jerusalém serão chamados
santos, serão todos inscritos para a Vida em Jerusalém.
Quando o Senhor tiver lavado as impurezas das filhas de Sião e limpado o
sangue do meio de Jerusalém, com o sopro da sua justiça, um sopro
abrasador,
Ele criará sobre todo o espaço do monte Sião e sobre as suas assembleias
uma nuvem de fumo durante o dia e um esplendor de fogo ardente durante a
noite. Por cima de tudo, a glória do Senhor
será uma cobertura e uma tenda, para fazer sombra contra o calor do dia e
servir de refúgio e abrigo contra a chuva e a tempestade.
Livro de Salmos
122(121),1-2.3-4a.4b-5.6-7.8-9.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.
Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios».
Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens.
Evangelho segundo S. Mateus 8,5-11.
Naquele tempo, ao entrar Jesus Cristo em Cafarnaum,
aproximou-se d’Ele um centurião que Lhe suplicou, dizendo:
«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Eu irei curá-lo».
Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em
minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado.
Porque eu, que não passo de um subalterno, tenho soldados sob as minhas
ordens: digo a um ‘Vai!’ e ele vai; a outro ‘Vem!’ e ele vem e ao meu servo
‘Faz isto!’ e ele faz».
Ao ouvi-lo, Jesus Cristo ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em
verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé.
Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa com
Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus.
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (c.
1080-1157), abade cisterciense
3.º sermão para o Advento
Aproximou-se dele um centurião.
Ó verdadeira Israel,
apronta-te para o encontro com o Senhor! Não te aprontes apenas para Lhe
abrir a porta logo que Ele chegar e bater (Lc 12,36), mas vai ao seu
encontro alegre e jubilosamente enquanto ainda está longe (Lc 14,32) e,
tendo, por assim dizer, plena confiança no dia do julgamento (1Jo 4,17),
clama com todo o coração que o seu Reino venha. [...] Que a tua boca possa
cantar: «O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme!» (Sl
56,8) [...]
E Tu, Senhor, vem ao meu encontro, pois estou diante de Ti! De facto, a
despeito de todos os meus esforços, não poderei elevar-me à tua altura, a
menos que, inclinando-Te, estendas a tua direita para a obra das tuas mãos.
Vem, pois ao meu encontro e vê se há em mim algum caminho de iniquidade (=
não-equidade) (Jb 14,15) e se achares em mim um caminho de iniquidade que
eu ignoro, afasta-o de mim e tem piedade de mim, conduz-me pela via eterna
(Sl 124,8), quer dizer, por Jesus Cristo, pois Ele é a via por onde se
caminha e a eternidade à qual se chega, via imaculada e morada bem-aventurada.
Terça-feira,
dia 29 de Novembro de 2016
Terça-feira da 1.a
semana do Advento
Santo do dia : Beato
Redento da Cruz, religioso, mártir, +1638, Beato
Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638, S. Saturnino,
mártir, séc. IV
Livro de Isaías 11,1-10.
Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé e um rebento
brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito
de conhecimento e de amor a Deus.
Animado assim do amor de Deus, não julgará segundo as aparências nem
decidirá pelo que ouvir dizer.
Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do
povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos
seus lábios exterminará o ímpio (= ateu).
A justiça será a faixa dos seus rins e a lealdade a cintura dos seus
flancos.
O lobo viverá com o cordeiro e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro
e o leãozinho andarão juntos e um menino os poderá conduzir.
A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado e
o leão comerá feno como o boi.
A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra e o menino meterá a
mão na toca da víbora.
Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu santo monte: o
conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o leito do
mar. (esta alegoria mostra-nos a Vida e o Bem no mundo)
Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações
virão procurá-la e a sua morada será gloriosa.
Livro de Salmos
72(71),2.7-8.12-13.17.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos da terra o hão-de
bendizer.
Evangelho segundo S. Lucas 10,21-24.
