sábado, 9 de fevereiro de 2013

Cristianismo 98


=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos Amigos
Aproveitamos para vos anunciar a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
- a versão italiana no calendário ambrosiano: www.vangelodelgiorno.org.
A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com algumas especificidades particulares tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.
- a versão grega: evaggeliokathemera.org. Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que sofre. Não deixem se informar os vossos conhecidos deste novo serviço.
Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.
Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano, saúda-vos
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 03 de Fevereiro de 2013

4º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Santo do dia : S. Brás, bispo e mártir, +316, S. Oscar (Ansgário), bispo, +865
Livro de Jeremias 1,4-5.17-19.
No tempo de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta das nações.»
Tu, porém cinge os teus rins, levanta-te e diz-lhes tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles; se não, serei Eu a fazer-te temer na sua presença.
E eis que hoje te estabeleço como cidade fortificada, como coluna de ferro e muralha de bronze diante de todo este país, dos reis de Judá e de seus chefes, dos sacerdotes e do povo da Terra.
Far-te-ão guerra, mas não hão-de vencer porque Eu estou contigo para te salvar» – oráculo do Senhor.

Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15ab.17.
A minha boca proclamará a vossa salvação.

Em ti, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me;
inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.

Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio:
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.

Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.

A minha boca proclamará a tua justiça
e todo o dia anunciarei a tua salvação.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.

1ª Carta aos Coríntios 12,31.13,1-13.
Irmãos: Aspirai, porém aos melhores dons. Aliás, vou mostrar-vos um caminho que ultrapassa todos os outros.
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor, nada sou.
Ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita.
O amor(-comunhão) é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais passará. As profecias terão o seu fim, o dom das línguas terminará e a ciência vai ser inútil,
pois o nosso conhecimento é imperfeito e também imperfeita é a nossa profecia.
Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança, mas quando me tornei homem, deixei o que era próprio de criança.
Agora vemos como num espelho, de maneira confusa; depois, veremos face a face. Agora conheço de modo imperfeito; depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor; mas a maior de todas é o amor(-comunhão).

Evangelho segundo S. Lucas 4,21-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo começou a falar na sinagoga de Nazaré dizendo: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir.»
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?»
Disse-lhes então: «Certamente ides citar-me o provérbio: 'Médico, cura-te a ti mesmo.' Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua terra.»
Acrescentou depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
Posso assegurar-vos também que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a Terra;
contudo Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon.
Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naamã.»
Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor.
E erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada a fim de o precipitarem dali abaixo.
Mas, passando pelo meio deles, Jesus Critso seguiu-o seu caminho.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja Sermão Delbeau 61, 14-18
«Passando pelo meio deles, Jesus Cristo seguiu o Seu caminho»
Veio até nós um médico para nos restituir a saúde: Nosso Senhor, Jesus Cristo. Tendo encontrado a cegueira do nosso coração, prometeu-nos a luz que «os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu» (1Cor 2,9).
A humildade de Jesus Cristo é o remédio do nosso orgulho. Não duvides nunca de Quem te traz a cura e sê humilde, tu por quem Deus Se fez humilde. Com efeito, Ele bem sabia que o remédio da humildade seria a tua cura porque conhece muito bem a enfermidade e sabe muito bem como curá-la. Uma vez que não podias ser tu a visitar o Médico, foi o Médico Quem veio visitar-te. [...] Veio ver-te e veio em teu socorro porque sabe muito bem do que necessitas.
Deus veio na Sua humildade para que o homem O pudesse imitar, pois se tivesse permanecido inacessível, como poderíamos nós imitá-Lo? E sem O imitar, como poderíamos nós ser curados? Veio na humildade porque sabia muito bem qual o remédio que devia receitar: um pouco amargo, por certo, mas salutar. E tu? Continuas a duvidar d'Ele, de Quem te oferece a Sua taça e murmuras: «Mas que Deus é este, Senhor? Nasceu, sofreu, foi coberto de escarros, coroado de espinhos, cravado numa cruz!» Miserável alma que vês a humildade do médico mas não o cancro do teu orgulho! E é por isso que a humildade não te agrada. […]
Por vezes acontece aos doentes mentais baterem nos médicos, mas neste caso o Médico, misericordioso, não só não fica indignado com quem Lhe bate, mas também cuida de o tratar. [...] O nosso Médico não teme ser atacado por pacientes dementes. Ele fez da Sua morte o seu remédio. Com efeito, Ele morreu e ressuscitou.
Segunda-feira, dia 04 de Fevereiro de 2013

