Domingo, dia 20 de Setembro de 2015
25º Domingo do Tempo
Comum - Ano B
Disseram os ímpios: «Armemos ciladas ao
justo porque nos incomoda e se opõe às nossas obras; censura-nos as
transgressões à lei e repreende-nos as faltas de educação. (sem
comentário)
Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos
seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e
apreciarmos a sua paciência.
Condenemo-lo à morte infame porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.
Livro de Salmos 54(53),3-4.5.6.8.
Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca.
Levantaram-se contra mim os arrogantes
e os violentos atentaram contra a minha vida.
Não têm a Deus na sua presença.
Deus vem em meu auxílio.
o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor.
Carta de S. Tiago 3,16-18.4,1-3.
Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e
toda a espécie de más acções.
Mas a sabedoria que vem do
alto é pura, pacífica, compreensiva e
generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia.
O fruto da justiça semeia-se na paz
para aqueles que praticam a paz.
De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é
precisamente das paixões que lutam nos vossos membros?
Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não
podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes
porque nada pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal (pedem o mal para os outros;
esse só pode vir das trevas), pois o que pedis é para satisfazer as vossas
paixões.(Deus e Jesus Cristo só nos podem atender se pedimos o bem para os
outros; então os pedidos de bem para nós serão atendidos)
Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos caminhavam
através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser
entregue às mãos dos homens que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de
morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O
interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus Cristo
perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados porque tinham discutido uns com os outros sobre
qual deles era o maior.
Então Jesus Cristo sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o
primeiro (em poder) será o último de todos (o mais insignificante) e o servo
de todos» (porque o universo do Bem só tem relações de afecto e de serviço. As
relações de poder com superiores e inferiores, domínio e submissão são das
trevas, escuridão, morte, destruição, ateísmo, frio corporal porque ausência
de Deus).
E tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe e quem Me
receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da
Igreja
Homilia sobre a humildade, 5-6
«Se alguém quiser ser
o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»
Lembra-te deste provérbio: «Deus resiste aos soberbos e dá a
graça aos humildes» (Jo 4,6). Tem presente a palavra do Senhor: «Quem se
exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado» (Mt 23,12). Se achas
que tens alguma coisa boa, reconhece-a, mas sem esquecer as tuas faltas; não
te engrandeças com o bem que hoje fizeste nem esqueças o mal recente ou
passado; se o presente é para ti motivo de glória, lembra-te do passado e
assim destruirás esse estúpido abcesso!
Se vês o teu próximo pecar, não consideres mais do que a falta cometida e
pensa também no bem que ele faz ou fez; muitas vezes descobrirás que é melhor
do que tu, se examinares o conjunto da tua vida e não te prenderes a coisas
fragmentárias porque Deus não examina assim o homem. Lembremo-nos disso
muitas vezes para nos preservarmos do orgulho, abaixando-nos, para sermos
elevados.
Imitemos o Senhor que desceu do céu até ao aniquilamento total. [...] Mas
depois de tal aniquilamento, fez resplandecer a sua glória, glorificando com
Ele aqueles que com Ele tinham sido desprezados. Tais eram, com efeito, os
primeiros discípulos que, pobres e nus, percorreram o universo sem palavras
de sabedoria nem séquitos faustosos, mas sós, errantes e sofredores,
vagabundos por terra e por mar, vergastados, apedrejados, perseguidos e
finalmente levados à morte. Tais são os divinos ensinamentos do nosso Pai.
Imitemo-los para chegarmos também à glória eterna, ao perfeito e verdadeiro
dom de Jesus Cristo.
Segunda-feira, dia 21 de
Setembro de 2015
S. Mateus, Apóstolo e Evangelista – Festa
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do
Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que
fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos
outros com caridade (= amor);
empenhai-vos em manter a unidade do espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito como existe uma só esperança na vida a que
fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em
todos Se encontra.
A cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o dom de Jesus
Cristo.
Foi Ele que a uns constituiu apóstolos,
a outros evangelistas e a outros
pastores e mestres,
para o aperfeiçoamento dos cristãos
(a Sua Igreja), em ordem ao trabalho do ministério, para a edificação do
Corpo de Jesus Cristo
até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do
Filho de Deus, ao estado de homem perfeito, à medida de Jesus Cristo na sua
plenitude.
Livro de Salmos
19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.
