=CRISTIANISMO=
«Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos
Amigos
A
ressurreição
de Jesus Cristo é a verdade culminante da nossa fé em Jesus
Cristo e está estreitamente ligada ao mistério da Incarnação
do Filho de Deus. É dele o cumprimento, segundo o desígnio
eterno de Deus: pela
sua morte, Jesus Cristo liberta-nos do pecado; pela sua
ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida.
A cruz triunfante vence a morte e o pecado e traz-nos a redenção
(CIC, §638, 653-655). Recordemos a homilia do nosso Santo Padre
Francisco no passado dia 14 de março :
«Tenhamos
a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com
a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor
que é derramado na Cruz e de confessar como nossa única glória
Jesus Cristo Crucificado»
e assim poderemos ir mais longe.
Desejamos-vos
santas festas pascais…
… e
é com alegria que vos anunciamos a extensão deste serviço a
mais uma língua: o gaélico (língua oficial da Irlanda).
Anunciamo-vos
a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à
versão grega recentemente iniciada:
A
liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com
algumas especificidades particulares tais como um calendário e
leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos
leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está
em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na
Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis
ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer
descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária
riqueza litúrgica da nossa Igreja.
a
versão grega: evaggeliokathemera.org.
Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que
sofre.
Com
toda a nossa amizade e esperando cooperar com cada um de vós na
caminhada para o Pai,
podem
contactar connosco através da página “contactos” do nosso
sítio internet:
http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact.
Obrigado.
Queremos
agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o
financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é
e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em
parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e
tradução diária dos comentários bem como para financiar o
material informático. É por esta relação entre a vida activa e
a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se
deseja fazer um donativo:
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Obrigado.
Criado
em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e
rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida
dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da
Igreja.
Fazemo-vos
uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase
tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org)
e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de
que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e
já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a
inscrição.
Um
por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O
serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e
suportes: por correio electrónico; no computador:
http://www.evangelhoquotidiano.org/;
em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone
“Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com
os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano,
saúda-vos
A
equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
---------------------------------------
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org
Domingo, dia 31 de Março de 2013DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Santo
do dia : Santa
Balbina, virgem, mártir (+132), Santo
Amós, profeta, Santo
Acácio, bispo, +250, S.
Guido, Leigo, Peregrino, séc. X e XI
Livro dos Actos dos Apóstolos 10,34a.37-43.
Naqueles
dias, Pedro tomou a palavra e disse:«
Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo porque Deus estava com Ele. E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele, que mataram, suspendendo-o de um madeiro, Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-lhe manifestar-se, não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele depois da sua ressurreição dos mortos. E mandou-nos pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído, por Deus, juiz dos vivos e dos mortos. É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados.» Livro de Salmos 118(117),1-2.16ab-17.22-23.
Agradecei
ao Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de israel: é eterna a sua misericórdia. A direita do Senhor é exaltada, a direita do Senhor opera maravilhas! Não morrerei, mas hei-de viver para anunciar as obras do Senhor. A pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se pedra angular. Isto se fez por obra do Senhor e é um prodígio dos nossos olhos. Carta aos Colossenses 3,1-4.
Irmãos:
Portanto já que fostes ressuscitados com Jesus Cristo, procurai
as coisas do alto, onde está Jesus Cristo, sentado à direita de
Deus.
Aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra. Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus. Quando Jesus Cristo, a vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória. Evangelho segundo S. João 20,1-9.
