domingo, 7 de fevereiro de 2016

Cristianismo 144 até 06-01-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 31 de Janeiro de 2016

4º Domingo do Tempo Comum - Ano C


Santo do dia : S. João Bosco, presb., +1888

Livro de Jeremias 1,4-5.17-19.
No tempo de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta entre as nações.
Cinge os teus rins e levanta-te para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles, senão serei Eu que te farei temer a sua presença.
Hoje mesmo faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma muralha de bronze diante de todo este país, dos reis de Judá e dos seus chefes, diante dos sacerdotes e do povo da Terra.
Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te porque Eu estou contigo para te salvar».
Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15ab.17.
Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
Senhor Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

A minha boca proclamará a vossa justiça,
dia após dia a vossa infinita salvação.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.


1ª Carta aos Coríntios 12,31.13,1-13.
Irmãos: Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados. Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade (Amor), sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a plenitude da fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita.
A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa;
não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento;
não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade;
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O dom da profecia acabará, o dom das línguas há-de cessar, a ciência desaparecerá; mas a caridade (Amor) não acaba nunca.
De maneira imperfeita conhecemos, de maneira imperfeita profetizamos.
Mas quando vier o que é perfeito (Senhor Jesus Cristo), o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil.
Agora vemos como num espelho e de maneira confusa, depois veremos face a face. Agora conheço de maneira imperfeita, depois conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas: a , a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade.
Evangelho segundo S. Lucas 4,21-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum».
E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra.
Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia.
Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã».
Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga.
Levantaram-se, expulsaram Jesus Cristo da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo.
Mas Jesus Cristo, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sobre o profeta Isaías, 5,5; p. 70, 1352
«Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.»
Jesus Cristo quis atrair a Si o mundo inteiro e conduzir para Deus Pai todos os habitantes da Terra. [...] As gentes vindas do paganismo, enriquecidas pela fé em Jesus Cristo, beneficiaram do tesouro divino da proclamação que traz a salvação. Por ela, tornaram-se participantes do Reino dos Céus, companheiros dos santos e herdeiros das realidades inexprimíveis (Ef 2,19.3,6). [...] Jesus promete a cura e o perdão dos pecados aos que têm o coração ferido, e dá a vista aos cegos. Pois são cegos os que não reconhecem Aquele que é o verdadeiro e o seu coração está privado da luz divina e espiritual. Mas o Pai envia-lhes a luz do verdadeiro conhecimento de Deus. Chamados pela fé, conheceram-No; mais ainda, foram conhecidos por Ele. Sendo filhos da noite e das trevas, tornaram-se filhos da luz (Ef 5,8), pois o dia iluminou-os, o Sol da Justiça ergueu-Se para eles (Mal 3,20) e a estrela da manhã apareceu-lhes em todo o seu esplendor.
E nada obsta a que apliquemos tudo o que acabamos de dizer aos filhos de Israel. Também eles, com efeito, tinham o coração ferido, eram pobres e estavam como que prisioneiros e mergulhados nas trevas. [...] Mas Jesus Cristo veio anunciar os benefícios do seu advento em primeiro lugar aos descendentes de Israel, proclamando o ano da graça do Senhor (Lc 4,19) e o dia da recompensa.
O ano da graça é aquele em que Jesus Cristo foi crucificado por nós. Foi então que nos tornámos agradáveis a Deus Pai. E damos fruto em Jesus Cristo como Ele mesmo nos ensinou: «Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo deitado à terra não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará fruto abundante» (Jo 12,24). E disse ainda: «Quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo, 12,32). De facto, Ele retomou a vida ao terceiro dia, depois de ter calcado com os pés o poder da morte, após o que disse aos seus discípulos: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na Terra. Ide e fazei discípulos em todas as nações» (Mt 28,18-19).

