"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo, dia 13 de Março de 2016
Santo do dia : S.
Salomão, mártir, +857, S.
Rodrigo, mártir, +857, Santa
Eufrásia, virgem, +412, Santa
Serafina, virgem, +1253
Livro de Isaías 43,16-21.
O Senhor abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre
as torrentes das águas.
Pôs em campanha carros e cavalos, um exército de valentes guerreiros e todos
caíram para não mais se levantarem, extinguiram-se como um pavio que se
apaga.
Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados,
não presteis atenção às coisas antigas.
Olhai: vou realizar uma coisa nova que já começa a aparecer; não a vedes? Vou
abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida.
Os animais selvagens __ chacais e avestruzes __ proclamarão a minha glória
porque farei brotar água no deserto, rios na terra árida para matar a sede ao
meu povo escolhido,
o povo que formei para Mim e que proclamará os meus louvores».
Livro de Salmos
126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.
À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.
Carta aos Filipenses 3,8-14.
Irmãos, considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as
com o bem supremo que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei
a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Jesus Cristo
e n’Ele me encontrar, não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que
se recebe pela fé em Jesus Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na
fé.
Assim poderei conhecer Jesus Cristo, o poder da sua ressurreição e a
participação nos seus sofrimentos, configurando-me à sua morte
para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos.
Não que eu tenha já chegado à meta ou já tenha atingido a perfeição. Mas
continuo a correr para ver se a alcanço, uma vez que também fui alcançado por
Cristo Jesus.
Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido. Só penso numa coisa: esquecendo
o que fica para trás, lançar-me para a frente,
continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me
chama em Cristo Jesus.
Evangelho segundo S.
João 8,1-11.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi para o monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou
d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus Cristo uma mulher surpreendida
em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas
Jesus Cristo inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós
estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a
começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus Cristo e a mulher, que estava no
meio.
Jesus Cristo ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te
condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus Cristo: «Nem Eu te
condeno. Vai e não tornes a pecar».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c.
949-1022), monge grego
Hino 45
«Nem Eu te condeno. [...] Eu sou a luz do mundo» (Jo 8, 11-12)
Ó Senhor Deus,
que amas perdoar, meu Criador,
faz descer sobre mim o fulgor da tua luz inacessível
para que ela encha de alegria meu coração.
Ah! não Te irrites! Ah! não me abandones!
Faz resplandecer a minha alma com a tua luz
porque a tua Luz, ó Senhor Deus, és Tu. [...]
Afastei-me do caminho recto, do caminho de Deus,
e caí lamentavelmente da glória que me tinha sido dada.
Fui despojado da veste luminosa, da veste de Deus,
caído nas trevas, nas trevas permaneço
e nem sequer sei que estou privado da Luz. [...]
Porque, se Tu brilhaste no alto, se apareceste na obscuridade,
se vieste ao mundo, ó Misericordioso, se quiseste viver com os homens,
segundo a nossa condição, por amor ao homem,
se [...] disseste que eras a luz do mundo (Jo 8,12)
e, ainda assim, nós não Te vimos,
não seremos nós totalmente cegos
e mais desgraçados do que os próprios cegos, ó Senhor Jesus Cristo? [...]
Mas Tu, que és todos os bens,
Tu os dás sem cessar aos teus servos,
aos que vêem a tua luz. [...]
Quem Te possui realmente possui tudo em Ti.
Que eu não seja privado de Ti, Mestre!
Que eu não seja privado de Ti, Criador!
Que eu não seja privado de Ti, Misericordioso,
eu que sou um pobre estrangeiro. [...]
Peço-Te: dá-me um lugar junto de Ti,
mesmo que eu tenha multiplicado meus pecados mais do que todos os homens.
Aceita a minha oração como a do publicano (Lc 18,13),
como a da prostituta (Lc 7,38), Mestre,
ainda que eu não chore como ela. [...]
Pois Tu és a nascente da piedade, a fonte da misericórdia e o rio da bondade,
tem piedade de mim!
Sim, Tu que tiveste as mãos e os pés pregados na cruz,
que tiveste o lado trespassado pela lança, ó todo-Compassivo,
tem piedade de mim e arranca-me ao fogo eterno. [...]