No
primeiro dia da semana, Maria de Magdala foi ao túmulo logo de
manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus Cristo amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.» Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto chegou também Simão Pedro que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição. Então entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer, pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus Cristo devia ressuscitar dos mortos. Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra Sermão «The Difficulty of Realizing Sacred Privileges», PPS, t. 6, n°8
Eis o dia
«O Senhor actuou neste dia,
cantemos e alegremo-nos nele» (Sl 117,24). [...] Enquanto
cristãos, nascemos para o Reino de Deus desde a mais tenra
infância [...]; porém, embora tenhamos consciência desta
verdade e acreditemos totalmente nela, temos muita dificuldade em
captar este privilégio e levamos muitos anos a compreendê-lo e é
evidente que ninguém o compreende totalmente. [...] E mesmo neste
grande dia, neste dia entre os dias, em que Jesus Cristo
ressuscitou dos mortos [...], estamos como crianças, [...] sem
olhos para ver nem coração para compreender quem somos
verdadeiramente. […]
Eis o dia de Páscoa —
repitamo-lo uma vez e outra, com profundo respeito e uma grande
alegria. Como as crianças dizem «Chegou a primavera» ou «Olha
o mar» para tentarem captar a ideia [...], digamos nós também
«Eis o dia entre os dias, o dia régio (Ap 1,10 grego), o dia do
Senhor. Eis o dia em que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, o
dia que nos traz a salvação.» Este é o dia que nos torna
maiores do que podemos compreender. É o dia do nosso repouso, o
nosso verdadeiro sabbat; Jesus Cristo entrou no Seu repouso (Heb
4) e nós com Ele. Este dia conduz-nos, em prefiguração, através
do túmulo e das portas da morte até ao tempo do repouso no seio
de Abraão (Act 3,20; Lc 16,22).
Estamos cansados da fadiga, da
morosidade, da lassidão, da tristeza e do remorso. Estamos
cansados deste mundo sofrido. Estamos cansados dos seus barulhos e
da sua algazarra; a sua melhor música mais não é que ruído,
mas agora reina o silêncio e é um silêncio que fala [...]: tal
é doravante a nossa beatitude. Começam os dias calmos e serenos
onde Jesus Cristo Se faz ouvir com a Sua «voz doce e tranquila»
(1R 19,12) porque o mundo já não fala. Despojemo-nos do mundo e
revistamo-nos de Jesus Cristo (Ef 4,22; Rm 13,14). [...] e que,
despojando-nos assim, nos vistamos de coisas invisíveis e
imperecíveis! Que cresçamos em graça e no conhecimento do nosso
Senhor e Salvador, estação após estação, ano após ano até
que Ele nos leve Consigo [...] para o Reino de Seu Pai e nosso
Pai, do Seu Deus e nosso Deus (Jo 20,17).
Segunda-feira,
dia 01 de Abril de 2013
2ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA
No
dia de Pentecostes, Pedro de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a
voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e
todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai
atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis, este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte. David diz a seu respeito: ‘Eu via constantemente o Senhor diante de mim porque Ele está à minha direita a fim de eu não vacilar. Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou e até a minha carne repousará na esperança porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição. Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a tua presença.’ Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se, ainda hoje, entre nós. Mas como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono, viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo por estas palavras: ‘Não foi abandonado na habitação dos mortos e a sua carne não conheceu a decomposição.’ Foi este Jesus Cristo que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas. Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis. Livro de Salmos 16(15),5.8-11.
Senhor,
porção da minha herança e do meu cálice,
está nas tuas mãos o meu destino. O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso, o meu coração se alegra e a minha alma exulta e o meu corpo repousará em segurança, pois Tu não me entregarás à morada dos mortos nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura. Hás-de ensinar-me o caminho da vida, saciar-me de alegria na tua presença e de delícias eternas, à tua direita. Evangelho segundo S. Mateus 28,8-15.
Naquele
tempo, Maria de Magdala (vila perto do Lago de Tiberíades)
(vulgarmente conhecida por) Madalena e a outra Maria, que tinham
ido ao túmulo do Senhor afastaram-se a toda a pressa, cheias de
temor e de grande alegria e correram a dar a notícia aos
discípulos.
Jesus Cristo saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salvé!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. Jesus Cristo disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.» Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido! Eles reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos soldados, recomendando-lhes: «Dizei isto: 'De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.’ e, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.» Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje. São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 76, 2-3; CCL 24A, 465-467
«Ide anunciar aos Meus
irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão»
O anjo tinha dito às mulheres:
«Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a
Galileia. Lá O vereis» (Mt 28,7). Ao dizer isto, não era a
Maria de Magdala e à outra Maria que o anjo se dirigia mas,
nestas duas mulheres, era a Igreja que ele enviava em missão, era
a Esposa que o anjo enviava ao encontro do Esposo.
Enquanto elas se afastam, o
Senhor vem ao seu encontro e saúda-as, dizendo: «Salvé!» [...]
