"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras
de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 13 de Setembro de 2015
24º Domingo do Tempo
Comum - Ano B
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um
passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a
barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra e sei que não ficarei desiludido.
O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo?
Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente!
O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?
Livro de Salmos 116(114),1-2.3-4.5-6.8-9.
Adoro o Senhor porque ouviu a voz da minha súplica.
Ele me atendeu,
no dia em que O invoquei.
Apertaram-me os laços da morte,
caíram sobre mim as angústias do além,
vi-me na aflição e na dor.
Então invoquei o Senhor:
«Senhor, salvai a minha alma».
Justo e compassivo é o Senhor,
o nosso Deus é misericordioso.
O Senhor guarda os simples:
estava sem forças e o Senhor salvou-me.
Livrou da morte a minha alma,
das lágrimas os meus olhos,
da queda os meus pés.
Andarei na presença do Senhor,
sobre a terra dos vivos.
Carta de S. Tiago 2,14-18.
Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé se não tem obras?
Poderá essa fé obter-lhe a salvação?
Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de
cada dia
e um de vós lhes disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos» sem lhes
dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras?
Assim também a fé sem obras está completamente morta.
Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem
obras que eu, pelas minhas obras, te
mostrarei a minha fé.
Evangelho segundo S.
Marcos 8,27-35.
Naquele tempo, Jesus Cristo partiu com os seus discípulos para as
povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem
dizem os homens que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias e outros, um dos
profetas».
Jesus Cristo então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro
tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém.
Depois começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de
ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser
morto e ressuscitar três dias depois.
E Jesus Cristo dizia-lhes claramente estas coisas. Então Pedro tomou-O à
parte e começou a contestá-l’O,
mas Jesus Cristo, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro,
dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só
as dos homens».
E chamando a multidão com os seus discípulos (a Sua Igreja), disse-lhes: «Se
alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida (do homem natural) perdê-la-á (a
vida eterna); mas quem perder a vida (do homem natural) por causa de Mim e do
Evangelho, salvá-la-á (a vida eterna)».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo
Sermão 159, 1, 4-6
«Siga-Me.»
Quando o
Senhor nos diz no evangelho: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si
mesmo», achamos que Ele nos manda fazer uma coisa difícil e consideramos que
nos impõe um fardo pesado. Mas quando Aquele que manda, nos ajudar a realizar
aquilo que manda, deixa de ser difícil cumpri-lo. […]
Para onde devemos seguir a Jesus Cristo senão para onde Ele foi? Ora nós
sabemos que Ele ressuscitou e subiu aos céus; é para aí que temos de O
seguir. Não devemos deixar-nos tomar pelo desespero porque, se é verdade que
nada podemos por nós mesmos, também é certo que contamos com a promessa de Jesus
Cristo. O céu estava longe de nós antes de a nossa Cabeça ter ascendido até
ele. A partir de agora, se somos membros do corpo a que esta Cabeça pertence
(Col 1,18), porque havemos de desesperar de chegar ao céu? Se nesta terra são
muitas as preocupações e os sofrimentos que nos afligem, sigamos a Jesus Cristo,
em quem se encontram a felicidade perfeita, a paz suprema e a tranquilidade
eterna.
Mas o homem desejoso de seguir a Jesus Cristo tem de ouvir esta palavra do
apóstolo João: «Aquele que diz que está nele deve também andar como Ele
andou» (1Jo 2,6). Queres seguir a Jesus Cristo? Sê humilde, como Ele foi
humilde. Queres juntar-te a Ele nas alturas? Não desprezes o seu abatimento.
Segunda-feira,
dia 14 de Setembro de 2015
Exaltação da Santa
Cruz – Festa
Naqueles dias, o povo de Israel impacientou-se
e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto,
para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa
fastio este alimento miserável».
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas
pessoas e morreu muita gente de Israel.
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos ao falar contra o Senhor e
contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as serpentes» e
Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre
um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado».
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era
mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.