Que nesse dia eu me erga sem condenação diante de Ti
para ser acolhido na sala das tuas núpcias,
em que partilharei a tua felicidade, meu bom Mestre,
numa alegria inexprimível, por todos os séculos. Ámen!
Segunda-feira, dia 14 de Março de 2016
Segunda-feira da 5ª semana da Quaresma
Naqueles dias, morava na Babilónia um homem chamado Joaquim.
Tinha desposado uma mulher chamada Susana, filha de Helcias, muito bela e
temente ao Senhor.
Os seus pais eram justos e tinham instruído a filha na Lei de Moisés.
Joaquim era muito rico e tinha um jardim contíguo à sua casa. Os judeus
reuniam-se com ele frequentemente porque era o mais ilustre de todos eles.
Naquele ano, tinham designado como juízes dois anciãos do povo, daqueles
que o Senhor denunciara, dizendo: «De Babilónia veio a iniquidade de velhos
que passavam por dirigentes do povo».
Estes dois frequentavam a casa de Joaquim e a eles recorriam todos os que
tinham alguma questão de justiça.
Quando, ao meio do dia, o povo se retirava, Susana vinha passear para o
jardim do seu marido.
Os dois velhos observavam-na todos os dias quando entrava no jardim para
passear e apaixonaram-se por ela.
Perverteram a sua mente e desviaram os seus olhos de modo a não olharem
para o Céu e não se lembrarem dos seus justos juízos.
Estando eles à espera de ocasião favorável, um dia Susana veio, como de
costume, acompanhada somente de duas meninas e, como estava calor, quis
tomar banho no jardim.
Não se encontrava ali ninguém, senão os dois velhos escondidos a
espreitá-la.
Susana disse às meninas: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do
jardim para eu tomar banho».
Logo que elas saíram, os dois velhos levantaram-se, correram para junto de
Susana
e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê e nós
estamos apaixonados por ti. Dá-nos o teu consentimento e entrega-te a nós.
Senão acusar-te-emos dizendo que estava contigo um jovem e por isso
mandaste embora as meninas».
Então Susana gemeu e exclamou: «Estou cercada por todos os lados: se
praticar semelhante coisa, espera-me a morte; se não a praticar, não
poderei fugir às vossas mãos.
Mas prefiro cair nas vossas mãos sem ter feito nada a pecar na presença do
Senhor».
Então Susana gritou com voz forte, mas os dois velhos gritaram também
contra ela
e um deles correu a abrir as portas do jardim.
Logo que as pessoas da casa ouviram estes gritos no jardim, precipitaram-se
pela porta do lado para verem o que tinha acontecido.
Quando os velhos contaram a sua versão, os servos coraram de vergonha, pois
nunca se tinha dito de Susana semelhante coisa.
No dia seguinte, quando o povo se reuniu em casa de Joaquim, marido de
Susana, vieram os dois velhos cheios de rancor contra ela, pretendendo
condená-la à morte.
E disseram diante do povo: «Mandai chamar Susana, filha de Helcias, esposa
de Joaquim». Foram buscá-la
e ela veio com os pais, os filhos e todos os parentes.
Os seus familiares choravam assim como todos os que a viam.
Os dois velhos levantaram-se no meio do povo e puseram as mãos sobre a
cabeça de Susana.
Ela, a soluçar, ergueu os olhos ao Céu porque o seu coração confiava no
Senhor.
Os velhos disseram: «Enquanto passeávamos sós pelo jardim, entrou ela com
duas servas; fechou as portas do jardim e mandou embora as servas.
Veio então ter com ela um jovem que estava escondido e deitou-se com ela.
Nós, que estávamos a um canto do jardim, ao ver aquela maldade, corremos
sobre eles.
Embora os tivéssemos visto juntos, não pudemos agarrar o jovem porque era
mais forte do que nós e, abrindo a porta, pôs-se em fuga.
A ela, porém apanhámo-la e perguntámos-lhe quem era o jovem, mas ela não
quis dizer-nos. Somos testemunhas do facto».