Naquele tempo, Jesus Cristo ia a passar,
quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança dos
impostos e disse-lhe: «Segue-Me». Ele levantou-se e seguiu Jesus Cristo.
Um dia em que Jesus Cristo estava à mesa em casa de Mateus, muitos
publicanos e pecadores vieram sentar-se com Ele e os seus discípulos.
Vendo isto, os fariseus diziam aos discípulos: «Por que motivo é que o
vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?»
Jesus Cristo ouviu-os e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam
do médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa: ‘Prefiro
a misericórdia ao sacrifício’. Porque Eu não vim chamar os justos, mas
os pecadores».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c.
208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias, III, 11, 8-9
São Mateus, um dos quatro evangelistas
Não pode haver mais nem menos evangelhos. Com efeito, uma vez
que são quatro as regiões do mundo no qual nos encontramos e quatro os
ventos principais e, uma vez que, por outro lado, a Igreja está espalhada
por toda a terra e tem por «coluna e sustentáculo» (1Tim 3,15) o Evangelho
e o Espírito da vida, é natural que haja quatro colunas que sopram a
imortalidade de todos os lados e dão vida aos homens. Quando o Verbo, o
artesão do universo, que tem o trono sobre os querubins e que sustenta
todas as coisas (Sl 79,2; Heb 1,3), Se manifestou aos homens, deu-nos um
evangelho com quatro formas, embora mantido por um único Espírito.
Implorando a sua vinda, David dizia: «Manifestai-Vos, Vós que tendes o
vosso trono sobre os querubins» (Sl, 79,2) porque os querubins têm quatro
figuras (Ez 1,6) que são as imagens da actividade do Filho de Deus.
«O primeiro [destes seres vivos] era semelhante a um leão» (Ap 4,7) e caracteriza o poder, a preeminência e a
realeza do Filho; «o segundo, a um touro»,
manifestando a sua função de sacrificador e de sacerdote; «o terceiro tinha
um rosto como que de homem»,
evocando claramente a sua face humana; «o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo», indicando o
dom do Espírito que paira sobre a Igreja. Os evangelhos segundo João,
Lucas, Mateus e Marcos estão, pois de acordo com estes seres vivos sobre os
quais Cristo Jesus tem o seu trono. […]
Encontramos estes mesmos traços no próprio Verbo de Deus; aos patriarcas que existiram antes de Moisés,
falava Ele segundo a sua divindade e a sua glória; aos homens que viveram sob a Lei, atribuiu uma função sacerdotal e
ministerial; em seguida, fez-Se
homem por nós; por fim, enviou o dom do Espírito a toda a terra, escondendo-os à sombra das suas asas
(Sl 16,8). […] São, pois fúteis, ignorantes e presunçosos os que rejeitam a
forma como se apresenta o evangelho ou nele introduzem um número de figuras
maior ou menor do que as que referimos.
Terça-feira, dia 22 de
Setembro de 2015
Terça-feira da 25ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Dario, rei da Pérsia, escreveu às autoridades da província ocidental do
Eufrates, dizendo: «Deixai o governador de Judá e os anciãos dos judeus
prosseguir os trabalhos do templo de Deus.
Sobre o trabalho que os anciãos dos judeus estão a realizar para a
reconstrução do templo de Deus no seu local primitivo, ordeno que se
pague tudo o que esses homens gastarem, pontualmente e sem interrupção,
usando para isso as rendas reais dos impostos recolhidos na província
ocidental do Eufrates.
Fui eu, Dario, que dei esta ordem: deve ser fielmente cumprida».
Então os anciãos dos judeus retomaram com êxito a construção, encorajados
pelas palavras dos profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido. Levaram a
construção a bom termo, segundo a vontade do Deus de Israel e a ordem de
Ciro e de Dario, reis da Pérsia.
O templo de Deus foi concluído no terceiro dia do mês de Adar, no sexto
ano do reinado de Dario.
Os filhos de Israel __ os sacerdotes, os levitas e os outros exilados __
celebraram alegremente a dedicação do templo de Deus.
Para esta dedicação do templo de Deus, ofereceram cem touros, duzentos
carneiros, quatrocentos cordeiros, e, como sacrifício pelo pecado de todo
o Israel, doze cabritos, segundo o número das tribos de Israel.
Estabeleceram também os sacerdotes segundo as suas classes e os levitas
segundo os seus turnos para o serviço divino em Jerusalém, conforme está
escrito no livro de Moisés.