Livro de Salmos
78(77),1-2.34-35.36-37.38.
Escuta, meu povo, a minha instrução,
presta ouvidos às palavras da minha boca.
Vou falar em forma de provérbio,
vou revelar os mistérios dos tempos antigos.
Quando Deus castigava os antigos,
eles O procuravam,
tornavam a voltar-se para Ele
e recordavam-se de que Deus era o seu protector,
o Altíssimo o seu redentor.
Eles, porém enganavam-n’O com a boca
e mentiam-Lhe com a língua;
o seu coração não era sincero,
nem eram fiéis à sua aliança.
Mas Deus, compadecido, perdoava o pecado
e não os exterminava.
Muitas vezes reprimia a sua cólera
e não executava toda a sua ira.
Evangelho segundo S.
João 3,13-17.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Ninguém subiu
ao Céu senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem.
Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem
será elevado
para que todo aquele que acredita, tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito para que todo o
homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para
que o mundo seja salvo por Ele».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de
Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a Cruz e o Ladrão 1; PG 49, 399-401
«Também o Filho do
homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha nele a vida
eterna»
Hoje Nosso
Senhor Jesus Cristo está na cruz e nós estamos em festa para que saibais
que a cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Antigamente a cruz
designava um castigo; hoje, tornou-se objecto de honra. Outrora símbolo de
condenação, ei-la, hoje, princípio de salvação. Porque para nós ela é a
causa de inumeráveis bens: libertou-nos do erro, iluminou-nos nas trevas e
reconciliou-nos com Deus; fôramos para Ele inimigos e longínquos
estrangeiros e ela deu-nos a sua amizade e fez-nos aproximar-nos dele. A
cruz é para nós a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de
mil bens.
Graças a ela, deixámos de errar pelos desertos porque conhecemos agora o
verdadeiro caminho. Não ficamos do lado de fora do palácio real porque
encontrámos a porta. Já não tememos as armas inflamadas do diabo porque
descobrimos a fonte. Graças a ela, saímos do estado de viuvez porque
reencontrámos o Esposo. Não tememos o lobo porque temos o bom pastor.
Graças à cruz, não receamos o usurpador porque moramos ao lado
do Rei.
Eis porque estamos em festa ao celebrar a memória da cruz. O próprio São
Paulo nos convida à festa em honra da cruz: «Celebremos, pois a festa, não
com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com
os ázimos da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). E deu ainda a razão para tal
honra, dizendo: «Pois Jesus Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós»
(v.7).
Terça-feira,
dia 15 de Setembro de 2015
Nossa Senhora das
Dores – Memória Obrigatória
Nos dias da sua vida mortal, Jesus Cristo dirigiu preces e
súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da
morte e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento
e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe
obedecem causa de salvação eterna.
Livro de Salmos
31(30),2-3a.3bc-4.5-6.15-16.20.
Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Inclinai para mim os vossos ouvidos,
apressai-vos em me libertar.
Sede a rocha do meu refúgio
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
Livrai-me da armadilha que me prepararam
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Como é grande, Senhor, a vossa bondade
que tendes reservada para os que Vos adoram:
Vós a concedeis àqueles que em Vós confiam.
Evangelho segundo S. João 19,25-27.
Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus Cristo sua Mãe,
a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria de Magdala.
Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus Cristo disse a sua Mãe:
«Mulher, eis o teu filho».
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o
discípulo recebeu-a em sua casa.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Os sete dons do Espírito Santo
«Eis aí a tua mãe»
A
gloriosa Virgem Maria pagou o nosso resgate como mulher corajosa, com
amor de compaixão por Jesus Cristo. Diz o Evangelho de São João: «A
mulher, quando está para dar à luz, sente angústia porque chegou a sua
hora» (16,21). A bem-aventurada Virgem Maria não experimentou as dores
que precedem o parto porque não concebeu em pecado, como Eva, contra quem
foi pronunciada aquela maldição; a sua dor veio-lhe depois: Ela deu à luz
na cruz. As outras mulheres conhecem a dor corporal, Ela experimentou a
dor do coração. As outras sofrem uma alteração física, Ela sofreu a
compaixão e a caridade.