A assembleia deu-lhes crédito por serem anciãos do povo e juízes e condenou
Susana à morte.
Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é
secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam,
Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou
morrer sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra
mim».
O Senhor ouviu a oração de Susana.
Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo de um
rapazinho chamado Daniel
que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher».
Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que
acabas de dizer?»
Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de
Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais
uma filha de Israel?
Voltai ao tribunal porque estes dois homens levantaram contra ela um falso
testemunho».
O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem
sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus
concedeu-te a dignidade dos anciãos».
Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei».
Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na
prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste
quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os
culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao
justo’.
Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois
juntos?». Ele respondeu: «Debaixo de um lentisco».
Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de
Deus já recebeu a sentença para te rachar ao meio».
Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e
disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo
perverteu-te o coração.
Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo
entregavam-se a vós.
Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?» Ele
respondeu: «Debaixo de um carvalho».
Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de
Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim
acabará convosco».
Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus que salva aqueles
que esperam n’Ele.
Levantaram-se então contra os dois velhos porque Daniel os tinha convencido
de falso testemunho, pela sua própria boca.
Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão
impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos e foi salva
naquele dia uma vida inocente.
Livro de Salmos
23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Evangelho segundo S. João 8,12-20.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos judeus: «Eu sou a luz do
mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.»
Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a
palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e
afastam-se quando chega a provação.
A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso
dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não
chegam a amadurecer.
A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um
coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».
Mas, mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é verdadeiro porque não estou
só, mas Eu e o Pai que me enviou.
Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido;
sou Eu a dar testemunho a favor de mim e também dá testemunho a meu favor o
Pai que me enviou.»
Perguntaram-lhe então: «Onde está o teu Pai?» Jesus Cristo respondeu: «Não
me conheceis a mim nem ao meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o
meu Pai.»
Jesus Cristo pronunciou estas palavras junto das caixas das ofertas quando
estava a ensinar no templo. E ninguém o prendeu porque ainda não tinha
chegado a sua hora.
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria
(150-c. 215), teólogo
«Stromata»
«Eu sou a luz do mundo»
Quando Tu,
Senhor Jesus, me conduzes à luz e encontro a Deus graças a Ti ou recebo de
Ti o Pai, torno-me teu co-herdeiro (Rom 8,17), pois não Te envergonhaste de
me ter por irmão (Heb 2,11). Acabemos, portanto com o esquecimento da
verdade, acabemos com a ignorância e, tendo-se dissipado as trevas que nos
envolvem como uma nuvem diante dos olhos, contemplemos o verdadeiro Deus,
proclamando: «Salve, luz verdadeira»!».
A luz elevou-se, pois sobre nós que estávamos mergulhados nas trevas e
encerrados na sombra da morte (Lc 1,79), luz mais pura do que o sol e mais
bela que esta vida cá de baixo. Esta luz é a vida eterna e todos os que
nela participam estão vivos. A noite evita a luz e, escondendo-se com medo,
cede lugar ao dia do Senhor. A luz que não pode ser extinta espalhou-se por
toda a Terra e o Ocidente juntou-se ao Oriente. É isto que significa a
«nova criação». Com efeito, o sol da justiça (Mal 3,20) que ilumina todas
as coisas, resplandece sobre toda a espécie humana, a exemplo de seu Pai
que faz nascer o sol sobre todos os homens (Mt 5,45) e os asperge com o
orvalho da verdade.
Terça-feira, dia 15 de Março de 2016
Terça-feira da 5ª semana da Quaresma
Santo do dia : Beato
Artémides Zatti, religioso enfermeiro, +1951, Santa
Luísa de Marillac, viúva, religiosa, +1660, S.
Clemente Maria Hofbauer, confessor, +1821
Livro de Números 21,4-9.
Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para
o Mar Vermelho, contornando a terra de Edom. No caminho o povo impacientou-se
e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto
para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa
fastio este alimento miserável».
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas
pessoas e morreu muita gente de Israel.
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e
contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as
serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a
sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará
curado».
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era
mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava
curado.
Livro de Salmos
102(101),2-3.16-18.19-21.