Segunda-feira, dia 01 de Fevereiro de 2016

Segunda-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, alguém foi informar David: «O coração dos homens de Israel está com teu filho Absalão».
Então David ordenou a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: «Erguei-vos e fujamos porque de outro modo não poderemos livrar-nos de Absalão. Parti sem demora para que ele não nos apanhe desprevenidos, cause a nossa ruína e passe a cidade ao fio da espada».
Depois David subiu, chorando, o Monte das Oliveiras, com a cabeça coberta e os pés descalços. E todo o povo que ia com ele levava a cabeça coberta e subia chorando.
Quando David chegou a Baurim, apareceu um homem pertencente à família de Saul, chamado Semei, filho de Gera, que avançou a dizer maldições.
Atirava pedras contra David e contra os seus servos, enquanto todo o povo e todos os valentes guerreiros caminhavam à direita e à esquerda do rei.
Semei amaldiçoava David, dizendo: «Sai daqui, sai daqui, homem iníquo e sanguinário.
O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da família de Saul, cujo trono usurpaste, e fez passar a realeza para as mãos do teu filho Absalão. Tiveste o castigo que merecias porque és um homem sanguinário».
Abisaí, filho de Sarvia, disse ao rei: «Porque há-de este cão morto amaldiçoar o rei, meu senhor? Deixa-me ir cortar-lhe a cabeça».
O rei, porém respondeu: «Que vos importa isso, filho de Sarvia? Se o Senhor lhe ordenou que amaldiçoasse David, quem O pode censurar?».
Depois David disse a Abisaí e a todos os seus servos: «Se um filho meu, nascido do meu próprio sangue, procura tirar-me a vida quanto mais um homem de Benjamim! Deixai-o amaldiçoar, se foi o Senhor quem lho ordenou.
Talvez o Senhor olhe para a minha aflição e transforme em bênçãos as maldições deste dia».
David e os seus homens continuaram o seu caminho.
Livro de Salmos 3,2-3.4-5.6-7.
Senhor, são tantos os meus inimigos,
tão numerosos os que se levantam contra mim!
Muitos são os que dizem a meu respeito:
«Deus não o vai salvar».

Vós, porém, Senhor, sois o meu protector,
a minha glória e Aquele que me sustenta.
Em altos brados clamei ao Senhor,
Ele respondeu-me da sua montanha sagrada.

Deito-me e adormeço e me levanto:
sempre o Senhor me ampara.
Não temo a multidão
que de todos os lados me cerca.


Evangelho segundo S. Marcos 5,1-20.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos chegaram ao outro lado do mar, à região dos gerasenos.
Logo que Ele desembarcou, saiu ao seu encontro, dos túmulos onde morava, um homem possesso de um espírito impuro.
Já ninguém conseguia prendê-lo nem sequer com correntes,
pois estivera preso muitas vezes com grilhões e cadeias e ele despedaçava os grilhões e quebrava as cadeias. Ninguém era capaz de dominá-lo.
Andava sempre, de dia e de noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras.
Ao ver Jesus Cristo de longe, correu a prostrar-se diante d’Ele e disse,
clamando em alta voz: «Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-Te, por Deus, que não me atormentes».
Porque Jesus Cristo dizia-lhe: «Espírito impuro, sai desse homem».
E perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?». Ele respondeu: «O meu nome é ‘Legião’ porque somos muitos».
E suplicava instantemente que não os expulsasse daquela região.
Ora ali junto do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos.
Os espíritos impuros pediram a Jesus Cristo: «Manda-nos para os porcos e entraremos neles».
Jesus Cristo consentiu. Então os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. A vara, que era de cerca de dois mil, lançou-se ao mar, do precipício abaixo, e os porcos afogaram-se.
Os guardadores fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos e, de lá, vieram ver o que tinha acontecido.
Ao chegarem junto de Jesus Cristo, viram, sentado e em perfeito juízo, o possesso que tinha tido a legião e ficaram cheios de medo.
Os que tinham visto narraram o que havia acontecido ao possesso e o que se passara com os porcos.
Então pediram a Jesus Cristo que Se retirasse do seu território.
Quando Ele ia a subir para o barco, o homem que tinha sido possesso pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele.
Jesus Cristo não lho permitiu, mas disse-lhe: «Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti».
Então ele foi-se embora e começou a apregoar na Decápole o que Jesus Cristo tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 03/12/08 (© copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«Espírito impuro, sai desse homem.»
O poder do mal no coração humano e na História da humanidade é um facto indesmentível. Mantém-se a questão: como explicar este mal? [...] A fé diz-nos que existem dois mistérios de luz e um mistério de noite que, no entanto, está rodeado pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é o seguinte: a fé diz-nos que não há dois princípios, um bom e um mau, mas um único princípio, o Deus criador e que este princípio é bom, somente bom, sem sombra de mal. É por isso que o ser também não é um misto de bem e de mal: o ser como tal é bom e, portanto é bom ser, é bom viver. Tal é o anúncio feliz da fé: só existe uma origem que é boa, o Criador. [...]
Em seguida, vem um mistério de obscuridade, de noite. O mal não provém da origem do próprio ser, não é igualmente original. O mal provém de uma liberdade criada, de uma liberdade mal utilizada. Como foi isso possível? Como se produziu isso? As coisas permanecem obscuras. O mal não é lógico. Apenas Deus e o bem são lógicos, são luz. O mal permanece misterioso. [...] Podemos adivinhá-lo, mas não explicá-lo; não podemos falar dele como de um facto que se segue a outro, uma vez que se trata de uma realidade mais profunda. Continua a ser um mistério de obscuridade, de noite.
Mas surge de imediato outro mistério de luz. O mal provém de uma origem subordinada. Deus, a sua luz, é mais forte. É por isso que o mal pode ser ultrapassado e que a criatura, o homem, pode ser curado. [...] Tanto assim é que, em última análise, vemos que o homem não só pode ser curado, mas efectivamente o é. Deus introduziu a cura. Ele entrou pessoalmente na história. À origem permanente do mal, Ele opôs a origem do bem puro. Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, contrapõe ao rio poluído do mal um rio de luz. E este rio está presente na História: lembremo-nos dos santos, dos grandes santos, mas também dos santos humildes, dos simples fiéis e perceberemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente e é poderoso.