A bem-aventurada Virgem Maria pagou o nosso resgate como mulher corajosa,
com amor de misericórdia pelo mundo e, sobretudo pelo povo cristão: «Pode
a mãe esquecer-se do seu filhinho, pode deixar de ter amor pelo filho das
suas entranhas?» (Is 49,15) Isto pode ajudar-nos a compreender que todo o
povo cristão saiu das entranhas da Virgem gloriosa. Que Mãe a nossa!
Imitemo-la e sigamo-la no seu amor. Ela sentiu uma tal compaixão pelas
almas que teve em nada qualquer perda material e qualquer sofrimento
físico. «Fomos resgatados a alto preço!» (1Cor 6,20)
Quarta-feira,
dia 16 de Setembro de 2015
Quarta-feira da
24ª semana do Tempo Comum
Caríssimo:
Escrevo-te estas coisas na esperança de ir ter contigo muito em breve.
Mas se eu tardar, já sabes como deves proceder na casa do Senhor Deus,
que é a Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.
É realmente grande o mistério da piedade: Ele foi manifestado na carne,
justificado pelo Espírito, contemplado pelos Anjos, anunciado entre os
gentios, acreditado no mundo, exaltado na glória.
Livro de Salmos 111(110),1-2.3-4.5-6.
Louvarei o Senhor
de todo o coração
no conselho dos justos e na assembleia.
São grandes as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.
A sua obra é esplendor e majestade
e a sua justiça permanece eternamente.
Instituiu um memorial das suas maravilhas:
o Senhor é misericordioso e compassivo.
Deu sustento àqueles que O adoram
e jamais se esquecerá da sua aliança.
Fez ver ao seu povo a força das suas obras
para lhe dar a herança das nações.
Evangelho segundo S. Lucas 7,31-35.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo à multidão: «A quem, pois compararei os homens desta
geração? A quem são semelhantes?
Assemelham-se a crianças que, sentadas na praça, se interpelam umas às
outras, dizendo: 'Tocámos flauta para vós e não dançastes! Entoámos
lamentações e não chorastes!'
Veio João Baptista que não come pão nem bebe vinho e dizeis: 'Está
possesso do demónio!'
Veio o Filho do Homem que come e bebe, e dizeis: 'Aí está um glutão e
bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e de pecadores!'
Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor
da Igreja
Grandes Regras monásticas, Prólogo
Deus não Se cansa de nos chamar à conversão
Até
quando deixaremos de obedecer a Jesus Cristo que nos chama para o seu
Reino celeste? Até quando deixaremos de nos purificar? Não decidiremos abandonar
o nosso género habitual de vida para seguir a fundo o Evangelho?
Afirmamos desejar o Reino de Deus, mas não nos preocupamos
excessivamente com os meios para o alcançar.
Pelo contrário, não nos preocupando minimamente com a observância dos
mandamentos do Senhor, estamos convencidos, na vaidade do nosso
espírito, de que somos dignos de receber a mesma recompensa que recebem
aqueles que resistiram ao pecado até à morte. Mas quem é o homem que,
tendo-se deitado em sua casa a dormir no tempo da sementeira, pode
recolher braços cheios de espigas no tempo da colheita? Quem poderá
fazer a vindima sem ter plantado e cultivado a vinha? Os frutos são
para aqueles que trabalharam; as recompensas e as coroas para aqueles
que venceram. Foi jamais coroado atleta algum que não se tenha sequer
despido para combater o adversário? E nem sequer basta vencer, é também
necessário «lutar segundo as regras» (2Tim 2,5) como diz o apóstolo
Paulo, isto é, segundo os mandamentos que nos foram dados.