Ouvi, Senhor, a minha oração
e chegue até Vós o meu clamor.
Não escondais o vosso rosto
no dia da minha aflição.
Inclinai para mim o vosso ouvido;
no dia em que chamar por Vós
respondei-me sem demora.
Os povos temerão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da terra a vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração.
Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada,
lá do Céu o Senhor olhou para a Terra,
para ouvir os gemidos dos cativos,
para libertar os condenados à morte.
Evangelho segundo
S. João 8,21-30.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos fariseus: «Eu vou
partir. Haveis de procurar-Me e morrereis no vosso pecado. Vós não podeis
ir para onde Eu vou».
Diziam então os judeus: «Irá Ele matar-Se? Será por isso que Ele afirma:
‘Vós não podeis ir para onde Eu vou’?»
Mas Jesus Cristo continuou, dizendo: «Vós sois cá de baixo, Eu sou lá de
cima; vós sois deste mundo; Eu não sou deste mundo.
Ora Eu disse-vos que morrereis nos vossos pecados porque, se não
acreditardes que ‘Eu sou’, morrereis nos vossos pecados».
Então perguntaram-Lhe: «Quem és Tu?» Respondeu-lhes Jesus Cristo:
«Absolutamente aquilo que vos digo.
Tenho muito que dizer e julgar a respeito de vós. Mas Aquele que Me
enviou é verdadeiro e Eu comunico ao mundo o que Lhe ouvi».
Eles não compreenderam que lhes falava do Pai.
Disse-lhes então Jesus Cristo: «Quando levantardes o Filho (do homem =
figura humana masculina) então sabereis que ‘Eu sou’ e que por Mim nada
faço, mas falo como o Pai Me ensinou.
Aquele que Me enviou está comigo: não Me deixou só porque Eu faço sempre
o que é do seu agrado».
Enquanto Jesus Cristo dizia estas palavras, muitos acreditaram n’Ele.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461),
papa, doutor da Igreja
15.º sermão sobre a Paixão
«Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que
"Eu sou"»
Aquele que
verdadeiramente venera a Paixão do Senhor deve olhar de tal forma a Jesus
Cristo crucificado com os olhos do coração, que consiga reconhecer a sua
própria carne na dele. [...] A nenhum doente será recusada a vitória da
cruz e não há ninguém que não encontre socorro na oração de Jesus Cristo;
se ela aproveitou a muitos dos seus algozes, quanto mais não ajudará os
que se voltam para Ele?
Esta adopção da nossa natureza pela divindade, graças à qual «o Verbo Se
fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,14), a ninguém exclui da sua
misericórdia, a não ser a quem
recusa a fé. Pois o homem tem uma natureza comum com Jesus Cristo, se
acolher Aquele que a assumiu e se tiver sido regenerado pelo Espírito que
O gerou. Além disso, podemos reconhecer as nossas próprias fraquezas
[...] naquele que «tomou a condição de escravo» (Fil 2,7).
[...]
É nosso, aquele corpo sem vida que jazia no sepulcro, mas que ressuscitou
ao terceiro dia e que, elevando-se acima de todas as alturas celestes,
subiu até à direita da majestade do Pai. Se caminharmos pela via dos
seus mandamentos e se não tivermos vergonha de confessar tudo o
que Ele fez pela nossa salvação no rebaixamento da sua carne, também
nós seremos elevados até partilhar a sua glória. Porque aquilo que Ele
anunciou cumprir-se-á de forma deslumbrante: «Aquele que se pronunciar
por Mim diante dos homens também Eu me pronunciarei por ele diante do meu
Pai que está nos céus» (Mt 10,32).
Quarta-feira, dia 16 de Março de 2016
Quarta-feira da 5ª semana da Quaresma
Santo do dia : Santo
Abraão, eremita, séc. V, Santa
Margarida de Cortona, religiosa, penitente, +1297, Santa
Eusébia, abadessa, +680
Livro de Daniel 3,14-20.91-92.95.
Naqueles dias,
Nabucodonosor, rei de Babilónia, disse aos três jovens israelitas:
«Será verdade, Sidrac, Misac e Abdénago, que não prestais culto aos
meus deuses nem adorais a estátua de ouro que mandei levantar?