Ele dissera aos discípulos: «Não vos detenhais a saudar ninguém
pelo caminho» (Lc 10,4); nesse caso, como pode ir ao encontro
destas mulheres e cumprimentá-las tão jubilosamente? Ele não
espera que O reconheçam, não procura ser identificado, não Se
presta a que Lhe façam perguntas, mas apressa-Se, cheio de
ímpeto, a ir ao encontro delas. [...] Eis o que faz a força do
amor; ele é mais forte do que tudo, passa por cima de tudo. Ao
saudar a Igreja, é a Si mesmo que Jesus Cristo saúda, pois fê-la
Sua, ela tornou-se Sua carne, ela tornou-se o Seu corpo como
atesta o apóstolo Paulo: «É Ele a cabeça do Corpo que é a
Igreja» (Col 1,18). Sim, é de facto a Igreja, em toda a sua
plenitude, que aquelas duas mulheres personificam. […]
Quando Ele encontra estas
mulheres, elas estão já num estádio de maturidade da fé:
dominaram as próprias fragilidades e concentram-se no mistério,
procurando o Senhor com todo o fervor da sua fé. Por isso,
merecem que o Senhor Se lhes ofereça quando vai ao seu encontro e
lhes diz: «Salvé!» O Senhor não só consente em que O toquem,
mas que O agarrem à medida do amor que Lhe têm. [...] Tais
mulheres são, na Igreja, o modelo dos mensageiros da Boa Nova.
Terça-feira,
dia 02 de Abril de 2013
3ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA
Santo do dia
: S.
Francisco de Paula, eremita, fundador, +1507, Santa
Maria do Egipto (Egipcíaca), eremita, séc. V
Livro dos Actos dos Apóstolos 2,36-41.
No
dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba toda a casa de
Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor
e Messias a esse Jesus Cristo por vós crucificado.»
Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?» Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo para a remissão dos seus pecados; recebereis então o dom do Espírito Santo. Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.» Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.» Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas. Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.
As
palavras do Senhor são verdadeiras,
as suas obras nascem da fidelidade. Ele ama a justiça e a rectidão: a Terra está cheia da bondade do Senhor. Os olhos do Senhor velam pelos seus fiéis, por aqueles que esperam na sua bondade para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome. A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protector. Venha sobre nós, Senhor, o teu amor, pois depositamos em ti a nossa confiança. Evangelho segundo S. João 20,11-18.
Naquele
tempo, Maria de Magdala estava junto ao túmulo, da parte de fora,
a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo
e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus Cristo, um à cabeceira e o outro aos pés. Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.» Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo, de pé, mas não se dava conta que era Ele. E Jesus Cristo disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste que eu vou buscá-lo.» Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!» Jesus Cristo disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai que é vosso Pai, para o meu Deus que é vosso Deus.'» Maria de Magdala foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» e contou o que Ele lhe tinha dito. Homilia monástica anónima do século XIII Meditação sobre a Paixão e a Ressurreição de Jesus Cristo, 38; PL 184, 766
«Porque choras? Quem
procuras?»
«Mulher, porque choras? Quem
procuras?» No entanto, santos anjos, vós bem sabeis por Quem é
que ela chora e a Quem procura. Porque lhe reavivais as lágrimas
recordando-lhe a Sua memória? Mas Maria pode dar livre curso a
toda sua dor e às suas lágrimas porque a alegria de uma
consolação inesperada se aproxima. «Ela virou-se e viu Jesus
Cristo, de pé, mas não O reconheceu.» Cena cheia de encanto e
bondade onde Aquele que é desejado e procurado Se mostra e no
entanto Se esconde. Esconde-Se para ser procurado com maior ardor,
encontrado com maior alegria, retido com mais cuidado até que
seja introduzido na casa do amor para aí permanecer (cf Ct 3, 4).
Vede como a Sabedoria «brincava na superfície da Terra e
deliciava-me com a humanidade» (Prov 8,31).
«Mulher, porque choras? Quem
procuras?» Tens Aquele que procuras e não o sabes? Tens a
verdadeira alegria eterna e choras? Tens em ti Aquele que procuras
fora de ti. Estás no exterior de um túmulo, a chorar, quando o
Meu túmulo é o teu coração; Eu não estou morto, mas repouso
aí, vivo para toda a eternidade. A tua alma é o Meu jardim.