Terça-feira, dia 02 de Fevereiro de 2016

Apresentação do Senhor, festa.


Festa da Igreja : Apresentação do Senhor (ofício próprio)
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Malaquias 3,1-4.
Assim fala o Senhor Deus: "Vou enviar o meu mensageiro para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais. Ele aí vem - diz o Senhor do Universo.
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer? Ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavandeiros.
Sentar-Se-á para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi como se purifica o ouro e a prata e eles serão para o Senhor os que apresentam a oblação segundo a justiça.
Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Livro de Salmos 24(23),7.8.9.10.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?

O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos

e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória.


Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus Cristo a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor
como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor"
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus Cristo trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo
porque os meus olhos viram a vossa salvação
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus Cristo estavam admirados com o que d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
- e uma espada trespassará a sua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações".
Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS 2,10
«Os meus olhos viram a vossa salvação»
«De repente, entrará no seu Templo o Senhor que vós procurais» (Mal 3,1). Hoje é-nos recordada a acção silenciosa da Providência de Deus. Acontecimentos que tinham sido previstos há muito inserem-se tranquilamente no curso do tempo; as visitas do Senhor permanecem simultaneamente repentinas e misteriosas. [...] 
Nesta cena, não há verdadeiramente nada de extraordinário nem de impressionante; no mundo, pessoas como os pais desta criança que eram pessoas pobres e dois velhos como estes são olhados sem grande interesse e passa-se à frente. Contudo o que temos aqui é a realização solene de uma profecia antiga e prodigiosa. [...] A criança que se toma nos braços é o Salvador do mundo, o autêntico herdeiro que vem, sob a aparência de um desconhecido, visitar a sua própria casa. O profeta tinha dito: «Quem poderá suportar o dia da sua vinda?» (Mal 3,2); ei-Lo que vem para tomar posse da sua herança.
Por sua vez, o velho Simeão está repleto dos dons do Espírito: alegria, acção de graças e esperança, misteriosamente combinadas com o temor, o susto e a dor. Também Ana se torna profetisa e as testemunhas a quem se dirige são o autêntico Israel que espera com fé a redenção do mundo, de acordo com a promessa. «A glória que virá desse Templo ultrapassará a do antigo» tinha anunciado outro profeta (Ag 2,9). Ei-la agora, essa glória: um menino com seus pais, dois velhos e uma assembleia sem nome e sem futuro. «A vinda do Reino não se deixa ver» (Lc 17,20).
Tal foi sempre a maneira de Deus fazer as suas visitas [...]: o silêncio, o inesperado, a surpresa aos olhos do mundo, apesar das previsões conhecidas de todos, cujo sentido a Igreja verdadeira apreende e cujo cumprimento espera. [...] Não pode ser de outra forma. Os avisos de Deus são claros, mas o mundo continua o seu curso; envolvidos pelas suas actividades, os homens não sabem discernir o sentido da história. Tomam grandes acontecimentos por factos sem importância e medem o valor das realidades segundo uma perspectiva apenas humana. [...] O mundo permanece cego, mas a Providência oculta de Deus realiza-se dia após dia.