Pois bem. Quando ouvirdes tocar a trombeta, a flauta, a cítara, a
harpa, o saltério, a gaita de foles e todos os outros instrumentos,
estais dispostos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Se
não a quiserdes adorar, sereis imediatamente lançados na fornalha
ardente. E qual é o deus que poderá livrar-Vos das minhas mãos?».
Sidrac, Misac e Abdénago responderam ao rei Nabucodonosor: «Não é
necessário responder-te a propósito disto, ó rei.
O nosso Deus, a quem prestamos culto, pode livrar-nos da fornalha
ardente e livrar-nos também das tuas mãos.
Mas ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto
aos teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que mandaste
levantar».
Então Nabucodonosor encheu-se de cólera e alterou o semblante contra
Sidrac, Misac e Abdénago. Mandou aquecer a fornalha sete vezes mais do
que o costume e ordenou a alguns dos seus mais valentes guerreiros que
ligassem Sidrac, Misac e Abdénago e os lançassem na fornalha ardente.
Entretanto o rei Nabucodonosor, sobressaltado, levantou-se
precipitadamente e perguntou aos seus conselheiros: «Não é verdade que
ligámos e lançámos três homens na fornalha ardente?» Eles responderam:
«Certamente, ó rei».
Continuou o rei: «Mas eu vejo quatro homens a passearem livremente no
meio do fogo sem nada sofrerem e o quarto tem o aspeto de um filho dos
deuses».
Então Nabucodonosor exclamou: «Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e
Abdénago que enviou o seu Anjo para livrar os seus servos que,
confiando n’Ele, desobedeceram à ordem do rei e arriscaram a sua vida a
fim de não prestarem culto ou adoração a qualquer divindade que não
fosse o seu Deus».
Livro de Daniel
3,52.53.54.55.56.
Bendito sejais,
Senhor, Deus dos nossos pais:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito o vosso nome glorioso e santo:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no templo santo da vossa glória:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no trono da vossa realeza:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais, Vós que sondais os abismos
e estais sentado sobre os Querubins:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no firmamento do céu:
digno de louvor e de glória para sempre.
Evangelho
segundo S. João 8,31-42.
Naquele tempo,
dizia Jesus Cristo aos judeus que tinham acreditado n’Ele: «Se
permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos,
conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará».
Eles responderam-Lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos
escravos de ninguém. Como é que Tu dizes: ‘Ficareis livres’?»
Respondeu Jesus Cristo: «Em verdade, em verdade vos digo: Todo aquele
que comete o pecado é escravo.
Ora o escravo não fica para sempre em casa; o filho é que fica para
sempre.
Mas se o Filho vos libertar, sereis realmente homens livres.
Bem sei que sois descendentes de Abraão; mas procurais matar-Me porque
a minha palavra não entra em vós.
Eu digo o que vi junto de meu Pai e vós fazeis o que ouvistes ao vosso
pai».
Eles disseram: «O nosso pai é Abraão». Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Se
fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.
Mas procurais matar-Me, a Mim que vos disse a verdade que ouvi de Deus.
Abraão não procedeu assim.
Vós fazeis as obras do vosso pai». Disseram-Lhe eles: «Nós não somos
filhos ilegítimos; só temos um pai que é Deus».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Se Deus fosse o vosso Pai, amar-Me-íeis
porque saí de Deus e d’Ele venho. Eu não vim de Mim próprio; foi Ele
que Me enviou».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Paciano de Barcelona (?-c.
390), bispo
Homilia sobre o Baptismo
Se for o Filho a libertar-vos, sereis verdadeiramente
livres»
Irmãos,
pelo baptismo recebemos um novo nascimento. «Se esperamos em Jesus Cristo
apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens»
(1Cor 15,19). A nossa vida terrena, como podeis observar, é semelhante
à dos peixes, das feras e das aves. Mas o que é próprio do homem, o que
Jesus Cristo nos deu pelo seu Espírito, é a vida eterna, desde que deixemos de pecar [...] «porque o
salário do pecado é a morte; ao passo que o dom gratuito que vem de
Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rom 6,23).