Os repatriados celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês.
Como todos os sacerdotes e os levitas, sem excepção, se tinham
purificado, todos estavam puros e puderam imolar a Páscoa para todos os
exilados, para os seus irmãos sacerdotes e para si próprios.
Livro de Salmos
122(121),1-2.3-4a.4b-5.
Alegrei-me quando
me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.
Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Evangelho segundo S. Lucas 8,19-21.
Naquele tempo,
vieram ter com Jesus Cristo sua Mãe e seus irmãos, mas não podiam chegar
junto d’Ele por causa da multidão.
Então disseram-Lhe: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem
ver-Te».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que
ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Porquê esta atitude? Porque
a mãe e os irmãos vinham dissuadi-lo de ter a Sua Igreja e ser Mestre. Queriam
que voltasse para casa e voltasse
à sua vida anterior).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sobre a santa virgindade
Maria, Mãe de Jesus Cristo, mãe da Igreja
Aquele que é o fruto de uma única
Virgem santa é a glória e a honra de todas as outras santas virgens
porque elas próprias serão, como Maria, mães de Jesus Cristo, se fizerem
a vontade de seu Pai. A glória e a felicidade da Maria como Mãe de Jesus
Cristo exprimem-se sobretudo naquelas palavras do Senhor: «Todo aquele
que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha
irmã e minha mãe» (Mt 12,50).
Ele indica assim o parentesco espiritual que O liga ao povo que resgatou.
Os seus irmãos e as suas irmãs são os homens santos e as mulheres santas
que tomam parte com Ele na herança celeste. A sua mãe é toda a Igreja
porque é ela quem, pela graça de Deus, gera os membros de Jesus Cristo,
isto é, aqueles que Lhe são fiéis. A sua mãe é também toda a alma santa
que faz a vontade do Pai e cuja caridade fecunda se manifesta naqueles
que gera para Ele até que Ele mesmo neles seja formado (Ga 4,19).
Maria é certamente a mãe dos membros do Corpo de Jesus Cristo, isto é,
nós próprios porque, pela sua caridade, Ela cooperou para gerar na Igreja
os fiéis que são os membros desse divino chefe de quem Ela é
verdadeiramente mãe segundo a carne.
Quarta-feira, dia 23
de Setembro de 2015
Quarta-feira da 25ª semana do Tempo Comum
Na hora da
oblação da tarde, eu, Esdras, levantei-me da minha prostração e, com as
vestes e o manto rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos para o
Senhor Deus
e disse: «Senhor Deus, tenho tanta vergonha e confusão que não posso
levantar o rosto para Vós, Senhor Deus. Porque as nossas iniquidades
multiplicaram-se acima das nossas cabeças e os nossos pecados
acumularam-se até ao céu.
Desde o tempo dos nossos pais até ao dia de hoje, são grandes as nossas
culpas. Por causa dos nossos pecados, nós, os nossos reis e os nossos
sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis das nações, à espada, ao
cativeiro, à rapina e à vergonha como acontece neste dia.
Mas agora, em pouco tempo, o Senhor Deus, concedeu-nos a graça de
conservar entre nós um resto de sobreviventes e de nos dar asilo no seu
lugar santo. Assim o Senhor Deus iluminou os nossos olhos e deu-nos um
pouco de vida na nossa escravidão.
Porque nós éramos escravos, mas, na nossa escravidão, Deus não nos
abandonou: atraiu sobre nós a benevolência dos reis da Pérsia,
dando-nos a vida necessária para erguer a casa de Deus e restaurar as
suas ruínas e concedendo-nos um abrigo seguro em Judá e Jerusalém».
Livro de Tobias 13,2.3-4a.4bcd.5.8.
Bendito seja Deus
que vive eternamente:
o seu reino permanece por todos os séculos.
Nas suas mãos está o castigo e o perdão, a vida e a morte,
nada e ninguém escapa ao seu poder.
Agradecei-Lhe, filhos de Israel, diante das nações
porque Ele vos dispersou no meio dos gentios,
mas entre eles manifestou a sua grandeza:
Exaltai-O diante de todos os seres vivos
porque Ele é o nosso Senhor e Deus,
é o nosso Pai por todos os séculos dos séculos.
Por nossos pecados Ele nos castiga,
mas de novo usará de misericórdia
e vos reunirá de todas as nações,
entre as quais vos dispersastes.