Quarta-feira, dia 03 de Fevereiro de 2016

Quarta-feira da 4ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Brás, bispo e mártir, +316, S. Oscar (Ansgário), bispo, +865

Livro de 2º Samuel 24,2.9-17.
Naqueles dias, David ordenou a Joab e aos chefes do seu exército: «Ide por todas as tribos de Israel, desde Dan até Bersabé, e fazei o recenseamento da população para que eu saiba qual é o seu número».
Joab apresentou ao rei o resultado do recenseamento: Israel contava oitocentos mil homens capazes de combater e Judá contava quinhentos mil.
Feito o recenseamento do povo, David sentiu remorsos e disse ao Senhor: «Pequei gravemente ao proceder deste modo. Mas agora, Senhor, dignai-Vos perdoar a falta do vosso servo, pois cometi uma grave loucura».
Na manhã seguinte, quando o rei se levantava, o Senhor dirigiu a palavra ao profeta Gad, vidente de David:
«Vai dizer a David: Assim fala o Senhor: Proponho-te três castigos. Escolhe aquele que preferes e Eu o executarei».
Gad foi ter com David e referiu-lhe esta mensagem: «Preferes três anos de fome no teu país, três anos de derrotas ante o inimigo que te perseguirá ou três dias de peste no teu reino? Agora reflecte e vê o que devo responder Àquele que me enviou».
David respondeu a Gad: «Sinto-me em grande ansiedade. Antes cair nas mãos do Senhor, porque é grande a sua misericórdia, do que cair nas mãos dos homens».
Então o Senhor enviou a peste a Israel, desde aquela manhã até ao dia fixado. Morreram setenta mil homens do povo desde Dan até Bersabé.
O Anjo estendeu também a mão sobre Jerusalém para a destruir, mas o Senhor compadeceu-se de tanta desgraça e disse ao Anjo que exterminava o povo: «Basta! Agora retira a tua mão!». O Anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
Ao ver como o Anjo exterminava o povo, David disse ao Senhor: «Fui eu que pequei, sou eu o culpado. Mas estes, que são o rebanho, que mal fizeram? A vossa mão caia sobre mim e a minha família».
Livro de Salmos 32(31),1-2.5.6.7.
Feliz daquele a quem foi perdoada a culpa
e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade
e em cujo espírito não há engano.

Confessei-vos o meu pecado
e não escondi a minha culpa.
Disse: «Vou confessar ao Senhor a minha falta»
e logo me perdoastes a culpa do pecado.

Por isso a Vós se dirige todo o fiel
no tempo da tribulação.
Quando transbordarem as águas caudalosas,
só a ele não hão-de atingir.

Vós sois o meu refúgio, defendei-me dos perigos,
fazei que à minha volta só haja hinos de vitória.


Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.
Naquele tempo, Jesus Cristo dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos?
Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito.
Jesus Cristo disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa».
E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos.
Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Meditações sobre a vida de Cristo; Opera omnia, t. 12, pp. 530 ss.
«De onde Lhe vem tudo isto? [...] Não é Ele o carpinteiro, o Filho de Maria?»
O Senhor Jesus Cristo, regressando do Templo e de Jerusalém a Nazaré com seus pais, morou com eles até à idade de trinta anos «e era-lhes submisso» (Lc 2,51). As Escrituras não nos dizem o que Ele fez durante todo este tempo, o que parece bastante surpreendente. [...] Mas, se olharmos com atenção, veremos claramente que, não fazendo nada, fazia maravilhas. Cada um dos seus gestos revela, com efeito, o seu mistério. E como agia com poder, também Se calou com poder, permanecendo recolhido na obscuridade com poder. O Mestre soberano que nos vai ensinar os caminhos da vida, começa desde a sua juventude a fazer obras poderosas, mas de uma forma surpreendente, incógnita e inconcebível, parecendo aos olhos dos homens inútil, ignorante e a viver no opróbrio. [...]
Ele apreciava esta maneira de viver para ser julgado por todos como um ser pequeno e insignificante; isto fora anunciado pelo profeta que dissera em seu nome: «Sou um verme e não um homem» (Sl 21,7). Vês portanto o que Ele fazia, não fazendo nada: tornava-Se desprezível [...]; parece-te pouca coisa? Seguramente não era Ele que tinha necessidade disso, mas nós, pois não conheço coisa mais difícil nem mais grandiosa. Parece-me que chegaram ao mais alto grau aqueles que, de todo o seu coração e sem fingimento, se possuem suficientemente para não quererem nada de outrem senão ser desprezados, não contar para nada e viver num abaixamento extremo. É uma vitória maior do que a tomada de uma cidade.