Meus filhinhos, fixai isto, acima de tudo: outrora, as nações eram
entregues ao poder das trevas, mas agora fomos libertados graças à
vitória de Cristo Jesus Nosso Senhor. Foi Ele que nos resgatou. [...]
Ele libertou os cativos e quebrou as nossas cadeias como David tinha
profetizado: «O Senhor levanta os abatidos, o Senhor dá liberdade aos
cativos, o Senhor dá vista aos cegos» (Sl 145, 7). E noutro salmo:
«Quebrastes as minhas cadeias, oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor»
(Sl 115,16). Sim, fomos libertados das nossas cadeias quando, pelo
sacramento do baptismo, nos reunimos sob o estandarte do Senhor,
libertos pelo Sangue e pelo Nome de Jesus Cristo.
Portanto, irmãos caríssimos, de uma vez para sempre somos baptizados,
de uma vez para sempre somos libertados, de uma vez para sempre somos
recebidos no reino imortal; de uma vez para sempre, «felizes daqueles a
quem foi perdoada a culpa e absolvido o pecado» (Sl 31,1). Guardai com
firmeza o que recebestes, guardai-o com alegria, não pequeis mais.
Daqui por diante, conservai-vos puros e irrepreensíveis para o dia do
Senhor.
Quinta-feira, dia 17 de Março de 2016
Quinta-feira da 5ª da Quaresma
Naqueles dias,
Abrão caiu de rosto por terra e Deus falou-lhe assim:
«Esta é a minha aliança contigo: Serás pai de um grande número de
nações.
Já não te chamarás Abrão, mas Abraão será o teu nome porque farei de
ti o pai de um grande número de nações.
Farei que tenhas incontável descendência que dês origem a povos e de
ti sairão reis.
Estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência, de
geração em geração. Será uma aliança perpétua, para que Eu seja o teu
Deus e o Deus dos teus futuros descendentes.
A ti e à tua futura descendência darei a terra em que tens habitado
como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em posse perpétua. Serei o
vosso Deus».
Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua
descendência, de geração em geração.
Livro de
Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.
Procurai o Senhor
e o seu poder,
buscai sempre a sua presença.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.
Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.
Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. João 8,51-59.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se
alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte».
Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão
morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha
palavra, nunca sofrerá a morte’.
Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão que morreu? E os profetas
também morreram. Quem pretendes ser?»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha
glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem
dizeis: ‘É o nosso Deus’.
Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O e se dissesse que não O
conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua
palavra.
Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de
alegria».
Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste
Abraão?!»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes
de Abraão existir, ‘Eu sou’».
Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus Cristo, mas Ele
ocultou-Se e saiu do templo.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos
- www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c.
340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Sobre Abraão
«Abraão viu o meu dia.»
«Deus
disse a Abraão: "Toma o teu filho bem-amado, esse Isaac que
acarinhaste; parte para a montanha e lá Mo oferecerás em
holocausto."» (Gn 22,2). Isaac prefigura Jesus Cristo que vai
sofrer: vem sobre uma burra [...] e, quando o Senhor veio sofrer por
nós na sua Paixão, soltou o jumento de junto da burra e sentou-se
nela. [...] Abraão disse aos servos: «Já voltaremos para junto de
vós»; sem o saber, era uma profecia que estava a fazer. [...] Isaac
carregou a lenha; Jesus Cristo levou a própria cruz. Abraão
acompanhava o seu filho; o Pai acompanhava Jesus Cristo. Na verdade,
Ele disse: «Deixar-Me-eis só, mas Eu não estou só; o Pai está comigo»
(Jo 16,32). Isaac diz a seu pai [...]: «Está aqui a lenha, mas onde
está o cordeiro para o holocausto?» São palavras proféticas, mas ele
não o sabe; com efeito, o Senhor preparava um Cordeiro para o
sacrifício. Também Abraão profetizou ao responder: «Deus proverá o
cordeiro para o holocausto, meu filho.» [...]