Tinhas razão em pensar que eu era o jardineiro. Novo Adão,
cultivo o Meu paraíso e guardo-o. As tuas lágrimas, o teu amor e
o teu desejo são obra Minha. Tens-Me em ti sem o saberes: é por
isso que Me procuras fora de ti. Vou, por conseguinte, aparecer-te
também aí para te fazer entrar em ti mesma, para que encontres
no interior Aquele que procuras fora de ti.
Quarta-feira,
dia 03 de Abril de 2013
4ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA
Santo do dia
: Santa
Engrácia, virgem, mártir, +1050, S.
Ricardo de Chichester, bispo, +1253
Livro dos Actos dos Apóstolos 3,1-10.
Naqueles
dias, Pedro e João subiam ao templo para a oração das três
horas da tarde.
Era para ali levado um homem, coxo desde o ventre materno, que todos os dias colocavam à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola àqueles que entravam. Ao ver Pedro e João entrarem no templo, pediu-lhes esmola. Pedro, juntamente com João, olhando-o fixamente, disse-lhe: «Olha para nós.» O coxo tinha os olhos nos dois, esperando receber alguma coisa deles. Mas Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, levanta-te e anda!» E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante, os pés e os artelhos se lhe tornaram firmes. De um salto, pôs-se de pé, começou a andar e entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. Todo o povo o viu caminhar e louvar a Deus. Bem o conheciam como sendo aquele que costumava sentar-se à Porta Formosa do templo a mendigar; ficaram cheios de assombro e estupefactos com o que lhe acabava de suceder. Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.
Louvai
o Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras. Cantai-lhe hinos e salmos, proclamai as suas maravilhas. Orgulhai-vos do seu nome santo; alegre-se o coração dos que procuram o Senhor. Recorrei ao Senhor e ao seu poder e buscai-O sempre. Descendentes de Abraão, seu servo, filhos de Jacob, seu eleito. O Senhor é o nosso Deus e as suas sentenças são lei em toda a Terra. Ele recorda sempre a sua aliança, a palavra que empenhou para mil gerações, o pacto que estabeleceu com Abraão, o juramento que fez a Isaac. Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.
Dois
dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús que
ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém;
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus Cristo e pôs-se com eles a caminho; os seus olhos, porém estavam impedidos de o reconhecer. Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós enquanto caminhais?» Pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!» Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados porque foram ao sepulcro de madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos que afirmavam que Ele vivia. Então alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.» Jesus Cristo disse-lhes então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?» E começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. Os outros, porém insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. E quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. Então os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um ao outro: «Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão (Pedro)!» E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão. Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja Sermão 235, 1-3; PL 38, 118-119
«Pôs-Se com eles a caminho»
Depois da ressurreição, o
Senhor Jesus Cristo encontrou no caminho dois dos Seus discípulos
que conversavam sobre o que tinha acontecido. Ao vê-los tão
tristes, perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais
entre vós enquanto caminhais?»
Esta passagem do Evangelho
traz-nos uma grande lição, se a soubermos compreender. Jesus
Cristo aparece, mostra-Se aos discípulos e não é reconhecido
(parece-me porque o tinham visto ser morto e por isso poderia ser
alguém muito parecido, mas não Ele). O Mestre põe-Se com eles a
caminho e é Ele próprio o caminho (Jo 14,6), mas eles não estão
ainda no verdadeiro caminho; quando Jesus Cristo os encontra,
tinham perdido o caminho. Enquanto morava com eles, antes da
Paixão, tinha-lhes predito tudo: os sofrimentos por que passaria,
a Sua morte, a Sua ressurreição ao terceiro dia. Tudo lhes
anunciara; mas a Sua morte fizera-os perder a memória [...].
«Nós esperávamos que fosse
Ele O que viria redimir Israel.» Como, discípulos, vós
esperáveis e agora já não esperais? Apesar de Jesus Cristo
estar vivo, tendes em vós morta a esperança? Sim, Jesus Cristo
está vivo, mas Jesus Cristo vivo encontrou mortos os corações
dos discípulos. Surge diante dos seus olhos e eles não se
apercebem; mostra-Se e continua escondido deles. [...] Caminha com
eles e parece segui-los e é Ele quem os conduz. Eles vêem-No,
mas não O reconhecem «porque os seus olhos estavam impedidos de
O reconhecer». [...] A ausência do Senhor não é uma ausência.