Deus é bom, mas também é justo: o
Senhor «ama a equidade e a justiça» (Sl 32,5); por isso «celebrarei
o amor e a justiça: para Vós, Senhor, hei-de cantar» (Sl 100,1). Vê com
que discernimento usa o Senhor de misericórdia. Não é misericordioso
sem examinar como não julga sem piedade porque «o Senhor é bondoso e
previdente, o nosso Deus é misericordioso» (Sl 114,5). Não tenhamos,
pois uma ideia truncada do Senhor Deus; o seu amor por nós não deve ser
um pretexto para sermos negligentes.
Quinta-feira, dia 17 de Setembro de 2015
Quinta-feira
da 24ª semana do Tempo Comum
Caríssimo:
Ninguém te despreze por seres jovem. Sê, porém um modelo para os
fiéis na palavra, na maneira de proceder, na caridade, na fé e na
pureza.
Enquanto não chego, consagra-te à proclamação da Escritura, à
exortação e ao ensino.
Não descuides o dom espiritual que recebeste e te foi concedido pela
intervenção profética com a imposição das mãos do presbitério.
Atende a estas coisas e persevera nelas para que o teu progresso seja
manifesto a todos.
Tem cuidado contigo e com o teu ensino e sê perseverante. Se assim
procederes, salvar-te-ás a ti e àqueles que te ouvem.
Livro de Salmos 111(110),7-8.9.10.
Fiéis e justas
são as obras das suas mãos,
imutáveis todos os seus preceitos,
irrevogáveis pelos séculos dos séculos,
estabelecidos na rectidão e na verdade.
Enviou a redenção ao seu povo,
firmou com ele uma aliança eterna:
santo e venerável é o seu nome.
O Amor do Senhor é o princípio da
sabedoria,
são prudentes todos os que a praticam.
O louvor do Senhor permanece eternamente.
Evangelho segundo S. Lucas 7,36-50.
Naquele tempo,
um fariseu convidou Jesus Cristo para comer com ele. Jesus Cristo entrou
em casa do fariseu e pôs-se à mesa.
Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao saber
que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de
alabastro com perfume.
Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés
com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com
perfume.
Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se este
homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que
lhe está a tocar porque é uma pecadora!»
Então Jesus Cristo disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa para te dizer.»
«Fala, Mestre» respondeu ele.
«Um prestamista tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos
denários e o outro cinquenta.
Não tendo eles com que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o amará
mais?»
Simão respondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus Cristo
disse-lhe: «Julgaste bem.»
E voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei
em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém banhou-me os
pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos.
Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de
beijar-me os pés.
Não me ungiste a cabeça com óleo e ela ungiu-me os pés com perfume.
Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados porque
muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.»
Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados.»
Começaram então os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até
perdoa os pecados?»
E Jesus Cristo disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 21
«São-lhe perdoados os seus muitos
pecados.»
Quando
viu as palavras de Jesus Cristo espalharem-se por toda a parte como
aromas, a pecadora começou a detestar o fedor que saía dos seus
próprios actos: «Não fiz caso da misericórdia que Jesus Cristo tem
para comigo, procurando-me quando, por minha culpa, me perdi. Porque
é a mim que Ele procura em todo o lado; é por mim que janta em casa
do fariseu, Ele que dá alimento ao mundo inteiro. Faz da mesa um
altar de sacrifício onde Se oferece, perdoando as dívidas aos
devedores para que estes se aproximem com confiança dizendo:
"Senhor, salva-me do abismo das minhas más obras."»
Ali acorreu avidamente e, desprezando as migalhas, tomou o pão; mais
faminta que a cananeia (Mc 7,24 ss), saciou a sua alma vazia com
igual fé. Não foi um apelo que a remiu, mas o silêncio, pois disse
num soluço: «Senhor, salva-me do abismo das minhas más obras.»
Correu até casa do fariseu, precipitando-se na penitência. «Vamos,
alma minha» disse, «chegou o momento que tanto pedias! Aquele que
purifica está aqui, porque permaneces no abismo das tuas más obras?