«O anjo disse: "Abraão, Abraão! [...] Não ergas a mão sobre o
menino, não lhe faças mal porque agora sei que temes a Deus, tu que
não poupaste o teu filho bem-amado por minha causa" (cf Rom
8,32). [...] Abraão levantou os olhos e viu um carneiro suspenso
pelos cornos num arbusto.» Porquê um carneiro? Porque é o animal que
tem mais valor em todo o rebanho. Porquê suspenso? Para mostrar que
não era uma vítima terrena. [...] O nosso corno, a nossa força, é Jesus
Cristo (Lc 1,69) que é superior a todos os homens, como está escrito:
«És o mais belo dos filhos dos homens» (Sl 44,3). Só Ele foi erguido
da terra e exaltado, como nos ensina com estas palavras: «Eu não sou
deste mundo; sou do alto» (Jo 8,23). Abraão viu-O neste sacrifício,
apercebeu-se da sua Paixão. É por isso que o Senhor diz dele: «Abraão
viu o meu dia e exultou de alegria.» Ele apareceu a Abraão,
revelando-lhe que o seu corpo sofreria a Paixão pela qual resgatou o
mundo. Indica mesmo o tipo de Paixão que sofreria, ao mostrar o
carneiro suspenso; aquele arbusto é o braço da sua cruz. Erguido
sobre esse madeiro, o guia incomparável do rebanho tudo atraiu a Si
para ser por todos conhecido.
Sexta-feira, dia 18 de Março de
2016
Sexta-feira da 5ª semana da Quaresma
Disse Jeremias:
«Eu ouvia as inventivas da multidão: ‘Terror por toda a parte!
Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’ Todos os meus amigos esperavam que
eu desse um passo em falso: ‘Talvez ele se deixe enganar e assim o
poderemos dominar e nos vingaremos dele’.
Mas o Senhor está comigo como herói poderoso e os meus
perseguidores cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu
fracasso, ignomínia eterna que não será esquecida.
Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais os rins e o
coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós
confiei a minha causa.
Cantai ao Senhor, louvai o Senhor que salvou a vida do pobre das
mãos dos perversos».
Livro de
Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.
Eu Vos amo,
Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador.
Senhor Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
sois meu protetor, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor – louvado seja Ele –
e fiquei salvo dos meus inimigos.
Cercaram-me as ondas da morte
e encheram-me de terror as torrentes malignas;
envolveram-me em laços funestos
e a morte prendeu-me em suas redes.
Na minha aflição invoquei o Senhor
e clamei pelo Senhor Deus.
Do seu templo Ele ouviu a minha voz
e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.
Evangelho
segundo S. João 10,31-42.
Naquele tempo,
os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus Cristo. Então
Jesus Cristo disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da
parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»
Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos
apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse:
vós sois deuses’?
Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia e a
Escritura não pode abolir-se
de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a
blasfemar’ por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!»
Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis.
Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas
obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu
estou no Pai».
De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos.
Jesus Cristo retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local
onde anteriormente João tinha estado a baptizar e lá permaneceu.
Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum
milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade».
E muitos ali acreditaram em Jesus Cristo.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás Moro
(1478-1535), estadista inglês, mártir
Tratado sobre a Paixão, Cristo amou-os até ao fim, 1ª homilia
Jesus Cristo deu a vida pelos seus
inimigos
Meditemos
profundamente sobre o amor de Jesus Cristo, nosso Salvador, que
«amou os seus até ao fim» (Jo 13,1), a ponto de, para seu bem, ter
voluntariamente sofrido uma morte dolorosa, manifestando assim o
maior amor possível. Porque Ele próprio tinha dito: «Não há maior
amor do que dar a vida pelos amigos» (Jo 15,13). Sim, é sem dúvida
esse o maior amor que alguém jamais manifestou e, contudo o nosso
Salvador deu prova de um amor ainda maior porque o fez tanto pelos
amigos como pelos inimigos.
Que diferença entre este amor fiel e as outras formas de amor,
falso e inconstante, que encontramos no nosso pobre mundo! [...]