Na terra do meu exílio louvarei o meu Senhor,
darei a conhecer o seu poder e a sua grandeza
a um povo de pecadores.
Vinde, pecadores, e praticai a justiça na sua presença: talvez vos
mostre a sua benevolência e a sua misericórdia.
Evangelho segundo S. Lucas 9,1-6.
Naquele tempo,
Jesus Cristo chamou os doze Apóstolos e deu-lhes poder e autoridade
sobre todos os demónios e para curarem todas as doenças.
Depois enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos.
E disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem alforge
nem pão nem dinheiro e não leveis duas túnicas.
Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali.
Se alguns não vos receberem, ao sair dessa cidade, sacudi o pó dos
vossos pés como testemunho contra eles».
Os Apóstolos partiram e foram de terra em terra a anunciar a boa nova e
a realizar curas por toda a parte.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367),
bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Comentário ao salmo 65, §§ 19-29
«Foram de aldeia em aldeia, anunciando a
Boa Nova»
Qual é «a palavra de louvor» (Sl
65,8) que é preciso proclamar? Seguramente esta: «Ele deu vida à alma»
dos crentes (v.9) porque Deus atribuiu a constância e a perseverança na
profissão da fé à pregação dos apóstolos e à confissão dos mártires e o
anúncio do Reino dos céus percorreu a terra em todos os sentidos como
que passo a passo. Com efeito, «a sua mensagem espalhou-se por toda a
terra» (Sl 18,5) e o Espírito Santo proclama a glória desta corrida
espiritual: «Como são belos os pés dos que anunciam a boa nova, dos que
anunciam a paz» (Is 52,7). É pois esta palavra de louvor a Deus que é
necessário proclamar, segundo o testemunho do salmista: «Deu a vida à
minha alma e não deixou que os meus passos vacilassem.» Com efeito, os
apóstolos não se deixaram desviar do curso espiritual da sua pregação
pelo terror das ameaças humanas e a firmeza dos seus passos solidamente
assentes impediu-os de se afastarem do caminho da fé. [...]
Contudo, depois de ter dito: «Ele não deixou que os meus passos
vacilassem», o salmista acrescenta: «Ó Deus, tu provaste-nos,
purificaste-nos pelo fogo como se purifica a prata» (v.10). Esta
palavra, começada no singular, refere-se contudo a muitos, pois único é
o Espírito e uma a fé dos crentes, segundo o que está dito nos Actos
dos Apóstolos: «Os crentes tinham uma só alma e um só coração» (Act
4,32). [...]
Mas o que significa esta comparação: foram purificados «pelo fogo como
se purifica a prata»? Para mim, purifica-se a prata para dela separar a
escória que adere à matéria ainda em bruto. [...] É por isso que,
quando Deus põe à prova os que crêem nele (na minha opinião de leiga,
não se trata de pôr à prova, mas sim de fazê-los existir no ambiente
onde estão e se é um ambiente onde abundam os maus, os de Deus são
sofredores porque os das trevas não toleram os de Deus. Mas nós temos
Deus e Jesus Cristo e os do Bem por nós que nos levam ao colo, isto é,
somos maltratados, ultrajados, destruídos,… mas aguentamos e
sobrevivemos porquê? Porque temos a Vida, a Fé, e todos os dons
necessários para os ultrapassar e, pela lei universal «Faz aos outros o
que queres para ti» eles vão receber tudo aquilo que enviaram aos do
Bem e são destruídos sem compaixão porque não a tiveram por ninguém. As
parábolas nos dizem que o universo do Bem é cada vez maior. Assim é!)
não é porque ignore a sua fé, mas porque «a perseverança produz a
virtude» como diz o apóstolo Paulo (Rom 5,4). Deus submete-os à prova,
não para os conhecer, mas para os levar à consumação da virtude. Assim
purificados pelo fogo e separados de qualquer ligação aos vícios da
carne, poderão resplandecer no brilho da inocência que estas provas
lhes proporcionaram.
Quinta-feira, dia 24 de Setembro de 2015
Quinta-feira da 25ª semana do Tempo
Comum
No segundo ano
do rei Dario, no primeiro dia do sexto mês, foi dirigida a palavra do
Senhor por meio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel,
governador de Judá, e a Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote:
«Assim fala o Senhor do Universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o
tempo de se reconstruir o templo do Senhor’».