Naquele tempo, Jesus Cristo exultou de alegria pela acção do
Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da Terra
porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as
revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai e ninguém sabe o que é o Filho senão o
Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que
vêem o que estais a ver
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós
vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman
(1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
«À espera de Jesus Cristo», Sermões pregados em várias ocasiões, n.º 3
«Felizes os olhos que vêem o que estais a ver.»
Durante
séculos, antes de Jesus Cristo vir à Terra, todos os profetas, um após
outro, estiveram no seu posto, no alto da torre; todos O esperavam
perscrutando a obscuridade da noite, ansiosos pela sua chegada; vigiavam
sem cessar, para surpreenderem o primeiro brilho da aurora. [...]: «A Ti,
meu Deus, eu busco desde a aurora. A minha alma tem sede de Ti, como
terra árida, esgotada, sem água» (Sl 62,2). [...] «Ah! se rasgasses os
céus e descesses! As montanhas fundir-se-iam na tua presença» (Is 63,19),
como se o fogo as atingisse. [...] Desde as origens do mundo que os olhos
nada puderam ver, meu Deus, das maravilhas que preparaste para aqueles
que, esperando, permaneceram unidos a Ti (1Cor 2,9).
Contudo, se houve jamais quem teve o direito de se apegar a este mundo e
dele não se desinteressar, foram os servidores de Deus; tinha-lhes sido
prometida a Terra como herança e, de acordo com as próprias promessas do
Altíssimo, ela seria a sua recompensa. Mas a nossa verdadeira recompensa
diz respeito ao mundo que há-de vir. [...] E também eles, esses grandes
servidores de Deus, ultrapassaram o dom terreno de Deus, apesar do seu
valor, para se apegarem a promessas mais belas ainda e, em nome dessa
esperança, sacrificaram aquilo cuja posse já detinham. Não se contentando
com nada menos do que a plenitude do seu Criador, procuraram ver o rosto
do seu Libertador. E se para tal fosse preciso quebrar a Terra, rasgar os
céus e que os elementos do mundo se fundissem para que Ele finalmente
aparecesse, então mais valia que tudo se desmoronasse a continuarem a
viver sem Ele! Tal era a intensidade do desejo dos adoradores de Deus em
Israel que esperavam Aquele que havia de vir. [...] A sua perseverança
prova que havia alguma coisa a esperar.
Os apóstolos, depois de o seu Mestre ter vindo e regressado aos Céus, não
ficaram atrás dos profetas na acuidade da sua percepção nem no ardor das
suas aspirações. O milagre da espera na perseverança continuou.
Quarta-feira,
dia 30 de Novembro de 2016
S. André,
Apóstolo – Festa
Irmãos: Se
confessares com a tua boca: «Jesus Cristo é o Senhor» e acreditares no
teu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos, serás salvo.
Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se
professa a fé para alcançar a salvação.
Na verdade, a Escritura diz: «Todo aquele que acreditar no Senhor não
será confundido».
Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico
para com todos os que O invocam.
Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Ora como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de
acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar
sem alguém que o anuncie?
E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: bem-vindos
são os pés dos que anunciam as boas-novas!
Porém, nem todos obedeceram à Boa-Nova. É Isaías quem o diz: Senhor,
quem acreditou na nossa pregação?
Portanto, a fé surge da pregação e a pregação surge pela palavra de Jesus
Cristo.
Mas, pergunto eu, será que não a ouviram? Pelo contrário: A voz deles
ressoou por toda a terra e até aos confins do mundo as suas palavras.
(Jesus Cristo veio inaugurar o mundo para a espécie humana. Todas as
espécies têm um protótipo celeste a quem chamam pai; a humanidade tem o
Filho (Senhor Jesus Cristo) do qual é imagem e é triste se recusarem o
mundo da humanidade e preferirem o mundo de outra espécie; contudo têm
o direito a essa escolha, o livre arbítrio)
Livro de Salmos
19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a
glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
Evangelho segundo S. Mateus 4,18-22.
Caminhando ao longo
do mar da Galileia, Jesus Cristo viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro,
e seu irmão André que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.»