Quinta-feira, dia 04 de Fevereiro de 2016

Quinta-feira da 4ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. João de Brito, presbítero e mártir, +1693

Livro de 1º Reis 2,1-4.10-12.
Ao aproximar-se o dia da sua morte, David ordenou a seu filho Salomão:
«Vou seguir o caminho de todos os mortais. Tem coragem e procede como um homem.
Guarda os mandamentos do Senhor, teu Deus. Segue os seus caminhos, cumprindo os seus preceitos, estatutos, normas e decretos, conforme está escrito na Lei de Moisés. Assim serás bem sucedido em todas as tuas obras e empreendimentos
e o Senhor cumprirá a promessa que me fez: ‘Se os teus filhos procederem bem e caminharem fielmente na minha presença, com todo o coração e toda a alma, nunca te faltará um descendente no trono de Israel’».
David foi fazer companhia a seus pais no sono da morte e foi sepultado na «Cidade de David».
O reinado de David sobre Israel durou quarenta anos: em Hebron reinou sete anos e em Jerusalém trinta e três.
Salomão sentou-se no trono de seu pai David e a sua realeza consolidou-se firmemente.
Livro de 1º Crónicas 29,10.11ab.11d-12a.12bcd.
Bendito sejais, Senhor, para todo o sempre,
Deus do nosso pai, Israel.
A Vós, Senhor, a grandeza e o poder,
a honra, a majestade e a glória.

Tudo, no céu e na Terra, Vos pertence,
sois o Rei soberano de todas as coisas.
De Vós nos vem a riqueza e a glória,
sois Vós o Senhor de todo o universo.

Na vossa mão está o poder e a força,
em vossas mãos tudo se afirma e cresce.
Nós vos louvamos, Senhor, nosso Deus,
e celebramos o vosso nome glorioso.

Evangelho segundo S. Marcos 6,7-13.
Naquele tempo, Jesus Cristo chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros
e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão nem alforge nem dinheiro; (para não chamarem sobre si as atenções de malfeitores)
que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas.
Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali.
E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles».
Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento,
expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saara
Carta a Joseph Hours, 3 de maio de 1912
«Começou a enviá-los»
Ser apóstolo, mas por que meios? Por aqueles que o Senhor põe à disposição de cada um: os padres têm os respectivos superiores que lhes dizem o que devem fazer. Os leigos devem ser apóstolos para com todos aqueles a quem podem chegar: parentes e amigos, mas não só eles; a caridade não é estreita, alcança todos aqueles que o Coração de Jesus Cristo abraça.
Por que meios? Pelos melhores, tendo em conta aqueles a quem se dirigem: com todos aqueles com quem se relacionam, sem excepção, pela bondade, a ternura, o afecto fraterno, o exemplo de virtude, a humildade e a doçura, sempre atraentes e tão cristãs. Com alguns, sem lhes dizer nunca uma palavra sobre Deus ou sobre religião, tendo paciência como Deus tem paciência, sendo bom como Deus é bom, sendo um irmão terno e rezando. Com outros, falando-lhes de Deus na medida que conseguem atingir; a partir do momento em que chegam à ideia de procurar a verdade pelo estudo da religião, pondo-os em contacto com um sacerdote bem escolhido e capaz de lhes fazer bem. Sobretudo, vendo em cada homem um irmão.