Quem terá a certeza de, na adversidade, continuar a ter muitos
amigos, se o próprio Salvador, quando foi preso, ficou só,
abandonado pelos seus? Quando vos fordes embora, quem quererá ir
convosco? Se fôsseis rei, o vosso reino não vos deixaria partir só,
esquecendo-vos sem demora? A vossa própria família não vos deixaria
partir, qual pobre alma abandonada que não sabe para onde vai?
Aprendamos, pois a amar em todo o tempo como temos o dever de amar:
a Deus acima de todas as coisas e a todas as coisas por causa dele.
Porque todo o amor que não se orienta para este fim – ou seja, para
a vontade de Deus – é um amor completamente vão e estéril. Qualquer
amor que devotemos a um ser criado que enfraqueça o nosso amor a
Deus é um amor detestável e um obstáculo ao nosso caminho para o
céu. [...] Assim, pois uma vez que Nosso Senhor nos amou tanto pela
nossa salvação, imploremos-Lhe assiduamente a sua graça; não vá
acontecer que, em comparação com o seu grande amor, nos encontremos
cheios de ingratidão.
Sábado, dia 19 de Março de 2016
S. JOSÉ, esposo da Virgem Santa
Maria, padroeiro da Igreja universal - Solenidade
Naqueles
dias, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os
teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de
nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para
sempre o seu trono real.
Serei para ele um Pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim.
O teu trono será firme para sempre».
Livro de
Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.
Cantarei
eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.
Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servo:
«Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações».
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
Senhor Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável.
Carta aos Romanos 4,13.16-18.22.
Irmãos: Não
foi por meio da Lei, mas pela justiça da fé que se fez a Abraão
ou à sua descendência a promessa de que receberia o mundo como
herança.
Portanto a herança vem pela fé, para que seja dom gratuito de
Deus e a promessa seja válida para toda a descendência, não só
para a descendência segundo a Lei, mas também para a descendência
segundo a fé de Abraão. Ele é o pai de todos nós,
como está escrito: «Fiz de ti o pai de muitos povos». Ele é o
nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida
aos mortos e chama à existência o que não existe.
Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou, tornando-se
pai de muitos povos, como lhe tinha sido dito: «Assim será a tua
descendência».
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».
Evangelho
segundo S. Mateus 1,16.18-21.24a.
Jacob gerou
José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe,
noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se
grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la,
resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do
Senhor que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber
Maria como tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do
Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus porque
Ele salvará o povo dos seus pecados».
Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do
Senhor.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005),
papa
Redemptoris Custos, 25-26
A primazia da vida interior em S.
José
O mesmo
clima de silêncio que acompanha tudo aquilo que se refere à
figura de José, estende-se também ao seu trabalho de
carpinteiro na casa de Nazaré. Trata-se de um silêncio que
desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura.
Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José «fez»; no
entanto permitem-nos auscultar nas suas «acções», envolvidas
pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava
quotidianamente em contacto com o mistério «escondido desde
todos os séculos» que «estabeleceu a sua morada» sob o tecto
da sua casa. Isto explica, por exemplo, a razão por que Santa
Teresa de Jesus, a grande reformadora do Carmelo
contemplativo, se tornou promotora da renovação do culto de
São José na cristandade ocidental.
O sacrifício total que José fez da sua existência inteira, às
exigências da vinda do Messias à sua própria casa, encontra a
motivação adequada na «sua insondável vida interior, da qual
provêm ordens e consolações singularíssimas; dela decorrem
também a lógica e a força, própria das almas simples e
límpidas, das grandes decisões, como foi a de colocar
imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria
liberdade, a sua legítima vocação humana e a felicidade
conjugal, aceitando a condição, a responsabilidade e o peso
da família e renunciando, por um incomparável amor virginal,
ao natural amor conjugal que constitui e alimenta a mesma
família» (Paulo VI, alocução 19 de Março de 1969).
Esta submissão a Deus que é prontidão de vontade para se
dedicar às coisas que dizem respeito ao seu serviço, não é
mais do que o exercício da devoção que constitui uma das
expressões da virtude da religião.©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos D. Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo
de Poesia
Os meus blogues
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http://www.descubriter.com/pt/ Rota Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage -
“Povo Livre” - Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/ 18,30h
– terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
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