Segunda-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. João de Brito, presbítero e mártir, +1693
Carta aos Hebreus 11,32-40.
Irmãos: Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo se quisesse falar acerca de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, David e Samuel e dos profetas,
os quais, pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões,
extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza, recobraram a força, tornaram-se fortes na guerra e puseram em fuga exércitos estrangeiros.
Algumas mulheres recuperaram os seus mortos por meio da ressurreição. Alguns foram torturados, não querendo aceitar a libertação para obterem uma ressurreição melhor;
outros sofreram a prova dos escárnios e dos flagelos, das cadeias e da prisão.
Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada; andaram errantes cobertos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, atribulados e maltratados;
homens de quem o mundo não era digno, andaram vagueando pelos desertos, pelos montes, pelas grutas e pelas cavidades da terra.
E todos estes, apesar de terem recebido um bom testemunho, graças à sua fé, não alcançaram a realização da promessa
porque Deus tinha previsto algo de melhor para nós, de modo que eles não alcançassem a perfeição sem nós.

Livro de Salmos 31(30),20.21.22.23.24.
Tende coragem e animai-vos, vós todos que esperais no Senhor.

Como é grande, Senhor, a tua bondade
que tens reservada para os que Te adoram!
À vista dos homens Tu a concedes
àqueles que em Ti confiam.

Ao abrigo da ti, Tu os guardas
das intrigas dos homens;
na tua tenda os defendes
contra as línguas maldizentes.

Bendito seja o SENHOR que, pelo seu amor,
fez maravilhas por mim na cidade fortificada.

Na minha ansiedade, eu dizia:
"Fui banido da tua presença."
Tu, porém ouviste o brado da minha súplica
quando eu te invoquei.

Amai o Senhor,
todos vós, que sois seus amigos!
O Senhor protege os seus fiéis,
mas castiga com rigor os orgulhosos.

Evangelho segundo S. Marcos 5,1-20.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos.
Logo que Jesus Cristo desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno.
Tinha nos túmulos a sua morada e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente,
pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar.
Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes a gritar e a ferir-se com pedras.
Avistando Jesus Cristo ao longe, correu, prostrou-se diante dele
e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!»
Efectivamente Jesus Cristo dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.»
Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião porque somos muitos.»
E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região.
Ora ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos.
E os espíritos malignos suplicaram a Jesus Cristo: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.»
Jesus Cristo consentiu. Então os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou.
Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara.
Ao chegarem junto de Jesus Cristo, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião e ficaram cheias de temor.
As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos.
Então pediram a Jesus Cristo que se retirasse do seu território.
Jesus Cristo voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele.
Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.»
Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus Cristo fizera por ele e todos se maravilhavam.

Beato Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saará Meditações sobre os Evangelhos, n°194
«Vai para tua casa, para junto dos teus e conta-lhes tudo o que o Senhor (Deus, na mente de Jesus Cristo e o próprio na mente do homem curado) fez por ti»
Quando desejarmos seguir Jesus Cristo, não nos espantemos se Ele não no-lo permitir de imediato ou mesmo se não no-lo permitir nunca. [...] Com efeito, a Sua visão tem maior alcance do que a nossa; Ele quer, não só o nosso bem, mas o bem de todos. […]
É evidente que partilharmos a nossa vida com e como os apóstolos é um bem e uma graça e devemos tentar sempre aproximar-nos desta imitação da Sua vida. Mas esta é apenas uma graça exterior; ao cumular-nos interiormente de graça, Deus pode tornar-nos muito mais santos sem essa imitação perfeita [...] do que com ela. Ele pode, aumentando em nós a fé, a esperança e a caridade, tornar-nos muito mais perfeitos no mundo ou numa ordem [religiosa] moderada do que o seríamos no deserto ou numa ordem austera. [...] Se Deus não permitir que O sigamos, não fiquemos surpreendidos nem temerosos nem tristes. Pensemos antes que Ele nos trata como tratou o geraseno e que tem motivos muito sábios e muito ocultos para tal. O que devemos fazer é obedecer-Lhe e fazer a Sua vontade. Aliás [...], talvez Jesus Cristo tenha permitido que o geraseno se juntasse aos apóstolos alguns meses ou alguns anos mais tarde.
Sempre que nos seja possível, tentemos ter a vida mais perfeita e, por agora, viver com perfeição a vida que Jesus Cristo nos destina, aquela onde Ele nos quer. Vivamo-la como Ele próprio a viveria se essa fosse a vontade de Seu Pai; façamos tudo como Ele o faria, se Seu Pai o colocasse nesta situação. [...] A verdadeira perfeição é fazer a vontade de Deus.