Sexta-feira, dia 05 de Fevereiro de 2016

Sexta-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Assim como é separada a gordura da vítima no sacrifício de comunhão, assim David foi escolhido entre os filhos de Israel.
Brincou no meio de leões como se fossem cabritos e no meio de ursos como se fossem cordeiros.
Não foi ele que, ainda jovem, matou o gigante e evitou a humilhação do seu povo,
atirando com a funda uma pedra que abateu a arrogância de Golias?
Ele invocou o Senhor Altíssimo que deu força à sua mão direita para derrubar um valente guerreiro e exaltar a honra do seu povo.
Então exaltaram-no por ter abatido dez mil, louvaram-no pelas bênçãos do Senhor e deram-lhe uma coroa de glória.
Exterminou os inimigos que o rodeavam e aniquilou os seus adversários filisteus, destruindo para sempre o seu poder.
Em todas as suas obras prestou homenagem ao Santo, ao Altíssimo, com palavras de glória.
De todo o coração entoou os seus louvores para mostrar o seu amor a Deus, seu Criador.
Estabeleceu cantores diante do altar e as suas vozes entoavam suaves cânticos.
Deu grande esplendor às festas e a maior beleza aos tempos sagrados quando os cantores celebravam o santo nome do Senhor, enchendo de harmonia o santuário desde o romper do dia.
O Senhor perdoou as suas faltas, exaltou o seu poder para sempre, concedeu-lhe uma régia aliança e um trono glorioso em Israel.

Livro de Salmos 18(17),31.47.50.51.
O caminho de Deus é perfeito,
a palavra do Senhor é provada.
Deus é um escudo protector
para todos os que n’Ele confiam.

Viva o Senhor, bendito seja o meu protector;
exaltado seja Deus, meu salvador,
Senhor, eu Vos louvarei entre os povos
e cantarei salmos ao vosso nome.

Deus dá grandes vitórias ao seu rei
e usa de bondade para com o seu ungido.


Evangelho segundo S. Marcos 6,14-29.
Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de Jesus Cristo, pois a sua fama chegara a toda a parte e dizia-se: «João Baptista ressuscitou dos mortos; por isso ele tem o poder de fazer milagres».
Outros diziam: «É Elias». Outros diziam ainda: «É um profeta como os antigos profetas».
Mas Herodes, ao ouvir falar de tudo isto, dizia: «João, a quem mandei cortar a cabeça, ressuscitou».
De facto, Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere por causa de Herodíades, a esposa de seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por esposa.
João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a esposa do teu irmão».
Herodíades odiava João Baptista e queria dar-lhe a morte, mas não podia
porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer.
Entretanto chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia.
Entrou então a filha de Herodíades que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei».
E fez este juramento: « Dar-te-ei o que me pedires ainda que seja a metade do meu reino».
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista».
Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista».
O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido.
E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João
e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe.
Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilia 27 sobre São Lucas, 2-4
Precursor de Cristo no nascimento e na morte
Admiremos João Baptista sobretudo por causa do seguinte testemunho: «Entre os nascidos de mulher, não há profeta maior do que João» (Lc 7, 28); ele teve o mérito de se elevar a tão grande fama de virtude que muitos pensavam que era o Cristo (Lc 3, 15). Mas há outra coisa ainda mais admirável: o tetrarca Herodes que detinha o poder real, podia matá-lo quando quisesse. Ora ele tinha cometido uma acção injusta e contrária à lei de Moisés, tomando para si a mulher de seu irmão. João, que não tinha medo dele nem fazia acepção de pessoas, que não temia o poder real nem receava a morte, mas tinha consciência de todos estes perigos, repreendeu Herodes com a liberdade dos profetas, censurando-lhe o casamento em que se envolvera. Preso por semelhante audácia, não o preocupa a morte nem um julgamento de resultado incerto; apesar das correntes que o sujeitam, os seus pensamentos vão para o Cristo que tinha anunciado.
Não podendo ir pessoalmente ter com Ele, manda os seus discípulos perguntar-lhe: «És Tu o que está para vir ou devemos esperar outro?» (Lc 7, 19). Reparai bem como até na prisão João ensinava. Até aqui tinha discípulos; até na prisão João cumpria o seu dever de mestre, instruindo os seus discípulos com conversas sobre Deus. Nestas circunstâncias, estava colocado o problema de Jesus Cristo, pelo que João Lhe envia alguns dos seus discípulos.
Os discípulos vêm dizer ao mestre o que o Salvador os tinha encarregado de anunciar, resposta que é para João uma arma para o combate: ele morre com segurança, deixando-se decapitar de coração ao largo, seguro pela palavra do próprio Senhor, de que Aquele em Quem havia acreditado era verdadeiramente o Filho de Deus. Tal foi a liberdade de João Baptista, tal foi a loucura de Herodes que aos seus numerosos crimes acrescentou, primeiro a prisão, depois o assassínio de João Baptista.

