sábado, 12 de março de 2016

Cristianismo 147 até 12-03-2016

      

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 06 de Março de 2016
4º Domingo da Quaresma - Ano C
Santo do dia : Santo Olegário, bispo, +1136Santa Rosa de Viterbo, religiosa, +1252

Livro de Josué 5,9a.10-12.
Naqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egipto».
Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa, no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó.
No dia seguinte à Páscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia.
Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinte à Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas, naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã. 
Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo ao Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

2ª Carta aos Coríntios 5,17-21.
Irmãos: Se alguém está em Jesus Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado.
Tudo isto vem de Deus que por Jesus Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação.
Na verdade, é Deus que em Jesus Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação.
Nós somos, portanto embaixadores de Jesus Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Jesus Cristo: reconciliai-vos com Deus.
A Jesus Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Jesus Cristo nos tornemos justiça de Deus. 
Evangelho segundo S. Lucas 15,1-3.11-32.
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus Cristo para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus Cristo disse-lhes então a seguinte parábola:
«Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía numa vida dissoluta.
Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Homilias sobre os salmos, Sl 138, 5-6 
«Quando ainda estava longe, o pai avistou-o»
«Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atentos a todos os meus passos» (Sl 138, 2-3). Enquanto sou viajante, antes da minha chegada à pátria, compreendeste o meu pensamento. Pensai no filho mais novo que partiu para longe. […] O mais velho não partiu para longe, trabalhava nos campos, simbolizando os santos que, respeitando a Lei, observavam as práticas e os preceitos da Lei.
Mas o género humano, que se tinha desviado para o culto dos ídolos, tinha «partido para longe». Com efeito, nada está tão longe daquele que te criou como essa imagem que modelaste para ti. O filho mais novo partiu, pois para uma região distante, levando consigo a sua parte da herança e, segundo nos diz o Evangelho, esbanjou-a. […] Mas, após tantas infelicidades e tanto abatimento, depois das provas e do desenlace, recordou-se do pai e quis regressar para junto dele. Disse então: «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai.» […] Não é verdade que Aquele que abandonei está em toda a parte? É por isso que, no Evangelho, o Senhor nos diz que o pai «foi ter com ele». É que Ele conheceu à distância o seu pensar, pois estava atento a todos os seus passos. Que passos são esses, senão os maus caminhos que ele tinha seguido para abandonar o pai, como se pudesse esconder-se do seu olhar que chamava por ele ou como se a miséria esmagadora que o reduzira a ser guardador de porcos não fosse o castigo que o pai lhe infligira a fim de o levar a regressar? […]
Deus ataca as nossas paixões para onde quer que vamos, por muito longe que nos encontremos. É por isso que, qual fugitivo detido, o filho diz: «Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atento a todos os meus passos.» Os meus passos, por longe que me levassem, não puderam afastar-me do teu olhar. Tinha andado muito, mas Tu estavas aonde cheguei. Mesmo antes de eu lá entrar, mesmo antes de eu ter começado a andar, já Tu me tinhas visto. E permitiste que seguisse os meus caminhos na dor, para que, se não quisesse continuar a sofrer, regressasse a Ti. […] Confesso a minha culpa diante de Ti: segui o meu próprio pensar, afastei-me de Ti; abandonei-Te, a Ti, junto de quem estava tão bem e, para meu bem, sofri por me encontrar sem Ti porque, se não tivesse sofrido sem Ti, talvez não tivesse querido regressar a Ti.

Segunda-feira, dia 07 de Março de 2016
S. Pedro Sukeyiro, terceiro franciscano, mártir, +1597
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S. Pedro Sukeyiro
Pedro Sukeyiro havia se tornado cristão e franciscano secular em Meaco, com os missionários franciscanos, aos quais tinha prestado toda a colaboração na qualidade de catequista para a instrução e formação dos neófitos, na assistência aos enfermos nos hospitais da missão e na educação dos meninos das diversas escolas.

Quando em 1596 desencadeou-se a perseguição de Hideyoshi que, como furacão, se abateu sobre homens e instituições, tudo destruindo, os missionários e os terciários japoneses de Meaco e Osaka foram aprisionados e levados a Nagasaki a fim de serem crucificados.