E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu,
e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes,
dentro do barco. Chamou-os e
eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Liturgia bizantina
Vésperas de 30 de Novembro, Festa de Santo André, o Protóclito
«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»
Quando
ouviste a voz do Precursor [...], quando o Verbo Se fez carne e trouxe
à Terra a Boa Nova da salvação, vieste a seguir colocar-te na sua
companhia e ofereceste-te como primícias, como primeira oferenda,
Àquele que de imediato deste a conhecer e que apontaste a teu irmão
como o nosso Deus (Jo 1,35-42). Roga-Lhe que salve e ilumine as nossas
almas (e pessoas celestes, pessoas espirituais, pessoas naturais) [...],
André, irmão do corifeu dos apóstolos.
Com a linha da pregação e o anzol da fé, trocaste a pesca do peixe pela
pesca dos homens e afastaste do abismo do erro todos os povos; a tua
voz ressoa por toda a Terra. Vem instruir e iluminar todos aqueles que
celebram a tua benigna memória, André, o primeiro a ser chamado
[Protóclito] entre os discípulos.
Senhor, imitou a tua Paixão aquele que Te seguiu igualmente na morte e,
pela cruz, pescou do abismo da ignorância os que por lá vagueavam, a
fim de os levar até Ti. Por isso Te suplicamos, Senhor de bondade: por
intercessão de André, dá a paz às nossas almas (e pessoas celestes,
pessoas espirituais, pessoas naturais).
Alegra-te, André, tu que anuncias por todo o mundo a glória de Deus com
a eloquência do Céu (Sl 18,2); tu, que foste o primeiro a responder ao
chamamento de Jesus Cristo e te tornaste seu amigo íntimo; tu, que
imitando a sua bondade, reflectes a sua luz por sobre aqueles que
habitam nas trevas. Por isso celebramos a tua festa e cantamos: «O seu
eco ressoou por toda a terra e a sua palavra até aos confins do mundo»
(Sl 18,5).
Quinta-feira, dia 01 de Dezembro de 2016
Quinta-feira
da 1.a semana do Advento
Naquele dia, cantarão
este hino na terra de Judá: «Nós temos uma cidade forte; muralhas e
fortificações foram postas para nos proteger.
Abri as portas para que entre um povo justo, um povo que pratica a
fidelidade.
O seu coração está firme: dar-lhe-eis a paz porque em Vós tem
confiança».
Confiai sempre no Senhor porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna.
Humilhou os habitantes das alturas, abateu a cidade inacessível,
derrubou-a por terra, arrasou-a até ao solo.
Ela é calcada aos pés, os pés dos infelizes, os passos dos pobres.
Livro de
Salmos 118(117),1.8-9.19-21.25-27a.
Agradecei ao
Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos.
Abri-me as portas da justiça:
entrarei para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos agradeço porque me ouvistes
e fostes o meu Salvador.
Senhor, salvai os vossos servidores,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós Vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.
Evangelho segundo S. Mateus 7,21.24-27.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz
‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos Céus.
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o
homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela
casa; mas ela não caiu porque estava fundada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é
como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela
casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de S. João, n.º 7
Construir sobre a rocha
Será de
surpreender que o Senhor tenha mudado o nome de Simão, substituindo-o
por Pedro? (Jo 1,24) «Pedro» significa rocha; o nome de Pedro é, pois
o símbolo da Igreja. Quem está em segurança, senão aquele que
constrói sobre a rocha? O que diz o próprio Senhor? «Todo aquele que
ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente
que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes
e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu porque
estava fundada sobre a rocha.»
De que serve entrar na Igreja àquele que quer construir na areia?
Esse escuta a palavra de Deus, mas não a põe em prática; Ele
constrói, mas na areia. Se não escutasse, não construiria; Ele
escuta, por isso constrói. Mas sobre que fundações? Se ouve a palavra
de Deus e a põe em prática, é sobre a rocha; mas, se a ouve e não a
põe em prática, é na areia. Pode-se, pois construir de dois modos
muito diferentes. [...] Se te contentas em ouvir sem pôr em prática,
estás a construir uma ruína. [...] Se, pelo contrário, não ouves,
ficarás sem abrigo e serás levado pela torrente das tribulações.