Terça-feira, dia 05 de Fevereiro de 2013

Terça-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Deste modo, também nós, circundados como estamos de tal nuvem de testemunhas, deixando de lado todo o impedimento e todo o pecado, corramos com perseverança a prova que nos é proposta,
tendo os olhos postos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé. Ele, renunciando à alegria que lhe fora proposta, sofreu a cruz, desprezando a ignomínia e sentou-se à direita do trono de Deus.
Considerai, pois aquele que sofreu tal oposição por parte dos pecadores para que não desfaleçais, perdendo o ânimo.
Ainda não resististes até ao sangue na luta contra o pecado.

Livro de Salmos 22(21),26b-27.28.30.31-32.
Todos os que Vos procuram Vos louvarão, Senhor.

Cumprirei os meus votos
na presença dos teus fiéis.
Os pobres comerão e serão saciados;
louvarão o Senhor os que O procuram.
«Vivam para sempre os vossos corações.»

Hão-de lembrar-se do Senhor
e voltar-se para Ele
todos os confins da Terra;
hão-de prostrar-se diante d'Ele
todos os povos e nações.

Só a Ele hão-de adorar
todos os grandes do mundo,
diante d'Ele se hão-de prostrar
todos os que descem ao pó da terra.

Para Ele viverá a minha alma,
há-de servi-l'O a minha descendência.
Falar-se-á do Senhor às gerações vindouras
e a Sua justiça será revelada
ao povo que há-de vir:
«Eis o que fez o Senhor»

Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.
Naquele tempo, depois de Jesus Cristo ter atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto dele que continuava à beira-mar.
Chegou então um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés
e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.»
Jesus Cristo partiu com ele, seguido por numerosa multidão que o apertava.
Certa mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos
que sofrera muito nas mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes piorava cada vez mais,
tendo ouvido falar de Jesus Cristo, veio por entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes,
pois dizia: «Se ao menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.»
De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue e sentiu no corpo que estava curada do seu mal.
Imediatamente Jesus Cristo, sentindo que saíra dele uma força (= a sua aura), voltou-se para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?»
Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados e ainda perguntas: 'Quem me tocou?’»
Mas Ele continuava a olhar em volta para ver aquela que tinha feito isso.
Então a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, foi prostrar-se diante dele e disse toda a verdade.
Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada do teu mal.»
Ainda Ele estava a falar quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?»
Mas Jesus Cristo, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.»
E não deixou que ninguém o acompanhasse a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar.
Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.»
Mas faziam troça dele. Jesus Cristo pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia.
Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!»
E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados.
Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja Comentário sobre o Evangelho de Lucas, 6, 60-63
«Sou Eu que te digo: levanta-te!»
Antes de ressuscitar uma menina morta, foi para levar à fé que Jesus Cristo começou por curar a mulher que sofria de perdas de sangue. Foi para te instruir que Ele fez parar esse fluxo de sangue e curou a mulher quando Se encaminhava para a menina.
Do mesmo modo, é para acreditarmos na nossa ressurreição eterna que celebramos a ressurreição histórica do Senhor que se seguiu à Sua paixão. [...] Os servos do chefe da sinagoga vieram, disseram: «De que serve agora incomodares o Mestre?» Eles ainda não acreditam na ressurreição de Jesus Cristo, profetizada na Lei e concretizada no Evangelho. Por isso, ao chegar à casa Jesus Cristo leva conSigo poucas testemunhas da ressurreição que vai acontecer: não foi grande o número dos que acreditaram de imediato na ressurreição. Quando Jesus Cristo declara: «A menina não morreu, está a dormir», a multidão fez «troça d'Ele», pois os que não acreditam, troçam. Que chorem então os seus mortos os que os crêem mortos: quando se tem fé na ressurreição, não é o fim que se vê na morte, mas um repouso. […]
Tomando, pois a menina pela mão, Jesus Cristo curou-a e mandou que lhe dessem de comer. Foi uma afirmação de vida para que se pudesse crer na realidade e não numa ilusão. Feliz daquela a quem a Sabedoria assim tem pela mão! Praza a Deus que ela também assim me sustenha nas minhas ações, que a justiça me tenha pela mão, que o Verbo, a Palavra de Deus, tome a minha mão e me conduza a esse lugar escondido onde mora. Que afaste o meu espírito do erro, que conduza aquele que salvou e ordene que me dêem de comer, pois o Verbo de Deus é o pão do céu (cf Jo 6,32). É por isso que essa Sabedoria que depôs no altar santo os alimentos divinos do Seu Corpo e do Seu Sangue, declara: «Vinde, comei do Meu pão e bebei do vinho que preparei» (Pr 9,5).