Crê apenas e Aquele que não vês está contigo.
Quinta-feira,
dia 04 de Abril de 2013
5ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA
Santo do dia
: Santo
Isidoro de Sevilha, bispo, Doutor da Igreja, +636
Livro dos Actos dos Apóstolos 3,11-26.
Naqueles
dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro
e João e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles
ao pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro dirigiu a palavra ao povo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque nos olhais como se tivéssemos feito andar este homem por nosso próprio poder ou piedade? O Deus de Abraão, de Isaac e Jacob, o Deus dos nossos pais glorificou o seu servo Jesus que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a libertá-lo. Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino. Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos e disso nós somos testemunhas. Pela fé no seu nome, este homem que vedes e conheceis, recobrou as forças. Foi a fé que dele nos vem que curou completamente este homem na vossa presença. Agora, irmãos, sei que agistes por ignorância como também os vossos chefes. Dessa forma, Deus cumpriu o que antecipadamente anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Messias havia de padecer (não porque assim o queria, mas porque aqueles que Ele iria encontrar assim agiriam porque não eram do Bem). Arrependei-vos, portanto e convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados e assim o Senhor vos conceda os tempos de conforto quando Ele enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus, que deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas, de que Deus falou outrora pela boca dos seus santos profetas. Moisés disse: ‘O Senhor Deus suscitar-vos-á um Profeta como eu de entre os vossos irmãos. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser. Quem não escutar esse Profeta, será exterminado do meio do povo.’ E, por outro lado, todos os profetas que falaram desde Samuel anunciaram igualmente estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus concluiu com os vossos pais quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra.’ Foi primeiramente para vós que Deus suscitou o seu Servo e o enviou para vos abençoar e para se afastar cada um de vós das suas más acções.» Livro de Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.
Ó
Senhor, nosso Deus,
como é admirável o teu nome em toda a Terra! Que é o homem para que te lembres dele, o filho do homem para dele te ocupares? Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste; deste-lhe domínio sobre as obras das Tuas mãos, tudo submeteste a seus pés. Ovelhas e bois, todos os rebanhos e até animais selvagens, as aves do céu e os peixes do mar, tudo o que se move nos oceanos. Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.
Naquele
tempo, os discípulos de Emaús contaram o que lhes tinha
acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a
conhecer, ao partir o pão.
Enquanto isto diziam, Jesus Cristo apresentou-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito. Disse-lhes então: «Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos como verificais que Eu tenho.» Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como, na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?» Deram-lhe um bocado de peixe grelhado e, tomando-o, comeu diante deles. Depois disse-lhes: «Estas foram as palavras que vos disse quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos.» Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia; que havia de ser anunciada, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. Paulo VI (1897-1978), Papa de 1963 a 1978 Audiência Geral de 9 de Abril de 1975
«A paz esteja convosco!»
Fixemos agora a nossa atenção
na saudação imprevista de Jesus Cristo ressuscitado aos Seus
discípulos recolhidos à porta fechada no Cenáculo com
medo dos judeus (Jo 20,19), saudação repetida por três vezes no
mesmo contexto evangélico e que, à época, devia ser uma
saudação habitual, mas que, proferida nas circunstâncias
mencionadas, se reveste de uma extraordinária plenitude. Por
certo vos lembrais dela: «A paz esteja convosco!», na qual
ressoa o canto angélico do Natal: «paz na Terra» (Lc 2,14).
Trata-se de uma saudação bíblica, preanunciada como promessa
efectiva do reino messiânico (Jo 14,27), mas agora comunicada
como uma realidade declarada a esse primeiro núcleo da Igreja
nascente: a paz, a paz de Jesus Cristo, saído vitorioso da
morte e das causas quer imediatas quer afastadas, dos tremendos e
desconhecidos efeitos que ela encerra.
Jesus Cristo Ressuscitado
anuncia assim a paz e infunde-a ao desconcertado ânimo dos
discípulos [...], a paz do Senhor, entendida no seu
significado primordial, tanto pessoal quanto interior, tanto moral
quanto psicológico, inseparável da felicidade que São Paulo
enumera na sua lista dos frutos do Espírito Santo logo após a
caridade e a alegria, quase se confundindo com elas (Gl 5,22).