E a palavra do Senhor foi manifestada por meio do profeta Ageu:
«Para vós chegou o tempo de habitardes em casas confortáveis,
enquanto este templo continua em ruínas».
Por isso, assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa
situação.
Semeais muito e colheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não
matais a sede; vestis-vos e não vos aqueceis e o operário mete o seu
salário num saco roto». (“o pouco com Deus é tudo; o muito sem Deus é
nada”)
Assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa sorte:
Subi ao monte, trazei madeira e reconstruí o meu templo; nele porei a
minha complacência e manifestarei a minha glória» – diz o Senhor.
Livro de
Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao
Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. Lucas 9,7-9.
Naquele tempo,
o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que Jesus Cristo fazia e andava
perplexo porque alguns diziam: «É João Baptista que ressuscitou dos
mortos».
Outros diziam: «É Elias que reapareceu». E outros diziam ainda: «É um
dos antigos profetas que ressuscitou».
Mas Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar. Mas quem é este
homem, de quem oiço dizer tais coisas?». E procurava ver Jesus Cristo
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Homilias sobre o Génesis
E procurava
vê-lo.
O sol (dia, luz) e a lua (noite, trevas, escuridão. A sua
luz é a do sol. Esta a grande diferença entre os que têm calendário
solar e os que têm calendário lunar) iluminam os nossos corpos; Jesus
Cristo e a Sua Igreja iluminam os nossos espíritos. Isto é,
iluminam-nos se não formos cegos espirituais. Porque, do mesmo modo
que o sol e a lua não deixam de derramar a sua claridade sobre os
cegos que, contudo, não podem acolher a luz, também Jesus Cristo
envia a sua luz aos nossos espíritos, mas esta iluminação só tem
lugar se a nossa cegueira não lhe puser obstáculos. Por isso, que
os cegos comecem por seguir a Jesus Cristo gritando: «Tem piedade
de nós, Filho de David!» (Mt 9,27); e, quando tiverem recuperado a
vista graças a Ele, poderão ser iluminados com o esplendor da luz.
Mas nem todos os que vêem são iluminados de igual forma por Cristo;
cada um o é na medida em que pode receber a luz (cf Lc 23,8 ss).
[...] Não é da mesma maneira que todos vamos a Ele, mas «cada um
segundo as suas próprias possibilidades» (Mt 25,15).
Sexta-feira, dia 25 de Setembro de 2015
Sexta-feira
da 25ª semana do Tempo Comum
No segundo
ano do rei Dario,
no dia vinte e um do sétimo mês, a palavra do Senhor foi
manifestada por meio do profeta Ageu:
«Vai dizer a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, a
Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote, e a todo o povo:
Haverá entre vós algum sobrevivente que tenha visto este templo na
sua primeira glória? E em que estado o vedes agora? Não se
apresenta ele a vossos olhos reduzido a nada?
Agora, coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote!
Coragem, povo todo da terra! – oráculo do Senhor. Mãos à obra
porque Eu estou convosco! – oráculo Senhor.
Segundo a aliança que firmei convosco quando saístes do Egipto, o
meu espírito está no meio de vós. Não temais.
Assim fala o Senhor do Universo: Dentro de pouco tempo, abalarei os
céus e a terra, o mar e o continente.
Abalarei todas as nações; afluirão riquezas de todos os povos e
encherei de glória este templo – diz o Senhor do Universo.
A Mim pertence a prata, a Mim pertence o ouro – oráculo do Senhor
do Universo.
A glória deste novo templo será maior que a do antigo – oráculo do
Senhor do Universo. E neste lugar farei reinar a paz – oráculo do
Senhor do Universo».
Livro de
Salmos 43(42),1.2.3.4.
Fazei-me
justiça, Senhor Deus,
defendei a minha causa contra a gente sem piedade,
livrai-me do homem desleal e perverso.
Vós, ó Deus, sois o meu refúgio:
Porque me abandonastes?
Porque hei-de andar triste, sob a opressão do inimigo?
Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam
à vossa montanha santa e ao vosso santuário.
E eu irei ao altar do Senhor Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei, Senhor, meu Deus.
Evangelho segundo S. Lucas 9,18-22.
Um dia, Jesus
Cristo orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então
perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e
outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou».
Disse-lhes Jesus Cristo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro
tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus».