Durante a viagem Pedro Sukeyiro e Francisco Fahelante, dois cristãos originários de Meaco, a quem os missionários tinham como colaboradores inscritos na Ordem Terceira de São Francisco, quiseram acompanhar os prisioneiros para servi-los e apoia-los, ajudando-os nas dificuldades do caminho.

Ocupados com esse serviço voluntário, fizeram-no tão perfeitamente, que impressionaram um dos guardas, que exclamou: "Os cristãos são realmente valentes, unidos entre si com laços de verdadeira caridade e fraternidade". 

Em vista de sua persistência neste serviço, também a eles foi decretada a ordem de captura.

E dessa maneira foram associados aos outros prisioneiros e martirizados com eles.

Na manhã de 5 de fevereiro de 1597 os santos mártires chegaram a Nagasaki.

Escolheu-se como lugar de suplício uma parte plana de uma colina próxima do mar, que se parece muito com o Calvário, tanto na forma como nas sendas tortuosas por onde se chega a ela e de onde se pode ver a cidade.

 O governador tinha feito levantar 26 cruzes: as seis do meio para os franciscanos e as outras para os japoneses. Daquele dia em diante o local passou a ser chamado "Monte dos Mártires" ou "Colina Santa", pelo sangue de cristãos derramado por quase meio século.

Nas primeiras horas da noite Fazamburo tinha publicado um edito no qual anunciava a execução dos mártires e se proibia a todos, sob pena de morte sair da cidade para acompanhar os condenados.

 Nas portas da cidade foram colocados soldados com a ordem de não deixar passar ninguém. Precauções inúteis!

Quando se soube que os condenados estavam chegando, todos, cristãos e pagãos, precipitaram-se até as portas da cidade e como torrente envolveram os guardas, precipitando-se para os mátires, a fim de acompanhá-los ao local do suplício.

Pedro Sukeyiro e os demais companheiros, na manhã de 5 de fevereiro de 1597, como invictos heróis, cantando, sofreram o martírio da crucifixão.


Segunda-feira, dia 07 de Março de 2016
Segunda-feira da 4ª semana da Quaresma
Assim fala o Senhor: «Eu vou criar os novos céus e a nova terra e não mais se recordará o passado, nem voltará de novo ao pensamento.
Haverá alegria e felicidade eterna por aquilo que Eu vou criar: vou fazer de Jerusalém um motivo de júbilo e do seu povo uma fonte de alegria.
Exultarei por causa de Jerusalém e alegrar-Me-ei por causa do meu povo. Nunca mais se hão-de ouvir nela vozes de pranto nem gritos de angústia.
Já não haverá ali uma criança que viva só alguns dias nem um velho que não complete o número dos seus anos porque o mais novo morrerá centenário e quem não chegar aos cem anos terá incorrido em maldição.
Construirão casas e habitarão nelas; plantarão vinhas e comerão os seus frutos». 
Livro de Salmos 30(29),2.4.5-6.11-12a.13b.
Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer à cova.

Cantai salmos ao Senhor, vós, os seus fiéis
e agradecei ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim.
Senhor, sede Vós o meu auxílio.

Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor Deus, eu Vos louvarei eternamente. 
Evangelho segundo S. João 4,43-54.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu da Samaria e foi para a Galileia.
Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra.
Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido.
Jesus Cristo voltou novamente a Canaã da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente.
Quando ouviu dizer que Jesus Cristo viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho que estava a morrer.
Jesus Cristo disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis».
O funcionário insistiu: «Senhor, desce antes que meu filho morra».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus Cristo lhe tinha dito e pôs-se a caminho.
Já ele descia quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia.
Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou».
Então o pai verificou que àquela hora Jesus Cristo lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa.
Foi este o segundo milagre que Jesus Cristo realizou ao voltar da Judeia para a Galileia. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Balduíno de Ford (?-c. 1190), abade cisterciense, depois bispo
Homília 6, sobre Heb 4, 12 
«O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe disse»
«A palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada do que uma espada de dois gumes» (Heb 4,12). Com estas palavras, o apóstolo mostra aos que procuram Jesus Cristo – Palavra, Força e Sabedoria de Deus – toda a força e toda a sabedoria que há na Palavra de Deus. No princípio, a Palavra estava junto do Pai, era eterna com Ele (Jo 1,1). Foi revelada a seu tempo aos apóstolos, anunciada por eles e recebida humildemente na fé pelo povo crente.
Há, por conseguinte, uma Palavra no Pai, uma Palavra na boca dos apóstolos e uma Palavra no coração dos crentes. A Palavra que está na boca dos apóstolos é a expressão da Palavra que está no Pai; é também expressão da Palavra que está no coração do homem. Quando se compreende a Palavra ou quando se crê nela ou quando se a ama, a Palavra que está no coração do homem converte-se em inteligência da Palavra ou em fé na Palavra ou em amor à Palavra. Quando estas três se reúnem num só coração, no mesmo instante compreende-se, crê-se e ama-se a Jesus Cristo, Palavra de Deus, Palavra do Pai [...]. Jesus Cristo habita nessa pessoa pela fé e, por admirável condescendência, desce do coração do Pai ao coração do homem [...].
A Palavra de Deus [...] é viva: o Pai deu-lhe ter vida em si própria como Ele tem a vida em Si mesmo (Jo 5,26). É por isso que ela não é apenas viva, mas é Vida, como está escrito: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). E dado que é Vida, é viva para ser vivificante porque «assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer» (Jo 5,21).
Terça-feira, dia 08 de Março de 2016
Terça-feira da 4ª semana da Quaresma
Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água em direcção ao Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar.
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora, até à porta exterior que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito.
Depois saiu na direcção do Oriente com uma corda na mão; mediu mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos tornozelos.
Mediu outros mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me à cintura.
Por fim, mediu mais mil côvados: era uma torrente que eu não podia atravessar. As águas tinham aumentado até se perder o pé, formando um rio impossível de transpor.
Disse-me então o Anjo: «Viste, filho do homem?» E fez-me voltar para a margem da torrente.
Quando cheguei, vi nas margens da torrente uma grande quantidade de árvores, de um e outro lado.
O Anjo disse-me: «Esta água corre para a região oriental, desce para Arabá e entra no mar, para que as suas águas se tornem salubres.
Todo o ser vivo que se move na água onde chegar esta torrente terá novo alento e o peixe será mais abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.
À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a espécie de árvores de fruto; a sua folhagem não murchará nem acabarão os seus frutos. Todos os meses darão frutos novos porque as águas vêm do santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio». 
Livro de Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9.
Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.

Os braços de um rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.

O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na terra.

Evangelho segundo S. João 5,1-16.
Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus Cristo subiu a Jerusalém.
Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos.
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos.
Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus Cristo perguntou-lhe: «Queres ser curado?»
O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda».
No mesmo instante, o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado.
Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga».
Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’».
Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’».
Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era porque Jesus Cristo tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local.
Mais tarde, Jesus Cristo encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar para que não te suceda coisa pior».
O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado.
Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus Cristo por fazer isto num dia de sábado. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 124 
«Queres ser curado?»
Os milagres de Jesus Cristo são símbolos das diferentes circunstâncias da nossa salvação eterna [...]; aquela piscina é o símbolo do dom precioso que nos faz o Verbo do Senhor. Em poucas palavras, aquela água é o povo judaico; os cinco pórticos são a Lei, escrita em cinco livros. Aquela água está, pois rodeada por cinco pórticos tal como o povo estava rodeado pela Lei que o definia. A água que se agitava e se turvava é a Paixão do Salvador no meio desse povo. Quem descesse à água era curado, mas só um para representar a unidade. Os que não podem suportar que se lhes fale da Paixão de Jesus Cristo são orgulhosos; não querem descer e não são curados. «O quê?» dizem esses homens altivos. «Acreditar que um Deus incarnou, que um Deus nasceu de uma mulher, que um Deus foi crucificado e flagelado, que foi coberto de chagas, que morreu e foi sepultado? Não, jamais acreditaria nessas humilhações do Filho (de Deus): são indignas dele!»
Calai a cabeça e deixai falar o coração. As humilhações de Deus parecem indignas aos arrogantes e é por isso que eles estão tão afastados da cura. Guardai-vos, pois desse orgulho se desejais a vossa cura, aceitai descer. Teríeis razão para vos preocupardes se vos dissessem que Jesus Cristo tinha sofrido alguma mudança ao incarnar. Mas não. [...] O vosso Deus mantém-Se como era, não receeis; Ele não morre e impede-vos de morrer. Sim, Ele permanece o que é; nasce de uma mulher, mas fá-lo segundo a carne. [...] Foi como homem que Ele foi preso, amarrado, flagelado, coberto de ultrajes e, por fim, crucificado e morto. Porque vos aterrorizais? O Verbo do Senhor permanece eternamente. Quem repudia as humilhações de um Deus não quer ser curado da ferida mortal do seu orgulho.
Pela sua incarnação, nosso Senhor Jesus Cristo restituiu, pois a esperança à nossa carne. Tomou para Si os frutos bem conhecidos desta terra: o nascimento e a morte. O nascimento e a morte são, com efeito, bens que a terra possuía em abundância; mas nela não havia ressurreição nem vida eterna. Ele colheu os frutos desgraçados desta terra ingrata e em troca deu-nos os bens do seu reino celestial.    
Quarta-feira, dia 09 de Março de 2016
Quarta-feira da 4ª semana da Quaresma
Assim fala o Senhor: «No tempo da graça, Eu te ouvi; no dia da salvação, Eu te ajudei. Eu te formei e designei para renovar a aliança do povo, para restaurar a terra e reocupar as herdades devastadas;
para dizer aos prisioneiros: ‘Saí para fora’ e àqueles que vivem nas trevas: ‘Vinde para a luz’. Hão-de alimentar-se em todos os caminhos e acharão pastagem em todas as encostas.
Não sentirão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles porque Aquele que tem compaixão deles os guiará e os conduzirá às nascentes da água.
De todas as minhas montanhas farei caminhos e as minhas estradas serão niveladas.
Ei-los que vêm de longe: uns do Norte e do Poente, outros da terra de Sinim.
Rejubilai, ó céus; exulta, ó terra; montes, soltai gritos de alegria porque o Senhor consola o seu povo e tem compaixão dos seus pobres.
Sião dizia: ‘O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim’.
Pode a mulher esquecer-se da criança que amamenta e não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Mas ainda que ela o esquecesse, Eu nunca te esquecerei». 
Livro de Salmos 145(144),8-9.13cd-14.17-18.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.