Quarta-feira, dia 06 de Fevereiro de 2013

Quarta-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Vós ainda não resististes até ao sangue na luta contra o pecado.
Esquecestes a exortação que vos é dirigida como a filhos: Meu filho, não desprezes a correcção do Senhor e não desanimes quando és repreendido por Ele
porque o Senhor corrige os que ama e castiga todo o que reconhece como filho.
É para vossa correcção que sofreis. Deus trata-vos como filhos e qual é o filho a quem o pai não corrige?
É certo que toda a correcção, no momento em que é aplicada, não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; mais tarde, porém produz um fruto de paz e de justiça nos que foram exercitados por ela.
Por isso, levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos enfraquecidos,
fazei caminhos rectos para os vossos pés para que o coxo não coxeie mais, mas seja curado.
Procurai a paz com todos, sem a qual ninguém verá o Senhor.
Vigiai para que ninguém venha a estar privado da graça de Deus nem alguma raiz amarga, crescendo, vos cause dano e, por meio dela, muitos venham a ser contaminados.

Livro de Salmos 103(102),1-2.13-14.17-18a.
A misericórdia do Senhor permanece para sempre
sobre aqueles que O adoram.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Como um pai se compadece dos seus filhos
assim o Senhor se compadece dos que O adoram.
Ele sabe de que somos formados;
não se esquece de que somos pó da terra.

A bondade do Senhor permanece para sempre
sobre aqueles que O adoram,
sobre aqueles que guardam a sua aliança
e se lembram de cumprir os seus preceitos.

Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.
Naquele tempo, Jesus Cristo dirigiu-Se à sua terra e os discípulos seguiam-no.
Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso.
Jesus Cristo disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.»
E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos.
Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus Cristo percorria as aldeias vizinhas a ensinar.

Carta a Diogneto (c. 200) §§ 11-12
«Estava admirado com a falta de fé daquela gente»
O Pai enviou o Verbo, a Sua Palavra, para O manifestar ao mundo. Ele foi desprezado pelos Seus próximos, mas, através da pregação dos apóstolos, as nações pagãs creram n'Ele. Ele já era desde o início (cf Jo 1,1), mas manifestou-Se na novidade e os Seus discípulos reconheceram n'Ele a ancestralidade. Ele renasce todos os dias no coração dos santos e é proclamado Filho num eterno hoje (cf Sl 2,7).
Por Ele, a Igreja enriquece-se com uma graça que desabrocha e cresce nos santos: ela confere-lhes a inteligência espiritual, desvela-lhes os mistérios sagrados e fá-los compreender os sinais dos tempos. A Igreja alegra-se por causa dos crentes e oferece-se a todos os que a procuram, respeitando os compromissos da fé e os marcos colocados pelos nossos Pais. A partir de agora, o temor da Lei inspira cânticos de louvor, a graça anunciada pelos profetas é reconhecida, a fé no Evangelho reafirma-se, a tradição dos apóstolos permanece intacta e a graça da Igreja fá-la dançar de alegria.
Se não bloqueares essa graça, conhecerás os segredos que o Verbo revela por quem Ele quiser e quando Lhe aprouver. [...] Aproximai-vos, portanto e escutai com atenção; então sabereis tudo o que Deus confia àqueles que O amam verdadeiramente. Eles tornam-se num jardim de delícias; neles crescerá uma árvore fecunda de seiva vigorosa e serão cumulados com os mais ricos frutos. Esse é o verdadeiro terreno onde foi plantada a árvore do conhecimento e a árvore da vida (cf Gn 2,9). [...] Por isso, que o teu coração se faça inteiramente conhecimento e que o Verbo da verdade Se torne a tua vida. Se essa árvore crescer em ti e se desejares ardentemente o seu fruto, recolherás sempre os melhores dons de Deus.

Quinta-feira, dia 07 de Fevereiro de 2013

Cinco Chagas do Senhor

Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do Senhor?
O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades (= não-equidades). O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador. Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum nem praticado qualquer fraude,
mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.

Livro de Salmos 22(21),7-8.15-23.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Eu, porém sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.