Sábado, dia 06 de Fevereiro de 2016

Sábado da 4a semana do Tempo Comum

Naqueles dias o rei Salomão foi oferecer sacrifícios a Gabaon porque era o principal dos altos lugares sagrados; Salomão ofereceu mil holocaustos sobre aquele altar.
Em Gabaon, durante a noite, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão e disse-lhe: «Pede-Me o que quiseres».
Salomão respondeu: «Vós manifestastes grande benevolência para com o vosso servo David, meu pai, porque ele andou na vossa presença com fidelidade, justiça e rectidão de coração. Mantivestes com ele tão grande benevolência que lhe destes um filho para suceder no seu trono como acontece neste dia.
Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proceder.
Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável que não se pode contar nem calcular.
Dai, portanto ao vosso servo um coração inteligente para saber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?».
Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão
e disse-lhe: «Porque foi este o teu pedido e já que não pediste longa vida nem riqueza nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticar a justiça,
vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio e esclarecido como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti.
Dar-te-ei também o que não pediste: dou-te riqueza e glória, de modo que, durante a tua vida, não haverá, entre os reis, ninguém como tu».
Livro de Salmos 119(118),9.10.11.12.13.14.
Como há-de o jovem manter puro o seu caminho?
Guardando as vossas palavras.
De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.

Conservo a vossa palavra dentro do coração
para não pecar contra Vós.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.

Enuncio com os meus lábios
todos os juízos da vossa boca.
Sinto mais alegria em seguir as vossas ordens
do que em todas as riquezas.


Evangelho segundo S. Marcos 6,30-34.
Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus Cristo e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Então Jesus Cristo disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer.
Partiram então de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles.
Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Zenão de Verona (?-c. 380), bispo
Sermão «De spe, fide et caritate»
«Compadeceu-Se de toda aquela gente»
Ó caridade (Amor), como és boa e rica! Como és poderosa! Não possui nada aquele que não te possui. Tu foste capaz de fazer de Deus um homem (o Filho). Tu fizeste-O abaixar-Se e afastar-Se durante algum tempo da sua imensa majestade. Tu mantiveste-O prisioneiro durante nove meses no seio da Virgem. Tu curaste Eva em Maria. Tu renovaste Adão em Jesus Cristo. Tu preparaste a cruz para a salvação do mundo perdido.
Ó amor, tu, para vestir aquele que está nu, contentas-te em ficar nu. Para ti, a fome é um repasto abundante, se um pobre esfomeado tiver comido do teu pão. A tua fortuna consiste em destinar tudo o que possuis à misericórdia. Só tu não te fazes rogado. Tu socorres os oprimidos sem demora, mesmo a expensas tuas, seja qual for a aflição em que estejam mergulhados. Tu és o olhar dos cegos, o pé dos coxos, o protector fidelíssimo das viúvas e dos órfãos. Tu amas os teus inimigos, de tal maneira que ninguém consegue discernir a diferença que para ti existe entre eles e os teus amigos.
Tu, ó caridade, unes os mistérios celestes às coisas humanas e os mistérios humanos às coisas celestes. Tu és a guardiã do que é divino. És tu que, no Pai, tudo governas e ordenas; és tu a obediência do Filho; és tu que exultas no Espírito Santo. Porque és uma nas três pessoas, não podes ser dividida. Jorrando da fonte que é o Pai, vertes-te toda inteira no Filho sem te retirares do Pai. Com razão dizemos que «Deus é Amor» (1Jo 4,16) porque só tu guias o poder da Trindade.
©


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