Vou ao seu encontro, pois foi por mim que Ele veio. Deixo os amigos
do passado porque desejo apaixonadamente Este que aqui está hoje e,
como Ele me ama, dou-Lhe o perfume e as lágrimas que trago. […] O
desejo pelo Desejado transfigura-me e eu amo Aquele que me ama da
maneira que Ele quer ser amado. Arrependo-me e a seus pés me rojo
como Ele espera; procuro o silêncio e o retiro como Lhe agrada. Rompo
com o passado, renunciando ao abismo das minhas más obras.»
Sexta-feira, dia 18 de Setembro de 2015
Sexta-feira da 24ª semana do Tempo Comum
Caríssimo:
Eis o que deves ensinar e recomendar:
Se alguém ensinar outra doutrina e não seguir as palavras salutares
de Nosso Senhor Jesus Cristo e a doutrina conforme à piedade,
é um homem orgulhoso, um ignorante, um doente que se ocupa com
questões e contendas de palavras. Daí nasce a inveja, a
discórdia, os insultos, as suspeitas malévolas,
as altercações entre homens de espírito perverso que perderam o
sentido da verdade e vêem na piedade uma fonte de lucro.
A piedade é realmente uma fonte de lucro para quem se contenta com
o que tem.
Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele.
Se tivermos que comer e que vestir, estaremos contentes.
Mas aqueles que querem enriquecer caem em ciladas e tentações e em
muitos desejos insensatos e funestos que mergulham os homens na
ruína e na perdição.
O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; alguns, ao
tentarem alcançá-lo, transviaram-se da fé e atraíram sobre si
muitos sofrimentos.
Mas tu, homem de Deus, evita tudo isso. Pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a
perseverança e a mansidão.
Combate o bom combate da fé, conquista
a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste
tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas.
Livro de Salmos 49(48),6-7.8-10.17-18.19-20.
Porque hei-de
inquietar-me nos dias maus
quando me cerca a iniquidade dos perseguidores,
dos que confiam na sua opulência
e se vangloriam na sua grande riqueza?
O homem não pode pagar o seu resgate,
não pode pagar a Deus a sua redenção.
É muito caro o resgate da sua vida
e ele nunca pagará o suficiente
para prolongar indefinidamente a sua vida
e não experimentar a corrupção da morte.
Não te irrites se alguém enriquece
e aumenta a riqueza da sua casa.
Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não o acompanhará.
Ainda que em vida se felicitasse:
«Louvar-te-ão porque trataste bem de ti»,
não deixará de ir para a companhia de seus pais
que jamais verão a luz.
Evangelho segundo S. Lucas 8,1-3.
Naqueles
tempo, Jesus Cristo ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia,
proclamando e anunciando a boa nova do Reino de Deus.
Acompanhavam-n'O os Doze
e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e
de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete
demónios;
Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas
outras, que os serviam com os seus bens. (a Sua Igreja. Era uma
Igreja ambulante, mas Igreja; afinal de todos os tempos e afinal
Jesus Cristo está sempre
com a Sua Igreja)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Mulieris Dignitatem, § 16
«Acompanhavam-no
os Doze e algumas mulheres»
O facto de ser homem ou mulher
não comporta nenhuma limitação tal como não limita em absoluto a
acção salvífica e santificante do Espírito no homem o facto de ser
judeu ou grego, escravo ou livre, segundo as palavras bem
conhecidas do apóstolo: «todos vós sois um só em Cristo Jesus» (Gal
3,28).
Esta unidade não anula a diversidade. O Espírito Santo, que opera
essa unidade na ordem sobrenatural da graça santificante, contribui
em igual medida para o facto de que se «tornem profetas os vossos
filhos» e se tornem profetas «as vossas filhas» (Jl 3,1).
«Profetizar» significa exprimir com a palavra e com a vida «as
grandes obras de Deus» (cf Act 2,11), conservando a verdade e a
originalidade de cada pessoa, seja homem ou mulher. A «igualdade»
evangélica, a «paridade» da mulher e do homem no que se refere às
«grandes obras de Deus», tal como se manifestou de modo tão límpido
nas obras e nas palavras de Jesus de Nazaré, constitui a base mais
evidente da dignidade e da vocação da mulher na Igreja e no mundo.