Evangelho segundo S. João 5,17-30.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos judeus: «Meu Pai trabalha incessantemente e Eu também trabalho em todo o tempo».
Esta afirmação era mais um motivo para os judeus quererem dar-Lhe a morte: não só por violar o sábado, mas também por chamar a Deus seu Pai, fazendo-Se igual a Deus.
Então Jesus Cristo tomou a palavra e disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O Filho nada pode fazer por Si próprio, mas só aquilo que viu fazer ao Pai e tudo o que o Pai faz também o Filho o faz igualmente.
Porque o Pai ama o Filho e Lhe manifesta tudo quanto faz e há-de manifestar-Lhe coisas maiores do que estas, de modo que ficareis admirados.
Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida assim o Filho dá vida a quem Ele quer.
O Pai não julga ninguém: entregou ao Filho o poder de tudo julgar,
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna e não será condenado porque passou da morte à vida.
Em verdade, em verdade vos digo: Aproxima-se a hora _ e já chegou _ em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem, viverão.
Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo assim também concedeu ao Filho que tivesse a vida em Si mesmo
e deu-Lhe o poder de julgar porque é o Filho (do homem).
Não vos admireis do que estou a dizer porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz:
Os que tiverem praticado boas obras irão para a ressurreição dos vivos e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição dos condenados.
Eu não posso fazer nada por Mim próprio: julgo segundo o que oiço e o meu juízo é justo porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o evangelho de João, n.º 49, 1-3; CCL, 419-421 
Jesus Cristo exclamou com voz forte: «Lázaro, sai para fora!» (Jo 11,43)
Entre todos os milagres feitos por Nosso Senhor Jesus Cristo, a ressurreição de Lázaro é particularmente impressionante. Mas, se pensarmos em quem o realizou, a alegria deve ultrapassar em nós o espanto. Aquele que ressuscitou este homem é o mesmo que criou o homem porque é o Filho único do Pai, pelo qual, como sabeis, tudo foi criado (Jo 1,3). Assim, pois se tudo foi feito por Ele, não é de espantar que um homem seja ressuscitado por Aquele que todos os dias faz tão grande número de homens. [...]
Ouviste dizer que o Senhor Jesus ressuscitou um morto e tanto te basta para saberes que, se tivesse querido, Ele teria ressuscitado todos os mortos. E foi isso precisamente que Ele reservou para o fim do mundo. Pois, se ouvistes dizer que Jesus Cristo fez o grande milagre de chamar do túmulo um morto de quatro dias, virá a hora, como Ele próprio afirmou, em que os mortos ouvirão a sua voz e os que a tiverem ouvido, viverão. Ele ressuscitou um homem já atingido pela podridão do túmulo, mas tratava-se de um corpo que tinha mantido a forma humana; no último dia, devolverá a vida às nossas cinzas com uma só palavra, fazendo-as retomar a sua forma anterior. Era preciso que, no seu tempo, Jesus Cristo realizasse algumas acções que nos dessem um sinal do seu poder, para que acreditássemos e nos preparássemos para essa ressurreição que será para a vida e não para a condenação. Pois «vai chegar a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz: os que tiverem praticado boas obras irão para a ressurreição dos vivos e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição dos condenados». [...]
Mas consideremos as obras ainda mais admiráveis de Jesus Cristo: todo o homem que tem fé é um ressuscitado e, se estivermos atentos, compreenderemos que há mortes mais terríveis do que a de Lázaro, pois todo o homem que peca, morre. Todo o homem receia a morte corporal; mas são poucos os que receiam a morte da alma. Ah, se pudéssemos despertar os homens da sua apatia e despertar com eles, para amarem a vida eterna com o mesmo ardor com que amam esta vida passageira!
Quinta-feira, dia 10 de Março de 2016
Quinta-feira da 4ª da Quaresma
Santo do dia : Santos Mártires de Sebaste, +320, Santo Emiliano, pastor eremita, séc. VI, S. Macário de Jerusalém, patriarca, +335