Fui derramado como água
e todos os meus ossos se desconjuntaram;
o meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores,
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Salvai-me da boca dos leões
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.

Evangelho segundo S. João 19,28-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo, sabendo que tudo se consumara para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus Cristo disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus Cristo, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que traspassaram.

Homilia atribuída a São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja Meditações sobre a Paixão do Senhor, 3
«Logo brotou sangue e água»
Aproximemo-nos do coração do dulcíssimo Senhor Jesus e exultaremos e regozijar-nos-emos nele. Quão bom e doce é habitar nesse coração! Ele é o tesouro escondido, a pérola preciosa, aquilo que encontramos, ó Jesus Cristo, escavando o campo do Teu corpo (Mt 13,44ss). Quem pois rejeitará esta pérola? Bem pelo contrário, por ela eu darei todos os meus bens; por ela trocarei todas as minhas preocupações, todos os meus afectos. Todas as minhas inquietações, abandoná-las-ei no coração de Jesus Cristo: ele bastar-me-á e providenciará sem falta à minha subsistência.

É neste templo, neste Santo dos santos, nesta arca da aliança que virei adorar e louvar o nome do Senhor. «Encontrei o meu coração, dizia David, para rezar ao meu Deus» (1 Cron 17,25 Vulg). Também eu encontrei o coração do meu Senhor e Rei, do meu irmão e amigo. Portanto, como poderia não rezar? Sim, rezarei porque, com firmeza o digo, o Seu coração pertence-me. […]
Ó Jesus Cristo, digna-Te aceitar e escutar a minha oração. Leva-me todo inteiro para o Teu coração. Ainda que a deformidade dos meus pecados me impeça de entrar nele, dado que por um amor incompreensível este coração se dilatou e alargou, Tu podes receber-me e purificar-me da minha impureza. Ó Jesus puríssimo, lava-me das minhas iniquidades a fim de que, purificado por Ti, possa habitar em Teu coração todos os dias da minha vida para ver e fazer a Tua vontade. Se o Teu lado foi traspassado, foi para que a entrada nos seja amplamente aberta. Se o Teu coração foi ferido, foi para que, ao abrigo das agitações exteriores, possamos habitar nele e é ainda para que, na ferida visível, vejamos a invisível ferida do amor.

Sexta-feira, dia 08 de Fevereiro de 2013

Sexta-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Que permaneça a caridade fraterna (= amor-comunhão).
Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos.
Lembrai-vos dos presos como se estivésseis presos com eles e dos que são maltratados porque também vós tendes um corpo.
Seja o matrimónio honrado por todos e imaculado o leito conjugal, pois Deus julgará os impuros e os adúlteros.
Vivei sem avareza, contentando-vos com o que possuís porque o próprio Deus disse: Não te deixarei nem te abandonarei.
Assim podemos dizer confiadamente:O Senhor é o meu auxílio; não temerei; que poderá fazer-me um homem?
Recordai-vos dos vossos guias que vos pregaram a palavra de Deus; observai o êxito da sua conduta e imitai a sua fé.
Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e pelos séculos.

Livro de Salmos 27(26),1.3.5.8b-9abc.
O Senhor é a minha luz e a minha salvação.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é o protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Ainda que um exército me cerque,
o meu coração não temerá.
Mesmo que me declarem a guerra,
ainda assim terei confiança.
No dia da adversidade,
Ele me abrigará na sua cabana;
há-de esconder-me no interior da sua tenda
e colocar-me no alto de um rochedo.

A vossa face, Senhor, eu procuro:
não escondais de mim o vosso rosto
nem afasteis com ira o vosso servo:
Vós sois o meu refúgio.

Evangelho segundo S. Marcos 6,14-29.
Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de Jesus Cristo, pois o seu nome se tornara célebre e dizia-se: «Este é João Baptista que ressuscitou de entre os mortos e, por isso, manifesta-se nele o poder de fazer milagres»;
outros diziam: «É Elias»; outros afirmavam: «É um profeta como um dos outros profetas.»
Mas Herodes, ouvindo isto, dizia: «É João, a quem eu degolei que ressuscitou.»
Na verdade, tinha sido Herodes quem mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara
porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.»
Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia
porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado.
Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia.
Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.»
E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires nem que seja metade do meu reino.»
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.»
Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.»
O rei ficou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar.
Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão;
depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem que a deu à mãe.
Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.