[...]
Tende, pois a certeza, meus irmãos, de que aquele que ouve a palavra
sem agir em conformidade com ela não constrói sobre a rocha, não
tendo por isso qualquer relação com o grande nome de Pedro, ao qual o
Senhor deu tanta importância.
Sexta-feira, dia 02 de Dezembro de 2016
Sexta-feira
da 1.a semana do Advento
Assim fala o
Senhor Deus: Daqui a muito pouco tempo, não há-de o Líbano
transformar-se num jardim e o jardim parecer uma floresta?
Nesse dia, os surdos ouvirão ler as palavras do Livro; libertos da
escuridão e das trevas, os olhos dos cegos tornarão a ver.
Os humildes alegrar-se-ão cada vez mais no Senhor e os mais pobres
dos homens rejubilarão no Santo de Israel.
O tirano deixará de existir, o escarnecedor desaparecerá e serão
exterminados os que só pensam no mal:
aqueles que fazem condenar os outros pelas suas palavras, os que
armam ciladas no tribunal a quem promove a justiça e sem razão
arruínam o justo.
Por isso, o Senhor, que libertou Abraão, assim fala à casa de
Jacob: ‘Doravante Jacob não terá de que se envergonhar, o seu rosto
não voltará a empalidecer
porque, ao verem no meio dele os seus filhos, obras das minhas
mãos, proclamarão santo o meu nome’. Proclamarão a santidade do
Santo de Jacob e amarão o Deus de Israel.
Os espíritos desnorteados aprenderão a sabedoria e os murmuradores
hão-de aceitar a instrução».
Livro de
Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é
minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.
Evangelho segundo S. Mateus 9,27-31.
Naquele tempo,
Jesus Cristo pôs-Se a caminho e seguiram-n’O dois cegos, gritando:
«Filho de David, tem piedade de nós».
Ao chegar a casa (a sua, de Jesus Cristo), os cegos aproximaram-se
d’Ele. Jesus Cristo perguntou-lhes: «Acreditais que posso fazer o
que pedis?» Eles responderam: «Acreditamos, Senhor».
Então Jesus Cristo tocou-lhes nos olhos e disse: «Seja feito
segundo a vossa fé».
E abriram-se os seus olhos. Jesus Cristo advertiu-os, dizendo:
«Tende cuidado, para que ninguém o saiba».
Mas eles, quando saíram, divulgaram a fama de Jesus Cristo por toda
aquela terra.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo
(c. 949-1022), monge grego
Hino 27, 116-124.128-132.138-149
«Então Jesus Cristo tocou-lhes nos
olhos»
Procuremos
o único que nos pode dar a liberdade; persigamo-lo sem cessar com o
nosso desejo, a ele, cuja beleza fere os corações, que os atrai
pelo amor e os une a si para sempre. Sim, pelas nossas acções
corramos todos para ele. Não nos deixemos ultrapassar por ninguém,
nem enganar-nos ou distrair-nos na nossa procura pelo que quer que
seja.
Sobretudo..., não digamos que Deus nunca manifesta a sua presença
aos homens. Não digamos que é impossível aos homens verem um dia a
luz de Deus - e até de a verem hoje. Nunca, graças a Deus, isso foi
impossível, desde que o desejemos. Compreendamos a beleza do nosso
Mestre! Não lhe fechemos os olhos do nosso coração, deixando-nos
absorver pelas realidades deste mundo. Sim, que o cuidado com as
coisas da Terra não nos torne escravos da glória humana, a ponto de
nos fazer abandonar aquele que é a luz da vida eterna.
Vamos, pois todos juntos até ele, com um mesmo coração, com um
mesmo espírito, com toda a nossa alma. Humildemente, lancemos o
nosso grito até ele, nosso bom Mestre, nosso Senhor misericordioso,
até ele que é o "único amigo dos homens" (Sb 1,6).