Esta feliz fusão não é estranha à nossa experiência
espiritual comum; é até a melhor resposta à interrogação
sobre o estado da nossa consciência quando somos capazes de dizer
«a minha consciência está em paz». O que haverá de
mais precioso para o homem honesto na sua consciência? […]
A paz da consciência é assim a
melhor e a mais autêntica felicidade que nos ajuda a
sermos fortes nas adversidades, nos resguarda a nobreza
e a liberdade nas piores condições e é para todos a
tábua de salvação porque é esperança [...]
quando o desespero tende a levar a melhor. [...] O incomparável
dom da paz interior é assim o primeiro dom de Jesus Cristo
Ressuscitado aos Seus, dom de Quem havia imediatamente instituído
[...] o sacramento que dá a paz, o sacramento do perdão,
desse perdão que ressuscita (Jo 20,23).
Sexta-feira,
dia 05 de Abril de 2013
6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA
Santo do dia
: S.
Vicente Ferrer, presbítero, +1419, Santa
Irene, virgem, séc. IV
Livro dos Actos dos Apóstolos 4,1-12.
Naqueles
dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do
cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do
templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos. Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde. No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil. No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém com o Sumo Sacerdote Anás e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes. Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?» Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus de Nazaré que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós. Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular e não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.» Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.
Agradecei ao Senhor porque Ele é
bom,
porque é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de israel: é eterna a sua misericórdia. Digam os que adoram o Senhor: é eterna a sua misericórdia. A pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se pedra angular. Isto se fez por obra do Senhor e é um prodígio dos nossos olhos. O Senhor actuou neste dia cantemos e alegremo-nos n'Ele. Senhor, salvai os vossos servos; Senhor, dai-nos a vitória. Bendito o que vem em nome do Senhor, da casa do Senhor nós vos bendizemos. Deus, o Senhor, é quem nos alumia. Evangelho segundo S. João 21,1-14.
Naquele
tempo, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos junto ao
lago de Tiberíades e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus Cristo disse-lhes então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. Então o discípulo que Jesus Cristo amava (Jonas) disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa porque estava sem mais roupa e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. Jesus Cristo disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Esta já foi a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 78; PL 52, 420
«Simão Pedro [...] puxou a
rede para terra, cheia de peixes grandes»
«O discípulo que Jesus Cristo
amava disse a Pedro: 'É o Senhor!'» Aquele que é amado é o
primeiro a ver; o amor faz incidir um olhar mais atento sobre
todas as coisas; aquele que ama sente sempre com mais vivacidade.
[...] Que dificuldade torna a mente de Pedro tão lenta e o impede
de ser o primeiro a reconhecer Jesus Cristo como já o tinha feito
anteriormente? Onde está aquele testemunho singular que o fizera
exclamar: «Tu és Cristo, o filho do Deus vivo»? (Mt 16,16) Onde
está ele? Pedro entrara na casa de Caifás, o sumo-sacerdote,
onde ouvira sem dificuldade o murmúrio de uma serva, mas tarda em
reconhecer o seu Senhor.
«Quando ouviu dizer que era o
Senhor, vestiu a túnica, pois estava nu.» Que coisa estranha,
meus irmãos! [...] Pedro entra nu na barca e deita-se ao mar
vestido! [...] Os culpados tapam-se sempre para se dissimularem.
Assim como Adão, hoje Pedro deseja esconder a sua nudez após o
seu pecado; antes de pecarem, estavam ambos vestidos apenas de uma
nudez santa. «Ele apertou a túnica e deitou-se ao mar.» Ele
esperava que o mar lavasse esta peça de roupa sórdida que era a
traição. Deitou-se ao mar, pois queria voltar a ser o primeiro,
aquele a quem as maiores responsabilidades tinham sido confiadas
(Mt 16,18ss). Cingiu a sua túnica, pois devia cingir-se com o
combate do mártir, segundo as palavras do Senhor: «E outro te
cingirá e te levará para onde não queres» (Jo 21,18). […]
Os outros vêm com o barco,
puxando a rede cheia de peixes. Com muito esforço trazem consigo
a Igreja lançada nos ventos do mundo. É ela que estes homens
trazem na rede do evangelho para a luz do céu e que arrancam aos
abismos para a conduzir até junto do Senhor.