Toda a vocação tem um sentido profundamente pessoal e profético. Na
vocação assim entendida, a personalidade da mulher atinge uma nova
medida: a medida das «grandes obras de Deus», das quais a mulher se
torna sujeito vivo e testemunha insubstituível.
Sábado, dia 19 de Setembro de 2015
Sábado da 24ª semana do Tempo Comum
Caríssimo:
Ordeno-te na presença do Senhor Deus que dá a vida a todas as
coisas e de Cristo Jesus que deu testemunho da verdade diante de
Pôncio Pilatos:
Guarda o mandamento do
Senhor, sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei
dos reis e Senhor dos senhores,
o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível
que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder
eterno. Amen.
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o
Senhor, toda a Terra;
Servi ao Senhor com alegria,
vinde à sua presença com cânticos de júbilo!
Sabei que
o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai
pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o
Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.
Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15.
Naquele
tempo, como estivesse reunida uma grande multidão e de todas as
cidades viessem ter com Ele, disse esta parábola:
«Saiu o semeador para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma
parte da semente caiu à beira do caminho, foi pisada e as aves do
céu comeram-na.
Outra caiu sobre a rocha e, depois de ter germinado, secou por
falta de humidade.
Outra caiu no meio de espinhos e os espinhos, crescendo com ela,
sufocaram-na.
Uma outra caiu em boa terra e, uma vez nascida, deu fruto
centuplicado.» Dizendo isto, clamava: «Quem tem ouvidos para
ouvir, oiça!»
Os discípulos perguntaram-lhe o significado desta parábola.
Disse-lhes: «A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de
Deus; mas aos outros fala-se-lhes em parábolas a fim de que,
vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam.»
«O significado da parábola é este: a semente é a Palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas em
seguida vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração para não se
salvarem, acreditando.
Os que estão sobre a rocha são os que, ao ouvirem, recebem a
palavra com alegria; mas, como não têm raiz, acreditam por algum
tempo e afastam-se na hora da provação.
A que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, indo pelo
seu caminho, são sufocados pelos cuidados, pela riqueza, pelos
prazeres da vida e não chegam a dar fruto.
E a que caiu em terra boa são aqueles que, tendo ouvido a
palavra, com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto
com a sua perseverança.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho
Dar fruto
pela perseverança
Vigiai para que a palavra que recebestes ressoe no
fundo do vosso coração e aí permaneça. Tende cuidado para que a
semente não caia ao longo do caminho e o espírito mau não venha
apagar a palavra da vossa memória. [...] Tende cuidado para que o
chão pedregoso não receba a semente e não produza uma boa acção
desprovida das raízes da perseverança. Com efeito, muitos se
alegram ao ouvir a palavra e se dispõem a empreender boas obras.
Mas mal as provações começaram a apertar, renunciam ao que tinham
empreendido. Assim é o solo pedregoso ao qual faltou a água, de
tal forma que o germe da semente não chegou a dar o fruto da
perseverança.
Mas a terra boa dá fruto pela paciência: entendamos por isso que
as nossas boas obras podem ter valor se suportarmos pacientemente
os inconvenientes que o nosso próximo nos provoca. Aliás quanto mais
avançamos para a perfeição, mais provas temos de suportar;
uma vez que a nossa alma abandonou o amor do mundo presente,
cresce a hostilidade desse mundo. É por isso que vemos muitos que
penam sob um pesado fardo (Mt 11,28), embora as suas obras sejam boas.
[…] Mas, de acordo com a palavra do Senhor, «produzem fruto pela
perseverança» suportando humildemente essas provas, de tal forma
que, após terem penado, serão convidados a entrar na paz do céu. ©
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º –
Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia
Os meus blogues
--------------------------------------------
http://www.descubriter.com/pt/ Rota Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” -
Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/ 18,30h –
terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
|
|
|
|
|
|
|
Sem comentários:
Enviar um comentário