Procuremo-lo porque ele vai revelar-se a nós, vai aparecer, vai
manifestar-se, ele que é a nossa esperança.
Sábado, dia 03 de Dezembro de 2016
Sábado da
1.a semana do Advento
Eis o que diz
o Senhor Deus, o Santo de Israel: «Povo de Sião, que habitas em
Jerusalém, tu não voltarás a chorar. À voz da tua súplica, o
Senhor terá compaixão de ti; logo
que ouvir os teus clamores, Ele te responderá.
O Senhor poderá dar-te a comer o pão da angústia e a beber a água
da tribulação; mas Aquele que te ensina, não Se esconderá mais e
os teus olhos verão Aquele que te ensina.
Se te desvias para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos
ouvirão dizer atrás de ti: ‘É este o caminho; segui por ele’.
O Senhor te dará a chuva para a semente que tiveres lançado à
terra e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo. Nesse
dia, os teus rebanhos pastarão em extensos prados;
os bois e os jumentos que lavram a terra comerão forragem com
sal, limpa com a pá e a joeira.
Em todo o alto monte e em toda a colina elevada, haverá regatos e
águas correntes, no dia da grande mortandade, quando as torres se
desmoronarem.
Então a claridade da lua será como a luz do sol e a luz do sol
ficará sete vezes mais forte; nesse dia, o Senhor tratará as
chagas do seu povo e curará as feridas dos seus golpes».
Livro de
Salmos 147(146),1-2.3-4.5-6.
Louvai o
Senhor porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel.
Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome.
Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios (ateus) até ao chão.
Evangelho segundo S. Mateus 9,35-38.10,1.6-8.
Naquele
tempo, Jesus Cristo percorria todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando
todas as doenças e enfermidades.
Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão porque andavam
fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor. Jesus Cristo disse
então aos seus discípulos:
«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua
seara».
Jesus Cristo chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar
os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças.
Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus» (a
passagem da Escravatura para a Época Medieval).
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos,
expulsai os demónios. Recebestes de graça; dai de graça.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Bernardo
(1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
7.º Sermão para o Advento
«Ao ver as multidões, encheu-Se de
compaixão porque andavam fatigadas e abatidas»
Desde
hoje, celebramos de todo o coração o advento do Senhor Jesus
Cristo e não fazemos mais do que o nosso dever porque Ele veio,
não só a nós, mas por nós. O Senhor não tem qualquer necessidade
dos nossos bens; a grandeza da graça que Ele nos fez mostra bem a
dimensão que tinha a nossa indigência. Julga-se a gravidade de
uma doença pelo que ela custa a curar. [...]
Tínhamos, pois necessidade da vinda de um Salvador; o estado em
que se encontravam os homens tornava a sua presença
indispensável. Que o Salvador venha então rapidamente! Que Ele
venha habitar no meio de nós pela fé, em toda a riqueza da sua
graça. Que Ele venha arrancar-nos da nossa cegueira, que nos
liberte das nossas enfermidades, que tome conta da nossa
fraqueza! Se Ele está em nós, quem poderá extraviar-nos? Se Ele
está no meio de nós, o que não poderemos fazer naquele que é a
nossa força! (Fil 4,13) «Se Ele está a nosso favor, quem poderá
estar contra nós?» (Rom 8,31) Jesus Cristo é um conselheiro
absolutamente seguro, que não pode, nem enganar-Se nem
enganar-nos; Ele é uma poderosa ajuda, cuja força nunca se
extingue. [...] Ele é a própria sabedoria de Deus, a própria
força de Deus (1Cor 1,24). [...] Recorramos todos, pois a tal
Mestre: em todos os nossos empreendimentos, invoquemos esta
ajuda; no coração dos nossos combates, confiemo-nos a Defensor
tão seguro. Se Ele já veio ao mundo, é para habitar no meio de
nós, connosco e por nós.©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
D. Rodrigo
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