Livro de Êxodo 32,7-14.
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se.
Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, aquele que te fez sair da terra do Egipto’».
O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz.
Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação».
Então Moisés procurou aplacar o Senhor Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há-de inflamar a vossa indignação contra o vosso povo que libertastes da terra do Egipto com tão grande força e mão tão poderosa?
Porque hão-de dizer os egípcios: ‘Foi com má intenção que o Senhor os fez sair para lhes dar a morte nas montanhas e os exterminar da face da terra’? Abandonai o furor da vossa ira e desisti do mal contra o vosso povo.
Lembrai-Vos de Abraão, de Isaac e de Israel, vossos servos, a quem jurastes pelo vosso nome: ‘Farei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para sempre em herança toda a terra que vos prometi’».
Então o Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo. 
Livro de Salmos 106(105),19-20.21-22.23.
Fizeram um bezerro no Horeb
e adoraram um ídolo de metal fundido.
Trocaram a sua glória
pela figura de um boi que come feno.

Esqueceram Deus que os salvara,
que realizara prodígios no Egipto,
maravilhas na terra de Cam,
feitos gloriosos no Mar Vermelho.

E pensava já em exterminá-los,
se Moisés, o seu eleito,
não intercedesse junto d’Ele
e aplacasse a sua ira para não os destruir.