Sábado,
dia 06 de Abril de 2013
SÁBADO NA OITAVA DA PÁSCOA
Santo do dia
: S.
Celestino I, papa, +432, S.
Marcelino de Cartago, pai de família, mártir, +411
Livro dos Actos dos Apóstolos 4,13-21.
Naqueles
dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas, ao verem a
firmeza de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados
e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado
com Jesus Cristo,
mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar. Mandaram-nos então sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar: «Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo. No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamo-los, com ameaças, de falar doravante a quem quer que seja nesse nome.» Chamaram-nos então e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus Cristo, mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus. Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos.» Eles então com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. Livro de Salmos 118(117),1.14-15.16ab-18.19-21.
Agradecei ao Senhor porque Ele é
bom,
porque é eterna a sua misericórdia. O Senhor é a minha fortaleza e o meu cantar, é a minha salvação. Ressoam vozes de alegria e de vitória nas tendas dos justos. A direita do Senhor é exaltada, a direita do Senhor opera maravilhas! Não morrerei, mas hei-de viver para anunciar as obras do Senhor. Com dureza me castigou o Senhor, mas não me deixou morrer. Abri-me as portas da justiça: entrarei para agradecer ao Senhor. Esta é a porta do Senhor: os justos entrarão por ela. Eu vos agradeço porque me ouvistes e fostes o meu salvador. Evangelho segundo S. Marcos 16, 9-15.
Jesus
Cristo ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu
primeiro a Maria de Magdala, da qual tinha expulsado sete
demónios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros que viviam em luto e em pranto. Mas eles, ouvindo dizer que Jesus Cristo estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois disto, Jesus Cristo apareceu a dois deles que iam a caminho do campo. Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes e também não acreditaram neles. Apareceu finalmente aos próprios Onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado. e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.
(Marcos já é
discípulo de S. Pedro e é dele que aprende a Boa Nova. Trata-se
de um evangelho já muito simplificado e principalmente
catequético. Isto na minha opinião)
Beato João Paulo II (1920-2005), Papa Carta Apostólica para o novo milénio «Novo millennio ineunte», §29
«Então o Senhor Jesus
Cristo, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e
sentou-Se à direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por
toda a parte; o Senhor cooperava com eles» (Mc 16,19-20)
Partir de Jesus Cristo: «Eu
estarei sempre convosco até ao fim do mundo» (Mt 28,20). Esta
certeza, amados irmãos e irmãs, acompanhou a Igreja durante dois
milénios e foi agora reavivada em nossos corações com a
celebração do Jubileu; dela devemos auferir um novo impulso para
a vida cristã, melhor, fazer dela a força inspiradora do nosso
caminho. É com a consciência desta presença do Ressuscitado
entre nós que hoje nos pomos a pergunta feita a Pedro no fim do
seu discurso de Pentecostes, em Jerusalém: «Que havemos de
fazer?» (Act 2,37).
Interrogamo-nos, animados de
confiante optimismo, embora sem subestimar os problemas.
Certamente não nos move a esperança ingénua de que possa haver
uma fórmula mágica para os grandes desafios do nosso tempo; não
será uma fórmula a salvar-nos, mas uma Pessoa e a certeza que
Ela nos infunde: Eu estarei convosco!
Sendo assim, não se trata de
inventar um «programa novo». O programa já existe: é o mesmo
de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição Viva.
Concentra-se, em última análise, no próprio Jesus Cristo que
temos de conhecer, amar, imitar para n'Ele viver a vida trinitária
e com Ele transformar a história até à sua plenitude na
Jerusalém celeste, [...] mas é necessário traduzi-lo em
orientações pastorais ajustadas às condições de cada
comunidade.[...] É nas Igrejas locais que se podem estabelecer
linhas programáticas concretas [...] que permitam levar o anúncio
de Jesus Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear em
profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos
valores evangélicos. [...] Espera-nos, portanto uma entusiasmante
obra de relançamento pastoral; uma obra que nos toca a todos.
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sábado, 6 de abril de 2013
Cristianismo 106
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