Beato João Paulo II (1920-2005), papa Homilia de 07/05/2000 na comemoração dos testemunhos de fé do século XX, nº 4 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
Testemunhos de fé perante as forças do mal
«Felizes de vós, se fordes insultados e perseguidos e se disserem toda a espécie de calúnias contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai porque será grande a vossa recompensa no céu!» (Mt 5, 11-12). Como condizem estas palavras de Jesus Cristo com as inumeráveis Testemunhas da Fé do século passado que foram insultadas e perseguidas, mas jamais vencidas pela força do mal!
Onde o ódio parecia contaminar toda a vida sem dar a possibilidade de escapar à sua lógica, elas demonstraram que «o amor é mais forte que a morte» (Ct 8,6). No interior de terríveis sistemas opressivos que desfiguravam o homem, nos lugares de sofrimento, entre privações inauditas, ao longo de marchas esgotantes, expostas ao frio, à fome, torturadas, vítimas de vários tipos de sofrimento, elas fizeram ressoar em voz alta a sua adesão a Jesus Cristo morto e ressuscitado. […]
Muitos rejeitaram ceder ao culto dos ídolos do século XX e foram sacrificados pelo comunismo, pelo nazismo, pela idolatria do Estado ou da raça. Muitos outros morreram durante guerras étnicas e tribais porque recusaram uma lógica alheia ao evangelho de Jesus Cristo. Alguns conheceram a morte porque, seguindo o modelo do bom Pastor, quiseram permanecer com os seus fiéis, apesar das ameaças. Em cada continente e ao longo de todo o século XX, houve quem preferiu morrer para não faltar à própria missão. Religiosos e religiosas viveram a sua consagração até à efusão do sangue. Homens e mulheres crentes morreram oferecendo a sua existência por amor dos fiéis, de forma especial dos mais pobres e dos mais frágeis. Não poucas mulheres perderam a própria vida para defender a sua dignidade e pureza. «Quem tem apego à sua vida (material), perdê-la-á (vida celeste); quem despreza a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna» (Jo 12, 25).

Sábado, dia 09 de Fevereiro de 2013

Sábado da 4a semana do Tempo Comum

Irmãos: Por meio de Jesus Cristo, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
Não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com os outros, pois são esses os sacrifícios que agradam a Deus.
Sede submissos e obedecei aos que vos guiam, pois eles velam pelas vossas almas, das quais terão de prestar contas; que eles o façam com alegria e não com gemidos, o que não seria vantajoso para vós.
O Deus da paz que ressuscitou dos mortos, o grande Pastor das ovelhas, Jesus Cristo, Senhor nosso, pelo sangue da Aliança eterna,
vos torne aptos para todo o bem a fim de que façais a sua vontade. Que Ele realize em nós o que lhe é agradável, por meio de Jesus Cristo, ao qual seja dada glória pelos séculos dos séculos. Ámen.

Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo,
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.

Evangelho segundo S. Marcos 6,30-34.
Naquele tempo, os Apóstolos reuniram-se a Jesus Cristo e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Disse-lhes então: «Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco.» porque eram tantos os que iam e vinham que nem tinham tempo para comer.
Foram, pois, no barco, para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Ao vê-los afastar, muitos perceberam para onde iam e de todas as cidades acorreram a pé, àquele lugar, e chegaram primeiro do que eles.
Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles porque eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensinar-lhes muitas coisas.

São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo Sermão 25,1; CCL 103, 111-112
«Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles»
«Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7). A palavra misericórdia é suave, meus irmãos. Se a palavra é suave quanto mais o facto! [...] Dado que todos nós queremos misericórdia, tomemo-la como protectora neste mundo para que nos liberte no mundo que há-de vir. Com efeito, há uma misericórdia no céu, à qual chegamos por actos de misericórdia na Terra. A Escritura diz claramente: «Senhor, a Tua misericórdia está no céu» (Sl 35,6 Vulg).
Portanto, há uma misericórdia na Terra e outra no céu, isto é, uma humana e outra divina. Qual é a misericórdia humana? É inclinares-te sobre a miséria dos pobres. E qual é a misericórdia divina? É, sem dúvida alguma, aquela que concede o perdão dos pecados. Tudo o que a misericórdia humana dá ao longo do caminho desta vida, a misericórdia divina o faz na pátria. Porque é Deus que, neste mundo, sofre frio e fome na pessoa dos pobres como Ele mesmo disse: «Sempre que fizestes isto a um destes pequeninos foi a Mim que o fizestes» (Mt 25,40). Sim, Deus que quer dar generosamente do alto do céu, quer receber na Terra.

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