Evangelho segundo S. João 5,31-47.
Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos judeus: «Se Eu der testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não será considerado verdadeiro.
É outro que dá testemunho de Mim e Eu sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro.
Vós mandastes emissários a João Baptista e ele deu testemunho da verdade.
Não é de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para que sejais salvos.
João era uma lâmpada que ardia e brilhava e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas Eu tenho um testemunho maior do que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar — as obras que Eu realizo— dão testemunho de que o Pai Me enviou».
E o Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim. Nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua figura
e a sua palavra não habita em vós porque não acreditais n’Aquele que Ele enviou.
Examinais as Escrituras, pensando encontrar nelas a vida eterna; são elas que dão testemunho de Mim
e não quereis vir a Mim para encontrar essa vida.
Não é dos homens que Eu recebo glória;
mas Eu conheço-vos e sei que não tendes em vós o amor de Deus.
Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis.
Como podeis acreditar, vós, que recebeis glória uns dos outros e não procurais a glória que vem só de Deus?
Não penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai: o vosso acusador será Moisés, em quem pusestes a vossa esperança.
Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito.
Mas se não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Carta 53, a S. Paulino, bispo de Nola 
«Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito»
Há uma «sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que, desde antes dos séculos, Deus antecipadamente nos destinou» (1Cor 2,7). Esta sabedoria de Deus é Jesus Cristo que é «poder de Deus e sabedoria de Deus» (1Cor 1,24). [...} No Filho, com efeito, «encontram-se escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3); oculto no mistério, destinado desde antes dos séculos, Ele é o que foi predestinado e prefigurado na Lei e nos profetas.
Por isso, os profetas tinham o nome de «videntes» (1Sam 9,9): porque viam Aquele que estava escondido e era desconhecido dos outros. Também Abraão «viu o seu dia e rejubilou» (Jo 8,56). Para Ezequiel, os céus abriram-se, enquanto para o povo pecador permaneciam cerrados. «Retirai o véu de cima dos meus olhos», diz David, «e contemplarei as maravilhas da vossa Lei» (Sl 118,18). Na verdade, a Lei é espiritual e, para a compreender, é preciso que seja «afastado o véu» e que «a glória de Deus seja contemplada de rosto descoberto» (2Cor 3, 16-68).
No Apocalipse, mostra-se um livro fechado com sete selos (Ap 5,1). [...] Quantos homens que se pretendem instruídos têm nas mãos um Livro selado! São incapazes de o abrir, a menos que seja aberto por «Aquele que tem a chave de David; se Ele abrir, ninguém o fechará e se Ele fechar ninguém o abrirá» (Ap 3,7). No relato dos Actos dos Apóstolos (Act 8,26ss), o eunuco lia o profeta Isaías [...]; contudo ignorava Aquele que venerava no livro sem O conhecer. Surge Filipe e mostra-lhe Jesus Cristo oculto pela letra. Compreende, pois que não podes perceber as Sagradas Escrituras sem teres um guia que te mostre o caminho.
Sexta-feira, dia 11 de Março de 2016
Sexta-feira da 4ª semana da Quaresma
Dizem os ímpios, pensando erradamente:
«Armemos ciladas ao justo porque nos incomoda e se opõe às nossas obras. Censura-nos as transgressões da Lei e repreende-nos as faltas de educação.
Declara ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor.
Tornou-se uma censura viva dos nossos pensamentos e até a sua vista nos é insuportável.
A sua vida não é como a dos outros e os seus caminhos são muito diferentes.
Somos considerados por ele como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de uma coisa impura. Proclama feliz a morte dos justos e gloria-se de ter a Deus como pai.
Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência.
Condenemo-lo à morte infame porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.
Assim pensam os ímpios, mas enganam-se porque a sua malícia os cega.
Ignoram os segredos de Deus e não esperam que a santidade seja premiada nem acreditam que haja recompensa para as almas puras.
Livro de Salmos 34(33),17-18.19-20.21.23.
A presença do Senhor volta-se contra os que fazem o mal
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as suas angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor.

Guarda todos os seus ossos
nem um só será quebrado.
O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n’Ele se refugiam.