Ele, porém proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse
e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado
pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem
de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Cardeal Joseph Ratzinger
(Bento XVI, Papa de 2005 a 2013)
«Der Gott Jesu Christi»
«O Filho do
Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado [...] morto e, ao terceiro
dia, ressuscitar.»
Ser homem significa ser para a
morte; ser homem significa ter de morrer. […] Viver neste mundo
quer dizer morrer. «Fez-Se homem» (Credo) significa que também Jesus
Cristo foi para a morte. A contradição que é própria da morte do
homem atinge em Jesus Cristo a sua acuidade extrema porque, nele,
que está em comunhão total com o Pai, o isolamento absoluto da
morte é um puro absurdo. Por outro lado, nele, a morte tem também a
sua necessidade; na verdade, o facto de estar com o Pai está na
raiz da incompreensão que os homens Lhe testemunham, na raiz da sua
solidão no meio das multidões. A sua condenação é o acto último da
não-compreensão, da expulsão deste Incompreendido para uma zona de
silêncio.
De igual forma, pode-se entrever alguma coisa da dimensão interior
da sua morte. No homem, morrer é sempre um acontecimento
simultaneamente biológico e espiritual. Em Jesus Cristo, a
destruição dos suportes corporais da comunicação quebra o seu
diálogo com o Pai. Portanto, o que se rompe na morte de Jesus
Cristo é mais importante do que em qualquer morte humana; nela é
destruído o diálogo que é o verdadeiro eixo do mundo inteiro.
Mas tal como este diálogo O tinha tornado solitário e estava na
raiz da monstruosidade desta morte, assim em Jesus Cristo a
ressurreição está já fundamentalmente presente. Por ela, a nossa
condição humana insere-se na partilha trinitária do amor eterno.
Ela jamais pode desaparecer; para lá do limiar da morte, ergue-se
de novo e recria a sua plenitude. Só a Ressurreição revela, pois o
carácter único e decisivo deste artigo da nossa fé: «Fez-Se homem.»
[…] Jesus Cristo é plenamente humano e sê-lo-á para sempre. Por
Ele, a condição humana entrou no próprio ser do Senhor Deus; é esse
o fruto da sua morte.
Sábado, dia 26 de Setembro de 2015
Sábado da
25ª semana do Tempo Comum
(numa
visão) Levantei os olhos e vi um homem que tinha na mão um cordel
de medir.
Eu perguntei-lhe: «Aonde vais?». Ele respondeu-me: «Vou medir
Jerusalém, para ver qual é a sua largura e o seu comprimento».
Quando o Anjo que me falava se adiantou, outro Anjo veio ao seu
encontro
e disse-lhe: «Corre e vai dizer a esse jovem: Jerusalém deverá
ficar sem muros, por causa da multidão de homens e animais que
haverá nela.
E Eu serei para ela __ diz o Senhor __ uma muralha de fogo à sua volta
e no meio dela serei a sua glória.
Exulta e alegra-te, filha de Sião, porque Eu venho habitar no
meio de ti – oráculo do Senhor.
Nesse dia, muitas nações hão-de aderir ao Senhor. Serão o meu
povo e Eu habitarei no meio de ti».
Livro de
Jeremias 31,10.11-12ab.13.
Escutai, ó
povos, a palavra do Senhor,
e anunciai-a às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho.
O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor.
A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo.
Evangelho segundo S. Lucas 9,43b-45.
Naquele
tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus Cristo fazia.
Então Ele disse aos discípulos:
«Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem vai ser
entregue às mãos dos homens».
Eles, porém não compreendiam aquelas palavras; eram misteriosas
para eles e não as entendiam, mas tinham medo de O interrogar
sobre tal assunto.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c.
406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 108; PL 52, 499
«Eles,
porém, não entendiam aquela linguagem»
Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a
minha divindade, reconhecei ao menos a minha humanidade. Vede em
Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os
vossos ossos, o vosso sangue. E se o que pertence a Deus vos
inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós? [...]
Mas talvez a enormidade da minha Paixão, da qual sois a causa,
vos cubra de vergonha. Não temais. Esta cruz não foi mortal para
Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas
de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não
provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no meu coração.
O esquartejar do meu corpo abre-vos os meus braços como um
refúgio, não aumenta o meu suplício. O meu sangue não está
perdido por mim, mas guardado para vosso resgate (Mc 10,45).
Vinde, pois voltai para Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que
Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor e tão
grandes feridas com uma tão grande caridade.»©
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