Evangelho segundo S. João 7,1-2.10.25-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte.
Estava próxima a festa dos Tabernáculos.
Quando os seus parentes subiram a Jerusalém para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo.
Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar?
Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos de onde é este homem e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é».
Então, em alta voz, Jesus Cristo ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis.
Mas Eu conheço-O porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou».
Procuravam então prender Jesus Cristo, mas ninguém Lhe deitou a mão porque ainda não chegara a sua hora. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 12, para a terça-feira antes dos Ramos 
«Jesus Cristo partiu também para a festa [...], mas em segredo»
Jesus Cristo disse-lhes: «Para Mim ainda não chegou o momento oportuno; mas, para vós, qualquer oportunidade é boa. O mundo não pode odiar-vos; a Mim, porém odeia-Me porque sou testemunha de que as suas obras são más. Ide vós à festa. Eu é que não vou a essa festa porque o tempo que Me está marcado ainda não se completou» (Jo 7,6-8). O que é então esta festa à qual Nosso Senhor nos diz para irmos e cujo tempo é a qualquer momento? A festa mais elevada e a mais verdadeira, a festa suprema, é a festa da vida eterna, ou seja, a felicidade eterna, onde estaremos verdadeiramente na presença de Deus. Não O podemos ter cá em baixo, mas a festa que podemos ter é antegozo daquela, uma experiência da presença de Deus no espírito pela alegria interior que nos dá um sentimento muito íntimo da mesma festa. O tempo, que é sempre nosso, é o de procurar a Deus e procurar o sentimento da sua presença em todas as nossas obras, na nossa vida, no nosso querer e no nosso amor. Assim devemos ascender acima de nós mesmos e de tudo o que não é Deus, não querendo e não amando senão a Ele, em total pureza, e nada de outra maneira. Este tempo é de todos os instantes.
Toda a gente deseja este autêntico tempo de festa da vida eterna; é um desejo natural porque todos os homens querem naturalmente ser felizes. Mas não basta desejar. É por Ele mesmo que devemos seguir a Deus e procurá-Lo. Muitos gostariam muito de ter o antegozo do verdadeiro e grande dia de festa e lamentam que tal não lhes seja dado. Quando, na oração, não fazem a experiência de um dia de festa no fundo de si próprios e não sentem a presença de Deus, entristecem-se. Rezam menos, fazem-no de mau humor, dizendo que não sentem Deus e que é por isso que a acção e a oração os aborrecem. Aí está o que o homem não deve fazer nunca. Nunca devemos fazer nenhuma obra desanimados porque Deus está sempre presente e, ainda que não O sintamos, Ele veio secretamente à festa.
Sábado, dia 12 de Março de 2016
Sábado da 4ª semana da Quaresma
Quando o Senhor me avisou, eu compreendi; vi então as maquinações dos meus inimigos.
Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro e ignorava a conjura que tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor, arranquemo-la da terra dos vivos para não mais se falar no seu nome».
Senhor do Universo, que julgais com justiça e sondais os sentimentos e o coração, seja eu testemunha do castigo que haveis de aplicar-lhes, pois a Vós confio a minha causa. 
Livro de Salmos 7,2-3.9bc-10.11-12.
Senhor, meu Deus, em Vós me refugio,
livrai-me de quantos me perseguem e salvai-me.
Não me arrebatem como o leão
e me dilacerem sem ter quem me salve.

Julgai-me, Senhor, segundo a minha justiça,
segundo a minha inocência.
Acabe a malícia dos ímpios e confortai o justo,
Vós, Deus de justiça, que sondais o íntimo dos corações.

A minha protecção está em Deus
que salva os homens rectos de coração.
Deus é o juiz justo,
um Deus que pode castigar todos os dias.

Evangelho segundo S. João 7,40-53.
Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus Cristo diziam no meio da multidão:
Jesus Cristo continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta.
Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?».
Respondeu Simão: «Aquele __ suponho eu __ a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus Cristo: «Julgaste bem».
E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos.
Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés.
Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume.
Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama».
Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados».
Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem que até perdoa os pecados?».
Mas Jesus Cristo disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz».
«Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?»
Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta».
E cada um voltou para sua casa. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Tito Brandsma (1881-1942), carmelita holandês, mártir
Convite ao heroísmo na fé e no amor 
«Também vós vos deixastes enganar?»

Vivemos num mundo em que o próprio amor está condenado: chamam-lhe fraqueza, algo a superar. Há quem diga: «O amor não tem importância, o que temos de desenvolver é a força; que todos se tornem tão fortes quanto possível e que o fraco pereça!» Dizem ainda que a religião cristã, com os seus sermões sobre o amor, é uma coisa do passado. [...] Essas pessoas dirigem-se a nós com tais doutrinas e até encontram quem as adopte com muito gosto. O amor é desconhecido: «O Amor não é amado» dizia São Francisco de Assis e, séculos mais tarde em Florença, Santa Maria Madalena de Pazzi fazia soar os sinos do seu carmelo para que o mundo soubesse como o Amor é belo! Também eu gostaria de fazer soar os sinos para dizer ao mundo como é belo amar!
O neopaganismo [do nazismo] pode repudiar o amor; mas a História ensina-nos que, apesar de tudo, venceremos esse neopaganismo através do amor. Nós não abandonaremos o amor. O amor far-nos-á reconquistar os corações desses pagãos. A natureza é mais forte do que a filosofia. Ainda que uma filosofia condene e rejeite o amor e o apelide de fraqueza, o testemunho vivo do amor renovará sempre o seu poder para conquistar e cativar os corações dos homens.


http://goo.gl/RSVXh5        portal da Confraria Bolos D. Rodrigo

 

Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

Os meus blogues

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http://www.passo-a-rezar.net/       meditações cristãs
http://www.descubriter.com/pt/             Rota Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” - Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/        18,30h – terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
http://www.livestream.com/stantonius         16h20 – terço;  17h00 – missa  (hora de Lisboa)

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